IPUAÇU - Agroglifos - UFOVIA Brasil

A tentativa de forçar a barra para tornar o município de Ipuaçu em um polo de turismo ufólogo tem apresentado capítulos repletos de uma comicidade ímpar, que afronta contra qualquer intelecto sadio que tome ciência dos abusos contra a fé popular que vêm ocorrendo naquela localidade.

O que se passa atualmente, só poderá ser racionalmente compreendido se revisitarmos rapidamente um breve histórico de “casos fantásticos” semelhantes que renderam muito dinheiro, tendo sido também propagados pelo mesmo autor desse suposto “caso anual”, o editor de ufologia paranaense Ademar Gevaerd, nada menos que o principal propagador do famigerado "Caso varginha" a Deus e o mundo. Mais uma vez, descabidamente e sem apresentar quaisquer indícios verídicos, ele insiste em alegar que seres extraterrestres marcaram presença nas plantações de trigo nestes últimos anos.

Para entender como tudo começou, voltemos ao chamado Caso Varginha, “ocorrido” (?!) faz quase 20, na cidade de mesmo nome, na região Sul do Estado de Minas Gerais. Ali, um simples vulto agachado avistado no escuro por três meninas foi transformado em ET pelas mentes férteis de um colaborador da revista UFO, Ubirajara Franco, que mora naquela cidade, com o apoio total do editor da revista, Ademar Gevaerd. Dali, a estória foi rapidamente propagada por ambos a alguns meios ufológicos e associações ufológicas de todo mundo, como sendo autêntica, enquanto na verdade, jamais ficou comprovado que algum ET botou os pés em Varginha.

Desta maneira, esse “caso” foi alardeado irresponsavelmente, tendo os seus autores, envolvido autoridades e personalidades nacionais, com o intuito de dar credibilidade e chamar a atenção da imprensa sobre a cidade que ficara estigmatizada por ET no Brasil - reinventando assim, uma cópia grotesca do Caso Roswell, ocorrido nos Estados Unidos no final da década de 1940. Para quem não sabe, o chamado “caso” Varginha chupou descaradamente elementos e outros personagens de conhecidos casos ufológicos norte-americanos, se tornando numa verdadeira afronta a qualquer pessoa em sã consciência que acompanhou o desenrolar dessa estória improvável e absurda.

Neste episódio mineiro foram explorados tópicos fartamente batidos da ufologia mundial, cujas alegações davam conta de absurdos jamais comprovados, como: captura de ET por militares do Exército; morte de soldado em tal captura; homens de preto ameaçando familiares das “testemunhas”; queda de nave espacial; avistamentos de ETs pela cidade; autópsia de um ET capturado, realizada pelo conhecido médico legista Badan Palhares na Unicamp (sic!) - sim, Gevaerd e Ubirajara juravam e insistiam com isso. Eles tiveram coragem até para entrevistar Badan Palhares em rede nacional pelo rádio, tentando fazê-lo confessar que autopsiou um ET! É claro que Palhares negou ter feito autópsia em ET, mesmo sendo ironizado pelos autores do caso. Portanto, nada ficou comprovado, mas mesmo assim, a simples alegação do ET de Varginha movimentou milhões de reais em todo país e no exterior, através das vendas de livros, DVDs, congressos, souvenires e todo tipo de artigo comerciável que apresentava o ET de Varginha como tema.

Contudo, depois de muito se abraçarem, brindarem, rirem muito e faturarem com essa estória de ET de Varginha, alguns anos mais tarde, Ubirajara se desentenderia fortemente com o editor Gevaerd (que havia lançado e vendia o livro de Ubirajara sobre o ET mineiro – por sinal, bastante vendido até hoje).

E assim, após o desentendimento entre os co-autores do caso, o ET de Varginha passou a seguir rumos distintos. Com a mesma perspicácia que demonstrava certeza total no advento do ET de Varginha - como que por vingança contra o ex-amigo - Ubirajara investiria no outro lado da moeda e lançaria um livro onde praticamente desmente toda a estória antes difundida como autêntica, primariamente por ele próprio. Naquelas alturas, seu livro proporcionava lucros financeiros, somente ao editor que havia custeado a sua produção e ainda fatura alto com subprodutos e matérias relacionadas ao improvável ET de Varginha.

O fiasco de Riolândia

Entretanto, depois de a “galinha dos ovos de ouro” de Varginha praticamente exaurir para os seus autores e propagadores (apesar de alguns comerciantes locais ainda venderem o ET e lucrarem financeiramente com ele de diversas maneiras), em 2008, este mesmo “promotor de ETs” da revista UFO, passou a investir em Riolândia, pequeno município da região Noroeste do estado de São Paulo.

Ali, a tentativa foi chupar elementos europeus em vez de norte-americanos, criando uma versão tropical a partir de boatos populares, visava compor mais uma mentira dessa ufologia duvidosa, com a mesma falta de autenticidade, tipicamente demonstrada antes. Provavelmente, a evocação dos “círculos ingleses” teria sido para sair na mesmice norte-americana do “caso” anterior, proporcionando agora, ares europeus a um suposto caso ufológico brasileiro.

Cachaceiros à parte, nada mais brasileiro que um pé de cana e seria naquela cidade, repleta de canaviais onde algumas destas plantas apareceriam grotesca e "misteriosamente" amassadas. Rapidamente, entrou em campo uma multidão de alucinados "pesquisadores ufológicos" chefiada pelo mesmo editor Ademar Gevaerd alardeando ter sido aquilo, obra de ET. Ele associou imediatamente os grotescos amassamentos nos canaviais aos elaborados círculos ingleses e passou a difundir e a vender como fato a ideia que criou, ainda que ninguém jamais tenha comprovado que na Inglaterra foram mesmo ETs os autores de marcas elaboradas em plantações de trigo.

Como um papa da Igreja do ET, Gevaerd parece acreditar que o fato de se dirigir até o local do suposto ocorrido, isenta as suas ideias e o torna uma espécie de “sumidade ufológica”, credenciada a pronunciar e propagar através de seus meios de comunicação na internet, qualquer bobagem se passando por um fato comum.

Na ocasião, o dito editor propagou aos quatro ventos que o amassamento na plantação de cana foi causado pela descida de um disco voador ET no local - claro, como sempre, sem apresentar qualquer prova, nem sequer um indício. Na ocasião, alguns de seus colaboradores chegaram a afirmar – também sem apresentar qualquer comprovação - que o disco voador pairou sobre as plantas por alguns centímetros e, sem tocá-las, teria causado o amassamento (?!). Tais alegações de ETs entre canaviais paulistas rapidamente chamou a atenção da mídia nacional, sobretudo, após a revista UFO e seu site, aumentar o seu faturamento estampando fotos em diversas páginas de suas “edições especiais” sobre as alegadas ocorrências de Riolândia.

Nenhuma comprovação ou indício que dessem conta da afirmação da presença ET naquela localidade jamais foram apresentados ao público por seus propagadores; nenhum dado concreto foi mostrado, caindo tudo na velha filosofia barata de seus arquitetos. Mesmo assim, o "disco voador de Riolândia" (que ninguém sequer viu!) foi parar na capa da revista UFO, então "reconstituído" por um programa gráfico e assim, aumentando suas vendas, devido à polêmica e o sensacionalismo criados pela própria publicação.

Mas, o “Caso Riolândia” então durou, polemicamente falando, somente até ser abordado nacionalmente pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que mostrou, com base em metodologias científicas, que não havia comprovação alguma da presença de ETs na cidade. Depois disso, tal empreendimento foi enterrado sob os canaviais, não sem antes cair no ridículo: virou piada ao esgotar a tentativa de emplacar naquela localidade paulista uma estória comercial envolvendo a figura ET.

UFO-Roque Santeiro

Lembro que a mesma Rede Globo, conhecida exportadora do talento brasileiro, produziu em 1985, a novela “Roque Santeiro”, escrita por Dias Gomes, também calcada na polêmica da exploração da fé popular com base em um mito.

O destaque aqui é a ideia comum de se criar uma atração turística e ou religiosa, com base no oportunismo barato e em uma pequena cidade brasileira, fazendo sua população refém de ideias esdrúxulas e alheias à sua cultura natural. Cenário este, também esboçado de tantas outras maneiras, mormente, envolvendo igrejas, fanáticos e toda uma gama duvidosa de afirmações sob cunho filosófico, esotérico ou religioso – que jamais levaram a algum lugar.

E depois do “exemplo” de Varginha e da tentativa frustrada em Riolândia, essa “tradição” de estigmatizar ufologicamente uma cidade (sempre de autoria do mesmo promotor/editor), tal como um Roque Santeiro ufológico, seguiu para o Sul e aportou no Estado de Santa Catarina, onde conta com o apoio de figuras políticas locais e parte da população, além de seu séquito de sempre.

O ET foi para Ipuaçu

Em 2009 o editor Gevaerd e alguns de seus colaboradores, como o ufólogo Paulo Aníbal, estiveram em Ipuaçu e afirmaram que algumas marcas causadas em trigais teriam sido obra de ETs. No entanto, tais alegações ficaram somente na boca: novamente, foram incapazes de apresentar alguma comprovação que fosse além de seus pré-concebidos argumentos de sempre.

E assim, depois da primeira visita do editor ao local, em 2009, onde foi honrosamente recebido pelo prefeito Denilso Casal, todo fim de ano, a plantação de trigo passou a ser “inteligentemente” (sic!) amassada em Ipuaçu. Gevaerd rapidamente chamou a atenção de todos, através das alegações infundadas de que tais marcas teriam sido feitas por ETs. É interessante notar que em 2009, os amassamentos eram bastante primários, não podendo nem de longe associá-los aos círculos ingleses. No entanto, ano após ano, as impressões no trigo vêm evoluindo, o que permite aos seus propagadores, agora em 2013, já associá-las aos círculos surgidos em plantações inglesas por vários anos.

A empreitada ganhou apoio político e de parte da imprensa na região que, considerando a veracidade das alegações infundadas cientificamente, passou a apoiar mais essa empreitada ufológica de Gevaerd. Afinal, tais ocorrências atraem pessoas à cidade, movimentam o comércio e a economia local e se o caso emplacar poderá nascer uma “nova Varginha” no Sul do Brasil. Tão logo surgiu a estória de ETs em Ipuaçu, um evento ufológico local chegou a ser custeado com dinheiro público, cujas fotos e informações foram divulgadas na internet à época. Entretanto, outro evento ufológico na cidade, porém a nível nacional, chegou a ser anunciado em 2012, também com a presença de Gevaerd e do prefeito reeleito, Denilso Casal (grande apoiador dos “agroglifos” que surgiram, coincidentemente, durante os seus mandatos no Executivo local). Contudo, esse evento foi cancelado depois que o portal UFOVIA alertou sobre o possível uso de dinheiro público para o custeio de um empreendimento ufológico particular, na matéria “Agroglifos catarinenses são cópias grotescas”.

Há vida inteligente em Ipuaçu?

Portal da prefeitura destaca os "novos agroglifos" surgidos no município.

Assim como ocorreu no ano passado, em 2013 o site oficial da Prefeitura de Ipuaçu está os "novos agroglifos" como atração turística local, estampando imagem da plantação marcada no topo da publicação digital [veja imagem acima]. O site do Executivo não aborda sobe a questão, mas remete e um link de um site particular, que publicou o seguinte: “Os círculos que apareceram mais uma vez na região rural de Ipuaçu, neste final de semana, continuam sendo um mistério. São os chamados agroglifos, que estão sendo analisados por especialistas de Curitiba, que foram até a região justamente para isso. Até o momento acredita-se que são agroglifos autênticos”, afirma a nota que dispõe ainda um vídeo a respeito.

A propósito do cancelamento deste evento, naquela ocasião (final de 2012), este editor de UFOVIA recebeu uma longa ligação telefônica (Ipuaçu/Belo Horizonte) com ares de intimidação, partindo da senhora primeira-dama de Ipuaçu, que não se mostrou nada satisfeita de o evento ser cancelado após o nosso alerta, publicado em uma matéria de nossa autoria.

Contudo, observamos que, ETs à parte, depois das seguidas ocorrências em Ipuaçu - coincidentemente - durante os dois mandatos do prefeito Casal, ele pode ter tirado vantagem política, da situação. Por conta da estória de supostos ETs em Ipuaçu, o prefeito já teve o seu nome suficientemente propagado por todo o Estado de Santa Catarina e, caso tenha a pretensão de se candidatar a outro cargo eletivo, após este seu segundo mandato, poderá ter a vantagem de ter se tornado conhecido em diversos outros municípios catarinenses, como “o prefeito do ET”.

Negativas a ETs em Ipuaçu

Em 2009, após sermos alertados pela pesquisadora catarinense Beth Farias, que nos enviou informações a respeito, dedicamos um editorial de UFOVIA ao assunto. Intitulado “A verdade sobre os 'círculos brasileiros'”, esclarecendo que o surgimento de amassamentos em plantação catarinense pode ser fraude e dá margem para que seitas ufológicas intensifiquem suas atividades no Brasil. “Novamente, alguns ‘ufólogos exagerados’, teimam em proporcionar um espetáculo de incerteza, para não dizer da mentira descarada. A localidade da vez é Ipuaçu, no interior do Estado de Santa Catarina. O motivo de destaque na mídia se dá por algumas ‘misteriosas’ marcas surgidas em plantações de trigo comum e híbrido, na região Sul do Brasil no final de 2009”. Para este artigo completo, clique aqui.

Além das diversas contestações que tem recebido atualmente pela internet, chegando a virar piada e ser ridicularizado, o caso de Ipuaçu, recebeu contestações públicas nestes últimos anos. Um dos opositores a esta ideia esteve em Ipuaçu verificando uma plantação amassada em 2009 e constatou a impossibilidade da alegada interferência de ETs. O pesquisador e apresentador de tevê Eustáquio Andrea Patounas, de Florianópolis, que conhece Gevaerd faz vários anos, discorda veementemente da afirmação propagada por ele de que ETs têm visitado Ipuaçu e deixado mensagens anuais impressas nos trigais da cidade.

Em entrevista exclusiva concedida ao portal UFOVIA naquela ocasião, Patounas afirmou o seguinte, “Ninguém de sã consciência das regiões supracitadas afirmou que tais marcas tenham origem de outros mundos. As pessoas destas cidades são pessoas simples, agricultores, colonos, e sem o mínimo interesse em assuntos ufológicos. (...) Eu não procurei o Sr. Prefeito, nem nenhum outro assessor na cidade, pois o editor de uma revista ufológica lá esteve palestrando numa escola e planejando congresso e tal. Então, seria infrutífera qualquer iniciativa que tentasse o parecer dos ‘pesquisadores’, parecer este que pode ser lido em diversos links que noticiaram os fatos, e com pérolas dignas de enredo do Zorra Total da Rede Globo”, afirmou o pesquisador. Para ler a sua entrevista completa, clique aqui.

No final de 2012, esse editor publicou uma matéria especial intitulada “Agroglifos catarinenses são cópias grotescas”, afirmando que “Na clara tentativa de imitar os chamados círculos ingleses, marcas em plantações de Ipuaçu são grotescas e trazem coincidências muitas estranhas para o prefeito reeleito”. Esta matéria foi contestada pela primeira-dama de Ipuaçu, que nos ligou de lá para reclamar. Para ler esta matéria completa, clique aqui.

Ainda no final de 2012, o delegado da Polícia Civil, João Luiz Miotto, lotado na delegacia do município de Abelardo Luz, que responde também pela delegacia de Ipuaçu e principal investigador destas ocorrências nos concedeu uma entrevista exclusiva para falar dos casos. Na ocasião, o delegado nos afirmou que não tinha dúvida que os amassamentos nas plantações - vistos por ele como “danos” - foram feitos por seres humanos. Ele também informou que a proprietária da plantação atingida em 2012, registrou um Boletim de Ocorrência e buscava o ressarcimento ao prejuízo sofrido. Na ocasião, o delegado investigou, mas não conseguiu chegar aos autores dos danos à plantação que foi lesada enquanto a revista UFO faturava dobrado com isso. Para ler a entrevista de João Luiz Miotto nos concedida em 2012, clique aqui.

Neste ano de 2013, o delegado João Luiz Miotto, novamente, nos atendeu gentilmente e respondeu algumas perguntas enviadas por e-mail. Sua entrevista exclusiva foi concedida na última semana, exatamente um dia antes de aparecerem os “círculos” de 2013 em Ipuaçu. Desta vez, o delegado afirmou que os camponeses prejudicados pelos amassamentos de suas plantações poderiam entrar com uma representação criminal contra os autores dos prejuízos. Para ler a entrevista de João Luiz Miotto nos concedida em 2013, clique aqui.

Patrocinado pelo prefeito Casal, Gevaerd realizou palestra em escola de Ipuaçu,

abordando a alegada presença de ETs amassando as plantações do município.

Colaborador de revista assina laudo

A última cartada de Gevaerd para convencer os “céticos” vem através do que ele chama de “laudo pericial”, expedido nesta semana por professor universitário, policial e perito criminal do Instituto de Criminalística do Paraná, Antonio Inajar Kurowski, conhecido como Toni Inajar Kurowski, que é também consultor para a revista UFO. Bem ao seu estilo, buscando ganhar credibilidade envolvendo instituições de peso, reparamos que mais uma vez Gevaerd relaciona à suposta ocorrência a um professor universitário; também destaca o fato de este ser policial e ainda cita o Instituto de Criminalística do Paraná, como a sugerir que todas estas instituições endossassem as suas afirmações descabidas sobre a presença de ETs em Ipuaçu.

O consultor da revista que promove os ETs de Ipuaçu, elaborou um documento técnico favorável às alegações da revista UFO e seu editor, contendo desenhos e explicações e concluindo o seguinte: “Os desenhos são geométricos, simétricos e harmônicos, denotando serem ambos um feito inteligente. Não é possível que um fenômeno inteligente tenha origem em uma causa que não o seja! Portanto, conclui-se que a causa do fenômeno é inteligente também. Isto posto, verificando que os agroglifos oeste e sudoeste examinados apresentam todas as características constantes nos agroglifos autênticos estudados cientificamente em todo o planeta, nos fazendo concluir pela sua AUTENTICIDADE”, afirma o dito laudo de Toni Inajar Kurowski, sem mais explicações sobre o que ele chama de “autenticidade”.

Coincidentemente, na mesma página do site da revista UFO que informa sobre o chamado “laudo”, Gevaerd aproveita para anunciar o seu próximo congresso de ufologia e convoca os interessados a comparecerem ao evento: “(...) Os ufólogos A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, e Toni Inajar Kurowski, conselheiro especial, que estiveram 'in locu' em Santa Catarina pesquisando o fenômeno, apresentarão novas e detalhadas imagens obtidas durante a investigação, além de informações inéditas a respeito. O V Fórum Mundial de Ufologia (II UFOZ 2013) acontece de 21 a 24 de novembro em Foz do Iguaçu, e restam poucas vagas disponíveis, por isso recomendamos que os interessados façam suas incrições o mais depressa possível no site oficial do evento, clicando aqui” (preservamos aqui a grafia original da publicação).

No entanto, entendemos que um laudo técnico sobre a autenticidade (se é que tem como provar autenticidade de ETs que, nem sequer foram constatados cientificamente ainda!) dos amassamentos deveria ser solicitado e executado por uma autoridade competente e neutra, jamais por um envolvido na questão, tornando-a ainda mais suspeita. Além disso, o dito laudo é assinado por um colaborador da revista UFO que, conforme anunciado pelo editor, vai participar de um evento pago por essa publicação, já faturando com o ET de Ipuaçu nos próximos dias.

Na verdade, entendemos que o Ministério Público do Estado de Santa Catarina é que deveria solicitar perícia e buscar esclarecer este fato, que tange com a exploração da fé popular, em detrimento à tentativa de alavancar o turismo local a qualquer custo.

E assim, o Roque Santeiro de Ipuaçu vai se fazendo a cada ano: com círculos cada vez mais elaborados, mas também contestados pelas pessoas mais lúcidas que se inteiram da situação criada naquela localidade catarinense.

Depois de assistirmos de perto a estes reiterados “espetáculos” pautados pela falta de sobriedade, a pergunta que fica dirigimos às autoridades de Santa Catarina: será que o turismo local é mais importante que a sanidade mental dos pacatos moradores de Ipuaçu?

Com a palavra, as autoridades competentes.

*Pepe Chaves é editor do portal UFOVIA/VIA FANZINE e da ZINESFERA.

- NOTA DO AUTOR: A reprodução do presente artigo está autorizada a qualquer meio de comunicação, na íntegra ou de forma parcial, desde que sejam citados a sua fonte e autor.

- Imagens: UFOVIA/Fotomontagem e Arquivo VF.

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