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Artigos 

 

Crise econômica:

EUA: chega a tempestade

Grandes credores do país, como China, Rússia e Brasil, podem sofrer com essa decisão, e a reação

em cadeia pode jogar mais lenha na fogueira acendida pelo descontrole capitalista nos últimos anos.

 

 Por Pedro Penido*

De Belo Horizonte

Para Via Fanzine

04/08/2011

Muitos acreditariam que não estariam vivos para ver os Estados Unidos serem colocados à prova de seus próprios testes. E assim tem acontecido nas últimas semanas, quando políticos norte-americanos, republicanos e democratas, encenam uma grande batalha pela salvação da economia americana.

 

Salvação esta que, independente da escolha, não virá de um dia para o outro, nem de um ano para o seguinte. Analisa-se aumentar o teto da dívida, permitida pelo Congresso Americano para parametrar os gastos do Estado. Analisa-se também o decretar do calote, que pode vir como um furacão para a economia tanto interna quanto externa.

 

Grandes credores do país, como China, Rússia e Brasil, podem sofrer com essa decisão, e a reação em cadeia pode jogar mais lenha na fogueira acendida pelo descontrole capitalista nos últimos anos. De igual maneira, considerar o não pagamento de aposentadorias, pensões, salários de servidores públicos e veteranos de guerra pode gerar um monstro difícil de ser domado.

 

Afinal, como explicar a todas estas pessoas que serão prejudicadas em sua fonte de renda e sobrevivência sumariamente? Quais os efeitos disso a curto, médio e longo prazo em um american way of life tão acostumado a ditar as regras (e não necessariamente respeitá-las)?

 

Cortes e Sangrias

 

Mas este corte de bilhões de dólares não afetará apenas a população e credores internacionais. Grande bastião do imperialismo americano, o Pentágono é um dos alvos das sangrias.

 

Aproximadamente US$350 bilhões devem ser cortados nos próximos 10 anos do setor militar. Tais cortes virão acompanhados de revisão de políticas militares, o que passa por todos os frontes de guerra do país.

 

Espera-se assim, que esta sangria permita que o país ganhe mais tempo para reorganizar a economia. Assim, até 2013, uma comissão bipartidária estará responsável por avaliar novos cortes, o que não descarta a possibilidade de que outros US$500 bilhões sejam arrancados do orçamento de Defesa, acompanhados de novos cortes em infraestrutura e educação!

 

Outros US$900 bilhões devem ser cortados do orçamento ao longo dos próximos dez anos, valores estes vindos de programas do governo considerados não imprescindíveis.

 

A ideia é cortar 2,5 trilhões em dez anos de dólares e evitar o pior.

 

Mas, infelizmente, o povo estadunidense não estará livre de muitas pioras em um estilo de vida que, até então, jamais imaginaria estar no centro de um cenário que contempla, necessariamente, palavras como calote, moratória e austeridade fiscal.

 

Críticas e críticos

 

A mudança de direção dos holofotes chega a ser quase irônica. Países antes questionados e alvos de fortes críticas de entidades financeiras internacionais e dos EUA agora questionam a atitude destes em relação ao cenário atual.

 

O presidente russo Vladimir Putín, nesta semana, chamou de “parasita” o método de atuação dos EUA na economia mundial, acusando o país de multipolarizar sua dívida, jogando-a nos demais países.

 

China e Brasil já manifestaram a necessidade de os EUA não tornarem seu próprio descontrole um problema global.

 

Da mesma maneira o próprio FMI já solicitou não apenas aos EUA, mas também à França e Reino Unido, que verifiquem com cuidado suas contas para evitar cenários caóticos.

 

* Pedro Penido é jornalista e editor dos blogs MeioDigital, VersoFractal e Tragos&Doses.

 

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Bin Laden:

O fim do mito ou o mito do fim?

Para uns foi herói, para outros, um monstro. Deus ou diabo, esse homem de barba escura

 e olhar obcecado, assustou o mundo no dia 11 de setembro de 2001.

 

Por Fábio Bettinassi

De Araxá-MG

Para Via Fanzine

 

Morre um mito do mundo obscuro do terrorismo internacional, e porque não dizer, dos negócios internacionais? Entre todos os terroristas, Osama Bin Laden foi o que mais afetou nosso modo de vida. Idealizador de inúmeros ataques à bomba, este homem revelou o quanto nossa sociedade é vulnerável e se sustenta sobre pilares de vidro.

 

Filho da CIA e primo brigado da KGB, Bin Laden, nos anos 70, calçou as botas dos Estados Unidos e foi à guerra contra os russos no Afeganistão. Distribuiu fuzis Ak47 às crianças e loucos, vindo a implantar um regime político ultra-radical, cujas sentenças de morte em massa, escreveram com sangue as mais sórdidas páginas da história.

 

Para uns foi herói, para outros, um monstro. Deus ou diabo, esse homem de barba escura e olhar obcecado, assustou o mundo no dia 11 de setembro de 2001, como  autor do atentado que derrubou as torres gêmeas do World Trade Center, matando milhares de inocentes.

 

Mas não foi só em New York que Bin Laden deixou sua marca. Os dez  anos de sua caçada custou aos cofres públicos mais de US$ 5 trilhões e um saldo de mortos que ultrapassa a casa dos 200 mil, entre militares e civis.

 

Comenta-se entre os aficionados da inteligência e estratégia, que Bin Laden esteve envolvido em todo o tipo de atividade diabólica, desde a criação de universidades do terrorismo para jovens, até sua suposta participação no esquema de produção de uma arma nuclear islâmica, sonho antigo dos extremistas barbudos.

 

Osama Bin Laden representou não só a intolerância insana contra o sistema que governa o mundo, mas serviu de líder para toda sorte de rebeldes sem causas,  dispostos a vestir um paletó recheado de explosivos e se vingar das donas de casas que compravam nos supermercados.

 

Para alguns, Osama Bin Laden nunca existiu, foi apenas um personagem criado pela CIA para justificar os imensos gastos orçamentários destinados às  guerras criadas sob os mais variados pretextos. Ações banhadas de sangue e vidas ceifadas que, sem dúvida, fizeram a riqueza de muita gente oculta. Gente que, não necessariamente, puxa os gatilhos das armas.

 

A morte do terrorista saudita já é vista pelos teóricos da conspiração como algo encenado, repleto de inconsistências e situações duvidosas. Como até hoje muita gente acha que Elvis não morreu e que um ET realmente esteve em Varginha, é bem possível que o mito do fim de Bin Laden seja considerado como a maior dúvida do mundo da  inteligência moderna. Quase solitário, rivalizaria somente com o duvidoso suicídio de Adolf Hitler e o tiro que matou John Kennedy.

 

Uma coisa é certa, o mundo ficou melhor sem Osama Bin Laden. Seria o fim do mito ou o mito do fim? Só o tempo dirá.

 

*Fabio Bettinassi é publicitário e consultor para o diário digital Via Fanzine.

 

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Emergente do Terceiro Mundo:

Brasil comercial e experiência direta

Teríamos duas interpretações contrárias sobre um único país.

 

Por Bruno Peron Loureiro*

Para Via Fanzine

 

Começo o texto desta semana reiterando a dificuldade de opinar sobre contextos dos quais nos informamos a distância pelos meios de comunicação. A experiência "in loco" contradiria muitas bobagens que lemos em periódicos ou ouvimos dos convictos jornalistas na televisão.

 

Desta forma, a experiência direta corroboraria fatos e opiniões ou desmistificaria o que dizem sobre Bolívia, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, França, Portugal, Venezuela, pintem-se-nos as imagens positiva ou negativamente.

 

De duas interpretações corriqueiras e que esquentam os debates nos meios de comunicação, uma: 1- Cuba seria um país de restrição das liberdades e um presidente ditatorial como alguns sugerem; ou 2- Fidel e seu irmão Raul Castro nada mais sofrem que aversão de grupos contrários à idéia de "revolução" e o compartilhamento de bens na sociedade.

 

Teríamos duas interpretações contrárias sobre um único país. Ainda que ambas apresentem argumentos convincentes, a gestão política exige o encaminhamento de uma proposta alinhada ou não aos interesses de outros países. O embargo estadunidense desde 1962 e a flexibilização da ilha ao intercâmbio internacional (o que não quer dizer cessão ao capitalismo) refletem, respectivamente, a resistência dos EUA e a tentativa cubana de obter reconhecimento.

 

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura em 2010, direcionou críticas aos governos de Argentina, Bolívia e Venezuela, ao mesmo tempo em que teceu elogios aos avanços democráticos no Brasil, Chile e Colômbia. Chamou a Argentina de país indecifrável e manifestou desconforto com as atitudes concentradoras de poder em Hugo Chávez.

 

A democracia converteu-se em medidor basilar de evolução política na América Latina independentemente de se o povo escolhe bem ou não seus representantes. Seus defensores argumentam que este conceito transforma-nos em cidadãos mais fiscalizadores e participantes, a despeito do retrocesso por que passou Honduras com a deposição de Manuel Zelaya.

 

É por isso que o Brasil recebe elogios de comitivas internacionais, agentes de comércio, chefes de Estado e organismos internacionais e compõe um cenário de investimentos de cifras elevadas. Um país terceiro-mundista metido a "emergente".

 

O Brasil é o aprendiz número um do mercado, que nos trata como clientes, da democracia, que mobiliza parte da sociedade a eleger entes que não sabem ler e escrever só porque soam divertidos e são famosos, e do desrespeito ao cidadão pela decadência do interesse público.

 

O fenômeno mais vexaminoso da interação entre Estado e mercado no Brasil é que aquele sangra até onde puder o contribuinte tupinica à medida que o segundo obstina-se em convencer-nos a pagar à iniciativa privada por tudo o que o Estado tem o dever e o dinheiro, mas não tem sido capaz de prover em serviços de boa qualidade, como educação, saúde e segurança.

 

A democracia representativa tem o grande problema de acomodar a população no Brasil, onde esta é obrigatoriamente reivindicada em processo eleitoral e nada mais. É uma minoria que cobra os representantes eleitos desde suas promessas de campanha.

 

O restante culpa de suas próprias desgraças os "representantes" políticos, enquanto são incapazes de manter a cidade limpa ou respeitar o próximo em seus direitos. Um sistema de democracia direta ou participativa seria melhor porque exigiria mais de nós.

 

Por sua vez, o interesse público no Brasil é praticamente inexistente e sua defesa advém de poucos cidadãos bem-intencionados, que pensam mais no coletivo que em si mesmos. Já vi uma declaração de secretário municipal de que "o público é de ninguém".

 

Há que acabar com a cultura que predomina em licitações de compras em Prefeituras municipais pela qual as empresas vencedoras oferecem produtos de má qualidade, durabilidade baixa ou com preços muito acima do valor de mercado porque foram combinados entre as participantes do pregão. Devem entender que o público é de todos, um bem a ser apreciado e zelado.

 

Asfaltos comprados de fornecedores não idôneos, por exemplo, têm provocado prejuízos para os condutores de veículos e as próprias administrações públicas, que reativam as políticas de tapamento de buracos bem à moda tupinica.

 

Finalmente deixo a minha insatisfação com o tratamento dado pelas empresas aos cidadãos a fim de divulgar seus produtos, com exceção das que realmente têm responsabilidade social.

 

Os panfleteiros, para mencionar um caso, veem-se no direito de acumular informativos publicitários nos carros estacionados ou nos semáforos, e nas garagens das casas, embora a maioria das pessoas desaprove a desregulação dos anúncios publicitários. Nalgumas cidades, já se aboliram os enormes cartazes através de políticas de "cidade limpa".

 

Nestes e outros aspectos, o Brasil é um gigante comercial e um atrativo aos investimentos, mas um anão em respeito ao cidadão e o interesse público.

 

Finalizo recordando que ainda não fui a Cuba, mas escrevo sobre o Brasil a partir de minha experiência direta e sem nunca ter aceito um centavo por estas linhas.

 

* Bruno Peron Loureiro é articulistas. Sue site é http://brunoperon.com.br.

 

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Censura a Monteiro Lobato:

Index Librorum Prohibitorum

Somos um povo multirracial. Privilegiar alguns em detrimento de

outros contraria a Constituição e a ordem natural das coisas.

 

Por Hiram Reis e Silva*

De Porto Alegre-RS

Para Via Fanzine

 

O escritor Monteiro Lobato.

 

“Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos. Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior”. (Ives Gandra da Silva Martins)

 

O Index Librorum Prohibitorum ou Index Librorvm Prohibithorvm (Lista dos Livros Proibidos) foi uma relação de publicações proibidas pela Igreja Católica de livros considerados perniciosos. O Governo Federal tenta reviver a figura do famigerado “Index” tentando proibir a leitura de um dos mais consagrados autores nacionais de literatura infantil.

 

- MEC pede reconsideração de veto a Monteiro Lobato

 

O Ministro da Educação solicitou ao CNE (Conselho Nacional de Educação) que reveja o parecer que recomendou que não fosse mais distribuído o livro de Monteiro Lobato, “Caçadas de Pedrinho”, nas escolas públicas.

 

- Radicais tentam vetar livro de Monteiro Lobato nas escolas públicas

 

“Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”.

 

Seria hilário se não fosse trágico, a censura ressurge das trevas. O CNE chegou ao desplante de sugerir que o livro “Caçadas de Pedrinho”, distribuído pelo MEC (Ministério da Educação) para as escolas de ensino fundamental, não fosse mais adotado pela rede pública. O CNE alega que a obra tem forte conteúdo racista. O parecer baseia sua ridícula tese afirmando que a personagem Tia Nastácia é chamada, pelo autor, de “negra”, “tição”, “urubu” e “macaco”.

 

“Não vejo que Monteiro Lobato pinte Tia Nastácia com cores racistas. Ele tinha enorme carinho pela personagem. O livro tem que ser contextualizado em seu tempo histórico”. (Laura Padilha)

 

A pesquisadora Laura Padilha afirma que Monteiro Lobato não pretendia discriminar a personagem e apenas usava expressões da época. Laura cita outro exemplo do CNE: “Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens” e afirma: “Ele (Monteiro Lobato) realmente estava sendo preconceituoso? Contra os homens ou contra os macacos?”.

 

“Uma adaptação tiraria o cunho original da obra. Então, essas obras poderiam vir com um aviso. Mas o ideal é que não sejam mais publicadas”. (Marlene Lucas)

 

A radical militante do Movimento Negro do Distrito Federal, Marlene Lucas, é a favor da proibição do livro nas escolas e vocifera: “Tudo aquilo que agride a identidade das pessoas deve ser banido, seja de qual período for, independentemente da importância histórica e artística”. A pretensão de Marlene é mais radical ainda sendo a favor da retirada destas obras não só das escolas, mas do mercado nacional.

 

- Movimento Negro

 

“Impedir que um aluno brasileiro, de uma comunidade carente, tenha acesso a uma obra de Monteiro Lobato é errado. Em vez disso, os professores poderiam usar certas frases e expressões para discutir o racismo no Brasil". (Laura Padilha)

 

Os radicais do Movimento Negro perderam totalmente o bom censo. A sugestão, se necessária, seria a meu ver usar o livro, como sugere Laura Padilha, para promover discussões sobre preconceito. Os movimentos étnicos radicais tentam abrir feridas já cicatrizadas pelo tempo. Estes movimentos tentam a todo custo criar “guetos” num país em que a miscigenação foi exemplo para as demais desde que se lançaram os primeiros alicerces desta grande e bela nação. Criação de cotas, privilégios especiais pela cor ou raça contrariam a Constituição Federal.

 

- Índios

 

“Em 2000, um estudo do laboratório Gene, da Universidade Federal de Minas Gerais, causou espanto ao mostrar que 33% dos brasileiros que se consideravam brancos têm DNA mitocondrial vindo de mães índias. ‘Em outras palavras, embora desde 1500 o número de nativos no Brasil tenha se reduzido a 10% do original (de cerca de 3,5 milhões para 325 mil), o número de pessoas com DNA mitocondrial ameríndio aumentou mais de dez vezes’, escreveu o geneticista Sérgio Danilo Pena no ‘retrato molecular do Brasil’. Esses números sugerem que muitos índios largaram as aldeias e passaram a se considerar brasileiros”. [NARLOCH]

 

O artigo 231 da Constituição Federal estabelece que só deveriam ter direito às terras ocupadas em 5 de outubro de 1988. Interpretações à revelia da lei criaram a figura dos “tempos imemoriais” permitindo a demarcação de gigantescas reservas sem qualquer critério científico.

 

Somos um povo multirracial. Privilegiar alguns em detrimento de outros contraria a Constituição e a ordem natural das coisas. Estabelecer cotas para estudantes comprovadamente carentes eu concordo, o resto é pura hipocrisia.

 

* Hiram Reis e Silva, Coronel de Engenharia, Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS), Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

 

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Política:

Lavam-se as mãos, ficam-se os dedos (e anéis)

 Tempos atrás, em meu perfil no twitter, vivia condenando 2010

a ser o Ano Pilatos, ou seja, o ano do "lavo minhas mãos".

 

Por Pedro Penido*

 

Itaúna/MG

 

Dizia isso motivado por acontecimentos políticos (e politiqueiros) na minha cidade natal: Itaúna, interior de Minas Gerais. Por lá paira no ar a sensação de impotência da população diante das safadezas de um Executivo falho e obscuro, investigado em várias esferas, mas, ainda, detentor de poder político para impor sua vontade, doa a quem doer. Incomoda também a lentidão do Judiciário e os espasmos e convulsões do Legislativo.

 

Mas a esfera de Itaúna, mesmo sendo grave, é micro ante outros pontos que precisam ser apontados: STJ empatando votações. Isso é o cúmulo, não? Mas no país da Independência comprada, decisões como essas são quase que pré-requisitos para a oficialização de cenários como esse nas atas do processo político brasileiro.

 

Distrito Federal

 

Parece que o oba-oba é generalizado. No Distrito Federal, por exemplo, além da vergonha que ofuscou a comemoração dos 50 anos de Brasília (José Roberto Arruda que o diga) temos agora Weslian Roriz, a mulher-laranja. E o melhor é que quando se vota nela, na urna eletrônica aparece a foto do marido, Joaquim Roriz (inelegível pelo Ficha Suja). Aberração atrás de aberração. E o TSE? Lavando as mãos.

 

Rio de Janeiro

 

Tempo estranho no Distrito Federal e mares revoltos no Rio, onde o candidato tucano José Serra criou uma tempestade em copo d'água ao ser atingido por uma coisa que só a Rede Globo conseguiu mostrar ter existido. Seu vice, Índio da Costa, disse que o objeto teria "uns dois quilos".

 

Poxa! Se um objeto de dois quilos acerta uma cabeça velha, frágil e antediluviana como a do Serra, ele não estaria vivo contando histórias e papos. Além disso, muita água passou debaixo da ponte no Rio e muita coisa tem que ser investigada. Acusações sopraram para todos os lados.

 

E mais...

 

Por mais que se evite falar, muito ainda deve ser explicado pelo presidenciável José Serra em relação ao tal Paulo Preto, homem forte seu no Dersa e um dos "homens de confiança" na gestão das obras do Rodoanel (obras milionárias, aliás).

 

Da mesma maneira, Dilma Rousseff não convenceu com o "Erenice errou!", mas, pelo menos, neste caso, sabe-se onde começa o problema. Espera-se agora, com rigor, a solução.

 

Em Goiás correm de um lado para o outro censurados e opressores. Jornalista filiado ao PSDB pede demissão ao vivo, informando não concordar com censuras a que vinha sendo exposto seu trabalho.

Além disso, houve investigação da Polícia Federal em torno do tucano Marconi Perillo, candidato ao governo estadual.

 

Sabemos que as Eleições 2010 têm tirado o tempo, o sono e até o ânimo de muita gente. Mas, convenhamos, não pode o brasileiro lavar suas mãos para este monte de escândalos que estão sendo vomitados na mídia, de ambos os lados (Dilma e Serra).

 

Já que há tanta acusação de todos os lados, terminadas as Eleições, o povo não pode se desmobilizar. Tem que levar à frente tudo que lhe foi jogado na cabeça pelos presidenciáveis e demais candidatos estaduais. E, com certeza, muita sujeira veio e virá à superfície.

 

* Pedro Penido é jornalista e editor dos blogs MeioDigital, VersoFractal e Tragos&Doses.

 

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Público e notório:

'Cadeia neles!!!'

Probidade administrativa é coisa séria, restringido seu conceito naquilo que é honesto.

 

Por Caio Britto*

Para Midiamax (MS)

 

Diuturnamente venho questionando qual deve ser o comportamento de um pai de família, trabalhador e honesto, na educação de seus filhos tendo como parâmetro as constantes denuncias de corrupção no país. 

 

Os valores éticos se perderam no decorrer dos tempos existindo hoje, sobretudo na classe política, um falso paradigma do certo e do errado. Valores que pareciam serem certos se tornaram errados. Outros, errados, se tornaram certos.

 

Isso é visível nas declarações públicas, onde se propaga a falsa impressão do que se tem como probidade administrativa.

 

Ao administrador público não se admite transigir com a ilegalidade. Esse é um valor absoluto, de interesse público, não podendo ser comparado com valores individuais, resguardados e protegidos no âmbito dos direitos fundamentais.

 

Probidade administrativa é coisa séria, restringido seu conceito naquilo que é honesto, comprometido, ou seja, tudo aquilo que nossos pais nos ensinaram quando ainda acreditávamos que honestidade era rótulo de valor.

 

Imaginar que uma denuncia de corrupção tenha que ser provada pelo denunciante, tendo em vista a impossibilidade de se produzir prova negativa sobre o fato, tendo como parâmetro regras constitucionais processuais penais, é por demais mesquinho e desmerecedor de qualquer crédito.

 

O administrador probo tem sim obrigação de fazer prova acerca da falsidade das acusações que lhe são postas, a bem do interesse público e da moralidade administrativa.

 

Envolve, inclusive, ética, que tem seu conceito constantemente desvirtuado por aqueles que não a tem.

 

Já dizia o nosso grande Mestre que “todas as coisas nos são lícitas, mas nem tudo nos convém”, ou seja, o administrador público até pode achar que a improbidade imposta sobre si deve ser provada, da mesma forma que não há no país imposição legal contrária a isso. Todavia, não deve ser assim e por isso essa conduta não é ética.

 

Desta forma, ao pai de família, trabalhador e honesto, só resta uma alternativa na educação de seus filhos. Continuar a ensinar-lhes o valor da honestidade e clamar a Deus por mais cadeia, sempre rogando: “cadeia neles”...

 

* Caio Britto é juiz de Direito, especialista em Direito Tributário – UFMG  e doutorando UMSA.

 

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Amazônia:

FUNAI e ONGs, 'Cavalos de Tróia' da Soberania

“(...) Em face do problema atual, considero que está na hora de revermos o tamanho das reservas indígenas.

(...) O ideal é que as reservas indígenas tenham seu tamanho reduzido. Elas não podem, também, por uma questão

estratégica, ser situadas nas chamadas faixas de fronteira. Precisamos manter o controle absoluto sobre as nossas divisas”. 

(Geraldo Lesbat Cavagnari Filho - UNICAMP)

 

Por Hiram Reis e Silva*

De Porto Alegre-RS

Para Via Fanzine

 

Relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) mostra que o CIR (Conselho Indígena de Roraima) passou a defender abertamente a criação de um “Estado Independente”, em Roraima, após o julgamento da reserva Raposa/Serra do Sol pelos “doutos” Ministros do Supremo Tribunal Federal em 2008. Hoje, como ontem, a grande mídia cooptada, patrulhada e a soldo do Governo Federal, não se manifesta, não noticia o grande imbróglio.

 

Somente, graças à ação sistemática e corajosa dos pequenos periódicos e da “Folha de São Paulo”, a população brasileira toma conhecimento do Relatório da ABIN em relação às pretensões dos meliantes do CIR em Roraima. O CIR emitiu uma nota para se defender, mas não se esquece de guardar uma carta na manga que é a famigerada Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas assinada pelo nosso despreparado Presidente.

 

-  Nota do CIR sobre matéria da Folha de São Paulo

 

    Boa Vista, 22 de julho de 2010.

 

“A coordenação do CIR tomou conhecimento através da reportagem da Folha de São Paulo da existência de um suposto relatório da ABIN com informações inteiramente inverídicas a respeito da atuação do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Mais uma vez, como durante a fase final do julgamento no STF da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, são lançadas contra o CIR denúncias sobre formação de milícias armadas e pretensões de criar uma nação indígena independente no Brasil. (...)

 

A luta do Conselho Indígena de Roraima pelo reconhecimento dos territórios indígenas tradicionais, que inclui a revisão dos limites de algumas áreas com ampliação dos territórios e demarcação de terras ainda não reconhecidas, vem de muito antes da vitória da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. (...)

 

O CIR, assim como todas as principais organizações indígenas do Brasil, apóia a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU (...)”.

 

-  Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas

 

O CIR faz questão de dizer que apóia a “Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas” aprovada na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, que reconhece a necessidade da “desmilitarização” dos territórios indígenas, reconhece o direito à “autodeterminação” e lhes permite vetar “as atividades militares” em suas terras. A declaração foi aprovada por 143 países, com 11 abstenções e quatro contra - Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália. Estes países possuem grandes populações indígenas e inteligentemente, ao contrário dos brasileiros, decidiram “não meter a mão em cumbuca”.

 

É interessante lembrar alguns pontos da Declaração:

 

-  terão livres estruturas políticas, econômicas e sociais, especialmente seus direitos a terras, territórios e recursos;

 

-  o Estado reconhece, a necessidade da desmilitarização das terras e territórios das terras e territórios dos povos indígenas;

 

-  têm o direito à autodeterminação, de acordo com a lei internacional. Em virtude deste direito, eles determinam livremente sua relação com os Estados nos quais vivem;

 

-  têm o direito coletivo e individual de possuir, controlar e usar as terras e territórios que eles têm ocupado tradicionalmente ou usado de outra maneira. Isto Inclui o direito ao pleno reconhecimento de suas próprias leis;

 

-  do ponto de vista da segurança do Estado, os índios têm o direito de não concordar e de vetar 'as atividades militares' e depósito ou armazenamento de materiais em suas terras.

 

-  Ameaça separatista

 

- Fonte: Coronel Gelio Augusto Barbosa Fregapani - Comentário nº 68 - 25 de julho de 2010.

 

“Com a instabilidade do valor das moedas ‘fortes’ muitos países procuram trocar seus dólares por ativos sólidos, como terras e usinas de álcool. A imprensa já fala da venda descontrolada de terras brasileiras a estrangeiros. Segundo informações devem chegar a 3% do espaço brasileiro, e as vendas vêm aumentando nas férteis terras para a agricultura de larga escala e, principalmente, nos ricos em minérios. Quem conhece História se lembrará do que aconteceu no Texas, na Califórnia, na Palestina e no Acre.

 

Como se não bastasse, um processo de ‘kosovonização’ do território já está se desenvolvendo a passos largos, mercê de uma política indigenista equivocada. Mais de 13% do território brasileiro já são ‘terras indígenas’ demarcadas, estando ainda outras 123 em processo de demarcação. As principais, como as ultra mineralizadas reservas Ianomâmi e Raposa Serra do Sol, localizam-se em faixa de fronteira e é nítida a tentativa de criação de verdadeiros ‘curdistões’ entre o nosso País e a Venezuela, além das reivindicações de quilombolas que se julgam com direito de posse sobre grandes extensões que abrangem até uma cidade inteira.

 

A FUNAI e as ONGs, verdadeiros ‘cavalos de Tróia’ propugnam agora pela unificação das reservas indígenas do norte da Amazônia, em uma única para formar uma grande nação abarcando toda a região de fronteira do norte da Amazônia Ocidental com suas serras, riquíssimas em minerais estratégicos e extremamente raros. Seria interessante que se estudasse, guardadas as assimetrias, o que ocorreu na Bolívia sob a tutela de Evo Morales”.

 

* Hiram Reis e Silva, Coronel de Engenharia, Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS), Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

 

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ABC-SP, 1980:

A ‘Greve’ de Fome de Lulla

“Vocês sabem que sou contra, porque fiz greve de fome”.

(Lulla)

 

Por Hiram Reis e Silva*

De Porto Alegre-RS

Para Via Fanzine

 

Lulla, culpando Orlando Zapata Tamayo pela própria morte, exclamou: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome”. Zapata havia permanecido 85 dias sem se alimentar para chamar a atenção do mundo para a insustentável situação dos presos políticos cubanos.

 

Não satisfeito com a infeliz colocação, Lulla complementou: “Vocês sabem que sou contra, porque fiz greve de fome”. A observação seria hilária, não fosse o trágico contexto que a gerou. Como se merecesse tal qualificação o anedótico simulacro de jejum que simulou durante a paralisação dos metalúrgicos do ABC entre abril e maio de 1980.

 

- Prefácio de uma ‘Greve de Fome’ que não aconteceu

 

“O pessoal escondia bala, acordava para roubar bolacha, uma vergonha”.

(José Maria de Almeida)

 

Às seis horas, do dia 19 de abril, Lulla e outros líderes sindicalistas foram presos e encarcerados na ‘cela zero’, onde são devidamente fichados.

 

No dia 6 de maio os metalúrgicos de Santo André encerram a greve sem que nenhuma de suas reivindicações fosse atendida. A greve de São Caetano do Sul já fora suspensa três dias antes.

 

No dia 7 de maio, os ocupantes da ‘cela zero’ dão início a uma suposta greve de fome, apesar do posicionamento contrário de Lulla. Os 13 sindicalistas presos anunciam que só consumirão, nos próximos dias, água e sal. Na calada da noite, porém, às escondidas, diversas guloseimas são consumidas pelos farsantes.

 

No dia 12 de maio, morre aos 64 anos, a Dona Lindu, mãe de Lula, vítima de câncer. O delegado Romeu Tuma, diretor do Dops, permite que Lulla assista ao velório e ao enterro da mãe. A multidão presente ao cemitério cerca e apedreja o carro do Dops tentando impedir que Lulla retorne à prisão. Lulla defende os policiais que vinham gentilmente permitindo suas escapulidas diárias para visitar a mãe moribunda.

 

Quando a ‘greve de fome’ terminou, o delegado do Dops e, agora senador da República, Romeu Tuma conta: “Fiquei tão contente quando a greve de fome acabou que mandei servir lula a dorê para o pessoal”.

 

- Hóspedes Preferenciais

 

Na realidade Lulla e seus comparsas ficaram ‘hospedados’ no Dops. Romeu Tuma transformou o cárcere em um confortável hotel. Os seus pronunciamentos totalmente inoportunos e inconsequentes mostraram, ao mundo todo, a ‘grandeza’ do extadista, com x mesmo, que tanto veneram. O vídeo abaixo reproduz com detalhes as ‘abomináveis privações e restrições’ que sofreu o atual presidente só comparadas, nos dias de hoje, as sofridas nos cárceres castristas.

 

- Clique aqui para assistir o vídeo.

 

* Hiram Reis e Silva, Coronel de Engenharia, Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS), Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

 

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Reflexão:

Devaneios contemporâneos sobre Dom Quixote de la Mancha

Onde está don Quixote? Ou seria melhor dizer: onde estão nossos dons Quixotes? Quem são eles?

 

Por Samir Antunes*

De Ouro Preto-MG

Para Via Fanzine

 

Aqui estou eu, um ator do século XXI; dos tempos modernos; da alta tecnologia às voltas com uma obra literária clássica. Não apenas uma obra, mas sim “a obra”. Trata-se de El Ingenioso Hidalgo don Quijote de la Mancha, o nosso famoso Dom Quixote, de Miguel de Cervantes Saavedra. Uma obra que atravessou quatro séculos para me atormentar nos dias atuais.

 

Assim como tantos – escritores, pintores, escultores e pessoas simplesmente com o péssimo hábito da leitura – me apaixonei por esta esplêndida e cruel obra, a ponto de possuir dez diferentes volumes sobre a história de nosso famoso fidalgo. Desde uma edição espanhola de 1878 a uma miniatura, contendo toda a história na íntegra, onde só pode ser lida (acredite se quiser) se usada uma lupa.

 

Toda esta fixação me fez investir em um projeto megalomaníaco, a meu ver, onde resolvi montar a novela de Cervantes para teatro de rua usando uma linguagem contemporânea, o que para mim é quase um paradoxo, pois, como transportar esta figura do século XVII, tão presente no imaginário popular, para os dias atuais?

 

Pode parecer óbvio para você, caro leitor, onde devesse eu me apoiar para realizar a minha difícil tarefa de “transcriação” literária: este mundo cheio de injustiças que vivemos; guerras devastadoras por coisas tão ínfimas; o homem destruindo o seu próprio habitat para uma suposta evolução; – e o que mais se parece com nossos dias atuais – a falta de figuras ideológicas, utópicas, que queiram desfazer agravos e endireitar tortos. Um herói, mesmo que seja um anti-herói, para trazer esperança a um mundo esquecido, uma Idade de Ouro perdida para sempre em nossa eterna Idade do Ferro. Um don Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança. Despreparados para encarar tais aventuras, mas com vontade de mudar as coisas ao seu redor.

 

Eis a pergunta que faço, não só a vocês, mas também a mim, e que me atormenta tanto nesta minha longa e árdua jornada (ou seria aventura?): onde está don Quixote? Ou seria melhor dizer: onde estão nossos dons Quixotes? Quem são eles? Quando irão se despertar; se enlouquecer e sair pelo mundo contagiando uma legião de escudeiros para acompanhar-lhes nesta difícil aventura?

 

Digo que todos devemos ser Sanchos, mesmo que não haja ilhas a que governar, nem ruços a que cavalgar. Aceitar as pauladas que nos derem e os manteamentos que nos alçarem aos céus. Devemos ser Quixotes, mesmo sem Dulcinéias a quem servir – pois mesmo a própria foi uma desculpa criada para se lançar ao mundo – ou sem Rocinantes a quem se apoiar. Exércitos ou carneiros; castelos ou vendas; princesas ou meretrizes; gigantes ou moinhos de vento. Não importa o que vier pela frente. Precisamos da loucura utópica de um don Quixote para que nossa época não se torne uma lacuna na história.

 

Há algum tempo escolhi ser um dom Quixote e espero realizar uma parte desta utopia através deste espetáculo. Para isso encontrei alguns companheiros que fossem comigo nesta jornada. Seriam eles novos Sanchos, ou assim como eu outros Quixotes. Não sei responder. Sei apenas que será uma aventura prazerosa, onde participar da luta é mais gratificante que ganhar a guerra.

 

* Samir Antunes é ator e diretor teatral.

 

*  *  *

 

Funcionalismo público:

Sarney e o 'Bando de Um'

Até quando o patinho feio vai ignorar que já é ou quase é um cisne?

 

Por Alberto F. do Carmo*

De Brasília-DF

Para Via Fanzine

 

Em fins de 1996, entrei para o serviço público por concurso. Ele restara como última trincheira para sobrevida pessoal, pois constatara nas universidades e ensino em geral (público e privado) o vício compulsivo de fraudar e transgredir, graças à falta de um código de ética profissional geral, no magistério, o que estranhei. E fui voto vencido. E hoje, vendo a impostura continuar e essa enxurrada de desfiles de “Perolas do Enem”, vagueando pela Internet, sinto que a burrice é tanta que ninguém vê a relação de causa e feito entre os dois fatos.

 

Uma vez dentro do serviço público, constataria, dez anos depois de admitido, que o Governo Collor, tão apedrejado, deixara uma coisa boa, a Lei 8112/90 sobre regras do serviço público. Entretanto, era, por assim dizer, no máximo mencionada, mas coisa alguma se dizia a mim e muitos sobre os artigos 116 e 117 da mesma lei sobre deveres e proibições do servidor público.

 

De fato, o parágrafo IV do art.116 é claro: 'cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais'. No mesmo artigo parágrafo VI: 'levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo'.

 

Portanto a ocultação desses detalhes da referida lei nos parece algo proposital. Ignorando-os servidores se amedrontam – de forma abertamente paranoide ou no mínimo omissa-quanto a tomar atitudes mais corajosas se constatarem que seu colega, chefe ou dirigente máximo pratica irregularidades. Os sindicatos de classe, por sua vez, desconversam sobre isto, o que é estranho. A nomeação de parentes ou não parentes, mas em geral de 'apadrinhados' é generalizada no Brasil, apesar desta pobre e 'esquecida' lei. Estranhamente o próprio Collor, de volta à política, não fala nela.

 

Na minha experiência, constatei, por exemplo, o hábito de cartas anônimas e e-mails anônimos em estilo até chulo e/ou gramaticalmente grotesco, denunciando irregularidades. De repente você abre a caixa de entrada de seu e-mail e lá está mais um “veneno”.  Origem: alguém que visivelmente abriu um e-mail gratuito com algum nome maroto, só para produzir sua flechinha envenenada e inócua. Ou então, pessoas recebem cartas anônimas, visivelmente grotescas apesar de denunciarem fatos irregulares, sim. Mas tanto nestas quanto nos e-mails “envenenados” percebe-se o tom de quem teve algum interesse pessoal frustrado.

 

Por tais fatos, vê-se que o funcionalismo, sobretudo, a massa admitida antes da era dos concursos (por sinal, pessimamente elaborados) não sabe que denunciar e resistir à corrupção nem é um direito, é um dever. Um fato gritante é que o servidor público - e valeria indagar o porquê - é mantido como que numa “burka” psicológica, para que tenha medo de tudo, e que silenciar ante a corrupção de superiores lhe dará alguma vantagem. É ainda corrente a filosofia dos três macaquinhos orientais: não viu, não ouviu, não falou nada. O próprio desuso da expressão “funcionário público” em favor de “servidor” público, poderia ser discutido à luz da Semiótica como uma possível sugestão subliminar de que por ser “servidor” tem de ser... servil.

 

E dentro disto, o que hoje acontece Congresso me parece caso de 'porco falando mal do toucinho' ao condenarem em Sarney, quando têm - na maioria - rabo preso.

 

O mecanismo é idêntico à impostura do 'Bando dos Quatro' na China, quatro bodes expiatórios de todo o mal maoista. A histeria generalizada da absurda “Revolução Cultural” fez milhões de pessoas perderem o juízo e praticar barbaridades. Mas então, para evitar longos processos, escolheram–se bodes expiatórios. Os membros do famigerado “Bando dos Quatro”, decretou-se na “marreta” foram culpados de TUDO.

 

Daí que para o caso de Sarney, eu sugeriria o rótulo de caso do 'Bando de Um'. Todos os outros são anjos arcanjos, querubins. Ou então todos os outros corruptos são apenas um, porque tudo era ilusão, truque de espelhos. Na verdade é apenas um e os outros são ilusões de ótica avançada, onde a imagem do único vilão é retocada por algum Photoshop sofisticado, que os transforma em hologramas com caras, bocas e roupas diferentes.

 

Nota atualizadora e conclusiva

 

Este comentário foi, antes, vetor de uma experiência em comunicação. Eu o postei, com ligeiras diferenças nos comentários dos leitores do Portal Terra, atento para as técnicas de redação e a não semelhança com cartas de visíveis desequilibrados. Pelo menos me esforço, quanto a isto. E enviei-o a vários políticos e jornalistas. Bato uma aposta-se bem que gostaria de perde-la - que nenhum deles deu importância a este, digamos, experimento. Inclusive meu pessimismo se devia ao fato de que certos profissionais da mídia são ligados a políticos que também sofrem da "síndrome do apêndice caudal aprisionado". Noutro dia uma jornalista de uma grande rede de comunicação admitiu: ”é, nem tudo a gente pode pôr no ar”. E viva a liberdade de expressão... dos donos da verdade mediática! Ditadura? Isto é coisa de comunista!

 

Bem, aí esperei pela reação dos leitores. Tal como desconfiava, nenhum se deu ao trabalho de lê-lo, e continuou aquela chuva de xingatórios, que – fruto da péssima Educação e más maneiras - não se sabe a diferença entre criticar e xingar, ou pior, destruir, e de como esses xingamentos podem revelar mentalidades fascistas e até dementes.

 

Foi o caso. Isto mostra que à falta de Educação e compostura, aliada à falta de ética que nos vem de tempos talvez até do período da descoberta do país, poderíamos suspeitar que a frase do célebre Dr. Miguel Couto, “o Brasil é um imenso hospital” poderia ser modificada para “o Brasil está virando ou já se tornou um imenso hospício”.

 

Os comentários dos leitores, não só nesta matéria, mas em geral, revelam que um grande número deles não sabe administrar o id (inconsciente e impulsos primitivos); o superego (o censor ou conselheiro severo); e o ego, que modera os argumentos dos dois extremos e toma a atitude mais sensata. Portanto, o uso da palavra “ego” como sinônimo de auto-estima e geralmente em excesso, está errado.

 

Então, vê-se nos comentários id e superego em excesso. Ego, muito pouco. O primeiro em impulso destrutivos descontrolados e aí vale tudo: apelos a fechamento do Congresso, prisão e morte de políticos em geral, deboche grosseiro, e talvez mesmo megalomania, no grande número que escreve em letras maiúsculas apenas, afora os erros conceituais e gramaticais absurdos. O superego hipertrofiado se mostra nos preconceitos autoritários: a idéia de que Lula é e sempre será um torneiro mecânico ignorante, por acaso eleito, que foi um erro e, que SOMENTE seu governo é corrupto; preconceito contra os habitantes de Brasília, por definição ou postulado, todos corruptos e vagabundos, nadando em dinheiro obtido por corrupção; preconceito contra nordestinos; homofobia e etc.etc.

 

E por final, o pior: a cegueira de que apesar de tudo isto o Brasil de hoje é bem melhor que o Brasil de ontem. Obra somada de dois períodos, FHC e Lula, onde um não quer admitir que sem um não haveria o outro,e isto continuará se a primeira linha voltar ao poder. E não se sabe e não se indaga: por que o Brasil foi um dia escolhido para, por tradição, ser o primeiro país a se fazer ouvir, em cada abertura da Assembléia das Nações Unidas? Por que apesar de tudo o que dizem de mal dele, aqui, o torneiro mecânico é admirado mundialmente? Por que não admitir que certos dirigentes de direita no poder, a nível estadual e municipal, até que estão fazendo bons governos? Ah o complexo de inferioridade do Brasil! Até quando o patinho feio vai ignorar que já é ou quase é um cisne?

 

P.S.: Agora dêem uma olhada no seguinte, que é ótimo, principalmente vocês que são FUNCIONÁRIOS públicos, e nunca lhes chamaram a atenção para isto.

 

Lei 8112/90 - Artigos 116 e 117

 

Art. 116.  São deveres do servidor:       

 

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;       

 

II - ser leal às instituições a que servir;       

 

III - observar as normas legais e regulamentares;       

 

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;       

 

V - atender com presteza:       

 

 a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;       

 

 b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;       

 

 c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.       

 

  VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;       

 

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;       

 

 VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;       

 

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;       

 

X - ser assíduo e pontual ao serviço;       

 

XI - tratar com urbanidade as pessoas;       

 

 XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.       

 

Parágrafo único.  A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

 

Capítulo II

 

Das Proibições       

 

Art. 117.  Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)      

 

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;       

 

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;       

 

III - recusar fé a documentos públicos;       

 

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;       

 

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;       

 

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;       

 

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;       

 

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;       

 

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;       

 

 X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005);      

 

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;       

 

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;       

 

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;       

 

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;       

 

 XV - proceder de forma desidiosa;       

 

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;       

 

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;       

 

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;       

 

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).

 

* Alberto Francisco do Carmo é Técnico em Assuntos Educacionais-aposentado. Licenciado em Física-UFMG. Artista (diretor, iluminador e cenógrafo), Técnico em Espetáculos (Diretor de produção, Sonoplasta e Operador de Luz, Radialista (produtor-redator-locutor entrevistador/apresentador), Articulista nos ramos de Educação, Aviação e Astronáutica e Música. Ufólogo com 55 anos de experiência no assunto.

 

*  *  *

 

Política:

Ali Barbado e 40 milhões aliados

O PMDB tem obrigação de fazer uma sindicância para apurar as denúncias do Senador Jarbas Vasconcelos,

porque o que disse é serio e, se o Partido não tem filiado corrupto não tem que o temer.

 

Por Odair de A. Rodrigues*

De Itaúna-MG

Para Via Fanzine

 

Comecem pelas coligações nas Prefeituras, onde as manobras para candidaturas são vergonhosas e imorais. O Partido impõe e, aprova coligações e candidaturas mesmo tendo conhecimento de dezenas de irregularidades que levam Prefeituras a perderem o crédito até para fornecimento de merenda escolar e papel higiênico e, professoras solicitam aos pais que mandem os alunos levarem de casa. Este não é o PMDB que muitos gostariam de estar filiados.

 

Parabéns, Senador Jarbas, esperança de trazer de volta a vergonha na cara, a ética, a moral e idoneidade, de muitos brasileiros de vários Partidos. A corrupção está enraizada há séculos no Brasil. Mas é preciso que homens de bem, principalmente detentores dos poderes constituídos (JUDICIARIO), (MINISTERIO PUBLICO) e ainda os corretos dos LEGISLATIVOS se movimentem para mudar procedimentos que permite que cassados, desonestos, incompetentes, corruptos, consigam recursos e protelem suas permanências nos cargos, recebendo salários astronômicos pela má qualidade dos serviços prestados, até uma decisão final que muitas vezes leva anos.

 

Provas apócrifas não têm valor, mas quando são confirmadas, mostra que quem denunciou fica anônimo, porque a perseguição é evidente, deveriam ser consideradas pelo menos como indícios para investigações. Com a atual Legislação, políticos se enricam, continuam recebendo salários, propriedades em nome de laranjas e tudo fica por isso mesmo, porque o povo não tem coragem de levantar a voz e, as autoridades, não se expressam, silenciam.

 

Se faz necessário, que as contas das Prefeituras sejam conciliadas e a licitações sejam avaliadas com auditorias, porque comparar papeis não é fiscalizar. O procedimento é conhecido: “Você ganha essa concorrência, eu ganha aquela e, ele aquela outra”, com relação à propina incluam nos preços, porque tem o HOME, o comprador e os outros. Enquanto a roubalheira é descarada, o Brasil assassina seus aposentados, que construíram o que está aí. Nunca vimos tanta corrupção. No passado, só o ALÍ ROUBAVA, AGORA O ALÍ BABÁ LIBEROU para todos roubarem.

 

Espero que alguém de Organismos internacionais dos direitos humanos leia e procure saber as condições que estão vivendo muitos aposentados, roubados pela política de reajuste e não cumprimento dos direitos adquiridos quando a CF/88, desvinculou de todos que aposentaram com a media dos últimos 36 meses de salário, do salário mínimo. Desde quando no Brasil não foi o salário mínimo o indexador para cobranças do INSS? Mas não para remunerar as aposentadorias miseráveis, porque o dinheiro tem sobrar para ser mal aplicado pelo País afora, ou roubado nas corrupções de Brasília e das Prefeituras Municipais, enquanto aposentados morrem por falta de remédios e da má alimentação.

 

Trata-se por analogia de um genocídio Republicano oficial e legalizado.

 

*  *  *

 

Brasil:

Corrupção legalizada

Se nossos Tribunais não abortar a cultura de que os eleitos nas urnas devem cumprir seus mandatos,

a corrupção e a entrada sistemática de novos oportunistas dispostos a roubar o dinheiro público, nunca terá fim.

 

Por Odair de A. Rodrigues*

De Itaúna-MG

Para Via Fanzine

 

É preciso analisar as circunstancias e como, muitos desses bandidos são eleitos. Qual o percentual de votos que os elegeram. Porque nos municípios onde não há segundo turno, se elegem com percentual de 1/3 ou menos dos eleitores, mal informados e, grande parte com votos comprados, ou usando a maquina administrativa nos casos de reeleição.

 

A reforma política que não sai do papel, precisa rever esta situação e impedir que  Prefeitos sejam eleitos com menos de 50% + 1 dos votos, como acontece nos Tribunais, Congressos Nacionais, entre outros, para dar legitimidade, legalidade e maioria da vontade dos eleitores.

 

A consciência política tem um percentual pequeno entre os eleitores e poucos Municípios conseguem sensibilizar a população para uma votação maciça de votos nulos e brancos, para provocar novas eleições, quando os candidatos são analfabetos, incompetentes, desonestos, ou inconvenientes, como ocorreu em Bom Jesus do Itabapoana-RJ. Se o Judiciário e os Tribunais não mudarem suas posições, deixando de punir deputados, senadores, prefeitos e vereadores, canalhas, bandidos, analfabetos, possuidores de folha de antecedentes de fazer inveja a qualquer detento, aparecerão com castelos e patrimônios invejáveis, poucos anos depois, como vemos diuturnamente pelo Brasil afora.

 

É nos municípios que se inicia a carreira política daqueles que aproveitam a despolitização do povo, para conseguir cargos mais altos. Se depender do Governo Federal, ou do Congresso Nacional, nada será mudado, haja vista que muitos deles foram alunos dessas escolas.

 

O presidente Lula, em nome da crise, anistia dívidas e libera bilhões para prefeitos que rasgaram dinheiro público em obras desnecessárias e licitações superfaturadas, aluguéis de veículos, entre outras desídias. Como há interesse em eleger-se indiretamente em 2010, premiam-se milhares de prefeitos que deveriam estar na cadeia, se estivéssemos num país um pouco sério.

 

Não distante de nós, vimos Prefeituras, onde seus prefeitos despreparados e desonestos superfaturaram obras, distribuíram bens públicos a troco de votos, para se elegerem e eleger vereadores dos seus partidos e coligados. Sabem das dificuldades para provar os atos ilícitos, em razão da assistência de profissionais competentes e falsos homens públicos, que são verdadeiros camaleões, mas os atos imorais todos vemos. Não temem a Justiça pela estrutura das leis eleitorais, gastando mal e sem prioridades, na certeza que as Câmaras Municipais, algumas corrompidas por eles, aprovem empréstimos para cobrir rombos, cujos montantes deveriam estar no caixa, não fosse à farra com dinheiro do povo.

 

Respeitáveis Magistrados de todas Instancias desse País. Se Vossas Excelências não se dispuserem a banir da política esses homens, usando os dispositivos legais precários das Leis Eleitorais, punindo os atos ilícitos cometidos, não tenham duvidas que estarão postergando problemas e criando novos mensaleiros e entupindo o Judiciário de novas ações.

 

Quanto mais políticos bandidos, maior será o numero de indivíduos que se tornarão traficantes, ladrões, assassinos, face à má distribuição de renda, alimentada nas mãos dessa gente e seus comparsas, somado ainda ao fator psicológico que não pode ser esquecido, “se eles roubam, eu também posso”, e está enraizando a cultura nacional.

 

Se Vossas Excelências não fizer um esforço dentro da legalidade, mas com o livre convencimento e com as parcas provas que deixam os políticos, a separação dos poderes não fará sentido e, todos nós ficaremos à mercê de uma nação adormecida envolta por um País que é um engodo, apesar de maravilhoso.

 

O Ministério Público não tem como acompanhar e fiscalizar as eleições, por falta de pessoal e estrutura física, como também o Judiciário que acumula funções. Agravado ainda pela lentidão dos inquéritos policiais, onde falta até material de consumo e convive-se com os mesmos problemas em pauta. Sabendo dessas dificuldades, os políticos riem da Justiça, dão adeus às punições e gozam os munícipes e principalmente, quem ainda tenta uma luta inglória, até com ameaças, apesar de essas lutas serem destinadas a todos os homens probos desse País. O que estamos esperando das próximas gerações dessa forma?

 

* Odair de Assis Rodrigues é brasileiro, economista, administrador de empresas, bacharel em direito e psicanalista.

 

 

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