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Rio de Janeiro:
Faleceu o 'imortal’ Oscar Dias Corrêa
Político e escritor itaunense foi sepultado no Rio de Janeiro.
Da Redação*
Via Fanzine
Oscar Dias Corrêa
Faleceu por complicações respiratórias o
advogado Oscar Dias Corrêa, ex-ministro da Justiça e do Supremo
Tribunal Federal. Figura conhecidíssima de todos os juristas
brasileiros, Corrêa sempre foi uma evidência na mídia, seja a
convencional ou especializada.
Corrêa nasceu em Itaúna em 1º de fevereiro de
1921 e se formou em Direito pela UMG (atual UFMG), tendo exercido
diversos cargos na vida pública, entre eles secretário de Finanças do
governo mineiro em 1946; deputado estadual por duas legislaturas
(1951-55); deputado federal por três legislaturas (1955-59-63),
onde atuou como vice-líder da UDN e participou de diversas comissões
internas; secretário de Educação de Minas Gerais, em governo de
Magalhães Pinto (1961). Atuou como membro de diversas instituições
classistas, além disso, veio desempenhar novo mandato frente ao STF,
substituindo magistrado aposentado e desempenhou outras funções dentro do
Supremo.
Em 1964, como militante da UDN foi apoiador do
golpe militar que levou o país a vivenciar a ditadura por duas
décadas. Oscar Dias Corrêa foi nomeado ministro da Justiça do governo
José Sarney e após 7 meses, se demitiu do cargo. Atuou também como
professor e como conselheiro da OAB por Minas Gerais de 1971 a 1979,
ocupou a vice-presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros.
Como escritor, foi ensaísta, cronista,
pesquisador e autor de diversas obras de teor jurídico, além de
romances, sendo o quarto ocupante da cadeira nº 28 da Academia
Brasileira de Letras. Seu novo livro Viagem de Dante, seria lançado
no dia 1º/12. Oscar Dias Corrêa era casado com Diva Gordilho e deixou
os filhos Ângela e o Oscar (ex-deputado federal).
Seu corpo foi velado no
Salão dos Poetas Românticos na ABL, no Rio de Janeiro e seu
sepultamento se deu na mesma cidade, no mausoléu da Academia
Brasileira de Letras, no cemitério São João Batista.
* Com informações do Jornal Brexó – Itaúna/MG - (www.jornalbrexo.com.br).
-
Foto:
Academia Brasileira de Letras.
Quem foi Oscar Dias Corrêa*
Oscar Dias Corrêa, advogado, professor,
político, magistrado, ensaísta e romancista, nasceu em Itaúna, MG, em
1º de fevereiro de 1921. Eleito em 6 de abril de 1989 para a Cadeira
nº 28, na sucessão de Menotti del Picchia, foi recebido em 20 de julho
de 1989, pelo acadêmico Afonso Arinos de Melo Franco.
Filho de Manoel Dias Corrêa e de Maria da
Fonseca Corrêa. Fez o curso primário em sua cidade natal e o ginasial
no Ginásio Mineiro (hoje Colégio Estadual) de Belo Horizonte. Bacharel
em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1943;
Iniciou-se na advocacia e na vida pública. Em 1946 foi nomeado oficial
de Gabinete do Secretário de Finanças do Estado de Minas Gerais; foi
deputado estadual em duas legislaturas, de 1947 a 1951 e 1951-1955. Em
1955, foi eleito deputado federal, sendo reeleito para as legislaturas
seguintes, de 1959 a 1963 e de 1963 a 1967, participando das
atividades parlamentares como membro de várias comissões (Constituição
e Justiça, Economia, Orçamento, Legislação Social). Em 1961, foi
nomeado Secretário da Educação do Governo de Minas Gerais (Governo
Magalhães Pinto).
No magistério superior, foi professor
catedrático, após concurso de provas e títulos, de Direito e de
Economia na UFMG (1951) e na Universidade Católica de Minas Gerais
(1947-1954); de Economia na Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade do Brasil (1957); de Economia na Universidade de Brasília
(1966); professor titular de Economia da Faculdade de Direito da UERJ,
desde 1968; professor de Direito do Comércio Exterior no curso de
pós-graduação da Faculdade de Direito da UFRJ; professor emérito da
UFRJ.
Foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal
(1982 a 1989); ministro do Tribunal Superior Eleitoral (1982 a 1989),
do qual foi vice-presidente (1985 a 1987) e presidente (1987 a 1989) e
ministro de Estado da Justiça (1989). Participou de inúmeras
comissões, entre as quais a de Elaboração e Reforma da Lei Eleitoral e
da Lei dos Partidos e a comissão elaboradora do anteprojeto de
Constituição do Estado do Rio de Janeiro e do anteprojeto de
Constituição do Brasil, no Instituto dos Advogados do Brasil.
Pertenceu a inúmeras instituições, entre as
quais a Ordem dos Advogados Brasileiros, o Instituto dos Advogados de
Minas Gerais, o Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, o
Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, a Academia
Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado, a Academia
Mineira de Letras e a Academia Brasileira de Letras Jurídicas.
Sua obra compreende ensaios, crítica, romance, além de obras jurídicas
Obras publicadas: Aspectos da
racionalização econômica (1949); Economia política - Introdução -
Conceitos fundamentais (1951); Introdução crítica à economia política
(1957); Economia política (tradução de Économie Politique, de Henri
Guitton), 4 vols. (1959); A Constituição de 1967 - Contribuição
crítica (1968); Brasílio, romance (1968); A Constituição da República
Federativa do Brasil - EC1/69, observações e notas (1969); A defesa do
Estado de Direito e a emergência constitucional (1978); Vultos e
retratos (1985); A crise da Constituição, a Constituinte e o Supremo
Tribunal Federal (1986); Manoel Dias Corrêa, um brasileiro nascido em
Portugal (1987); Vozes de Minas - Bilac Pinto, Haroldo Valladão,
Milton Campos (1988); O Supremo Tribunal Federal, corte constitucional
do Brasil (1988); Discurso de posse na ABL - Manoel Antônio de
Almeida, Inglês de Sousa, Xavier Marques, Menotti del Picchia (1990);
A Constituição de 1988 - Contribuição crítica (1991); O sistema
político-econômico do futuro: o societarismo (1994); Poemas, em
colaboração (1995).
* Texto gentilmente cedido pela Academia Brasileira de
Letras (www.academia.org.br).
* * *
Música:
Itaúna perde
a cantora Dunga
Itaúna perdeu uma das maiores intérpretes da história da música local e sua
inesquecível voz continuará ecoando na memória de quem um dia pôde ouvi-la.
Por
Pepe
CHAVES
Maria Concebida Viana, a Dunga
Faleceu no dia 14/10 a mais tradicional
intérprete da música popular itaunense. Conhecida artisticamente e entre os
amigos como Dunga a simpática cantora negra, que lembrava as típicas
cantoras da música gospel norte-americana, teve o nome de batismo
Maria Concebida Viana.
Dunga foi uma das principais artistas da
história da cultura local e por longos anos levou sua potente voz ao público
de Itaúna e diversas outras cidades de Minas Gerais. Integrou grupos de
baile e serestas se apresentando ao lado dos mais destacados músicos locais.
Participou por várias oportunidades das primeiras apresentações do projeto
“Minas ao Luar”, promovido pela Rede Globo Minas, na época coordenado pelo
jornalista e produtor Wilson Miranda, hoje presidente da Associação Mineira
de Imprensa (AMI). Através do “Minas ao Luar” a cantora percorreu durante
parte da década de 1980, diversas localidades mineiras.
Dunga é do tempo em que os estilos musicais eram
outros e na verdade, grande parte dos músicos daquela época já faleceu, tal
como o exímio acordeonista itaunense Glício Mendes e tantos outros que lhe
acompanharam em diversas apresentações. Durante parte dos anos 70 Dunga foi
puxadora de samba da Escola de Samba Clube dos Zulus, de Itaúna, tomando o
lugar do sexo masculino e impondo sua inesquecível voz na antiga “avenida da
Praça da Matriz”.
Figura típica da Rua da Ponte, tradicional
bairro de Itaúna onde criam várias rodas e grupos de samba, a cantora ainda
pôde participar, poucos dias antes de sua morte, de uma última apresentação
em público, justamente, no “Minas ao Luar” da Rede Globo, que esteve de
volta neste mês de outubro na Praça Dr. Augusto Gonçalves, no centro de
Itaúna. Em sua última apresentação a cantora fechou com chave de ouro uma
carreira de talento e prestígio.
Há alguns anos Dunga já vinha sofrendo sérios
problemas de saúde e veio falecer no dia 14/10/2005. Na música local, fica
agora uma lacuna, onde sempre vai morar na memória de quem a ouviu, a voz
dessa mulher que, como tantas outras cantoras, um dia deixou a Terra para se
transformar numa estrela no céu. “Na nossa estrela no céu!”.
*
Pepe Chaves
é editor de Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).
- Foto:
Jornal Brexó (www.jornalbrexo.com.br).
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Literatura e Artes
Plásticas:
Ibsen, um
nome a ser guardado
Jornalista e artista
plástico marcou uma época da cultura mineira.
Por
Pepe CHAVES*
RUA DA PONTE -
Quando eu
conheci o Ibsen Carneiro eu devia ter uns 16 anos e ele um a mais que
eu. Ele, nascido e criado na Rua da Ponte (Bairro das Graças), era de
fato, um itaunense “da nata”. Com um raciocínio perspicaz aquele
menino passa no vestibular e vai cursar comunicação em Belo Horizonte,
se formando jornalista.
Se
mostrava um apaixonado pela cidade de Itaúna e pela cultura mineira.
Amante do carnaval, se engajou por alguns anos na Escola de Samba
penta-campeã do carnaval itaunense, o Clube dos Zulus. Participou da
escolha de enredos e escrevendo sobre as os diversos temas
carnavalescos levados pela escola. |
Ibsen
Carneiro
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ARTES PLÁSTICAS -
Pouco mais tarde, Ibsen
descobriu também, seu fascínio pelas artes e como artista plástico
realizou diversos experimentos, mesclando técnicas e produzindo uma grande
série de trabalhos abstratos. Freqüentou galerias e exposições em Belo
Horizonte, manteve na capital, contatos expressivos com pintores,
jornalistas e artistas mineiros. Em meados dos anos 80, quando cursava a
faculdade de Jornalismo, Ibsen Carneiro participou de programas e shows
belorizontinos, como o “Povo na TV” do jornalista Dirceu Pereira.
Participou efetivamente da cena “oitentista” de uma Belo Horizonte que
parecia muito distante e isolada do eixo Rio-São Paulo.
Ainda na capital, Carneiro é
convidado pela Prefeitura de Belo Horizonte, para trabalhar no Museu de
Artes da Pampulha (MAP), no belo complexo arquitetônico criado por Oscar
Niemeyer. No MAP participou da coordenação de exposições a nível nacional
e por meses, pôde acompanhar e incorporar em sua própria arte, cenas vividas no mundo artístico belorizontino.
Como artista plástico,
posteriormente, Ibsen Carneiro participaria de exposições diversas em
Itaúna e outras cidades brasileiras, com seu estilo arrojado, grotesco e
equilibrado de fazer arte. Em Itaúna levou seus trabalhos a uma ativa
galeria de artes que havia nos anos 90, a “Nova Hera”, da pizzaria
homônima, entidade comercial que abriu espaço para diversos artistas
plásticos. Além disso, seu trabalho percorreu inúmeros salões de artes de
Belo Horizonte, participando também de algumas exposições itinerantes por
capitais brasileiras.
ITAÚNA -
No fim dos anos 80, por
problemas de saúde, é obrigado a aposentar-se e retorna a Itaúna.
Reencontra-se com diversos amigos da adolescência e da infância e começa a
produzir trabalhos artísticos. No início dos anos 90, começou a escrever
para o extinto jornal itaunense “Ita Vox”, abordando geralmente temáticas
culturais, comportamentais ou discretamente políticas.
No final de 1996 e em parte
de 1997, Ibsen Carneiro prestou serviços no jornal Via Fanzine, tendo
ativa participação na versão impressa do periódico por quase dois anos. Em
julho de 1997 participa de uma mostra de artes ao lado desse editor e do
artista plástico e músico Fernando Chaves. A exposição intitulada “3
instintos diferentes” [veja
abaixo] esteve
aberta ao público de Itaúna no período de 11 a 30/07/1997, na Galeria de
Artes Ahmés de Paula Machado, no Espaço Cultural.
Lamentavelmente, em 1999,
devido a problemas alcoólicos, Ibsen se afasta das atividades ligadas ao
jornalismo, às artes e se recolhe em sua residência. Passa a ficar
constantemente em casa e sofre de profundas crises de depressão. Estimado
por muitos amigos em Itaúna, diversos deles procuram ajudá-lo das mais
variadas formas, porém, Ibsen se mostra irredutível e continua a levar uma
vida desregrada e a sofrer dos problemas incontroláveis com a bebida.
Após o ano 2000 (e algumas
vezes antes), suas intensas crises, infelizmente, o levou a alguns
internamentos em clínicas especializadas. Sempre após estes períodos
críticos, Ibsen retornava como uma pessoa normal e por vezes, voltava a
produzir entusiasmadamente seus trabalhos literários e plásticos. No
entanto, seguidamente, voltava a se envolver com o álcool e a passar por
novas crises neurológicas. Após alguns anos afastado de praticamente todos
os seus amigos e companheiros, Ibsen José Dias Carneiro vem falecer no dia
24 de julho de 2005.
Acredito que a memória de
Ibsen Carneiro se perpetuará pelo brilho da arte que ele soube muito bem
expressar e aqui na Terra deixou. Não somente os seus amigos ou aqueles que lhe conheceram
pessoalmente lembrarão de sua existência e de seu trabalho em prol da arte
e do jornalismo mineiro. Seu trabalho continua pelo mundo, perpetuando seu
nome, sua inteligência e o seu espírito que nessa vida se mostrou como um grande
mineiro e um dos mais expressivos nomes da recente história cultural de
Itaúna.
3
instintos diferentes
Mostra de
Ibsen Carneiro, Pepe Chaves e Fernando Chaves
Mostra
produzida na galeria Ahmés de Paula Machado/Itaúna, julho de 1997.
O texto abaixo foi extraído
do folder da mostra “3 instintos diferentes” de Ibsen Carneiro, Pepe
Chaves e Fernando Chaves. Nas estrofes abaixo os participantes comentam
sobre Ibsen Carneiro.
Ibsen Carneiro por
Fernando Chaves –
Sua arte vem da alma, vem do
profundo, de dentro. O abstrato é diferente de tudo! É um estado de
espírito, é o ser em combustão, é a expressão propriamente dita. É o
artista contemporâneo vivendo sua época. É o prazer de arriscar ou
rabiscar pra ver no que vai dar.
Ibsen Carneiro por Pepe
Chaves:
Mensageiro de uma geração artística que muito fez por Itaúna e que
certamente deixará seu legado através dos tempos. São estas pessoas que,
como Ibsen, nasceram em algum ano da conturbada década de 60. E foi no
clima dos anos 60, 70, 80 e 90 que Ibsen se embriagou para fazer sua arte
maior: expressar! Seja na literatura – já que formado em Comunicação
Social – ou mesmo nas artes plásticas. A proposta de Ibsen sempre foi a
inovação; a quebra dos padrões tradicionais. Associo o artista Ibsen
Carneiro a certos valores tradicionais da cultura itaunense e ao mesmo
tempo, ao contemporâneo, ao novo e inovador! Gostaria que todos
conhecessem sua arte um dia, mesmo que seja em um museu, daqui a uns 100
ou 200 anos...
*
Pepe Chaves
é
editor de
Via Fanzine.
- Foto:
Arquivo
Via Fanzine.
- Desenho
de
Fernando/Pepe/Ibsen.
* * *
50 ANOS SEM DONA
COTA:
O
idealismo de uma grande mulher
Quis o destino que
ela não tivesse filhos, e assim,
ela adotou todas as
meninas carentes de Itaúna.
Por
Guaracy de Castro
NOGUEIRA*
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Nascia aos 23 de novembro de 1875, em Itaúna/MG, Maria Gonçalves
de Sousa Moreira, Dona Cota. Inteligente e sensível, Cotinha, como
era chamada, tocava violão, cantava e era habilidosa com trabalhos
de agulha e arte culinária. Iniciou um romance com Manoel
Gonçalves de Sousa Moreira, quando ele acabara de chegar da
Europa.
Casaram-se e passaram três anos passeando pela Europa. Dona Cota
fez no exterior um intenso tratamento para engravidar, sem nenhum
resultado, retornado a Itaúna, e tristes por não poder ter filhos,
assim, criaram e educaram os sobrinhos. |
DONA COTA
Abrir mão do que é seu
para que pessoas que nem conhecemos possam ter um pouco mais além do
nada que possuem, entregar-se a uma causa sem cobrança de retorno,
assim foi a vida de Maria Gonçalves de Sousa Moreira, a Dona Cota.
O desprendimento dos
bens materiais era uma de suas principais características. Quando
seu marido, Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, lhe propôs que abrisse
mão da herança para que todos os bens do casal fossem doados para a
construção da Casa de Caridade, ela não titubeou, e cumpriu a vontade
do marido, logo após a sua morte, ficando sem os bens e tendo que se
sustentar a partir de uma horta plantada no fundo do quintal. Foi daí,
dessa horta, que ela adquiriu duas ações da Companhia Tecidos
Santanense.
Dez anos depois era mais
rica do que quando seu marido faleceu. Novamente, abriu mão da
riqueza, doou todos os seus bens para a implantação de uma entidade
filantrópica: uma casa para amparar as meninas carentes da cidade.
Assim foi fundado o Orfanato.
'Dona Cota viveu
seus últimos anos no Orfanato,
por ela fundado,
paralítica, porém lúcida, dando exemplos
de vida com sua
firmeza, honestidade e heroísmo'
Dona Cota, com certeza,
ocupa a galeria das maiores mulheres do século passado em Minas
Gerais. Não conseguindo gerar filhos, foi além, pois tem sido a mãe de
seguidas gerações de meninas itaunenses, que encontram no amparo de
sua obra as condições mínimas para permanecerem vivendo, lutando,
sonhando...
De acordo com a
diretora, Marisa Pereira, o Orfanato São Vicente de Paulo acolhe
atualmente, 62 meninas de 04 a 16 anos. Elas chegam as 07:00 e só
voltam para casa as 17:00 horas e são oferecidas diversas atividades
como: tecelagem, bordado dança, arte terapia, natação, culinária e
etc.
Em 11 de julho de 2002
foi criada em Itaúna a Casa Lar Dona Cota, em parceria com a Fundação
São Vicente de Paulo. Simone Márcia Bernardes é a “Mãe Social” da
casa, ela é responsável pela educação das meninas recolhidas pelo
Conselho Tutelar. O projeto Casa Lar é estruturado para atender a dez
meninas, que receberão assistência até completarem dezoito anos. O
trabalho desenvolvido pela Casa Lar é pautado na valorização humana e
na busca de uma profissionalização das meninas para que ao
completarem dezoito anos, possam se manterem e até mesmo ajudar a suas
famílias.
Canalizar toda uma
existência para a manutenção da vida de pessoas. Assim foi a vida de
Dona Cota que viveu seus últimos anos no Orfanato, por ela fundado,
paralítica, porém lúcida, dando exemplos de vida com sua firmeza,
honestidade e heroísmo. Permaneceu até o fim com o mesmo semblante
calmo e afirmava estar apenas esperando o chamado de Deus, que
aconteceu no dia 27 de novembro de 1954, às dez horas da manhã.
*Com
atualização de
Sandra Dutra.
- Foto:
Arquivo Público Municipal - Itaúna/MG.
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