Eleições presidenciais:
Dilma Rousseff é eleita presidente
Ela se torna a primeira mulher a governar
o Brasil.
Da Redação*
Via Fanzine
Durante o discurso,
Dilma esteve com o vice Michel Temer e membros de sua equipe de
transição.
Após uma longa e árdua campanha, Dilma Rousseff, candidata
do Partido dos Trabalhadores (PT) foi eleita presidente do Brasil, em
segundo turno, na eleição realizada em 31
de outubro de 2010. Ela se torna a primeira presidente mulher da história
do seu país e a 12ª do continente a ocupar o mais alto cargo da
hierarquia política nacional.
Representando uma coligação formada por 10
partidos (PT/ PRB / PDT / PMDB / PTN / PSC / PR / PTC / PSB / PCdoB),
Dilma Rousseff foi eleita com 55.752.529, perfazendo 56,05% do total
válido.
O seu concorrente, José Serra, do PSDB, representando uma
coligação formada por sete partidos (PSDB/ PTB / PPS / DEM / PMN / PSDB
/ PT do B), obteve 43.711.388 (43,95%).
Dessa vez, os resultados dos institutos de pesquisa
estiveram próximos da realidade das urnas.
Após a divulgação do resultado final da eleição, houve
muita festa do PT em todo o Brasil, comemorando a vitória de Dilma.
Simpatizantes e filiados do PT comemoraram a continuidade no poder em todas as capitais do país.
Quem é Dilma
Rousseff
Dilma Vana Rousseff nasceu Belo Horizonte, Estado de Minas
Gerais, em 14 de dezembro de 1947. É economista formada pela UFMG, política e presidente
eleita do Brasil, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi nomeada
ministra-chefe da Casa Civil durante o Governo Lula, em junho de 2005,
sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.
Nascida em família de classe média alta e educada de modo
tradicional, a jovem descendente de búlgaros, se interessou pelos ideais
socialistas durante a juventude, sobretudo, logo após o Golpe Militar de
1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a
luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação
Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR
Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente
na Oban (onde passou por sessões de tortura) e depois no DOPS.
Ao se livrar das amarradas da ditadura militar, Dilma
reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo,
seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido
Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas
campanhas eleitorais.
No Sul, Dilma exerceu o cargo de secretária municipal da
Fazenda de Porto Alegre no governo Alceu Collares e, mais tarde, foi
secretária estadual de Minas e Energia, tanto no governo de Alceu
Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido
dos Trabalhadores (PT) em 2001.
Em 2002, Dilma Rousseff participou da equipe que formulou o
plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética.
Posteriormente, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e
Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da
Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciara ao cargo após
o chamado escândalo do mensalão.
Simpatizantes de Dilma
comemoraram em várias cidades brasileiras.
Discurso de posse
Em seu primeiro pronunciamento como presidente eleita do
Brasil, Dilma apareceu ao lado do vice, Michel Temer e seus
correligionários. Num discurso de 25 minutos, Dilma ressaltou à eleição
democrática de uma mulher à presidência, afirmando, “Sim, a mulher
pode”. Ela se comprometeu em “valorizar a democracia em toda a sua
dimensão, desde os direitos de opinião e expressão, até os direitos
essenciais, básicos da alimentação do emprego, da renda, da moradia
digna e da paz social”. “Vou zelar pela mais ampla e irrestrita
liberdade de imprensa, vou zelar pela mais ampla liberdade religiosa e
de culto. Vou zelar pela observação criteriosa e permanente dos direitos
humanos tão claramente consagrados em nossa constituição”, afirmou.
Dilma também ressaltou a meta principal de sua campanha: a
erradicação da miséria e a criação de oportunidades, “esta ambiciosa
meta é uma chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, às igrejas,
as entidades civis, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a
todas as pessoas de bem em nosso país. Não podemos descansar enquanto
houver brasileiros com fome. Enquanto houver famílias morando nas ruas.
Enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte, enquanto
reinar o crack e as ‘cracolândias’. A erradicação da miséria nos
próximos anos é uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o
apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar este
abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida”, declarou.
Dilma afirmou que governará para todos e pediu união em
prol do Brasil. Se dirigindo aos partidos opositores e pessoas que não
estiveram com sua candidatura, afirmou que, “estendo minha mão eles, de
minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrinho. A
partir da minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e
brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de
orientação política. Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a
qualidade da política, quero empenhar-me junto com todos os partidos por
uma reforma política que eleve os valores republicanos, avançando e
fazendo avançar nossa jovem democracia. Ao mesmo tempo afirmo com
clareza que valorizarei a transparência na administração pública, não
haverá compromisso com o erro, o desvio e o mal feito. Serei rígida na
defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos
de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo sem jamais
perseguir adversários ou proteger amigos”.
A presidente eleita, também agradeceu os votos recebidos do
eleitorado brasileiro. “Prometo devolver em dobro todo o carinho
recebido em todas as regiões por que passei. Nenhuma região do meu país
ficará para trás ou será menosprezada ou considerada de segunda
categoria”, afirmou.
Ela agradeceu à sua equipe de trabalho e também à imprensa
nacional e estrangeira que cobriram o processo eleitoral, afirmando que
por vezes, algumas das notícias difundidas a deixaram triste, “mas,
quem como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião,
arriscando a vida. Quem como eu e tantos outros que não estão mais entre
nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos,
naturalmente, amantes da liberdade”, afirmou. E afirmou: “Prefiro o
barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura. As críticas do
jornalismo livre ajudam ao país e são essenciais aos governos
democráticos, apontando erros e trazendo o necessário”.
Dilma agradeceu emocionada ao presidente Lula. “Ter a honra
de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência e ter aprendido com
sua imensa sabedoria são coisa que se guardam pela vida toda. Conviver
durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão, do governante
justo e do líder apaixonado por seu país e por sua gente. A alegria que
eu sinto hoje por minha vitória se mistura com de sua despedida. Sei que
um líder como o Lula nunca estará longe de seu povo e cada um de nós.
Baterei muito em sua porta e tenho certeza e confiança que sempre estará
aberta. A distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha
grandeza e generosidade”, disse a presidente eleita.
Conclamando os novos governadores e deputados eleitos em
2010, a presidente Dilma Rousseff convidou a todos para uma “ação
determinada, efetiva e enérgica” em prol do futuro do país.
Administrar crises
caseiras
Ao assumir a Presidência, Dilma Rousseff terá pela frente a
resolução de uma grave crise institucional, à medida que surgem
escândalos incontestes em quadros públicos de todo o país, inclusive, na
Casa Civil da Presidência, na gestão de sua sucessora, Erenice Guerra.
A corrupção e os desvios de recursos públicos que assolam o
país têm tirado a credibilidade das administrações públicas. Portanto,
se deseja uma administração transparente e moralizadora, a impunidade
que gera o descrédito no cidadão, somada à alta reincidência dos
esquemas de suborno, propinas e desvios de recursos públicos, em todas
as esferas da União, devem pautar entre os principais “inimigos” dessa
administração da nova presidente do Brasil.
Eleições no Brasil
As eleições foram realizadas em clima ameno em todo o país,
com pouquíssimos incidentes. Compareceram às urnas 106.606.214
brasileiros, perfazendo 78,50% do eleitorado brasileiro (135.804.433).
Por causa do feriado de finados, quando muitas pessoas viajam e por isso
não votam, a abstenção foi alta, alcançando 21,50% ou 29.197.152
eleitores.
Do total apurado, 2,30% foram votos em branco (2.452.597),
seguidos de 4,40% de nulos (4.689.428) e 93,30% de votos válidos
(99.463.917).
Foram computadas todas as 400.001 seções eleitorais e todo
o país, perfazendo 100% da apuração.
Eleições estaduais
Alguns Estados das regiões Norte, Centro-oeste e Nordeste
também elegeram seus governadores em segundo turno. Na região Norte
houve eleições nos estados de Roraima, Rondônia, Amapá e Pará. No
Centro-oeste, em Goiânia e no Distrito Federal. E no Nordeste, nos
Estados da Paraíba, Piauí e Alagoas.
- Acesse os resultados detalhados das eleições nos Estados
no site do TSE:
http://divulgacao.tse.gov.br/
* Com informações do TSE e agências nacionais.
-
Fotos: Silvia Izquierdo – AP /
Reprodução Rede Brasil.
- Leia também:
Dilma é convidada para
reunião do G20
Bigio, de Londres:
Dilma e Obama
* * *
Resultado - Eleições
2010/Brasil
Presidência da República
Da Redação*
Via Fanzine
Brasil, cinco grandes regiões e mais de
110 milhões de eleitores.
No domingo 03/10/2010 os brasileiros foram
às urnas para eleger presidente, governadores, senadores e deputados.
Como nas eleições anteriores, o pleito ocorreu de maneira pacífica e
tranquila em praticamente todos os município do país.
Foram à urnas 111.193.747 eleitores. Em
diversos estados, cabos eleitorais foram apreendidos pela prática da
"propaganda em boca de urna" e, salvo em raras situações, não foram
registrados casos de violência por motivos eleitorais.
Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB)
seguiram para a disputa em segundo turno. Com 99,99% da apuração, com
seus 46,91%, por pouco a candidata petista não conseguiu se eleger em
primeiro turno, faltou apenas 3,2% para ela obter maioria necessária.
O tucano José Serra veio em segundo lugar
com 32,61%, seguido de Marina Silva (PV), com os seus expressivos
19,33%.
Para o segundo turno, que na prática teve
início tão logo se soube o resultado das urnas, petistas e tucanos
disputam a simpatia da candidata "verde", procurando obter seu apoio,
que será providencial para o resultado final.
Números das eleições presidenciais em 2010
Seções: 400.001
Seções Apuradas: 400.001 (100,00%)
Eleitorado:
135.804.433
Apurado:
135.804.043 (99,99%)
Abstenção:
24.610.296 (18,12%)
Comparecimento: 111.193.747 (81,88%)
Votos: 111.193.747
Brancos: 3.479.340 ( 3,13%)
Nulos:
6.124.254 ( 5,51%)
Válidos: 101.590.153 (91,36%)
Seq. Nº
Cand. Nome Candidato Partido/Coligação
Qtde. Votos
1 13
DILMA
PT- PRB/PDT/PT/PMDB/PTN/PSC/PR/PTC/PSB/PC do B
47.651.434 (46,91%)
2 45
JOSÉ SERRA
PSDB - PTB / PPS / DEM / PMN / PSDB / PT do
B 33.132.283 (32,61%)
3 43
MARINA SILVA PV
19.636.359 (19,33%)
4 50
PLÍNIO
PSOL
886.816 ( 0,87%)
5 27
EYMAEL
PSDC
89.350 ( 0,09%)
6 16
ZÉ MARIA
PSTU
84.609 ( 0,08%)
7 28
LEVY FIDELIX PRTB
57.960 ( 0,06%)
8 21
IVAN PINHEIRO PCB
39.136 ( 0,04%)
9
29 RUI
COSTA PIMENTA PCO
12.206 ( 0,01%)
- Dilma e José Serra
concorrem ao segundo turno.
* Com informações e imagem: TSE (http://divulgacao.tse.gov.br/).
- Clique
aqui para ver o resultado das eleições nos estados pelo site
do TSE.
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