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Televisão: Quando a luz escurece a mente Erro de interpretação em fenômeno luminoso é explorado por tevê brasileira, que polemiza e alardeia a opinião pública.
Por Fábio Bettinassi* De Araxá-MG Para VF/UFOVIA 14/03/2013
Vídeo mostra a luz branca chegando da esquerda; surge também uma bola descendo. Após mais de 20 minutos parada, a luz sobe lentamente e sai em direção a direita. Clique aqui e veja estas imagens ampliadas LEIA TAMBÉM: Suposto objeto voador é capturado em foto OVNI é fotografado em Carmo do Cajuru Bettinassi registra OVNI mais uma vez em Araxá OVNI é fotografado na região de Guarulhos Guarulhos: OVNI é fotografado novamente por testemunha Supostas sondas em Curitiba - FOTOS
‘OVNI’ branco em Queimados
Mais uma vez, vemos um caso de conclusão precipitada e sugestionada pela indústria da mídia, ao que tudo indica, com o objetivo de se aproveitar da inocência e ignorância do povo brasileiro para se promover.
Este novo caso, exposto pela repetidora da TV Record para São Paulo, na quarta-feira, 13/03, ganhou uma hora e dezessete minutos de exposição pública, eletrizando a população com a cena de uma luz branca que se aproxima de uma câmera de vigilância instalada em uma chácara na zona rural da cidade de Queimados-RJ, região da Baixada Fluminense.
Ocorre que a imagem, de baixa resolução, tomada a noite por uma câmera simples equipada com leds de infravermelho, flagra uma luz branca que se aproxima do campo focal da câmera durante a madrugada. A filmagem levantou as suspeitas por parte do morador, de que poderia se tratar de uma espaçonave extraterrestre que estaria roubando animais de sua chácara. Além disso, há relatos de sumiço de animais e avistamentos de inexplicáveis objetos voadores luminosos avistados pela população local, que foram diretamente associados pela reportagem a imagem flagrada pela câmera.
Evidentemente, não temos a pretensão de explicar sobre o que realmente se tratava, mas podemos considerar que existe maior probabilidade de se tratar de um evento natural, provocado por um inseto noturno que se sentiu atraído pelo infravermelho da câmera e pousou ao seu redor, causando os efeitos registrados.
Sustentamos essa opinião considerando os pontos expostos a seguir, derivados de 20 anos de experiência desse autor em processamento de imagens no ramo publicitário e análise de centenas de filmes amadores feitos ao redor do mundo.
O mundo invisível dos insetos
A luz branca da imagem não possui profundidade de campo, o que mostra que ela estava muito próxima da lente da câmera, algo em torno de 1 a 5 cm. A aproximação desfocada e sem profundidade do objeto em questão cria a ilusão que este poderia ser grande e estaria sobre o chão.
É científico o fato de que existe uma ampla gama de insetos que possui visão sintonizada em diversos comprimentos de onda da luz. Nós, humanos, só enxergamos simultaneamente três comprimentos de onda, que são o espectro do azul, verde e vermelho. A combinação destas três cores em intensidades diferenciadas produz milhões de outras cores e um vasto leque de tonalidades, pelos quais enxergamos o nosso mundo, porém, tudo isso ocorre através da combinação de apenas três cores diferentes.
Insetos noturnos possuem olhos que manipulam a luz.
Alguns insetos possuem a capacidade de enxergar comprimentos de ondas maiores ou menores, como é o caso da luz infravermelha e ultravioleta, enquanto outros só enxergam em preto e branco. Insetos noturnos, geralmente, enxergam em menores comprimentos de onda, como o infravermelho, facilitando assim, a busca de alimentos, a proteção contra predadores e a busca por um parceiro para acasalamento, durante a total escuridão noturna, porque se eles possuíssem a mesma capacidade do olho humano, não poderiam ver praticamente nada a noite, o que levaria muitas espécies a extinção.
Quando um inseto noturno com visão em outros comprimentos de onda (diferente daquele dos humanos) encontra uma fonte de luz sintonizada na mesma frequência de sua capacidade de enxergar, este interpreta isso como alimento ou como um parceiro para acasalar, o que desperta a curiosidade do inseto, que se aproxima para coletar mais detalhes.
E, no caso deste vídeo mostrado pela tevê, é bem possível que um inseto deste tipo se sentiu atraído pela luz infravermelha do led da câmera e se aproximou para checar. Geralmente insetos noturnos, possuem um globo ocular formado por milhares de bastonetes muito sensíveis que refletem luz como um espelho, assim a luz branca que aparece na imagem nada mais é que o reflexo aproximado produzido pelos olhos do inseto. Como o sensor de imagem da câmera possui foco fixo e por não haver nenhum elemento coadjuvante nas lentes para atenuar as aberrações de cores, qualquer imagem muito aproximada, por menor que seja, aparecerá como uma grande mancha de luz.
Animais mamíferos de maior porte também podem refletir determinados comprimentos de luz restritos aos seus olhos.
Câmeras e olhos superdotados
Câmeras noturnas com infravermelho não enxergam cores, todo registro é representado em branco ou preto e isso explica porque a luz que aparece na imagem é branca. Na realidade, caso se trate um inseto que refletiu a luz de volta para a lente - como supomos -, esta luz seria invisível ao olhar de ser humano que estivesse ao lado da câmera. Isto, porque pessoas não enxergam o infravermelho, mas a câmera sim, e qualquer luz desta frequência, captada por uma câmera noturna será “traduzida” ou interpretada por ela como uma intensa cor branca chapada.
Existe na Terra uma quantidade imensurável de insetos e muitas espécies ainda não foram descobertas. Para ilustrar uma situação parecida, foi recentemente descoberto um tipo de mosca com grandes olhos arredondados e compostos por bastonetes. Estes bastonetes são normalmente na cor verde, mas possuem a capacidade de cambiar cores, para assim afugentar pequenos predadores como aranhas e lagartixas. E, no caso desta mosca, observou-se que quando uma pequena aranha se aproximava dela, seus olhos passavam a funcionar como um espelho, projetando o reflexo da aranha, assim a aranha enxergava na frente dela outra aranha, interpretada como uma rival e com medo foge, deixando a mosca ilesa. Este é um dos incríveis truques pelos quais a natureza promove o equilíbrio existente na cadeia de espécies vivas.
Dentro da anatomia dos insetos existe na cabeça de alguns, sistemas de rastreamento contra ameaças e pequenos dispositivos que captam vibrações e até o calor ao redor e estão conectados ao sistema ótico, ampliando assim, a capacidade para ‘sentir’ o ambiente e enxergar coisas que nem os humanos conseguem.
Entre alguns componentes deste complexo aparato de sentir e enxergar existe ao redor dos olhos de certos insetos, pequenas antenas, pelos e alguns ossículos que vibram, se retorcem, movimentam-se e ampliam de tamanho e às vezes, se recolhem e ficam espiralados. Tudo isso, visando ludibriar seus predadores e atrair parceiros para procriação. Tais ‘pecinhas’ também conseguem refletir a luz e quando vistas bem de perto por equipamentos desfocados e sem resolução apropriada, mais parecem luzes piscantes ou giratórias e às vezes até insinuam formas ilusórias e conhecidas de objetos, animais e pessoas, efeito este chamado de pareidolia.
Podemos também observar no vídeo, que alguns segundos antes da luz aparecer, um inseto passa voando por baixo da câmera vindo da direita para a esquerda. Na nossa avaliação, este inseto captou a luz infravermelha da câmera (invisível ao ser humano) e, atraído pelo led, aproximou-se da câmera, da esquerda para a direita, (observe a chegada do "objeto" branco) visando verificar do que se tratava. E observe-se que, quando o “objeto” sai, este toma a direção da direita, a qual, inicialmente, veio o inseto filmado antes de a luz branca aparecer.
Também observamos mais no final do vídeo, que uma espécie de bola surge de cima para baixo, passando ao lado do "objeto" branco. Esta bola vagante pode ter sido causada por qualquer partícula de poeira desfocada que porventura tenha flutuado por ali. Inclusive, pode ser até mesmo partícula suspensa do pó expelido pelas asas de certas espécies de mariposas que, visto a uma pequena distância e fora de foco, se traduz exatamente no formato esférico observado.
Momento em que surge uma esfera menos iluminada (ao centro), que passa de cima para baixo: isso pode ser qualquer partícula suspensa no ar, que tomou a forma redonda por estar desfocada.
Quanto vale um telespectador no Reinado da Comunicação?
Contudo, respeitamos a opinião daqueles que crêem que tal efeito teria sido causado por uma espaçonave de outro planeta que pousou no quintal para roubar cabritas ou matar galinhas. Afinal vivemos em uma democracia, onde a liberdade de opinião é fundamental e o livre arbítrio de cada um deve ser considerado. Mas, é muito mais provável que a referida imagem seja explicada por um fenômeno ótico corriqueiro, mas mal interpretado, do que por um ser alienígena vindo dos confins do universo interessados em animais dos terráqueos, qual o apresentador até afirmou ter visto ao lado da luz... Será que uma nave vinda dos confins do espaço desceria na Terra para pousar exatamente na frente de uma câmera?
Estamos atravessando uma fase de grandes dificuldades para as empresas de comunicação no sentido de conseguir atrair a atenção do público e gerar audiência e receita. A carência é tão grande que qualquer fato, por mais absurdo que seja, ganha interpretações enfadonhas, repletas de sensacionalismo barato e visando, exclusivamente, ludibriar a opinião pública para faturar – algo que contrasta com a verdadeira essência do jornalismo.
Para se ter uma ideia dos valores de publicidades nas emissoras de tevê do Brasil, basta considerar que um único comercial de 30 segundos para ser exibido em horário nobre em rede nacional custa ao anunciante cerca de R$ 380 mil ou US$ 190 mil. Isso revela o quanto os diretores de programação têm que inventar de bizarrices diariamente para manter os telespectadores grudados na tevê, independente da qualidade factual daquilo que oferecem. Prova disso é a TV Record consumir uma hora e meia de sua programação apenas para “sensacionalizar” um simples borrão de luz, buscando se embasar em pareceres de ufólogos e não de cientistas.
Este tipo de situação nos remete a refletir sobre o fato de, em um país como o nosso, com enormes problemas no campo da educação e da cultura, haver tanto esforço por parte das grandes corporações da mídia para alienar o povo através da mistificação de banalidades que em nada acrescentam às descobertas ou à grandeza humana.
Lamentável que, ao invés de contribuírem para o esclarecimento e a abertura das mentes buscadoras das verdades contextuais que nos acercam, convidando ao pensamento comedido com base em toda uma complexa estrutura tecnológica, determinadas emissoras consomem um tempo bilionário apenas para confundir e desinformar gratuitamente, sob a mais genuína forma de “polêmica jornalística”.
* Fábio Bettinassi é publicitário por profissão, consultor para o diário digital Via Fanzine e co-editor do portal UFOVIA.
- Imagens: Arquivo VF e TV Record/Reprodução.
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