UFOVIA - ANO 5 

   Via Fanzine   

 

 

 fenômenos

 

 

Ceará:

Novos relatos evidenciam anormalidades em Itatira*

Os fenômenos estranhos vivenciados por jovens da zona rural de Itatira continuam intrigando autoridades.

 

Jovens de Itatira não conseguem entender as ocorrências.

 

Novos relatos põem em evidência os estranhos fenômenos vivenciados por jovens do Distrito de Cachoeira BR, neste município, sendo a maioria meninas na faixa etária de 11 a 16 anos de idade, e apenas um menino. O local já está sendo chamado de "terra dos espíritos" e a população apresenta novas versões para o caso das meninas de Itatira. Glauber Paulino Ribeiro, pastor da Igreja Batista em Canindé, conta dois momentos que arrepia até mesmo quem já está acostumado com situações desta natureza.

 

Segundo ele, na primeira vez que se preparava para ir até a localidade, o pai de um dos integrantes de sua comitiva passou mal e foi preciso ser levado para o Hospital Regional São Francisco, em Canindé. Depois de tudo resolvido seguiu viagem. "Ao chegarmos à comunidade, uma jovem, que identifiquei apenas por Cinara Barbosa, partiu para cima da nossa equipe e disse: ´estive agora a pouco em sua casa, tentando impedir essa visita´. Pedi para ela repetir, mas ela não falou mais nada e começou a entrar em estado anormal´, comenta o pastor Glauber Paulino Ribeiro.

 

Outra versão apresentada pelo pastor da Igreja Batista foi de que outro rapaz que faz parte de sua Igreja, que negocia com motos em Fortaleza, ao adquirir um veículo de duas rodas disse: "Olha, o guidon dessa moto parece o chifre do bicho". Ao entrar na casa de Cinara, ela apresentou manifestação estranha e falou com uma voz diferente, "Cadê a minha moto?".

 

O pastor acredita que esses comportamentos tratam-se de "vários demônios", uma vez que são várias manifestações ao mesmo tempo. "Creio eu que algumas pessoas, pelo medo, chegam a passar mal. É a chamada obsessão demoníaca. O espírito consegue ficar de maneira tão dominante no corpo astral do indivíduo que pode até mesmo mudar o modo de falar e fazer coisas que normalmente não faria no dia a dia. Chega até mesmo a não reconhecer parentes e pessoas próximas de seu convívio", explica ele, baseado na sua crença religiosa.

 

Os fatos relatados pelo pastor Glauber Paulino mostra como são complexos os fenômenos vivenciados pelas meninas de Itatira, ao ponto de permitir diferentes versões para o mesmo caso. O certa é que as meninas estão sofrendo muito, ficam agressivas, perdem a identidade e, ao retornarem ao seu estado normal, não lembram mais de nada.

 

O fato vem gerando um grande desconforto às autoridades locais porque não está acontecendo somente na Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, mas também nas casas das meninas. "Antes era apenas na escola, agora acontece com frequência nas residências e, o que é pior, atingindo outras pessoas´´, observa Eliane Dias, diretora da Escola Nazaré Guerra, em Lagoa do Mato.

 

O caso mais recente é Ana Célia Araújo, de 18 anos, que recentemente tirou das águas do Açude Cachoeira o seu amigo Antônio Nunes Mendes, que morreu afogado. De acordo com o depoimento de seu pai, José Amilton Alves de Araújo, Ana Célia ficou em transe pela primeira vez no dia 9 de junho ao meio-dia, quando era dada uma palestra no pátio da escola.

 

Glauber Paulino, ao falar do assunto, mostra-se muito preocupado. "São pessoas que estão sofrendo muito com algo vindo do inferno, algo que é enviado pelo satanás para atormentar nossas vidas. Não é uma doença contagiosa que passa de uma pessoa para outra, assim como se fosse vírus. Como vou gerar um problema na minha mente e gerar na mente de outra pessoa? O problema psicológico é gerado da mente. De forma alguma vamos conflitar religiões. Nós nos baseamos na palavra de Deus", ressalta o evangélico, que esteve de 7 às 22 horas orando na casa dos jovens Andréia Alves Marcolino e Marliel Alves Marcolino.

 

Pedido de reza

 

Outro fato que evidencia a complexidade dos fenômenos em Itatira vem da jovem Graziela Alves da Silva, de 14 anos. Ela continua recebendo manifestações e, ao mudar de voz, pede missa, reza e muita compreensão. Durante o transe, ela sofre muito e é preciso várias pessoas para contê-la. Depois começa a chorar e afirma não lembrar coisa alguma. Essa fenomenologia paranormal de Cachoeira BR, ainda vai render muitas histórias. Alguns fatos que guardam certa semelhança com os atuais que acontecem em Itatira foram registrados no dia 11 de dezembro de 1847, em uma casa nos Estado Unidos. As reações das pessoas ao analisarem os fenômenos foram iguais. Alguns aceitaram o fato de manifestação extra-corpórea (espíritos), enquanto outros recusaram-se a acreditar nisso e procuraram outras versões.

 

Especialista recomenda cautela e investigação

 

Fortaleza. Antes de atribuir ao sobrenatural a causa dos fenômenos ocorridos com os jovens de Itatira, é preciso esgotar todas as possibilidades destes transes serem problemas de origem física e psicológica. A avaliação é do psiquiatra Adalberto Barreto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

 

"A ciência diz que um fenômeno se torna incompreensível enquanto o campo de observação não for suficientemente amplo. É preciso haver uma investigação do ambiente familiar, escolar ou até da própria comunidade para saber o que está ocorrendo com este grupo. Por enquanto, ainda é prematuro considerar o fenômeno sobrenatural", afirma o médico, que se colocou à disposição para atender os jovens em Fortaleza ou mesmo ir até Itatira com sua equipe, caso seja chamado pela Prefeitura.

 

Especialista em Antropologia e Etnopsiquiatria (que estuda as relações entre a cultura e as manifestações psíquicas), Adalberto Barreto acredita que é preciso trabalhar com esses jovens para além daquilo que manifestam. "Há um ditado que diz que quem olha o dedo apontando a estrela, não vê a estrela. Portanto, ao invés de se concentrar nas experiências, que se manifestam de forma dramática, as famílias deveriam ouvir e amparar esses jovens".

 

Graziela Alves, ao entrar no estado de sofrimento, parecia ter outra identidade,

 falando com uma voz enrolada que iria causar um grande acidente na região

para que as pessoas "acreditassem nele".

 

Possibilidades

 

Uma das hipóteses levantadas pelo psiquiatra é o de um caso de histeria coletiva, em que a dor e o sofrimento se manifestam de forma espetacular num grupo de pessoas. No caso ocorrido em Itatira, é uma possibilidade plausível, já que os jovens estudam na mesma escola e vivem numa comunidade pequena. "Quando um indivíduo fragilizado vive uma situação de tristeza, ao invés disso se manifestar pela formas naturais, este sentimento pode ser deslocado e aparecer em outras formas. E outras pessoas próximas podem ter se impressionado com essa tristeza e acabam manifestando a mesma situação".

 

Ele pondera, no entanto, que apesar de poder não ser um transe ou uma possessão espiritual, a experiência, para esses jovens, é vivida como se fosse real. "É o que a ciência chama de introjeção projetiva, em que há uma identificação emocional com uma determinada situação cultural a ponto da pessoa vivenciar e se incluir nela. Nada disso é fingimento", enfatiza.

 

Questionado pela reportagem sobre se esses fenômenos poderiam ter causas químicas, o psiquiatra lembrou que o chá de zabumba, que costuma ser usado no Interior para combater cólicas menstruais, possui um efeito alucinógeno. "Como a grande maioria é mulher, pode ser uma explicação, enquanto o rapaz pode ter manifestado os transes por conta da histeria coletiva", pondera.

 

Acompanhamento

 

O médico aconselha que os jovens tenham um acompanhamento psicológico e haja uma ampla investigação das causas deste possível sofrimento psíquico. "A partir do momento em que eles conseguirem ressignificar essa tristeza, que agora se manifesta no corpo, os sintomas vão desaparecer. Mas é um trabalho que leva tempo. Se isso for mal conduzido e não houver uma preservação desses jovens, a situação pode se agravar".

 

Fenômeno estranho no retorno à aula

 

O clima de normalidade no retorno às aulas da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, distrito de Cachoeira BR, neste Município, só aconteceu nos dois primeiros turnos do dia. A partir das 17 horas, quando começaram a chegar os estudantes que vivenciam fenômenos estranhos há cerca de duas semanas, a tranquilidade na escola acabou.

 

Eles estudam no turno da noite e, alguns deles, quando se aproximaram do prédio da escola, ainda do lado de fora, começaram a sentir as mesmas reações físicas: dor no peito, calafrios, falta de fôlego, mudança de voz, olhos revirados e, ainda, muito pânico.

 

Populares presentes ao local presenciaram a volta do fenômeno, considerado por alguns como um tipo de paranormalidade e, por outros, caso de histeria coletiva. Os alunos Marliel Alves Marcolino, de 14 anos, Jéssica Rodrigues dos Santos, de 18 anos, e Graziela Alves da Silva, de 14 anos, entraram em situação de transe e tiveram que ser dominados por populares que se encontravam em frente à unidade escolar.

 

Marliel Alves voltou a incorporar o que chama de "força estranha". Seis homens tiveram dificuldades para contê-lo. O menino mudava de voz constantemente, virava os olhos e era muito violento. O jovem foi amarrado em cima de F.1000 até o Hospital de Canindé.

 

Já Graziela Alves, ao entrar no estado de sofrimento, parecia ter outra identidade, falando com uma voz enrolada que iria causar um grande acidente na região para que as pessoas "acreditassem nele".

 

Jéssica Rodrigues dos Santos, 19 anos, entrou em transe dentro do pátio da Escola Eduardo Barbosa. Porém, a diretora Maria Florência de Melo Barbosa não permitiu a entrada da reportagem. O radialista Anderson Martins, que conseguiu entrar no local sem ser identificado, confirmou o transe de Jéssiva. Graziela vivencia o fenômeno já pela quarta vez. Marliel e a Jéssica, pela terceira vez.

 

Os três alunos foram levados com muita dificuldade para a cidade de Canindé, para serem atendidos no Hospital Regional São Francisco.

 

O clima é de muito sofrimento entre as famílias. Ana Célia Araújo, de 19 anos, também aluna da Escola Eduardo Barbosa, passou pelo mesmo transe, pela primeira vez, no dia 9 de junho. Ela conta que está dormindo durante o dia, porque não consegue descansar durante a noite. Diz que se alimenta muito mal. "Meu estado nervoso está muito alterado", afirma.

 

Ela admite que a situação de transe é muito dolorosa. "Senti uma dor muito forte no coração e a sensação que se tem é de morte´´, afirma, ao mesmo tempo em que diz estar com muito medo de tudo isso.

 

Os pais de alunos não sabem a quem recorrer, é o caso de Aldenor Santiago Pinto, de 62 anos, que tem três filhos estudando na Escola Eduardo Barbosa, não descarta a possibilidade de tirar seus filhos dos estudos.

 

"Durante toda essa minha idade, nunca tinha visto um fato dessa natureza. Estou assombrado e, se continuar desse jeito, não tenho outra saída a não ser procurar outro local para colocá-los´´, disse. Segundo ele, os fenômenos tornaram-se um terror para as famílias humildes da região. "Cinco homens para segurar uma menina e quase ninguém segura. Essa é a realidade. Ou se toma uma providência, ou acontecem coisas piores´´, diz Aldenor, com o semblante assustado.

 

Antônio Teixeira Alves, de 61 anos, que mora na comunidade há dois, já pensa em mudar de lugar. "Isso é coisa de outro mundo. Eu nunca tinha visto uma coisa dessa natureza em canto algum. Vou procurar um cantinho para que eu possa viver sossegado, aqui está muito carregado´´, disse ele, que reflete o medo presente no lugar.

 

* Informações de Antônio Carlos Alves e Karoline Viana para o Diário do Nordeste (Fortaleza-CE).

- Colaborou com VF: Josey Vargas (Fortaleza-CE).

- Fotos: Diário do Nordeste.

 

- Nota de Via Fanzine: O município de Itatira também foi manchete nacional em 2009, quando diversos habitantes de zonas rurais da cidade disseram ter avistado objetos voadores não identificados na região. Na ocasião, uma garota teria fotografado um objeto luminoso que pairou sobre ela e outra testemunha. A foto integra uma matéria exclusiva publicada pelo portal UFOVIA Mistérios celestiais ainda não desvendados, de autoria de Rafaela Oliveira, correspondente de Via Fanzine no Ceará. A matéria de Rafaela Oliveira pode ser lida  clicando aqui.

 

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Brasil:

Luzes no céu dos sertões brasileiros

Quando os que deviam acende-las, tentam apaga-las.

 

Por Alberto F. do Carmo*

De Brasília-DF   

Para UFOVIA

 

Seres e esferas surgem nos sertões brasileiros e fogem à nossa compreensão.

 

Estas notícias do OVNI avistado em Cláudio se casam com outra informação passada por mim pela minha prima, a jornalista Dinorah Carmo, sobre notícias do retorno da famosa "Luz da Chapada", que volta e meia assustava gente na região entre Divinópolis, Santo Antônio do Monte e Lagoa da Prata.

 

Minha prima é natural de Santo Antônio do Monte e foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais. Em 2000, quando ainda não conhecia Pepe Chaves, publiquei um artigo no www.estronho.com.br, quando alguém mencionou esse mito, que não é tão mito assim.

 

Essa notícia, mais essa de Cláudio e certamente haverá outras, mostram que o fenômeno OVNI voltou a ser percebido no interior do Brasil, e especificamente, também na região de Minas Gerais. Aqui, não saberíamos dizer sua extensão. Sempre desconfiamos que as aparições se encontravam muito além da suposição de Húlvio Brant Aleixo, em relação ao Vale do Rio das Velhas.

 

Possivelmente, a extensão das aparições é muito maior. Só que à grande mídia não interessa o assunto. Temas mais interessantes como a morte por overdose de tóxicos de pessoa ligada a alguma celebridade ou se o artista tal estava beijando alguém, uma receita de bolo que ninguém fará ou o último chilique de um jogador de futebol - tudo isto é muito mais importante.

 

Sabemos que não. Nós, os ufólogos. De fato, as investigações do jornalista norte-americano, de saudosa memória, com quem tive o prazer de conviver pessoalmente, Bob Pratt, mostraram que a tal "vida calma de interior" é um mito. Não há assaltantes, não há tráfico, mas um trêfego tráfego de fenômenos luminosos e assustadores há muito, tirou o sossego dessa pobre gente. E ninguém se pergunta: a quem essa gente recorrerá?

 

Pode acontecer até que seja arbitrariamente aposentada, só porque relatou ter sido sequestrada por um OVNI... Caso real. O título do livro de Bob Pratt "UFO Danger Zone-Terror and Death in Brazil-where next?"1 fala disto com todas as letras: "terror e morte no Brasil - Onde acontecerá depois?". Sim, terror e morte. Por exemplo: o ex-soldado da PM, José Antônio da Silva, seqüestrado por um OVNI em 1969, viu quatro cadáveres desnudos, de terrestres, todos homens, num recinto para onde foi levado. Quem seriam esses pobres coitados? Mais alguns desse sub-contingente, dentro do imenso contingente de pessoas que somem todos os dias sem deixar rastros?

 

Vejamos o caso de Fred Valentich, o piloto australiano, seqüestrado, na flor da idade, com seu avião e tudo sobre o raso Estreito de Bass, na Austrália. Quem consolou seus pais, seus amigos, sua namorada? Tudo que resta do episódio é um pequeno memorial sobre seu sumiço, feito por iniciativa de civis².

 

Placa em memória do piloto Frederick Valentich,  abduzido em vôo com seu

monomotor em 21 de fevereiro de 1978, entre Vitória/Austrália para a Ilha King.

 

A situação dessa gente, sua impotência e sua desproteção ante um fenômeno tão desconhecido quanto perigoso, chamou a atenção até de Josef Allen Hynek, que num pequeno artigo em que comenta suas impressões da ufologia brasileira (depois de sua segunda visita ao Brasil) não deixou de registrar minha informação, sobre o que declarou a mim e Húlvio Brant Aleixo, um rapaz de Vargem Grande-MG, após o susto de um CE-II, onde seus cães de caça (ele caçava tatus à noite) perderam seus condicionamentos para caça e ficaram ”bobos” diante o fenômeno.

 

“Pelo amor de Deus, doutor! Faça alguma coisa com esses discos-voadores, pois tudo que eu quero é caçar meus tatus em paz3 - disse o rapaz.

 

Ao livro de Bob Pratt juntaríamos o bem produzido Vampiros Extraterrestres na Amazônia de Daniel Rebisso Giese4. Claro, que aos mais desavisados, este título pode parecer coisa de gente sensacionalista. Mas, quando lemos o conteúdo, vemos que os títulos - no curto e grosso - só poderiam ser estes.

 

Gente que tira sangue de humanos sem perguntar se pode ou não (inclusive, no conhecido caso Villas Boas); pessoas, subitamente seqüestradas, puxadas ou levitadas e quase levadas por OVNIs - tendo de se agarrar em árvores ou mourões para não serem arrastadas -, conforme registros feitos na região de Jaboticatubas, Vargem Grande, São José do Almeida, Baldim, entre outras, na região Norte de Minas Gerais.

 

Claro. São “loucos pós modernos”, é o “imaginário coletivo”, esquecendo-se que essa loucura e esse imaginário, pelo jeito não só contagiou câmeras e radares, mas também membros do establishment intelectual e/ou científico, como Clyde W. Tombaugh5 e Rachel de Queiroz6.

 

Uma das coisas que pioneiros devem aceitar é o risco do ridículo, "inerente aos grandes saltos", segundo Cristovam Buarque7, que também critica os acadêmicos que evitam esse risco preferindo os aplausos seguros dos pequenos auditórios. Mais uma vez, citando Jacques Vallée:

 

“Algum dia nossa sociedade pagará o preço pela falta de atenção científica quanto ao fenômeno UFO. Enquanto mais e mais testemunhas sinceras se apresentarem com suas histórias, somente para serem sumariamente rejeitadas por instituições militares e acadêmicas, nas quais (tais pessoas – NT) pensaram que podiam confiar, uma distância crescente será criada. O público não só poderá dar as costas à Ciência sob qualquer forma (e se tornar cético quanto ao valor de seu investimento em pesquisas de energia e tecnologia espacial) mas pode também procurar um substituto em novas filosofias de consumo e pseudociências. Este movimento rumo à superstição por sua vez antagonizará os cientistas, que o citarão como evidência de que o fenômeno UFO não deveria ser estudado seriamente e o círculo vicioso continuará”8.

 

Que bom! Das duas, uma: ou nos deram de bandeja um belo filão, que se tivermos sucesso em desvendar o mérito será nosso e não dos supostos “sábios”... Sem sabedoria. Ou então, se formos destruídos, no roldão em que mergulhará a espécie humana, ao constatar que a vida extraterrestre veio até nós, antes que chegássemos a ela, pereceremos sim, como os outros. Mas não levaremos conosco o pecado da omissão.

 

* Alberto Francisco do Carmo é licenciado em Física e pesquisador ufológico desde os anos de 1950.

 

- Imagens: Pepe Chaves/Ufomonumentos, por Mário Rangel 

 

 

Bibliografia Citada:

 

  1. PRATT, Bob (Robert Vance Pratt), UFO Danger Zone-Terror and Death in Brazil-where next?" - Madison,Wisconsin,Horus House Press,1996

  2. HYNEK, J.Allen (Editor),Fred Valentich, The Missing Australian Pilot, Evanston, Illinois, International UFO Reporter, Vol 3 n°12,Dezembro de 1978.

  3. HYNEK, J.Allen, The Brazilian UFO Scene, Evanston, Illinois, International UFO Reporter, Vol. n° 4.’, julho 1978.

  4. GIESE, Daniel Rebisso, Vampiros Extraterrestres na Amazônia, Belém, Edição do autor, 1991.

  5. DO CARMO, Alberto Francisco, A Luz da Chapada em MG, UFOVIA, BH-MG, janeiro 2009.

  6. QUEIROZ,Rachel de, Objeto Voador Não Identificado, O Cruzeiro, 4 de junho de 1960.

  7. BUARQUE, Cristovam, Na Fronteira do Futuro-O Projeto da UnB,Brasília, Editora UnB, Cap.II,especialmente o tópico Meddos”,1989.

  8. VALLÉE, Jacques, Messengers of Deception, Berkeley,California, Ad/Or Press,1979.

 

- Links sugeridos pelo autor:

 

- A Luz da Chapada em Minas Gerais (Por Alberto F. do Carmo) – UFOVIA

 

- Entrevista com Daniel Rebisso Giese – exclusivo UFOVIA

  (Autor de Vampiros Extraterrestres na Amazônia).

 

- Entrevista com Bob Pratt – exclusivo UFOVIA

  (Autor de UFO Danger Zone-Terror and Death in Brazil-where next?").

 

- O testemunho do astrônomo Clyde W. Tombaugh – exclusivo UFOVIA

 

- Rachel de Queiróz descreve “Objeto Voador Não Identificado - UFOVIA

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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Parapirogenia:

O fogo maldito

A parapirogenia é um caso reputado como parapsicológico de combustão espontânea, ou seja,

a queima inexplicável de objetos ou pessoas. Ainda distante dos domínios das ciências oficiais que

a desconhece, seria o fogo secreto, dos antigos alquimistas e de herméticos tratados de magia.

 

Por Reinaldo Coutinho

De Teresina-PI

Para UFOVIA

 

Nesta modesta casa em Pedro II, no Piauí, aconteceram os fenômenos de Parapirogenia em 1996.

 

 

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA - Este fogo queima de dentro para fora, carbonizando pessoas e objetos. Provoca terror só em se pensar em algo tão horripilante. Autores como Jacques Bergier (1912-1978), Charles Fort (1874-1932) e Vincent Gadois se ocuparam minuciosamente do tenebroso assunto.

 

Tecnicamente é também conhecida como Combustão Humana Espontânea com sigla CHE em português e SHC em inglês. Entretanto, para muitos autores, a idéia de um ser humano simplesmente incendiar e carbonizar-se raia ao absurdo.

 

Mas ao longo dos últimos 300 anos foram centenas de casos registrados pela polícia e estudados com afinco por cientistas. Antigamente se explicava como sendo causado por pessoas que bebiam muito e por algum mecanismo desconhecido, seria disparada uma ignição e o incêndio teria início. Mas não seriam necessários muitos testes para saber que, por maior conteúdo de álcool num organismo humano, nunca seria suficiente para haver a combustão.

 

Muitos policiais e peritos britânicos e norte-americanos ficaram perplexos ante o estado de cadáveres inteiramente carbonizados dentro de cômodos que não apresentavam grandes sinais de incêndio. Às vezes os próprios móveis em que estavam sentadas, ou o tapete em que caíram permaneceram intactos ou ligeiramente chamuscados, enquanto que o corpo, totalmente carbonizado, deve ter sofrido temperaturas acima de 2.000 graus...

 

Apelou-se para cigarros deixados cair sobre roupas, incendiando as vítimas; ou então, criminosos teriam tentado apagar vestígios queimando as vítimas. Porém as temperaturas que carbonizaram estas pessoas somente poderiam ser obtidas em fornos crematórios, durante muitas horas.

 

Em 1833, em trabalho lido para Academia Francesa de Ciências, M.J. Fontelle passou em revista vários casos e observou que as vítimas tendiam a ser mulheres idosas que gostavam de bebidas alcoólicas e que os danos do fogo não se estendiam aos materiais inflamáveis perto ou no corpo delas. É interessante notar, também, que há indícios, em certos casos, de que a destruição fora maior por causa da gordura humana derretida.

 

EXPLICAÇÕES - Muitas teorias pretendem explicar o fenômeno cientificamente como: impulsos psicocinéticos destrutivos ou flutuações geomagnéticas, porém, o maior defensor da autenticidade da SHC, Larry E. Arnold, vincula esses eventos a uma certa variedade de fenômenos paranormais. Enquanto discutem isso a combustão humana espontânea permanece como um dos mistérios mais extraordinários da natureza, absolutamente inexplicável pela ciência moderna.

 

Sobre a parapirogenia nos explica o célebre escritor Jacques Bergier, no seu livro A Volta dos Mágicos (1973): “Segundo os antigos alquimistas existiria uma outra variedade de fogo, além da que conhecemos. Este fogo secreto seria extremamente perigoso. Em termos de física moderna, poder-se-ia interpretar este fenômeno como intermediário entre energia química e energia nuclear”.

 

No seu livro, Bergier cita o pesquisador Ronald Willis que reporta inúmeros casos de pessoas que apareceram carbonizadas nos EUA, Inglaterra, Holanda, França e até em navios em alto-mar. Em alguns dos casos, a pessoa foi espontaneamente carbonizada e sua cabeça teria se reduzido ao tamanho de uma bola de tênis. Mas a poltrona em que ela estava sentada só foi ligeiramente chamuscada. Noutros casos, houve a carbonização do corpo e a roupa também sofreu apenas leves queimaduras. Diz Willis: “Seria necessário uma temperatura aproximada de 2.500 graus e perto de três horas para consumir um corpo humano a este ponto”.

 

Muitas vezes as autoridades atribuem os casos às chamas de lareiras ou imprudência de fumantes que inadvertidamente atearam fogos às roupas ou à cama. Outros chegaram ao cúmulo de atribuir os casos a alcoólicos que se aproximavam de lareiras, provocando a combustão do álcool acumulado em seu organismo. Mas em quase todos os casos, são apenas explicações circunstanciais, beirando ao ridículo, simplesmente para tirar o embaraço das autoridades que não têm nenhuma idéia da causa do fenômeno.

 

PEDRO II/PIAUÍ - Aqui no nosso Piauí acompanhamos um destes casos, ocorrido na terra dos fenômenos ufológicos e da pedra preciosa opala, Pedro II, no Norte do Estado. No nosso caso, a combustão se limitou a ocorrer em objetos, sem atingir seres humanos. Nada de perdas humanas. Ainda bem. Segundo as noções de parapsicologia, seria mais um fenômeno tipo poltergeist do que propriamente uma parapirogenia. Mas, como foi com fogo misterioso, vamos lá...

 

Passava-se o ano de 1996 quando pesquisávamos sítios arqueológicos e outras antiqualhas por aquele aprazível e serrano município. É a “Suíça Piauiense”, famosa por seu clima ameno, magníficas serras escarpadas, fenômenos ufológicos, pedras preciosas (opalas) e artesanato têxtil variado, principalmente, belíssimas redes.

 

Soubemos então de um estranho caso, que de imediato nos prendeu a atenção. Na sede do município, uma modesta casa do bairro Vila Operária teria sido palco de apavorantes fenômenos de parapirogenia no ano anterior ao da nossa visita.

 

Juntamente com o jornalista hispano-brasileiro Pablo Villarrubia Mauso e nossa amiga Lourdes Frota, nos dirigimos até a casa de número 214 da rua União pertencente ao Sr. Francisco Alves Feitosa e dele anotamos o pacientemente o caso macabro.

 

Marcas do fogo misterioso numa das mesas da casa do Sr. Feitosa, em Pedro II.

 

Reinaldo: Sr. Feitosa, nos conte tudo desde o princípio.

Feitosa: Pois bem. Tudo começou no início de outubro do ano passado (1995) e terminou cerca de 10 de novembro. As coisas aqui de repente começaram a tocar fogo sem que ninguém por perto acendesse coisa alguma. Queimava tudo em qualquer cômodo da casa. Tanto fazia ter ou não ninguém por lá. Tudo queimava do mesmo jeito. Aí começou a agonia e o desespero da gente. Era medo e aquela sensação de impotência danada. Imagine, aparece fogo aqui e acolá nas coisas de sua casa, e você não pode fazer nada, não sabe nem de onde vem aquilo...

 

Reinaldo: E como era esse fogo?  Nos descreva detalhes.

Feitosa: A gente não sabe o que fazia as coisas pegarem fogo. Vinha de onde menos a gente esperava. Queimava tudo. Eu sei é que tudo queimava sem mais nem menos. E mesmo os lugares fechados como a petisqueira queimava. Queimou rede, escova de dente, colchão, rádio-gravador, sofás, roupas e tudo mais.

 

Reinaldo: E como começava o fogo?

Feitosa: Começava por onde menos se esperava. Às vezes, num canto, às vezes, num lugar fechado. Era quando menos a gente esperava. Não tinha assim um padrão ou uma seqüência, não.

 

Reinaldo: E muita gente viu este fogo começar de maneira espontânea?

Feitosa: Se viu? Minha mulher Maria, meus filhos, sobrinhos e a população quase toda da rua. Quer mais? (Nos disse com um certo nervosismo o Sr. Feitosa).

 

Reinaldo: E foi muita coisa queimada?

Feitosa: Se foi? Perdemos quase tudo. Num sobrou quase nada. Pra gente que é pobre, ficamos mais pobres ainda. Quando essa coisa medonha começou a queimar tudo, levamos as coisas para a casa dos vizinhos e o fogo continuou mostrando que a coisa era pessoal e se transferia pra onde a gente levava as coisas. Também quando a gente tirava as coisas de casa e levava pro quintal as coisas queimavam. Dava um desespero danado na gente. Às vezes, antes de começar a pegar fogo nas coisas, algumas coisas caíam no chão das prateleiras e mesas, sem ninguém tocar. Caíam copos, livros, discos, tênis...Tudo acontecia durante o dia. A gente ficava apavorada e rezava.

 

Alguns maçons teriam sido convocados para rezar no local. Eles se assustaram ao observar que as chamas nos objetos aumentaram com a presença deles. Foi o que colhemos de populares das vizinhanças. Um evangélico, um tal de Antônio Ramos leu um trecho da Bíblia e um foco de incêndio numa cama se apagou...

 

Se o Sr. Francisco Feitosa conseguiu fazer algum tipo de fraude, enganando habilmente dezenas de pessoas, fez um péssimo negócio. Com efeito, ante o enorme prejuízo de objetos domésticos queimados, a comunidade efetuou uma campanha para arrecadar fundos para repor alguns bens à família. O arrecadado não passou de 25 reais...O suficiente para comprar uma rede...

 

Ademais, sabe-se que durante alguns dias alucinantes do fenômeno, o Sr. Feitosa, ao presenciar, impotente, às chamas a lhe devorar os pertences caseiros, saiu correndo desesperado até a delegacia, solicitando sua própria prisão, como que enlouquecido pelo pavor.

 

Dizem os parapsicólogos que neste tipo de fenômeno há sempre um catalisador, geralmente uma pessoa jovem ou adolescente, com uma tal energia descontrolada. Com pouco equilíbrio psicológico, o jovem seria o responsável pelas manifestações paranormais.

 

Pensou-se num bebê de sete meses, neta do Sr. Feitosa. Afinal, um certo dia a rede em que o inocente dormia teve vários focos de incêndio. A criança não se feriu, sendo retirada a tempo.

 

Imagem de um colchão da casa do Sr. Feitosa: queimado de dentro para fora.

 

Após observarmos minuciosamente o ambiente em que ocorreu o estranho fenômeno, passamos a colher mais informações na comunidade pedrossegundense. Foi durante nossas indagações pela cidade que soubemos que o pároco da cidade, o jovem padre Paulo, acompanhou de perto o fenômeno.

 

Nos dirigimos então à sua residência no intuito de melhor nos informarmos sobre o inusitado caso. Encontramos, pois o jovial e alegre sacerdote Paulo Roberto Cavalcante, cearense de apenas 34 anos (em 1996), erudito e com grandes conhecimentos de parapsicologia.

 

Simpático, brincalhão e irreverente, o padre nos contou o que se passara. “Na verdade, acredito que o foco do fenômeno esteja na nora do Sr. Feitosa, de nome M”, afirmou o padre.

 

Reinaldo: Por que o senhor diz isso?

Pe. Cavalcante: Ele parece que tem muito medo dela. Ela é muito estranha e arredia. Ela tem apenas 20 anos, é casada com um filho de seu Feitosa e mãe do bebê que quase se queimou na rede. Essa moça tem sérios problemas de distúrbios psíquicos. Ela é esquisita e já jogou pragas contra mim. Desde o começo de tudo eu percebi que era ela o foco do fenômeno paranormal. Ela e a mãe freqüentaram terreiros de macumba próximos a onde moram. Você vê, há um ambiente escuro e nefasto rondando aquela casa, com muita energia negativa, capitaneada pela jovem. Aliás, sempre o fogo espontâneo acontecia quando ela se zangava com algo ou discutia com alguém. Dizem que uma vez ela fixou a vista numa rede e esta começou a arder...

 

Reinaldo: E o que o senhor fez? Foi solicitado a realizar algum tipo de exorcismo?

Pe. Cavalcante: Fui sim. Mas a primeira coisa que fiz, foi dizer ao Sr. Francisco Feitosa que o centro da coisa horripilante era a M., casada com o filho dele e mãe do bebê. Pedi que ele a mantivesse afastada deles por uns dez dias. Assim, eles fizeram e mandaram ela visitar algum parente sob algum pretexto. O resultado é que nesta ausência não aconteceu nenhum fogo misterioso. Porém, depois ela voltou e os fenômenos continuaram.

 

Reinaldo: O senhor presenciou alguma vez o fogo maldito?

Pe. Cavalcante: Sim. Uma vez eu cheguei a ver o colchão já ardendo. Curioso é que queimava como se fosse de dentro para fora. Nós observamos e fotografamos este colchão na residência do ocorrido. Realmente parece ter sido mais intensamente queimado no seu interior e muito menos nas porções superficiais. Assim também os outros objetos. Se o Sr. Feitosa fosse um fraudador, o seria muito hábil.

 

Reinaldo: E o exorcismo, o senhor realizou?

Pe. Cavalcante: Não, a minha igreja não autorizou. Porém, tomei uma atitude que surpreendeu a todos. Aqui em Pedro II há uma igreja protestante, a “Deus é Amor”. Eu recomendei ao Sr. Francisco Feitosa que levasse o caso a eles.

 

Reinaldo: Mas por que a esta igreja?

Pe. Cavalcante: Eles têm um poder psicológico de persuasão muito grande entre a população mais simples, mais inculta. Eles vão logo falando na expulsão do Satanás e a pessoa se impressiona muito, sente calafrios e se enche de emoções. Isso poderia resolver ou amenizar o problema.

 

Reinaldo: Mas, o senhor tem certeza de que o foco da questão era mesmo M.?

Pe. Cavalcante: Sim. Todos tinham pavor dela. Chegavam ao ponto de atribuir o fenômeno ao bebê, com medo de citar o nome dela. Ela ameaçava todos.

 

Reinaldo: E houve a cerimônia de exorcismo dos pastores da igreja “Deus é Amor”?

Pe. Cavalcante: Creio que não. Eles não quiseram. Aos poucos o fenômeno diminuiu de intensidade. À medida que diminuía, as pessoas ligavam menos para o caso. Mas veio gente de muito longe por causa disso.

 

Reinaldo: Sabemos que Pedro II é a terra dos fenômenos celestes ditos ufológicos. Dos mais velhos às crianças, todo mundo aqui diz que já viu algo fantástico nos céus. E sobre a parapirogenia referida, foi o primeiro caso do Município?

Pe. Cavalcante: Não. Já havia acontecido em 1994, na casa da mãe de um ex-prefeito do vizinho município de Domingos Mourão. Lá foi muito menos grave do que esse, mas também havia um moço como foco. Também houve muito tumulto, mas foi menos duradouro.

 

O que é certo é que, haja o que tiver acontecido não podemos crer que tudo isso fosse fraude, perpetrada por pessoas tão simples, que perderam a maior parte de seus pertences. Mesmo porque, as testemunhas, algumas delas esclarecidas até em fenômenos parapsicológicos, como o padre Paulo Cavalcante, nos assegurara a veracidade dos fatos.

 

Além do que, o fenômeno foi presenciado por dezenas de outras pessoas idôneas, dos mais diversos graus culturais e crenças religiosas. Algo sempre acontece de estranho em Pedro II.

 

Como diz Ronald Willis sobre o fogo espontâneo: “Não é algo muito agradável de pensar à noite ao deitar-nos...”.

 

* Reinaldo Coutinho é geólogo, pesquisador em arqueologia, folclore e ufologia.

 

- Fotos: Reinaldo Coutinho. 

 

- Produção: Pepe Chaves.

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  UFOVIA - ANO 5 

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