Mensagem recebida:
MMA
emite nota à imprensa*
Em relação à matéria de primeira página do jornal Estado de
São Paulo, de hoje, sob o título “Paulo Vieira acusa MP e PF de
“blindar Ministra”, o Ministério do Meio Ambiente esclarece:
A tentativa do Sr. Paulo Vieira, ex-Diretor da ANA
(indiciado por corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de
documento particular e crime de formação de quadrilha) de desqualificar
a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério do Meio
Ambiente não tem respaldo em fatos.
Cumpre esclarecer que processos de licenciamento ambiental
federal não tramitam no Ministério do Meio Ambiente. O Sr. Paulo Vieira,
entretanto, parece ter interesse de caracterizar um procedimento formal
e usual de consulta como “pressão” para aprovação de projetos
específicos. Neste esforço de manipulação, confunde deliberadamente o
chamado Complexo Bagres com o chamado projeto do terminal Brites.
A Ministra Izabella nunca tratou do projeto de Bagres com o
Ministro da AGU ou com o Procurador Geral Federal, Dr. Marcelo Siqueira
e este projeto nunca tramitou no MMA.
Para o Projeto Brites, houve consulta do MMA à Advocacia
Geral da União, AGU, por meio de aviso ministerial n.20, em 15/2/2012,
motivada por ofício do Presidente do IBAMA com o objetivo de esclarecer
divergência jurídica entre a PGF/AGU e a presidência do Instituto. O
parecer do Dr. Arnaldo Godoy, Consultor Geral da União, que trata de
competência para declarar utilidade pública para fins de Autorização
para Supressão de Vegetação em Mata Atlântica foi emitido em 17/11/2012
e aprovado pelo Ministro da AGU em 19/11/2012.
Ao contrário do que afirmou o Sr. Paulo Vieira, a Dra.
Gisela Forattini, diretora de Licenciamento de Ibama, em 28 de junho de
2012 participou de um seminário técnico envolvendo cerca de 30
especialistas para a discussão da proposta do projeto do Terminal de
Bagres. A reunião foi realizada no Auditório I do IBAMA, em Brasília. No
contexto de suas atribuições, a equipe técnica do IBAMA recebeu o
empreendedor e seus consultores em oito reuniões distintas, registradas
em ata e formalmente agendadas, sem a participação da Diretora de
Licenciamento do IBAMA. O IBAMA emitiu a Licença Prévia do Terminal de
Bagres em 23/10/2012.
A Dra. Gisela Forattini, Diretora do IBAMA, declara que
jamais foi a Santos para “visitar e defender o empreendimento”. O IBAMA
tem autonomia nos seus procedimentos e tomadas de decisão sobre o
licenciamento ambiental, sem qualquer interferência da Ministra de
Estado. O MMA não pediu “mudanças de parecer da AGU sobre o tema em
janeiro de 2012”. O Sr. Luis Awazu, citado na entrevista, é o
representante legal do empreendedor perante o IBAMA no processo de
licenciamento ambiental do Terminal de Bagres.
Cumpre ainda esclarecer que a Ministra de Estado do Meio
Ambiente nunca se encontrou com o “pessoal do Gilberto Miranda” e não há
qualquer pedido de audiência ao MMA feito por representante da São Paulo
Empreendimentos.
Quanto às afirmações relativas ao Conselho Nacional de Meio
Ambiente, Conama, cabe esclarecer que o Senhor Paulo Vieira foi nomeado
como conselheiro suplente do CONAMA a partir de indicação da diretoria
colegiada Agência Nacional de Águas, ANA, em julho de 2012, conforme
previsto no Regimento Interno do CONAMA. O Senhor Paulo Vieira,
entretanto, não participou de nenhuma reunião do Conselho, de Câmaras
Técnicas ou de Grupos de Trabalho. Após a sua prisão, em novembro de
2012, a ANA solicitou o seu desligamento. O CONAMA não tem atribuições
legais que permitam aos seus conselheiros ter ingerências em pareceres
da AGU. A condição de membro do CONAMA não dá, ao contrário do que
afirma o Sr. Paulo Vieira, o direito de “revisar oficialmente minuta de
parecer da Consultoria Geral da União”. Todas as informações, pareceres,
atos de licenciamento ambiental e demais atos oficiais do MMA estão
abertos à consulta pública.
Quanto às afirmações referentes à ANA, dos 71 cargos de
livre provimento, atualmente 37 não são servidores. Vale ressaltar que
desde 2010, somente três novos funcionários, sem vínculo com serviço
público, foram nomeados na ANA. Os diretores da ANA são indicados pelo
Poder Executivo e aprovados pelo Senado Federal.
*
Ministério do Meio Ambiente – Brasil
17/12/2012
* * *
Rio de Janeiro:
Brasil não admitirá retrocessos na Rio+20*
A Comissão Nacional para a Rio+20 foi
criada em junho do ano passado
com objetivo de enfatizar o diálogo entre
os diferentes níveis de governo e da sociedade civil.
Ministra do Meio Ambiente afirma que documentos aprovados
há duas décadas na Rio-92 terão que ser respeitados. Posição brasileira
foi consolidada para o encontro internacional.
O Brasil não admitirá retrocessos no documento final da
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20)
em relação ao que foi aprovado duas décadas atrás, na Rio-92, disse hoje
(12/06) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela participou,
juntamente com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, de
entrevista à imprensa, no Riocentro, durante o intervalo da última
reunião da Comissão Nacional para a Rio+20, para consolidar a posição
brasileira antes dos encontros internacionais. A reunião também contou
com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
"O princípio do não retrocesso foi uma sugestão da própria
comissão, que solicitou que o Brasil enfatizasse isso como algo que
viesse capeando [envolvendo] aquilo que é a nova Declaração do Rio de
Janeiro. Isso foi discutido pelo Brasil no âmbito do G77 [bloco formado
pelos países em desenvolvimento], na China, e ofereceu-se, com isso, uma
contribuição para o processo formal de negociação da ONU [Organização
das Nações Unidas]", disse a ministra do Meio Ambiente. Ela frisou que o
princípio de não retrocesso significa não permitir que se reveja o que
foi acordado em 1992. "Nós partimos do legado de 92 para a frente",
completou.
DIÁLOGO
A Comissão Nacional para a Rio+20 foi criada em junho do
ano passado com objetivo de enfatizar o diálogo entre os diferentes
níveis de governo e da sociedade civil, para articular os eixos da
participação do país na conferência. Participam integrantes dos governos
federal, estadual e municipal, dos Poderes Legislativo e Judiciário, dos
meio acadêmico, empresarial e de trabalhadores, dos índios e de grupos
tradicionais e de movimentos sociais.
Patriota demonstrou otimismo com os resultados da Rio+20 e
destacou o grande número de participantes e de eventos, oficiais e
paralelos, que já estão ocorrendo na cidade. "Esses eventos representam
um marco em si mesmos, na medida em que estaremos reunindo um número
significativo de representantes governamentais e da sociedade civil. Já
começaram no Rio de Janeiro 54 eventos paralelos, temos 20 mil pessoas
credenciadas para o Riocentro, quase 8 mil delegados já chegaram",
disse. Segundo a ministra do Meio Ambiente, cerca de 3 mil eventos não
oficiais e mais 500 oficiais estão previstos para ocorrer nas próximas
duas semanas.
*
Informações de Vladimir Platonow / Agência Brasil.
12/06/2012
* * *
Florestas:
Greenpeace
e o Código Florestal
As modificações ao Código Florestal serão
divulgadas em documento oficial só na próxima segunda-feira.
Sem o veto total de Dilma ao novo Código
Florestal, resta às florestas a lei do Desmatamento Zero.
Por
Tatiana de Carvalho
Coordenadora da Campanha da Amazônia
Greenpeace
25/05/2012
Tatiana de Carvalho 'A
lei pela proteção das
florestas brasileiras só depende de você agora'
Hoje vamos dormir sem saber qual é a lei que rege a
proteção das florestas. O prazo para que a presidente vetasse ou
sancionasse o Código Florestal terminava hoje, mas mesmo assim não há
clareza das medidas que serão tomadas. A única coisa que se sabe é que a
presidente não vetou tudo, como mais de 2 milhões de pessoas já haviam
pedido.
As modificações ao Código Florestal serão divulgadas em
documento oficial só na próxima segunda-feira. Sem o veto total de Dilma
ao novo Código Florestal, resta às florestas a lei do Desmatamento Zero.
Com ela, iremos encaminhar ao Congresso uma lei de
iniciativa popular contra a devastação das florestas, nos mesmo moldes
do Ficha Limpa, e para isso precisamos de 1,4 milhão de assinaturas. A
lei pela proteção das florestas brasileiras só depende de você agora.
Mais de 280 mil pessoas já participaram, assine você
também!
-
Extra:
Clique aqui para assinar a Petição.
-
Imagem: Greenpeace
Brasil.
* * *
Código Florestal:
Veta, Dilma!*
Em junho, o Brasil
sediará a Rio+20. Que condições o país tem de receber chefes de Estado
de todo o mundo para
discutir a sustentabilidade planetária, se aprovar, semanas antes,
uma lei que
praticamente destrói a conservação da floresta nativa e incentiva a
agricultura de fronteira?
Ávidos por ampliar as terras cultiváveis, a bancada ruralista e o lobby
agropecuário pesado, maioria no Congresso, deram uma banana para o que
pensa a sociedade brasileira e os ambientalistas e aprovaram o Código
Florestal na quarta-feira passada, 25. Mais grave, a Câmara dos
Deputados conseguiu piorar o texto que saiu do Senado, que, basicamente,
anistia quem desmatou ilegalmente na última década, deixa grandes áreas
que não serão reflorestadas e reduz o que os produtores devem proteger.
Ou seja, aprovaram um texto que incentiva novos desmatamentos. Estudo da
Universidade de Brasília estima que a nova Legislação poderá aumentar em
47% o desmatamento no país até 2020. O Brasil investe numa agricultura
de fronteira, que avança derrubando tudo o que vem pela frente, deixa a
terra careca, cria uma paisagem monótona e desumana e que, depois de
explorada, está árida.
Embora a Amazônia seja nossa última fronteira, ela não é a única área
ameaçada. Todas as áreas naturais, florestas ou não, podem virar
paisagem do agronegócio. O Brasil será o maior produtor de alimento do
mundo em dez anos, desbancando os Estados Unidos. Essa conquista se dará
com a expansão do agronegócio, um modelo que concentra terras, produz
para exportação, expulsa o povo do campo, depende de agrotóxicos e
monocultivo, gera lucro para transnacionais, mas mantém a fome e a
pobreza no Brasil. O custo de ser o maior país agrícola do mundo é alto
— perda de biodiversidade, êxodo rural, erosão e compactação do solo,
poluição do ar e do solo, redução dos recursos hídricos (a agricultura é
responsável por 70% do consumo humano de água), perda de matéria
orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas e
desaceleração da taxa de crescimento da produção alimentar.
É
provável que seu filho e a nova geração inteira só conheçam uma área
natural nativa na wikipedia e que se alimentem de produtos
industrializados derivados de meia dúzia de grãos transgênicos. Ser o
gigante agrícola também não significa acabar com a fome, nem melhorar a
qualidade e a diversidade dos alimentos. De acordo com Joel Cohen, chefe
do Laboratório de Populações da Universidade Rockefeller (EUA), entre
2009 e 2010, o mundo produziu 2,3 toneladas de cereais. Do total, 46%
foi para a boca das pessoas, 34% para animais e 18% para máquinas (biocombustíveis
e plásticos). Cerca de 90% da soja cultivada no mundo serve para
alimentar animais. Ele diz que nosso sistema econômico não precifica
gente que passa fome, ou seja, a fome é economicamente invisível. "Com o
que se planta agora, poderíamos alimentar de 9 a 11 bilhões de pessoas,
mas 1 bilhão passa fome", afirma Cohen. O sistema econômico também não
precifica quanto vale deixar uma floresta em pé, manter o solo vivo,
deixar o agricultor e o extrativista no campo e dar-lhe vida digna,
preservar espécies vegetais nativas e os animais são e salvos.
Na
mesma noite da aprovação do Código Florestal, eu e minha colega
jornalista e pesquisadora Claudia Visoni palestramos sobre a revolução
dos alimentos durante um festival de aprendizagem. A plateia era pequena
e calorosa e representa a força da resistência e a vontade de conquistar
novos espaços para discutir, fomentar e cobrar o modelo de
desenvolvimento que nós, brasileiros, a massa, os 99%, queremos.
Baseados nos dados do Censo Agropecuário de 2006, comparamos o
agronegócio com a agricultura camponesa. Repare: enquanto um gera 1,7
empregos por 100 hectares, o outro gera 15. Um produz 30% dos alimentos,
o outro 70%. O primeiro utiliza 76% (!!!) das terras, o segundo, 24%. E,
por fim, o agronegócio recebe 84% dos créditos $$$ do governo enquanto a
agricultura camponesa apenas 14%. Insistimos no modelo agroecológico
para crescermos em grandeza ética, cultural, política, econômica, social
e ecológica.
Em
junho, o Brasil sediará a Rio+20. Que condições o país tem de receber
chefes de Estado de todo o mundo para discutir a sustentabilidade
planetária, se aprovar, semanas antes, uma lei que praticamente destrói
a conservação da floresta nativa e incentiva a agricultura de fronteira?
Nas redes sociais fervilha a campanha pelo veto ao novo Código
Florestal: #Veta Dilma. Temos que cobrar a promessa de campanha da
presidente Dilma de vetar qualquer reforma que estimule o desmatamento
ou anistie assassinos da floresta. Acho que a presidente está precisando
ser lembrada do que prometeu para se eleger.
Veja
aqui a campanha
do Greenpeace contra
o novo código florestal.
Assista ao video
da WWF sobre
as trágicas consequências do desmatamento para a vida das pessoas no
campo e nas cidades.
* Informações de
Tatiana
Achcar | Habitat – Yahoo!
Brasil.
03/05/2012
* *
*
Pernambuco:
Pólo de geração de
energia limpa?*
A tentativa ilusionista
de esconder a realidade não pára por ai.
Lembrando que há poucos
meses atrás ocorreu a tentativa de trazer para Pernambuco a usina
nuclear.
Por
Heitor Scalambrini Costa*
De
Recife-PE
Para
Via Fanzine
08/01/2012
Ante o desastroso anúncio da instalação da maior (1.452 MW) e mais suja
termelétrica do mundo no território pernambucano, verifica-se agora que
os gestores do crescimento predatório mudaram o discurso perante a
opinião publica.
A mobilização da população contra este absurdo em pleno século XXI foi
fundamental, e isto refletiu no posicionamento do governo estadual, que
já fala em reconversão desta usina, que antes estava prevista para
funcionar com óleo combustível e lançar para a atmosfera 24.000
toneladas de CO2 por dia, para gás natural. Para esta empreitada seriam
necessários mais de 5 milhões de m3 por dia deste combustível, que por
sinal não está disponível para novos contratos conforme afirmou
recentemente o presidente da Petrobrás. Uma tentativa tresloucada que
compromete a credibilidade pública do governo estadual.
Mas a tentativa ilusionista de esconder a realidade não pára por ai.
Lembrando que há poucos meses atrás ocorreu a tentativa de trazer para
Pernambuco a usina nuclear. E que também o governo da poluição aprovou a
construção de Suape II no Cabo de Santo Agostinho, uma usina
termelétrica a óleo combustível de 380 MW, cuja inauguração está
prevista para ocorrer neste mês de janeiro de 2012, e que lançará para o
meio ambiente diariamente em torno de 6.000 toneladas de CO2, além de
outros produtos químicos perigosos à saúde pública.
Esta tentativa de desviar a atenção da população e criar uma agenda
positiva, culminou nos últimos dias de 2011, com o pronunciamento de
secretários e ex-secretário de que agora Pernambuco vai se tornar o
maior pólo de energia limpa do Brasil. Inicialmente foi dito no discurso
de posse do novo presidente da Chesf que é a hora e a vez da energia
solar. E também de maneira orquestrada vimos o pronunciamento do
secretário estadual de Desenvolvimento Econômico afirmando que
Pernambuco é o único estado brasileiro que consolidou a cadeia produtiva
da energia eólica, com a instalação de fabricantes de pás para os
aerogeradores, torres de sustentação e de equipamentos de conversão
eólico-elétrico. Todavia, deixou de mencionar que Pernambuco tem a
irrisória potência instalada de 25 MW, comparada com os ínfimos 2.000 MW
de potência eólica instalada no Brasil.
Sem dúvida alguma é alvissareiro que o setor privado envolvido no
aproveitamento dos ventos para geração elétrica vislumbre oportunidades
de negócios em Pernambuco, mas daí às afirmações ufanistas e
grandiloquentes existe uma distância muito grande. Se compararmos os
recursos financeiros envolvidos com as fontes de energia solar e eólica,
e as potências elétricas envolvidas, chega-se a conclusão que é muito,
mas muito pouco, o interesse e a participação do Estado com as fontes de
energias renováveis, menos agressoras ao meio ambiente.
Nestes cinco anos de governo o que se verificou foi exatamente o oposto.
Um total desprezo pelas fontes renováveis de energia, apesar do custo,
antes apontado como pretexto para não utilizar estas fontes de energia,
mostrar uma tendência de diminuição, chegando ao ponto de hoje a energia
eólica ter o custo mais baixo que todas as outras fontes energéticas
disponíveis, menos a energia hidráulica.
O tema das opções energéticas tem que ser tratado com mais respeito e
seriedade, principalmente com os profissionais que se dedicam ao estudo
deste tema, e envolver os pesquisadores das universidades, dos centros
tecnológicos e de pesquisa nesta discussão, e mesmo nas decisões, já que
isto não acontece. Basta de marketing e propaganda instantânea.
* Heitor Scalambrini Costa é professor Universidade
Federal de Pernambuco.
- Tópicos relacionados:
Semiárido: Nove anos
perdidos
O governo da poluição
Vazamento de óleo e as praias do litoral?
|