João Dornas Filho pelo
mundo:
Ele continua
vivo e em cores
O trabalho básico de Dornas
continua sendo valiosa fonte de consultas no meio histórico.
Por
Pepe CHAVES*
De
Itaúna-MG
Para
Via Fanzine
www.viafanzine.jor.br
Historiador
João Dornas Filho, em ilustração eletrônica desse autor_
João Dornas Filho é
considerado um dos maiores historiadores brasileiros de todos os tempos
e desempenhou em sua época, importantes levantamentos acerca das
efemérides, atos públicos, comportamentos, comemorações e fatos
inusitados da vida do povo mineiro e, conseqüentemente, brasileiro.
Mesmo após mais de quatro décadas de sua morte,
seu trabalho continua vivo e sendo lembrado por todo o país, assim como deve ser
"clássico" o trabalho de um bom historiador. Como se ainda estivesse
vivo, os estudos de
Dornas Filho ainda
trafega nos meios acadêmicos e históricos. Em verdade, este escritor
itaunense continua sendo lido (certamente, agora ainda mais) por alunos, professores e historiadores
da língua portuguesa.
Seus livros, nos tempos
atuais, básicos que sempre foram, continuam tendo seus conteúdos citados em
questões de provas de vestibulares de algumas universidades do Brasil, conforme
pudemos constatar. Dornas é bastante citado também, por sua participação no
Movimento Modernista de Mário de Andrade. Teve ativa participação no
"Modernismo" belorizontino, ao ser um dos
editores do panfletário “Leite Criôlo”, órgão alternativo da imprensa
modernista, que tinha por mania criticar o "clichesismo" e a imbecilidade da
década de 1940. Na rede Mundial de Computadores, o trabalho de
João Dornas Filho é citado em sites e blogs de
teores históricos, de literatura em geral e do regionalismo, de distintas cidades brasileiras.
Mulherengo, apesar de
seu amor pela “branquinha”,
não dispensava também
uma “pretinha”...
Entre seus principais 25 trabalhos que
começaram a ser publicados na década de 30, os mais citados são “Os Andradas
na História do Brasil” (Gráfica Queiroz Breiner – Belo Horizonte, 1937);
“Bagana Apagada” – contos (Editora Guairá, Curitiba, 1940); “A Influência
Social do Negro Brasileiro” (Caderno Azul nº 13 – Editora Guairá, Curitiba,
1943) e “Os Ciganos em Minas Gerais” (Movimento Editorial Panorama – Edições
João Calazans – Belo Horizonte, 1949), entre outros.
Sabedor dos valores históricos
e da importância de tais registros, Dornas legou à sua cidade dois
importantes e básicos livros da História local: “Itaúna, Contribuição para a
História do Município” (Gráfica Queiroz Breiner; BH-MG, 1936) e “Efemérides
Itaunenses” (Coleção Vila Rica – Edições João Calazans – Belo Horizonte,
1.951). Somente pela importância histórica do conteúdo destes dois livros,
sobretudo, o de efemeridades, já bastaria para colocar João
Dornas Filho como o mais expressivo escritor da literatura de Itaúna em
todos os tempos.
Em seu tempo, Dornas Filho foi
visto pela maioria das pessoas de sua cidade, como um excêntrico
intelectual, some-se a isso, o fato de ter residido em Belo Horizonte e ter tido contato
com pessoas influentes na política e nas artes daquela época. Mas quem o conhecia, sabia muito bem
que o “Záu” (como era chamado), se tratava de uma das pessoas mais humildes
e acessíveis que poderiam existir. Mulherengo, apesar de seu amor pela
“branquinha” (cachaça), não dispensava também uma “pretinha”...
Segundo registra sua
história, era um típico contador de
causos, com seu jeito mineiro e até meio matuto de ser. O nome de
João Dornas Filho não deixa de ter para a
cultura mineira o mesmo valor histórico que tiveram os de outros imprescindíveis
pilares da literatura nacional do Brasil, dentre eles, o do médico e escritor
e também mineiro de
Cordisburgo, João Guimarães Rosa, que foi contemporâneo, co-cidadão e
amigo pessoal desse destacado historiador itaunense.
- Produção:
Pepe Chaves.
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