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 Audiência Pública

 

 

O prefeito e a privada:

Audiência Pública aprova banheiros na Praça

Prefeito Eugênio Pinto montou uma audiência – na qual ele mesmo não compareceu - onde

a maioria dos inscritos era de cargos comissionados de sua administração. Seus funcionários

somaram a maioria que votou a favor do que será a maior obra da administração Pinto:

uma privada na Praça da Matriz. Agora, além do prefeito, você também pode!

 

Da Redação

Via Fanzine

 

Júnior Capanema, Lincoln Melo e a professora Neusa: contra os banheiros.

Abaixo, a mesa que dirigiu a Audiência Pública.

 

Uma audiência para inglês ver...

 

Na segunda-feira (25/10) foi realizada a audiência pública para tratar dos banheiros que o prefeito Eugênio Pinto (expulso do PT) deseja instalar na Praça da Matriz de Itaúna. Cerca de 70 pessoas estiveram presentes no teatro Sílvio de Matos, entre eles, os vereadores, Anselmo Fabiano e Edinho de Santanense; os militantes culturais, Lincoln Melo e Júnior Capanema; a promotora de Justiça, Dra. Michelle Silva Magalhães, Estevam Francisco (representante das associações de bairro); além dos servidores municipais, Cristiano Carneiro (Secretário de urbanismo); Frank Guimarães Oliveira (diretor de Urbanismo); Wandick Pincer (Instituto Municipal de Previdência Municipal-IMP); Célio Gonçalves, secretário de Obras e representante do prefeito Eugênio Pinto; Júlio Prado; as professoras Glenda Aparecida e Neusa Alsina, entre outros.

 

O representante do prefeito Pinto, Célio, se dirigiu ao secretário Cristiano Carneiro, afirmando que pessoas da platéia insinuavam que a audiência não tinha comando, pois já passara das 19h30. Cristiano respondeu a Célio que as inscrições estariam abertas até aquele horário.

 

Compuseram a Mesa Diretora da Audiência: Dra. Michelle, Cristiano Carneiro, Estevam Francisco (representante das associações de bairro), Vereador Anselmo e Célio Gonçalves.

 

Quem esteve presente ao cômico espetáculo da Audiência pública, se impressionou com as formalidades e cuidados com atos meramente burocráticos, tais como a leitura massiva de toda a portaria que, no final das contas, consta que aquela audiência era apenas consultiva e nada mais. Mesmo assim, houve o embate, pacífico, entre os cargos comissionados e os cidadãos presentes.

 

MP se manifesta

 

A promotora Michelle Magalhães deixou claro, através de seu pronunciamento, que é contra a construção do banheiro na Praça da Matriz, tendo em vista que o prefeito assinou um termo de conduta, se comprometendo em não construí-lo.

 

Célio Gonçalves, atual secretário de obras da administração Pinto, afirmou que o prefeito, a primeira-dama e o vice-prefeito estavam ausentes por motivo de força maior.

 

O diretor de urbanismo, Frank Weber Guimarães Oliveira tentou explicar a planta do banheiro. Muitos presentes questionaram se Frank pensava estar dando aula, naquele momento, para uma turma do curso de engenharia - muita gente dormiu ou cochilou durante as explicações técnicas.

 

Justificando o injustificável

 

Era evidente a falta de argumentos para se convencer os populares sobre os “benefícios sociais” da construção de um banheiro público no principal cartão de visitas da cidade.

 

Um dos argumentos de Frank Weber foi afirmar que dos 16mil metros quadrados da praça, apenas 0,3% seria destinado ao banheiro. Weber justificou o fato de a futura porta do banheiro pintista ser de feita vidro, simplesmente, porque a da banca de revistas também é... 

 

Capanema cobra de Cristiano

 

Capanema iniciou seu pronunciamento questionando a todas as autoridades presentes, como se explica o fato de existir um termo de conduta não respeitado por parte do prefeito, e ainda assim o mesmo querer iniciar a construção quase que acabada do tal banheiro e só depois disso, se convocar uma audiência pública? Destacou que a maioria dos convocados para tal audiência se compõe de cargos comissionados pelo próprio prefeito, para então se decidir, se mais uma vez ou não, o dinheiro público ali gasto, seria desperdiçado ou não.

 

Capanema sugeriu que fossem instalados banheiros nas salas onde hoje é a inócua Ouvidoria Pública ou que os vereadores apresentassem Projeto de Lei para determinar aos Bancos, a disponibilização de banheiros públicos.

 

Finalizando sua fala, Capanema ironizou a explicação de Frank Weber, ao questionar se a regulamentação de funcionamento de tal banheiro se dará “na base da picuinha, como ocorre com a regulamentação do Conselho Municipal de Cultura”.

 

Lincoln Melo exige explicação de gastos

 

Dando continuidade à militância em prol da transparência dos atos públicos, o advogado e presidente do Conselho Municipal de Cultura, Lincoln Melo, questionou os exorbitantes gastos com a construção do banheiro, que Cristiano Carneiro o interrompeu por duas vezes, afirmando que o objeto da audiência era para se debater a construção ou não do banheiro.

 

Lincoln Melo solicitou o nome e o departamento de origem do responsável pela compra e controle de qualidade dos materiais da obra. Cristiano não o respondeu.

 

Irmão do vice-prefeito exalta o seu “ato orgânico”

 

Tem certas coisas que só acontecem em Itaúna mesmo! A manifestação mais inusitada me prol dos sanitários foi a de Eustáquio Antunes, irmão do vice-prefeito, Pedro Paulo Pinto, que justificou a “importância” da construção de tal obra, pelo simples fato de o mesmo já ter sentido necessidade “orgânica” em plena praça, inclusive, tendo de sair em desabalada carreira de lá, a procura de um local para defecar em paz. Sem dúvida, este foi um argumento sensível e dos mais convincentes ouvidos naquela já histórica audiência.

 

Audiência cai na comicidade

 

Quando Cristiano convoca um dos inscritos para fazer uso da palavra, Carlos Alberto, o mesmo não estava presente. Um popular disse que o mesmo estava no banheiro e em seguida quase toda a platéia caiu na risada, demonstrando tamanho descaso dos próprios presentes, em relação aos debates públicos.

 

Ex-professora puxa as orelhas de ex-alunos

 

Bem exaltada, a professora de Geografia aposentada, Neusa Alsina, criticou os secretários municipais Célio Gonçalves e Cristiano Carneiro, ex-alunos da mesma, por apoiarem a construção do banheiro dentro da praça. Neusa afirmou que em muitas reuniões da Igreja Católica, sempre defendeu a instalação de um banheiro no centro. Ironizou ao comparar a administração de Eugênio a de Aécio Neves, sendo que esta construiu uma cidade administrativa e a de Eugênio, poderia desapropriar um local na rua Silva Jardim ou redondezas para construir uma “privada administrativa”. Dona Neusa foi aplaudida pelos presentes.

 

Pintistas deram descarga na votação

 

Como já era de se esperar, a votação era um jogo de cartas marcadas. Das 70 pessoas presentes, apenas 14 votaram contra a construção dos banheiros e os demais 56 (cargos comissionados e parentes) votaram a favor da construção do banheiro pintista, como seu patrão deseja.

 

Portanto, se os poderes Legislativo e Judiciário não agirem com urgência, de maneira a impedir esta construção de péssimo gosto e exclusivamente e autoria do prefeito, Itaúna terá na sua Praça da matriz a maior obra de seus dois mandatos: uma privada pública! Pelo menos, até que o próximo prefeito tome posse e corrija estes e outros prejuízos contraídos por Itaúna durante esta infeliz “desadministração” que, como nós vimos nessa audiência, não é nada pública.

 

O lado democrático do prefeito Pinto fica evidente nessa questão toda: a partir de agora, não somente ele poderá... Mas todos os itaunenses!

 

- Fotos: Via Fanzine.

 

 
 

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