Palácio Guanabara:
Protesto termina em confronto e depredação
no Rio*
Manifestantes
revidaram atirando rojões e pedras nos policiais.
Um policial foi
atingido com uma pedrada no rosto.
Manifestantes pedem
insistentemente pelo afastamento do governador Sérgio Cabral.
Manifestantes que protestavam na noite de hoje (12) em
frente ao Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, entraram em
confronto com a polícia, derrubando as grades que protegiam o prédio. A
polícia respondeu com gás de pimenta e bombas de efeito moral. Os
manifestantes revidaram atirando rojões e pedras nos policiais. Um
policial foi atingido com uma pedrada no rosto.
Os policiais avançaram contra o grupo para dispersá-los e,
na fuga, os manifestantes iniciaram uma série de depredações, ateando
fogo em lixeiras, placas de publicidade e em uma banca de revistas. A
tropa de choque foi acionada e dispersou os manifestantes jogando bombas
de efeito moral e de gás lacrimogênio. Os manifestantes em fuga seguem
pelas ruas internas do bairro de Laranjeiras e em direção ao Largo do
Machado espalhando lixo pelas ruas e quebrando garrafas.
Os manifestantes protestavam contra a eleição do vereador
Chiquinho Brazão (PMDB) para a presidência da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio. Eles reivindicam
que o cargo seja ocupado pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs
a instalação da comissão. Pela tradição parlamentar, o cargo deveria ter
sido ocupado pelo autor da proposta. Eles ainda cobram providências
sobre o caso do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza,
desaparecido desde o dia 14 de julho, após ser levado por policiais
militares para averiguação na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da
Rocinha.
O protesto começou por volta de 19h e, em um primeiro
momento, os policiais evitaram responder às agressões e provocações dos
manifestantes. Um rojão jogado pelos manifestantes atingiu uma fotógrafa
e, por pouco, a bomba não explodiu nas costas dela.
Governo do Rio lamenta confrontos
O governo do estado distribuiu nota agora
à noite sobre os incidentes ocorridos na Rua Pinheiro Machado, em frente
ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, envolvendo manifestantes e
policiais militares. "O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, e o
subsecretário de Educação, Antonio Neto, receberam, hoje (12), em
audiência no Palácio Guanabara, representantes do Sepe [Sindicato
Estadual dos Profissionais de Ensino], para ouvir e manter o diálogo com
o sindicato. Lamentavelmente, após a reunião, parte do grupo decidiu
ocupar o palácio. Irredutíveis, [eles] foram retirados do local pela
segurança".
O governo informa ainda, na nota, que,
"infelizmente, em seguida, grupos radicais desejosos do confronto
chegaram à frente do palácio com ações violentas e tentativas de
invasão, chutando o gradil, jogando coquetéis molotov e atirando rojões.
Esses grupos não estão interessados no diálogo e na democracia. Apenas
apostam no caos".
*
Informações de Vladimir Platonowe Douglas Corrêa/Agência Brasil
12/08/2013
- Foto: Uol Notícias.
* * *
Evento católico:
JMJ
tem participação de 355 mil peregrinos*
As inscrições para a jornada da juventude
católica ainda estão abertas e evento tem início no Rio.
Evento reúne católicos
de várias nacionalidades.
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
começa oficialmente hoje (23). Jovens e peregrinos poderão participar da
Feira Vocacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona
norte. Lá, estarão disponíveis aos visitantes 50 confessionários,
estandes vocacionais, tendas acústicas e um local de adoração a Jesus
Sacramentado.
Outras atrações são o Catolic Point, onde
os peregrinos poderão dançar ao som de música eletrônica católica, e o
Espaço 180°, destinado aos esportes radicais. É nessa feira que o papa
vai colher a confissão de cinco jovens de várias nacionalidades, na
sexta-feira (26).
A agenda oficial do papa Francisco no Rio
de Janeiro, onde participa da JMJ até o domingo (28), prevê que, a
princípio, ele descanse nesta terça-feira na residência da Arquidiocese,
no Sumaré, onde ficará hospedado durante sua estada na cidade. A
Secretaria Executiva do Comitê Organizador Local da JMJ não descartou,
porém, mudanças na programação.
Em parceria com a Organização das Nações
Unidas (ONU), a JMJ promove também hoje debate sobre o papel da
juventude no desenvolvimento sustentável e na paz. O encontro “Jovens e
Cultura da Paz” ocorrerá no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), onde funcionam os consulados das delegações internacionais
durante a jornada. As discussões vão contar com a participação do
enviado especial do secretário-geral da ONU para a Juventude, Ahmad
Alhendawi.
Durante a jornada, ocorrerão cinco atos
centrais, sendo quatro com a presença do papa Francisco. O primeiro está
previsto para a noite de hoje. Trata-se da missa de acolhida que será
rezada pelo arcebispo local, dom Orani João Tempesta, na Praia de
Copacabana. Após a celebração, os Correios farão o lançamento de um selo
em homenagem ao papa Francisco. O selo traz, em primeiro plano, a imagem
do papa no gesto de emissão de bênção, tendo, ao fundo, a representação
da Baía de Guanabara e, à esquerda, o monumento do Cristo Redentor.
Serão emitidos 1,2 milhão de selos, com
preço de R$ 1,80 por unidade. As peças poderão ser compradas na loja
virtual,na Agência de Vendas a Distância ou nas agências dos Correios.
Participação
de 355 mil peregrinos
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tem a participação de
355 mil peregrinos de 175 países. O encontro, que tem a presença do papa
Francisco, vai até domingo (28) na cidade do Rio.
Divulgados há pouco pela diretora de Inscrições, irmã
Shaiene Machado, os dados mostram que os brasileiros são maioria, em um
total de 220 mil pessoas. Os principais estados de origem são do Sudeste
– como Minas Gerais, São Paulo e Rio –, seguidos dos da Região Sul e
Nordeste, com destaque para Pernambuco, de onde se deslocaram mais
peregrinos para o evento.
Da mesma nacionalidade do papa, vêm em seguida os
argentinos (23 mil). Norte-americanos (10,8 mil), chilenos (9,2 mil) e
italianos (7,7 mil) aparecem depois na lista. A Venezuela enviou 6,1 mil
peregrinos.
As inscrições para a jornada da juventude católica ainda
estão abertas.
*
Informações de Isabela Vieira e Alana Gandra/Agência Brasil.
23/07/2013
* * *
Pastor Marcos:
Alvo das investigações da DH da Baixada*
Delegacia investiga
três homicídios dos quais Marcos é suspeito.
Preso
na noite do dia 7 deste mês por estupro de duas mulheres,
ele ainda é suspeito de pelos menos mais
20 casos semelhantes.
O titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Márcio
Mendonça, remeteu ontem três investigações sobre homicídios que teriam
participação do pastor Marcos Pereira — líder da Assembleia de Deus dos
Últimos Dias — para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
As vítimas seriam duas testemunhas que presenciaram orgias promovidas
pelo pastor e poderiam denunciá-lo, além de um empresário, também
assassinado.
Outros casos envolvendo o pastor continuam sendo apurados e
distribuídos para delegacias especializadas. Também ontem, uma mulher
depôs na Dcod e contou que foi estuprada pelo religioso quando era menor
de idade. “Vamos enviar esse inquérito para a Deam (Delegacia Especial
de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, onde houve o estupro”,
esclareceu Mendonça.
Marcos reza em culto numa carceragem em 2004
O pastor — preso na noite do dia 7 deste mês por estupro de
duas mulheres e suspeito de pelos menos mais 20 casos semelhantes — já
está indiciado pelos abusos e ameaças a testemunhas. Segundo o delegado
Márcio Mendonça, outras investigações procuram esclarecer denúncias de
que ele teria escondido armamento do tráfico em sedes da igreja.
Conforme O DIA publicou na quarta-feira, Marcos Pereira foi
flagrado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mantendo
diálogos de teor sexual com fiéis da igreja.
Numa das conversas, ele pede a uma mulher que leve uma
jovem de 16 anos de idade — que seria filha de um chefão do tráfico de
drogas e ligado ao Comando Vermelho — a seu apartamento em Copacabana,
onde supostamente, ocorreria uma orgia. Ele se refere à adolescente como
“uma safada”.
* Informações de O Dia (Rio).
24/05/2013
- Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia.
* * *
Copacabana:
Manifesto contra Feliciano reuniu famosos
Mais de mil pessoas pediram a saída de
Feliciano de comissão da Câmara.*
Manifestantes protestaram contra a permanência do deputado
federal Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara, na manhã deste domingo, na Praia de Copacabana.
Organizada pelos deputados Marcelo Freixo, Chico Alencar, Jean Wyllys (PSOL-RJ),
pela ONG Justiça Global e pela Comissão de Direitos Humanos da ABI e da
OAB, a passeata reuniu cerca de 1,2 mil pessoas e circulou entre o Posto
6 e a Rua Santa Clara. Também participaram da caminhada a atriz Luana
Piovani e o marido Pedro Scooby, o ator Osmar Prado, o padre Ricardo
Resende e a ONG Direitos Humanos, além de lideranças religiosas, que
discursaram em defesa do estado laico.
- O mais interessante é que não estão protestando apenas
militantes dos movimentos sociais, mas representantes de toda a
sociedade, gente convocada pelas redes sociais. O discurso do Feliciano
é o de se vitimizar. Quando colocamos religiosos dizendo isso: ele não
me representa, acaba com o discurso dele. Esse ato mostra o crescimento
da resistência e a o surgimento de uma exigência mais firme contra o
Congresso. Há uma disposição maior da cidade para mudar - disse Freixo,
que é também presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
Para Freixo, Feliciano não tem condição de presidir uma
comissão tão importante quanto a de direitos humanos.
- Bandeiras históricas que sempre tiveram no estado laico a
garantia da sua existência hoje estão ameaçadas. O Congresso tem que se
posicionar em relação a isso. Mas é importante que a sociedade civil
faça o seu papel e cobre outra postura dos deputados - frisou.
Em entrevista ao O Globo deste domingo, Feliciano diz que a
"petulância" do PT e o aval da presidência da Câmara a "baderneiros"
estão por trás da condução e permanência do deputado Marco Feliciano
(PSC-SP) na presidência da comissão de Direitos Humanos.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, diversos movimentos
sociais também protestaram contra a permanência do pastor na comissão.
*
Informações de O Globo (RJ).
07/04/2013
* * *
Rio de Janeiro:
Governo do RJ entra nesta sexta
no STF contra lei dos royalties*
O Rio de Janeiro, maior produtor
brasileiro de petróleo, estima perdas de mais
de 3 bilhões de reais apenas neste ano
com a entrada em vigor das novas regras.
O governo do Rio de Janeiro vai ingressar nesta sexta-feira
com uma ação direta de inconstitucionalide (Adin) no Supremo Tribunal
Federal (STF) questionando a nova lei de divisão dos royalties do
petróleo, promulgada pela presidente Dilma Rousseff após a derrubada dos
vetos presidenciais pelo Congresso.
A decisão de ir ao STF, anunciada pelo governo estadual na
noite de quinta-feira, já tinha sido antecipada pelo Estado e pela
bancada fluminense no Congresso depois da derrubada pelos parlamentares
dos vetos presidenciais ao projeto, no início do mês.
A promulgação da lei foi publicada no Diário Oficial da
União desta sexta-feira, um dia após Dilma ter recebido do Congresso uma
mensagem informando sobre a derrubada dos vetos. Os Estados produtores
--Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo-- já haviam dito que
aguardavam apenas a promulgação da lei para apresentar uma Adin.
O Rio de Janeiro, maior produtor brasileiro de petróleo,
estima perdas de mais de 3 bilhões de reais apenas neste ano com a
entrada em vigor das novas regras.
Na semana passada, o governo do RJ suspendeu o pagamento de
prestadores de serviço até que o caso seja julgado pelo STF, mas nesta
semana recuou da medida e decidiu retomar os pagamentos para as áreas de
saúde e educação.
Temendo uma derrota no STF, Estados não produtores,
liderados pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),
apresentaram esta semana uma proposta de acordo para minimizar as perdas
dos Estados produtores com a nova distribuição.
A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo
começou quando o governo decidiu criar um novo marco regulatório para a
exploração do óleo no país, determinando que os campos do pré-sal seriam
licitados pelo regime de partilha e não mais por concessão.
Os parlamentares dos Estados não produtores, ampla maioria
no Congresso, viram na mudança uma oportunidade de fazer uma nova
divisão dos royalties entre Estados e municípios, sem qualquer
privilégio para os produtores, mexendo inclusive nos contratos já em
vigor.
Aprovada pelo Congresso, essa nova divisão foi vetada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.
No governo Dilma, os parlamentares dos Estados não
produtores voltaram à carga e aprovaram mais uma vez uma nova divisão
dos royalties no ano passado, o que sofreu veto da presidente.
Os vetos derrubados pelo Congresso no dia 7 de março foram
editados por Dilma no fim de 2012. Eles referiam-se principalmente a
dispositivos que tratavam da divisão desses recursos em contratos que
estão em operação, o que foi encarado pelo governo como inconstitucional
e motivou até a edição de uma medida provisória.
*
Informações de Rodrigo Viga Gaier /Reuters.
15/03/2013
* * *
Museu do Índio:
Governo do RJ volta atrás em demolição*
O prédio é ocupado desde 2006 por 23
famílias indígenas
que desejam transformar o espaço em um
centro cultural.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou atrás
na decisão de demolir o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, na
zona norte da cidade. Cabral confirmou nesta segunda-feira que
trabalhará para o tombamento e restauro do prédio, construído em 1862.
No último sábado (26), a Defensoria Pública do estado conseguiu uma
liminar no Tribunal de Justiça do Rio impedindo a demolição do prédio e
estipulando uma multa de R$ 60 milhões caso o governo descumprisse a
decisão.
O plano inicial do governador era demolir o prédio para
construir uma área de estacionamento e um centro de compras anexo ao
complexo do Maracanã. O espaço seria cedido à iniciativa privada, que
administrará o estádio após a Copa do Mundo de 2014. Sérgio Cabral
chegou a alegar que a Fifa havia exigido a demolição do espaço para
garantir a mobilidade dos torcedores no acesso aos jogos, o que foi
negado pela entidade.
O prédio é ocupado desde 2006 por 23 famílias indígenas que
desejam transformar o espaço em um centro cultural. O edifício foi
destinado à causa indígena desde 1865, quando foi sede do Serviço de
Proteção ao Índio (SPI)', órgão que deu origem à Funai. No local também
funcionaram escritórios do Marechal Rondon e Darcy Ribeiro,
personalidades políticas ligadas à questão indígena. Ribeiro transformou
o espaço, em 1953, em museu, que posteriormente, em 1978, foi
transferido para um casarão em Botafogo, na zona sul. Desde então o
prédio foi abandonado.
Apesar do valor histórico e cultural para os povos
indígenas, o prédio não era tombado pelos órgãos municipal, estadual ou
federal de preservação do patrimônio. Nos últimos meses, após o anúncio
do projeto de demolição do prédio, os órgãos emitiram pareceres
contrários à decisão e favoráveis ao tombamento. Apesar dos pareceres, o
governo do Rio manteve o projeto de demolição, o que gerou polêmica
entre ativistas da questão indígena.
Na última semana, a ministra da Cultura, Marta Suplicy,
ligou para o governador e sugeriu que o prédio não fosse demolido em
função de um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan). O parecer considerava que o prédio tinha valor
histórico não apenas pelas características arquitetônicas mas também
pelo valor cultural para a identidade indígena.
*
Informações de Antonio Pita | Estadão Conteúdo.
28/01/2013
***
Petróleo:
Rio pode ir ao STF contra projeto dos
royalties*
Governador quer que a
presidente vete ao menos o trecho do projeto
que altera o pagamento
de royalties de contratos em vigor.
Sérgio Cabral
O governo do Estado
do Rio já tem pronta uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
contra a nova distribuição dos royalties e participações especiais da
exploração petrolífera prevista no projeto de lei recém-aprovado pelo
Congresso Nacional. A Adin será enviada ao Supremo Tribunal Federal
(STF) se a presidente Dilma Rousseff sancionar o texto de autoria do
senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Em público, o
governador Sérgio Cabral Filho (PMDB)tem dito que o recurso ao STF é uma
hipótese não considerada nem por ele nem por sua assessoria jurídica. Na
prática, a situação é outra. A Adin está pronta, preparada pela
Procuradoria-Geral do Estado, para, assim como fez o governo do Espírito
Santo, seguir ao STF em caso de sanção do projeto de lei pela presidente
Dilma Rousseff.
A Adin sustentará que
o trecho do projeto do senador Vital do Rêgo que trata da redistribuição
de quantias relacionadas a contratos já firmados fere o artigo 20 da
Constituição Federal. O artigo assegura o ressarcimento a Estados e
municípios produtores de petróleo e gás natural.
Cabral Filho fugiu de
uma resposta direta sobre o recurso à Justiça após ser homenageado,
nesta quinta-feira, no hotel Copacabana Palace, zona sul do Rio. "Isso é
outra discussão (acionar o STF). O momento agora é de aguardar a
presidenta Dilma na sua decisão. A hipótese agora é minha confiança de
que a presidenta Dilma irá vetar aquela parte que diz respeito a
contratos assinados", disse. O governador reafirmou que, sem o dinheiro
do petróleo, não terá como participar das despesas da Copa do Mundo de
2014 e da Olimpíada de 2016.
"Não contem com o
governo do Estado sem esses recursos", disse a empresários presentes à
homenagem. "Não tenho como pagar a dívida com a União, não tenho como
pagar aos pensionistas", afirmou ele, acrescentando que 87 das 92
cidades fluminenses recebem as compensações pela exploração das áreas de
petróleo. "Não é figura de retórica, não estou exagerando. Tem
prefeituras que fecharão as portas sem os royalties", declarou Cabral
Filho, para quem a presidente é "uma amiga do Rio de Janeiro" com quem
fala "dia sim, dia não".
Ele quer que a
presidente vete ao menos o trecho do projeto que altera o pagamento de
royalties de contratos em vigor. "Vamos dividir o montante com os demais
Estados e municípios brasileiros. Tudo bem. Agora, com o licitado, com o
já contratado? É ilegal", acrescentou.
Presente à homenagem,
o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, Manoel Rebêlo dos
Santos, protestou contra a aprovação do projeto de lei e chegou a falar
que o futuro político da presidente Dilma está vinculado à sanção ou ao
veto ao novo modelo aprovado no Congresso.
"Fica o apelo, não o
recado: presidente, demonstre a coragem que a senhora procura
transmitir. Vete! Ou a senhora será vetada", discursou Santos para uma
plateia formada por cerca de 500 empresários.
Também no evento, o
presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do comitê organizador dos
Jogos de 2016, Carlos Arthur Nuzman, buscou ser diplomático em sua fala.
"Queria trazer o apoio e dizer que tenho toda confiança nas autoridades
brasileiras para todas as questões que surgiram e devem ser discutidas",
afirmou.
Para o advogado
constitucionalista Carlos Roberto de Siqueira Castro, da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a mudança do que chamou de "regras do
jogo" desrespeitam a Constituição. "Estão mudando as regras do jogo com
o jogo sendo jogado", disse.
* Informações de Sergio Torres | Estadão Conteúdo.
08/11/2012
* * *
Zona Norte:
Morte de soldado
intensifica ocupação
Após ataque à UPP,
Bope ficará no Alemão por tempo indeterminado.*
Na noite de
terça-feira (23), uma PM foi morta com tiros de fuzil.
Três suspeitos
foram detidos, um deles menor de idade.
Após o ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de
Nova Brasília, no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio,
na noite de segunda-feira (23), o Batalhão de Operações Especiais (Bope),
que faz buscas aos criminosos nesta terça-feira (24), vai patrulhar a
região por tempo indeterminado.
A soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta
com um tiro no peito durante o tiroteio.
Por volta 11h30, três suspeitos foram detidos, um deles
menor de idade, por homens Bope. Eles foram levados para a 21ª DP
(Bonsucesso). Os dois maiores possuem antecedentes criminais, segundo a
polícia.
O policiamento foi reforçado em todo o entorno do Alemão,
na manhã desta terça. Circulam pelas principais vias da região patrulhas
do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). No interior da favela, homens
do Bope vasculham ruas e becos atrás dos criminosos. Foram apreendidos
um colete à prova de balas, cocaína, maconha e um artefato explosivo.
O coordenador das UPPs, coronel Rogério Seabra, disse, na
manhã desta terça, que os coletes à prova de balas usados nas unidades
não seguram tiro de fuzil. Segundo ele, os policiais das UPPs usam
equipamentos adequados para ações cotidianas. Mas o oficial nega que
ocorram mudanças no trabalho das UPPs daqui em diante.
Homenagem
Seabra disse que não pretende aumentar o efetivo na UPP,
que hoje tem 240 policiais. Segundo ele, os mais de 1.200 homens de
todas as UPPs são mais que suficientes para o trabalho que têm de
executar.
Ele aproveitou para prestar uma homenagem à soldado morta,
falando da importância da presença feminina nas UPPs.
"Presto minha homenagem e agradeço o empenho e a
importância do trabalho das policiais femininas, que representam 9% dos
policiais da PM e 11% do efetivo das UPPs. O trabalho da soldado Fabiana
não foi em vão. Vamos continuar trabalhando para levar cidadania e
segurança às pessoas da comunidade", disse Seabra.
Tiroteio intenso
O tiroteio que terminou com a morte da soldado Fabiana
durou entre 30 a 40 minutos, de acordo com os policiais da região.
Moradores assustados, contam, sem se identificar, que a
noite de segunda-feira foi bastante tensa. O confronto, segundo
policiais da UPP, começou por volta das 20h30, quando equipes em
patrulhamento abordaram um grupo de cinco a seis homens na localidade
conhecida como Pedra do Sapo. Os suspeitos trocaram tiros com os
policiais. Um PM ficou ferido.
Meia hora depois, em outro tiroteio, os criminosos atacaram
a UPP de Nova Brasília, matando a soldado Fabiana. Ela foi socorrida
pelos próprios colegas e chegou a ser levada para um posto médico dentro
da própria comunidade. A soldado, que estava na polícia havia pouco mais
de um ano, era solteira e não tinha filhos. A família dela mora em
Valença, no interior do estado.
Ocupação do Alemão
O conjunto de favelas do Alemão foi ocupado pelas Forças de
Pacificação em novembro de 2010 e provocou uma fuga em massa de
traficantes. O Exército saiu da região no início deste mês e deixou a
segurança sob responsabilidade da Polícia Militar. Até o momento, seis
UPPs foram inauguradas nos complexos da Penha e do Alemão.
Em todo o Rio, já são 25 UPPs, beneficiando mais de 140
comunidades. Mais de 5,5 mil policiais estão nas áreas pacificadas.
*
Informações de Alba Valéria Mendonça / G1 (RJ).
24/07/2012
-
Foto: Alba Valéria Mendonça / G1.
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