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 Comunicação

 

Senado:

CCS apoia investigação pela PF de crimes contra jornalistas

O PL 1078/11 aguarda análise da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado*

 

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Jornalista é assassinado após denunciar execuções

 

O Conselho de Comunicação Social do Congresso vai enviar a deputados e senadores um ofício de apoio à proposta de federalização de crimes cometidos contra profissionais da comunicação. A medida está prevista no Projeto de Lei 1078/11, do deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), que permite a participação da Polícia Federal na investigação de crimes contra a atividade jornalística em que houver omissão ou ineficiência das autoridades locais.

 

Reunidos na segunda-feira (4) no Senado, os integrantes do colegiado pediram ainda prioridade para a tramitação do projeto e recomendaram que o texto abranja todos os trabalhadores envolvidos na produção jornalística. O argumento dos conselheiros é que não só jornalistas são mortos, mas também radialistas, blogueiros e motoristas de empresas de comunicação, entre outros. “No ano passado, tivemos três assassinatos de repórteres e sete de radialistas ou de pequenos empresários de mídia. Isso demonstra, na prática, que não apenas os jornalistas têm de estar protegidos”, defendeu a vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas e conselheira suplente, Maria José Braga.

 

Isenção

 

Na opinião do relator da matéria no conselho, o representante dos radialistas,  Nascimento Silva, a federalização das investigações se justifica pela dificuldade dos municípios em atuar nesses casos. “Nos municípios, faltam delegado, investigador e escrivão, porque o Estado não se compromete com esses entes”, observou Nascimento.

 

Conforme lembrou Maria José Braga, a federalização garantiria ainda a isenção das investigações. Muitos crimes, disse a dirigente, deixam de ser investigados por conta de interesses locais e há casos, por exemplo, em que policiais civis e militares estão envolvidos.

 

O PL 1078/11 aguarda análise da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

 

Outros assuntos

 

O conselho aprovou ainda o entendimento de que os juízes não podem determinar o recolhimento de biografias não autorizadas antes de sua disponibilização ao público. Foi aprovada a redação final do relatório sobre as restrições que têm sido impostas à comercialização de biografias não autorizadas de personalidades brasileiras. De acordo com o parecer, qualquer resposta judicial deve ocorre somente após a publicação.

 

A recomendação foi tomada a partir da análise do PL 393/11, do deputado Newton Lima (PT-SP), que tem o objetivo de garantir a divulgação de imagens e informações biográficas sobre pessoas de notoriedade pública.

 

Também foi aprovada a redação final de relatórios referentes a alterações no regimento interno do colegiado e sobre a lei de criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC – Lei 11.652/08).

 

Conselho

 

Criado pela Constituição de 1988, o Conselho de Comunicação Social funciona como órgão auxiliar do Congresso na elaboração de estudos, pareceres e recomendações, entre outras solicitações dos parlamentares, sobre assuntos relacionados à comunicação e à liberdade de expressão.

 

* Informações fornecidas por Nascimento Silva/CCS (Itaúna-MG).

   08/03/2013

 

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Opinião:

Por que a piranha é o prato do dia?

Comentário de jornalista associando autoridades femininas a animais causou crise diplomática,

gerou repercussão na imprensa e quase o atirou às piranhas literais.

 Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

Caio Blinder e Lucas Mendes, do "Conexão Manhattan": assombrados por cardume de piranhas globalizadas.

 

Piranha na língua portuguesa, segundo o dicionário Houaiss, significa:

 

Rubrica: ictiologia.

design. comum aos peixes teleósteos caraciformes da fam. dos caracídeos, fluviais, que possuem dentes numerosos e cortantes, sendo carnívoros e extremamente vorazes;

 

1.1      Rubrica: ictiologia.

peixe (Serrasalmus nattereri) encontrado nas bacias do Amazonas, Paraná e São Francisco, vermelho, com cabeça e dorso acinzentados e até 20 cm de comprimento; chupita, coicoa, piranha-caju, piranha-vermelha [Espécie considerada muito perigosa, freq. destroça os peixes capturados em anzóis ou redes.];

 

1.2      Rubrica: ictiologia.

peixe (Serrasalmus piraya) encontrado nos rios São Francisco, Jaguaribe e Amazonas, com até 40 cm de comprimento, dorso oliváceo e ventre amarelado, podendo apresentar manchas nos flancos; piranha-amarela, piranha-preta, piranha-rodoleira, rodoleira (...).

 

Outras faces da piranha

 

Portanto, a piranha se trata de um peixe bastante conhecido em todo o Brasil, notadamente, por sua disposição em devorar qualquer coisa que se mova na água. Entretanto, por essa particularidade, na linguagem popular do país, “piranha” ganha uma outra conotação vulgar: a da mulher que se relaciona com mais de um homem. Assim como o peixe age em sua natureza, a palavra “piranha” empregada na língua coloquial brasileira se refere a uma mulher que “devoria” homens no sentido figurativo.

 

E foi usando esta palavra no sentido chulo, que o jornalista Caio Blinder, em recente programa compartilhado com Lucas Mendes, o conhecido “Conexão Manhattan” (de Nova Iorque), exibido pela tevê paga Globo News, se referiu à rainha Rania da Jordânia, “Politicamente, ela [Rania] e as outras piranhas são intragáveis. Todas elas têm uma fachada de modernização desses regimes - ou seja, não querem parecer que são realeza parasita e nem mulher muçulmana submissa. Isso é para vender para o Ocidente, enquanto os maridos estão lá, batendo e roubando”, disse o jornalista.

 

Blinder fez duras críticas às mulheres que partilham o poder com seus maridos, com enfoque naquelas do mundo árabe. Mas ele também usou termo pejorativo “perua” (do português, feminino do peru), também usado coloquialmente para designar mulheres que se destacam por suas vestimentas e estilo de vida. Ramez Goussous, embaixador da Jordânia no Brasil, enviou ao Itamaraty nota verbal formalizando protesto contra o comportamento do jornalista. Apoiada por outros 17 embaixadores, a embaixada da Jordânia exige retratação de Blinder no programa e ameaça processar a Rede Globo.

 

Desrespeito generalizado

 

A maneira com que Blinder se refere a algumas figuras públicas femininas, entre elas, autoridades em seus países, é desprezível e lamentável. O jornalista não falta com respeito somente a quem se refere, mas também a todos os telespectadores que estão pode detrás das lentes, diga-se, pagando para assisti-lo.

 

A repercussão causada por seus comentários nos faz refletir sobre responsabilidades e limites do jornalista. No caso de Blinder, seus infelizes comentários quase o atirou às piranhas (literais), o que não impede que ele, tal como um boi de piranha (termo coloquial), ainda seja lentamente digerido pela mídia ou quiçá, "devorado".

 

Esse tipo de crítica, tomada de maneira clara por um lado particular de antipatia do crítico por determinadas personalidades e, jamais relacionada àquilo que sendo público deveria ser o foco da abordagem, pode gerar polêmicas - como gerou -, mas em nada acrescenta à carreira de um jornalista.

 

Com a rapidez e o dinamismo das informações no mundo virtual interligado, uma carreira profissional que demora anos para se consolidar, pode ser totalmente destruída em questão de poucos minutos, com o peso de apenas uma ou duas palavras - salvo, quando se sofre um ataque cardíaco fulminante.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine.

- Foto: Editoria de Arte VF/divulgação.

 

- Tópico associado:

   Jornalista da Globo chama rainha de ‘piranha'

 

 

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