Bólidos
Maranhão: Mais lixo espacial atinge o Nordeste Um globo metálico pesando cerca de 30 quilos quase atingiu uma residência no Estado do Maranhão.
Por Pepe Chaves* De Belo Horizonte-MG Para ASTROVIA BH-24/02/2012
O objeto esférico de metal abriu uma cratera de um metro de diâmetro.
Mais uma queda de lixo espacial foi registrada no Nordeste brasileiro. Agora foi um globo metálico pesando cerca de 30 quilos que atingiu o solo, no Estado do Maranhão.
O objeto ainda de origem desconhecida provocou um grande estampido em uma aldeia próxima ao local da queda. O objeto caiu do céu no pequeno povoado de Anapurus, no estado de Maranhão, região Nordeste do Brasil.
Valdir José Mendes, de 46 anos, que testemunhou a ocorrência, afirmou que, “Ouvi um ruído e senti como o solo tremeu. Pensei que era um acidente aéreo”, contou a testemunha.
Apesar de o incidente não ter causado ferimentos ou danos físicos, a queda do ainda enigmático objeto abriu uma cratera de um metro de diâmetro e a apenas seis metros da residência da testemunha.
Alguns especialistas do Centro de Estudos Espaciais do Brasil dizem que poderia tratar de um pedaço de algum satélite, mas esta suposição não se confirmou de maneira oficial.
As regiões Norte e Nordeste do Brasil têm registrado, constantemente, quedas de objetos metálicos de origem espacial. Vale lembrar que naquela macroregião estão situadas duas bases de lançamentos espaciais, uma bem próxima, na Guiana Francesa e outra mais distante, no Cabo Canaveral, na Flórida, EUA.
Perigo em queda
Ouvido por Via Fanzine e ASTROVIA, o nosso consultor para assuntos espaciais, o físico e astrônomo Márcio Rodrigues Mendes, comentou sobre as constantes quedas de lixo espacial. "Felizmente, ainda não tivemos um acidente envolvendo queda do lixo espacial de grandes proporções. Contudo, pela quantidade de material colocado em órbita e pela falta evidente de controle desse lixo, é uma questão de tempo para que aconteça. E quando acontecer, quem responderá pelo acidente? Temos leis reconhecidas ou suficientes para tratar o problema numa escala internacional?", indaga o professor.
O advogado José de Monserrat Filho, também membro da Agência Especial Brasileira, autor de um dos mais esclarecedores artigos em português sobre queda de lixo espacial defende que, "É preciso que o Direito Espacial seja melhor discutido e as informações sejam fornecidas irrestritamente. A cooperação espacial ampla, concreta e efetiva entre os países tornou-se indispensável por exigência de maior segurança, previsibilidade e sustentabilidade nas atividades espaciais. Se você pensou no crescente monturo acumulado nas melhores órbitas da Terra, está absolutamente certo".
E assim, até se estabelecer mais clareza, contaremos apenas com atos de pura sorte, para que verdadeiras tragédias não sejam ocasionadas pelas constantes colisões de lixo espacial com a superfície terrestre, fatos estes, jamais amparados por qualquer legislação ou política espacial a nível global.
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e Rede VF (Brasil). - Com informações de agências internacionais.
- Imagem: www.kamaleao.com
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- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).
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