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 Espanha

 

 

Madri:

O dia em que a Espanha parou

A manifestação popular, sem precedentes, trazia à frente, palavras de ordem e reclamava

um uníssono em prol da classe trabalhadora e contras as medidas econômicas impostas pelo Governo.

 

 Por Pepe Chaves*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

26/09/2012

 

Manifestantes entraram em confronto com policiais que usaram cassetetes, balas de borracha, até cães e cavalos

para conter milhares de pessoas que cercaram o Congresso dos Deputados, dezenas ficaram feridas.

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Congresso espanhol é cercado por manifestantes

- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Uma data para a história

 

Depois de 2012, o dia 25 de setembro entrará para a história espanhola como uma data de protesto. Toda a Espanha parou durante a terça-feira, 25/09, movida pelo descontentamento dos cidadãos com as cortes judiciais e a distância estabelecida pela classe política do país.

 

A revolta popular se transformou em um episódio inédito, noticiado instantaneamente por diversos meios de todo mundo, mostrando cenas de choque entre civis e policiais.

 

Segundo dados do governo, cerca de seis mil pessoas, inclusive, de outras regiões do país, se juntaram a um grupo de ativistas para demonstrar sua insatisfação e cercar o Congresso dos Deputados. Entretanto, os organizadores do evento defendem que o número de pessoas reunidas foi superior.

 

Tropas de segurança foram enviadas ao local e o clima ficou tenso, gerando alguns atritos. Apesar disso, os organizadores insistiram em afirmar a natureza pacífica do protesto, mas a tensão entre trabalhadores e policiais vem aumentando e, recentemente, já causou vítimas.

 

Mulher é vítima de força desproporcional por parte de policiais da segurança.

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Revolta e impaciência

 

A manifestação popular, sem precedentes, trazia à frente, palavras de ordem e reclamava um uníssono em prol da classe trabalhadora e contra as medidas econômicas impostas pelo Governo. Em suma, o manifesto pede que se inicie "um processo constitucional", destituindo as principais autoridades nacionais, segundo os organizadores, visando reverter a situação econômica na Espanha, quando os cidadãos têm custeado, cada vez mais, pelos erros administrativos de seus gestores públicos

 

A ira de muitas pessoas que participaram do evento era notória e palpável. Pelas ruas, elas criticavam e carregavam cartazes, pedindo uma reversão na situação econômica do país. "Eu vim para ver, cara a cara, o que os políticos fazem pelo meu sofrimento", disse ao El País, Mamen Gubas, um desempregado de 41 anos, natural de Bilbao.

 

Engrossando a multidão que acercou o Congresso espanhol havia muitos indignados, mas também desempregados, estudantes, donas de casa e pessoas idosas de localidades como, Andaluzia, Aragão, Catalunha, Valência e Galícia, entre outras.

 

"Que se vá todos", pedia a multidão a destituição das principais autoridades espanholas.

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Isolamento e detenções

 

Rapidamente, diversos agentes da segurança oficial se juntaram para formar três anéis de isolamento em torno das benfeitorias do Congresso. Um grupamento de condutores de cães adestrados e algumas unidades de cavalaria completaram o sistema. Durante a ação houve vários tiros com balas de borracha e dezenas de pessoas que tentaram se aproximar ficaram feridas. O Comissário Geral de Segurança Pública, Florentino Villabona foi o responsável pelo comando da operação de proteção e isolamento do Congresso espanhol.

 

Duas horas após o início da manifestação várias prisões isoladas foram feitas, mas a situação foi piorando com prisões cada vez mais sucessivas, que culminaram em tiros com projéteis de borracha, o que feriu vários manifestantes e provocou a evacuação da praça por grande parte deles.

 

Policiais disseram que vários objetos foram atirados pelos manifestantes contra eles. Até o cair da noite, pelo menos 28 pessoas foram detidas, enquanto os participantes denunciaram acusações descabidas. Um dos detidos era um senhor idoso, que foi fotografado sendo arrastado por agentes não identificáveis e com os rostos cobertos. Caído no chão e sendo arrastado por dois policiais, o cidadão pedia “por favor”, para que não o machucassem.

 

Idoso foi arrastado por agentes não identificados,

 enquanto suplicava para não machucá-lo.

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Pessoas no local

 

Mesmo após a grossa dispersão popular com o passar das horas, por volta de meia noite, centenas de manifestantes ainda estavam na praça, algumas gritando palavras de ordem contra a polícia.

 

Integrantes de um grupo formado por 50 desempregados alegaram o direito de protestar contra qualquer coisa que desejasse, inclusive, “contra o governo e os políticos que colocaram a Espanha na atual situação”.

 

Com base em dados do governo, o jornal espanhol El País informou que até a noite da terça-feira, 25/09, foram detidas 28 pessoas e 64 se feriram durante o confronto; destas, 16 foram levadas para hospitais.

 

Até o momento que fechamos este artigo, não foram registradas vítimas fatais do confronto, mas, pelo menos uma pessoa foi internada em estado grave, embora a polícia alegue que a vítima sofreu acidente automobilístico. Entre os feridos estão 27 agentes do governo, segundo informou o serviço de chamadas para a Saúde (Samur).

 

Jovem é vítima de força desproporcional durante a manifestação.

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Penalidades e multas

 

O saldo final não foi positivo para os organizadores do evento. Com base na Constituição Nacional oito deles estão sendo acusados pelo Supremo Tribunal e devem responder por supostos crimes. Um deles, Chema Ruiz, explicou ao El País que a sua intenção, primeiramente, era dissolver a manifestação no final da noite. Contudo, o grupo afirma que pretende "continuar" sua ação, e por isso, busca atrair e manter outras mobilizações coletivas de grande impacto.

 

De acordo com o tribunal, o Código Penal espanhol aponta como crime contra as instituições do Estado, nesse caso, o fato de os promotores da manifestação terem alterado o funcionamento normal dos serviços públicos no Congresso.

 

Sob o olhar desconfiado do leão do Congresso, policiais atentos guardam a entrada.

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

Podem incorrer

 

Considerando a legislação, os promotores da manifestação popular podem incorrer às seguintes penas previstas pelo código penal espanhol:

 

- Prisão de seis meses a um ano ou multa durante 12 a 24 meses por promover, dirigir ou presidir manifestações; ou, caso ocorra outra manifestação na sede do Congresso dos Deputados, do Senado ou da Assembleia Legislativa ou outra região autônoma, interrompendo sua operação normal;

 

- Prisão de seis meses a um ano, no tocante aos membros da Câmara dos Deputados, do Senado ou da Assembleia Legislativa de autônomo, por perturbar seriamente a ordem das sessões. Quando a perturbação (...) não é grave, a pena será uma multa a ser paga de seis a doze meses.

 

- Sentenças de três a cinco anos de prisão para quem invadir à força as instalações do Congresso dos Deputados (art. 493) ou tentar penetrar com armas no local (art. 495).

 

* Com informações do jornal El País (Espanha) e tradução do autor.

   26/09/2012

 

- Imagens: El País.

 

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- Extra: Galeria de imagens do El País (Espanha).

 

*  * *

 

Lorca:

Terremoto mata e destrói construções históricas

Um terremoto de magnitude 5,1 na Espanha deixou pelo menos 10 pessoas mortas

na província de Lorca, em Múrcia, na Espanha, da quarta-feira, 11/05.

 

Da Redação*

Via Fanzine

BH-11/05/2011

 

Localizações dos seguidos tremores.

 

Enquanto o mundo aguardava um terremoto supostamente previsto para ocorrer em Roma nessa data, um tremor de 5,1 graus na escala Richter, foi precedido por um abalo sísmico de 4,7 graus durante a tarde dessa quarta-feira, 11/05, na região de Múrcia, na Espanha

 

Menos de duas horas depois do primeiro, outro tremor sacudiu Lorca, tendo refletido em diversas províncias e na capital, Múrcia. O tremor foi registrado a cerca de 5 a 10 quilômetros do centro urbano e também foi sentido em regiões como Cartagena, Aguilas e Mazarrón, além das províncias de Almería e Albacete.

 

Pelo menos dois edifícios desabaram em Lorca, onde muitas construções históricas também foram afetadas, entre elas, o castelo de Lorca e o Palácio de San Julián. Pelo mundo, a tevê exibiu imagens de construções antigas, incluindo uma torre, que desabaram em Lorca.

 

Múrcia está na principal zona sísmica da Espanha

 

A região de Múrcia pertence à zona mais sensível aos terremotos na Espanha. O diretor da rede sísmica nacional do Instituto Geográfico Nacional, Emilio Carreño, explicou que na localidade há falhas geológicas nas direções leste-oeste e nordeste-sudoeste.

 

"Podemos saber que áreas são mais propensas a sofrer um terremoto. Mas não há como fazer predição certeira, nem sequer de maneira aproximada", disse o geólogo ao jornal espanhol El País.

 

Tremores gêmeos

 

Às 17h05 foi registrado um abalo de magnitude 4,5 ao nordeste de Lorca e às 18h47 ocorreu outro tremor de magnitude 5,1. Carreño explicou que houve poucos danos porque o tremor foi "muito superficial". Ele explicou que, para um terremoto nessa zona ser potente teria que superar a magnitude 6,5. Segundo Carreño, o tremor foi sentido em algumas zonas de Madri, como a Plaza de Castilla e o Pueblo de Vallecas, que se assentam sobre terrenos com propriedades de amplificar o tremor.

 

Na região de Múrcia há zonas com maior periculosidade pela presença de falhas ativas nos terrenos, de acordo com o especialista Ramón Aragón Roda, responsável pela delegação do Instituto Geológico e Mineiro da Espanha em Múrcia.

 

Neste caso, seriam englobados na zona de maior periculosidade, regiões distintas, como o Vale do Guadalentín, o Vale do Segura, a Vega Alta, parte sul da cidade de Múrcia, a serra de Carrascoy e a Crista do Galo, bem como a Bacia da Mula. "O sudeste espanhol, incluindo Granada, Almería, Múrcia e o sul da província de Alicante é a zona de maior periculosidade sísmica na Espanha", explicou Roda.

 

Sem condições de prever abalos

 

De acordo com ele, "Não há uma predição temporária de terremotos. Há predições espaciais: pode ser sabido quais áreas são mais propensas a sofrer um terremoto. Mas a predição temporária não pode ser feita em nenhuma parte do mundo. Nem sequer de maneira aproximada", frisou.

 

O presidente do Colégio de Geólogos da Espanha, Luis Suárez, falando sobre a região de Múrcia em março passado, afirmou que, "Atualmente não dispomos de instrumentos para saber com precisão quando poderá se originar um terremoto e, por isso, recorremos à estatística histórica".

 

"Guiando-se por esta estatística, procuramos buscar a possibilidade de que um terremoto destrutivo pudesse ocorrer 'proximamente ou num futuro muito longínquo', inclusive, sabe-se que a Espanha registra pelo menos um grande terremoto a aproximadamente cada 70 anos e que o último ocorreu em 1884". Naquele evento telúrico, o tremor teve magnitude entre dentre 6,5 e 6,7 e matou cerca de 900 pessoas.

 

Para sismos semelhantes aos ocorridos em Lorca, Ramón Aragón Roda destaca a importância da prevenção, sobretudo, no sentido de que os edifícios sejam construídos conforme as características de periculosidade de cada zona.

 

"No Japão, o terremoto de magnitude 9 liberou uma energia impressionante e totalmente destruidora. E, porque lá os edifícios foram construídos dentro de severas normas técnicas, o terremoto provocou poucos danos em comparação com o que podia ter sido noutra parte do globo", declarou o especialista.

  

* Com informações e imagem do jornal El Pais (Espanha) e tradução de Pepe Chaves.

 

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