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Animais 

Suicídio coletivo:

Mais de 100 baleias-piloto encalham na Nova Zelândia

Técnicos do DOC promoveram a eutanásia de dezenas de animais,

já que não havia mais possibilidade de retorno dos mesmos ao mar.

 

Da Redação*

Via Fanzine

 

 

Dezenas de animais tiveram que ser sacrificados no litoral neozelandês.

 

A morte de grupos de animais em distintas localidades do globo tem intrigado cada vez mais as pessoas e, sobretudo, os biólogos. Entre as espécies que se têm reportado casos de morte coletiva estão as baleias.

 

No imenso litoral do Brasil, de norte a sul, o encalhe de baleias tem se tornado cada vez mais comum. O mesmo tem ocorrido com mais frequencia em litorais de outros continentes e uma grande quantidade dos casos de encalhe desses animais é reportada diariamente pela imprensa de todo o planeta.

 

Alguns pesquisadores alegam que algum efeito anormal tem desorientado os sensores das baleias, fazendo com elas se dirijam às praias e assim, busquem a morte certa.

 

Nova Zelândia

 

Um dos casos mais recentes envolve um grupo com mais de cem baleias-piloto que encalhou na costa da ilha Stewart, nesse mês de fevereiro na Nova Zelândia. Do grupo, apenas 48 sobreviveram. Diante o sofrimento dos animais, as autoridades decidiram proceder à eutanásia dos mesmos, já que não havia condições de devolve-los ao mar.

 

O noticioso português “A Bola” informa que, de acordo com o Departamento de Conservação da Nova Zelândia, as 107 baleias foram encontradas na Baía Mason, para onde foram destacados dois técnicos. “Quando lá chegaram, encontraram as baleias em águas muito pouco profundas, já na praia, com a maré a começar a recuar”, explicou o departamento (DOC) em comunicado.

 

“A eutanásia é uma decisão difícil de tomar, mas foi tomada tendo em conta o bem-estar dos animais, para evitar sofrimento prolongado”, disse Andy Roberts, gestor da área das ilhas do sul. Segundo as informações do site do jornal português, o tempo que se iria demorar a devolver as baleias ao mar, bem como as condições do mar, que iriam colocar em risco a vida dos técnicos, teriam levado o DOC à tal decisão.

 

Por outro lado, o que me chamou atenção para a morte das baleias na Nova Zelândia, foi a coincidência com o tremor de magnitude 6.3 acontecido no mesmo dia. Estes animais são dotados de incrível sensibilidade e a propagação das ondas sísmicas poderiam ter provocado alguma desorientação orgânica no grupo.

 

* Com informações e imagem de “A Bola” - Portugal (http://www.abola.pt).

- Colaborou: Vitório Peret (RJ).

 

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Paraná:

Sobre Meio Ambiente e cães e gatos

Incluir os animais não humanos na esfera moral de respeito significa parar de criá-los

por causa de sua carne, parar de caçá-los para nos divertir, parar de usá-los em pesquisas científicas.

 

Por Marcela Teixeira Godoy*

 

Descobri que meus alunos, da quinta série da Escola Pública entendem mais de Meio Ambiente do que o Sr. Presidente do Instituto Ambiental do Paraná. Dizer que “defender cão e gato não é defender o Meio Ambiente”, por si só já seria uma declaração equivocada e infeliz quando se trata de uma conversa informal.

 

Declarar isso em público, então é desastroso. E se isso for declarado na abertura de um Encontro Sobre Política de Conservação e Gestão da Fauna, é o apogeu da irresponsabilidade. Pois isso aconteceu no último dia 09 de Março em Curitiba. E quem conseguiu essa proeza de prestar (mais) um desserviço à causa ambiental (o que não é novidade), foi justamente quem – a julgar pelo cargo que ocupa -, deveria ter uma visão mais inovadora e uma leitura mais contemporânea de Meio Ambiente.

 

As declarações feitas pelo Sr. Presidente, chocam pelo conteúdo. Mas não surpreendem pela fonte. Mais um exemplo do que a mistura bombástica de poder e ignorância podem causar. Ignorância, não no sentido pejorativo, mas no sentido literal de, simplesmente, desconhecer. O que é, então, na frase de senso comum do Sr. Presidente: “defender o meio ambiente”? Será que é promover e estimular a caça de animais? (me refiro à novela que virou o caso dos javalis no PE de Vila Velha, com um triste desfecho – para os javalis, claro. Para citar um dos casos que denotam uma noção equivocada de Meio Ambiente no sentido biocêntrico).

 

Definitivamente, esse tipo de atitude não configura um status moral condizente com alguém que deveria em tese “defender o meio ambiente”. Esse episódio do Encontro em Curitiba lembra a citação de Jonh Steinbeck que diz que: “de todos os animais, o homem é o único que bebe sem ter sede, mata sem ter fome e fala demais por não ter nada a dizer”.

 

O Sr. Presidente deveria lembrar que não é assistido somente por militantes e ativistas que, a julgar pelo seu destempero, algumas vezes beirando o desequilíbrio mental, ele tanto abomina (ativistas e militantes nesse caso, leia-se: “gente que está incomodando pelo trabalho sério e louvável que desempenha”, não o estereótipo do ativista desequilibrado que gosta de ficar abraçando bichinhos e incapaz de identificar um argumento lógico).

 

Está claro para a comunidade que há mais o embate pessoal em prol de um ego inflado e de meia dúzia de Senhores Feudais do que ações embasadas em bom senso, como é de se esperar de alguém que está no front institucional da discussão ambiental no Paraná. Tom Regan, um dos defensores dos Direitos Animais (entenda-se animais humanos e não humanos) diz que a visão mais completa de Meio Ambiente, contempla reconhecer que TODOS os animais (inclusive cães e gatos) fazem parte dele e têm o direito de serem tratados com respeito. É uma idéia simples, mas profunda. Simples por esse preceito básico de respeito. Profunda porque suas implicações têm amplas conseqüências.

 

Incluir os animais não humanos na esfera moral de respeito significa parar de criá-los por causa de sua carne, parar de caçá-los para nos divertir, parar de usá-los em pesquisas científicas e etc. Quem defende esse ponto de vista é estereotipado como extremista, radical, de esquerda e outros clichês de senso comum. “O fato é que muita gente tem uma imagem negativa dos direitos animais porque estes são sempre mostrados pela mídia e atacados publicamente sob uma luz desfavorável”.

Aí temos o circo armado: “moderados favoráveis ao bem estar animal” x “extremistas defensores dos direitos animais”;  “sábios cientistas que tratam os animais humanitariamente” x “ignorantes emotivos inclinados à destruição” (ou “eivados de sentimentalismo”, para citar mais uma pérola do Sr. Presidente).

 

Existem, sim, ativismo irresponsável, apelações de mau gosto e isso acaba, sim afastando algumas pessoas do movimento. Mas existe um movimento crescente, do bem, um movimento de pessoas que não se encaixam no estereótipo distorcido de “militantes/ativistas/desequilibrados/extremistas” que o Sr. Presidente insiste em pintar. Pessoas que não se deixam enganar pelo engodo desse discurso que visa abafar as ações pautadas em ética e respeito ao Meio Ambiente. Respeito a todas as espécies humanas e não humanas. Repito: inclusive cães e gatos, que fazem SIM, parte do Meio Ambiente. Urbano, infelizmente.

 

Eu não sou militante, nem ativista. E sou contra qualquer doutrinação. Apenas faço parte da comunidade que se informa e acompanha o Sr. Presidente em suas ações e declarações. E para rimar, sou da mesma comunidade que vota nas eleições. O Senhor Presidente deve sempre ter em mente que, além dos ativistas e militantes, ele está sendo assistido, seguido, acompanhado por pessoas que esperam dele um posicionamento ético que vá além do antropocentrismo. Com o mínimo de embasamento teórico. E acima de tudo, um posicionamento responsável, condizente com o cargo que ocupa.

 

Ao abrir a boca como representante de um cargo público, o Sr. Presidente deve lembrar que está falando a estudantes universitários, pós graduados, analfabetos, gente humilde, gente não tão humilde, gente informada, gente influente, gente de outros Estados, gente de outros Países! Que está falando ao senso comum, a pais, mães e filhos. Aliás, belo exemplo para os filhos dele.

 

A conduta pública do Sr. Presidente, nos dá subsídios para acreditar que sua filosofia de vida com relação aos animais não humanos é: está incomodando, mata. A solução? A mais fácil: se desfaz, sem considerar que se trata de uma vida. Arthur Schopenhauer já dizia: “a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel para com os animais não pode ser um bom homem”.

 

Não me surpreenderá se um dia soubermos que seus filhos o colocaram em um asilo quando ele começar a “incomodá-los”, pois assim estão sendo educados pelo exemplo. Incomodou: tira do caminho. Nas palavras de Chico Xavier: “Hoje, plantação conforme sua vontade, amanhã, seara, conforme a lei”.

 

Discutir sobre incluir cães e gatos no amplo espectro que é a questão ambiental, é só a ponta do iceberg e há muito deixou de ser dúvida em debates acadêmicos e não acadêmicos pelo mundo afora. Em algumas instituições educacionais, também. Mas, infelizmente, não são meus alunos da quinta série que estão no poder.

 

* Marcela Teixeira Godoy é bióloga, professora Universitária e da Educação Básica.

- Fonte: Jornal Diário dos Campos (Ponta Grossa-PR).

 

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Justiça:

STJ determina sobre sacrifícios de animais de rua

Gás asfixiante não poderá mais ser usado por centros de zoonose no Brasil.

Blog denunciou Prefeitura de Itaúna por crueldade contra animais em 2008.

 

Por Pepe Chaves

de Contagem-MG

Para Via Fanzine

 

Animais apreendidos pela Prefeitura de Itaúna - foto de 2008.

 

Crueldades

 

Em diversas cidades brasileiras, animais de rua são sacrificados indiscriminadamente pelo poder público. Métodos cruéis são ainda utilizados por diversos departamentos de zoonose nas mais distintas cidades brasileiras.

 

Em Itaúna, Centro-Oeste de Minas, pelo menos até pouco tempo, pude presenciar pessoalmente que o serviço de zoonose da prefeitura se utilizava de métodos cruéis para a execução de animais. Recolhidos das ruas do centro e dos bairros, cachorros e gatos se misturam por cerca de um mês em pequenas celas até serem executados. Ali, eles se mordem, trocam doenças, passam fome e recebem maus tratos diversos. São de todas as raças e tamanhos.

 

Para se eliminar os animais nessa cidade, foi construído um cubículo hermeticamente fechado com cerca de dois metros cúbicos no canil municipal (no Distrito Industrial). Neste cubículo havia somente um buraco circular na parede, por onde era introduzido um tubo, ligado ao cano de descarga de um caminhão.

 

Às vezes, até duas dezenas de cães eram colocadas no cubículo para o sacrifício coletivo. O motorista do caminhão, estacionado, apenas acelerava para que a fumaça do escapamento impregnasse o cubículo cheio de animais. Vale frisar que, antes de serem colocados nesse “túmulo provisório”, os animas tinham seus pelos molhados. Na época, soube dos executores municipais que tal procedimento era “para eles morrerem mais rápido”. Métodos nazistas empregados em animais?

 

STJ determina sobre eliminação

 

E por causa de métodos cruéis como esse, uma decisão da 2ª Turma do STJ determina que a eliminação de animais em Centro de Controle de Zoonose não seja feita de modo cruel. “Em situações extremas em que o sacrifício de animais seja imprescindível para proteger a saúde humana, deverão ser utilizados métodos que amenizem ou inibam o sofrimento dos animais”.

 

O entendimento da 2ª Turma foi firmado em julgamento de recurso interposto pelo Município de Belo Horizonte (MG), que recorreu ao STJ contra acórdãos do TJMG. O caso envolve o sacrifício de cães e gatos apreendidos por agentes públicos para o controle da população de animais de rua.

 

O Centro de Controle de Zoonose atua com o objetivo de erradicar doenças como a raiva e a leishmaniose, que podem ser transmitidas a seres humanos. No caso, o Min. Humberto Martins, relator, avalia que a utilização de gás asfixiante pelo Centro de Controle de Zoonose do município é medida de extrema crueldade, que implica violação do sistema normativo de proteção dos animais, não podendo ser justificada como exercício do dever discricionário do administrador público.

 

Blog denuncia maus tratos no canil municipal de Itaúna

 

Devemos assinalar que, pesquisando fotografias na internet para ilustrar esta matéria, soubemos que o blog Distrito Animal fez recente denúncia contra os maus tratos no canil municipal de Itaúna [veja foto acima], que pode ser lida na íntegra no post "Carrocinha de Itaúna". As crpiticas não estão focadas na forma de eliminação dos animais, mas sim, no modo em que são tratados depois que são apreendidos pelo poder público.

 

Segundo o blog, "A carrocinha de Itaúna -MG recolhe cães e gatos nas ruas da cidade, em um caminhão anti-higiênico, com animais mortos junto com animais saudáveis. (...) Depois levam para o Centro de Controle de Zoonozes, que se encontra no Distrito Industrial da cidade. O lugar recolhe cães, gatos, cavalos e até animais peçonhentos. Eles criam ratos para darem de alimento ás cobras. No lugar também há animais empalhados".

 

Devemos assinalar que, pesquisando fotografias na internet para ilustrar esta matéria, soubemos que o blog Distrito Animal fez recente denúncia (segundo o blog, de 2008) contra os maus tratos no canil municipal de Itaúna [veja foto acima, segundo a autora seria de 2008], que pode ser lida na íntegra no post "Carrocinha de Itaúna". Segundo o blog, "A carrocinha de Itaúna -MG recolhe cães e gatos nas ruas da cidade, em um caminhão anti-higiênico, com animais mortos junto com animais saudáveis. (...) Depois levam para o Centro de Controle de Zoonozes, que se encontra no Distrito Industrial da cidade. O lugar recolhe cães, gatos, cavalos e até animais peçonhentos. Eles criam ratos para darem de alimento ás cobras. No lugar também há animais empalhados".

 

Agora usam injeção letal

 

No entanto, um leitor nos escreveu informando que o tratamento mudou no canil de Itaúna. O cidadão Odair de Assis nos informou que os animais atualmente são eliminados com injeção letal. Segundo ele, "Os animais são sacrificados com aplicação de uma injeção letal e não sentem dor ou mal trato, porque a morte é instantânea".  Em mensagem que nos enviou, ele nos contou também que o setor é muito bem cuidado por um funcionário público dedicado.

 

Entramos em contato com a Prefeitura de Itaúna para saber mais informações sobre o seu Departamento de Zoonose, mas até o momento não obtivemos resposta. Seria muito bom se toda primeira-dama brasileira trocasse seu "bichinho de estimação" pelos animais do canil municipal de sua cidade.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine.

- Com informações de BIJ vol. 489 e blog Distrito Animal.

- Foto: Blog Distrito Animal.

- Colaborou: Juristotus (BA).

 

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São Leopoldo-RS:

Cães são abandonados em associação de proteção*

Centenas de animais não tinham comida nem água, e estavam vivendo em meio às fezes.

 

Abandonados na Associação Leopoldinense de Proteção aos Animais (Alpa), centenas de cães estão sem água e sem comida, vivendo em meio às fezes onde deveriam estar sendo bem tratados. Famintos, muitos tentam encontrar sobras de comidas. Outros não têm mais nem força para levantar. Estão doentes, alguns já sem pelos tomados por sarna e pulgas. E aos poucos, entre uma casa e outra, nos deparamos com bichos mortos.

 

Os problemas teriam começado quando a nova presidente da Alpa, Ana Maria Gomes, assumiu a ONG, em setembro do ano passado, e a direção se dividiu, pois Os funcionários deixaram de trabalhar por falta de pagamento. Segundo os voluntários, em outubro do ano passado a Alpa acolhia cerca de 700 animais. Hoje não passam de 300.

 

A secretária financeira, Jussara Dias, diz que a Alpa deixou de receber a verba mensal de R$ 6 mil repassada pela prefeitura: “Desde dezembro ela não presta contas, por isso que a prefeitura não dá o dinheiro e nos informou que não vai depositar enquanto ela não prestar contas”. E ela não tem como prestar contas porque ela compra ração sem notas.

 

Ana Maria Gomes, no entanto, garante ter prestado contas e que os animais não passaram fome. “Os animais em nenhum momento passaram fome. Pelo contrário, eles até estão comendo bem mais do que antes porque são muitas doações”.

 

Segundo a reportagem do Jornal do Almoço, que chegou por volta das 10h30min, deixou o loca já à tarde, os bichos, só comeram e beberam porque os voluntários trouxeram ração e colocaram água.

 

* Informações do jornal Zero Hora (RS).

 

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Peste:

Gripe Aviária e Vegetarianismo

Gripe Aviária é a doença causada por uma variedade do vírus Influenza (H5N1),

hospedado por aves, mas que pode infectar diversos mamíferos.

 

Por Rildo S. Carvalho*

De Caxambu-MG

Para Via Fanzine

 

A Gripe Aviária foi identificada na Itália por volta de 1900, mas existe em grande parte do mundo, concentrando-se hoje, principalmente no sudeste asiático e alguns casos, na Turquia, Romênia e Inglaterra.

 

O Influenza pode ser dividido em três tipos: A, B e C. O tipo A subdivide-se ainda em vários subtipos, sendo os subtipos H1N1, H2N2 e H3N2, responsáveis por grandes epidemias e pandemias. O tipo B também tem originado epidemias mais ou menos extensas e o tipo C está geralmente associado a casos esporádicos e surtos localizados.

 

O H5N1 é o vírus causador da gripe aviária e foi isolado pela primeira vez em estorninhos, em 1961, na África do Sul. Só se tinha conhecimento da ocorrência do vírus Influenza A H5N1 em diferentes espécies de aves, incluindo galinhas, patos e gansos, sabendo-se ainda que a maior parte das galinhas infectadas morria num curto espaço de tempo, e que patos e gansos eram os principais reservatórios do vírus. Em Maio de 1997, o vírus Influenza AH5N1 foi isolado pela primeira vez em humanos, numa criança de Hong Kong. Em 2006 Foram comprovados na Alemanha a morte de gatos infectados pelo vírus.

 

O surto de 2005 de gripe aviária infectou pessoas no Vietnã, Tailândia, Indonésia e Camboja; e infectou aves nos Laos, China, Turquia, Inglaterra (um papagaio importado do Suriname), Alemanha (gansos e patos), Grécia e, mais recentemente, identificada em aves migratórias do Canadá.

 

A próxima pandemia pode iniciar em qualquer lugar do globo, mas devido a vários motivos, é mais provável que inicie na Ásia, onde vivem bilhões de pessoas. O vírus pode tornar-se uma grande ameaça para os humanos se sofrer alguma mutação, transformando-se em outro vírus perigosamente desconhecido pelo nosso organismo e capaz de passar de uma pessoa para outra através de espirro, tosse ou contato físico.

 

Ainda não existe nenhum tipo de tratamento ou vacina seguramente eficaz para os humanos e, para as aves, inexiste vacina contra o Influenza H5N1, e ao ser constatada a doença, o animal deverá ser morto.

 

No momento a transmissão se dá das aves para as pessoas através do contato com as fezes, vísceras e até penas de animais infectados e ainda pelo ar. Em relação aos vírus da gripe comum, a proporção de morte é de 30 para 1.

 

O maior risco para a humanidade está na possibilidade do vírus sofrer alguma mutação genética que facilite sua transmissão entre seres humanos. E para tal, tecnicamente, não existirá uma vacina específica, dados os fatos de que vacinas deste tipo não possuírem longa vida e por serem custosas para serem produzidas, distribuídas e aplicadas em vastos grupos populacionais.

 

A gripe aviária já deixou 172 mortos desde que ressurgiu no final de 2003, principalmente na Ásia. Os contágios ocorrem no momento, entre aves de criação e o homem, mas os epidemiologistas temem uma mutação no vírus que favoreça as transmissões entre seres humanos, o que poderá desencadear uma pandemia em escala mundial.

 

Uma pandemia de gripe aviária pode contaminar até um bilhão de pessoas no mundo e matar entre duas e sete milhões delas em poucas semanas. Quase todos os dias, novas mutações do vírus causador da gripe são detectadas, inclusive nos Estados Unidos e na América do Sul. E se chegar ao Brasil, poderá matar até 40 milhões de brasileiros e causar um colapso na economia mundial.

 

É possível contrair a virose pela simples ingestão de carne de ave ou ovos mal cozidos, ou, o que é ainda mais grave, ao comer alimentos que foram preparados na mesma tábua em que uma ave contaminada foi cortada. O contato com cascas de ovos contaminados também pode transmitir a doença aos seres humanos.

 

Entre seus diversos sintomas, temos diarréia, dificuldade respiratória, febre e dores musculares. Ele pode causar ao organismo humano hemorragia, infecção generalizada, inclusive do cérebro (encefalite), pneumonia, conjuntivite, insuficiência renal crônica e morte por falência múltipla de órgãos.

 

A gripe aviária é a conseqüência direta de uma indústria gananciosa e doente, onde um criatório industrial pode abrigar confinados, milhares de animais, facilitando o aparecimento e a disseminação de diversas doenças em dois eixos. No primeiro, a própria superlotação e no segundo, as altas cargas de antibióticos contra essas doenças pode funcionar como um tiro pela culatra, tornando resistentes os vírus combatidos, e conseqüentemente, mais perigosos e difíceis de serem eliminados.

 

Devem ser tomadas algumas medidas preventivas como cozinhar bem os alimentos. Até o momento ainda não foi comprovado se ao vacinar-se contra a gripe comum, obtem-se alguma imunidade.

 

Evite aglomerações e fique atento à ocorrência de febre e dores musculares. Na dúvida, procure ajuda médica. Em caso de viagem, evite locais onde há aves e pessoas contaminadas e lave frequentemente suas mãos.

 

É hora repensarmos nossos hábitos alimentares, intrinsecamente ligados a uma indústria cruel, onde inclusive, obrigaram os animais a se canibalizar, através de restos de cadáveres de si próprios, ou de outros animais adicionados à ração.

 

A opção pelo vegetarianismo é a mais racional e, sobretudo, a mais saudável, pela cura e prevenção de dezenas de doenças. Hoje temos a gripe aviária, a doença da vaca louca, a aftosa, a salmonelose, a tuberculose, a brucelose, a triquiníase, a teníase, a superpneumonia e tantos outros males provocados pelo consumo de carnes diversas.

 

Será que podemos apostar na inteligência do ser humano para mudar tudo isso? Ou vamos, como sempre, pular a parte que não nos convém para não ter que abrir mão da nossa “carninha”?

 

* Rildo Silveira Carvalho é natural de Cruzília,-MG, professor da Rede Municipal de Ensino de Caxambu-MG e Personal Trainner. Formado em Educação Física pela Unincor de Caxambu e Pós-Graduado em Fisiologia e Nutrição Esportiva pela Unincor de Três Corações. Vegetariano há 18 anos e palestrante sobre o tema. Contato: rildosilveira@yahoo.com.br.

 

- Fotos: http://e-activist.com / Alverne Passos Barbosa .

 

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright, 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Gado de corte:

O abate humanitário de animais

Tratamentos e técnicas lucrativas para lidar com o gado criado que alimenta o homem.

 

Por Rildo S. Carvalho*

De Caxambu-MG

Para Via Fanzine

 

Linha de inspeção em abate bovino em um frigorífico:

onde o gado deixa de ser animal e vira "produto alimentício".

 

O abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais destinados ao consumo, desde o embarque na propriedade rural, até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.

 

O conceito esse do abate humanitário de animais é definido e estampado exclusivamente sob a ótica do lucro. Tal processo envolve cuidados específicos no embarque, transporte, desembarque no abatedouro, acondicionamento nos galpões de espera, descanso e dieta hídrica, banho de aspersão, condução até a linha de abate, o atordoamento ou insensibilização e finalmente a sangria dos animais.

 

No transporte, o stress pode provocar contusões e morte. As contusões afetam a qualidade da carcaça e a privação de alimento e água conduzem à perda de peso do animal. O stress físico ocasiona a depleção do glicogênio muscular, resultando numa carne dura e escura.

 

Todos esses fatores afetam o bem-estar do animal, mas é um pretexto para encobrir o mal estar daqueles que tiram vantagem do abate de animais: a perda econômica.

 

O descanso ou dieta hídrica é o tempo necessário para que os animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas pelo deslocamento desde o local de origem até ao estabelecimento de abate.

 

Torna-se interessante o animal readquirir sua normalidade fisiológica, reduzir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça e restabelecer as reservas de glicogênio muscular. Estando eles descansados, fornecem uma carne melhor, mais lucrativa, deixando aqueles que tiram vantagens do abate, mais calmos também.

 

'A eficiência da sangria é considerada uma exigência importante das operações

de abate para obtenção de um produto de alta qualidade, com preços superiores'

 

O banho de aspersão foi adotado em substituição ao banho de imersão, evitando deslizamento ou quedas, não danificando a carcaça. As contusões devem ser mínimas, não por causa do animal, mas por melhorar a qualidade final do produto e gerando mais economia.

 

A condução até a linha de abate deve ser executada de maneira menos estressante possível. As linhas de condução possuem a forma circular, facilitando sua locomoção uma vez que estes não conseguirão enxergar o que os está esperando à sua frente, avançando com mais facilidade. São evitados o uso de porretes e objetos pontiagudos, que poderão danificar a carne, o couro e o lucro.

 

O atordoamento ou insensibilização, conforme o animal, é feito por pistola pneumática de penetração, corte da medula ou choupeamento, eletronarcose, processos químicos e algumas vezes, marreta. Instrumentos esses, classificados como "humanitários"...

 

Finalmente a sangria, realizada pela abertura sagital da barbela com uma ou duas facas. Devido ao pH alto e ao grande teor protéico, o sangue tem uma rápida putrefação. Logo, a capacidade de conservação da carne mal sangrada é muito limitada. Além disso, constitui um problema de aspecto para o consumidor.

 

Portanto, a eficiência da sangria é considerada uma exigência importante das operações de abate para obtenção de um produto de alta qualidade, com preços superiores.

 

O termo “abate humanitário” é uma bravata verbal criada por aqueles que lucram com essa prática. É um discurso que expressa a preocupação com o bem-estar do animal, mas que na verdade esconde um sistema, cujo único propósito é a economia, através de menores prejuízos.

 

A preocupação do criador não é com o bem-estar do animal, e sim, com o maior retorno financeiro que deverá surgir em decorrência das menores perdas durante as operações de abate dos animais e a melhora na qualidade final do produto.

 

'Estabeleceram o termo "carne ética" evitando proferirem "morte ética". E sendo o abate humanitário

e a morte ética, porque não estampar as fotos internas dos matadouros nas embalagens?'

 

Como os eventos que se sucedem desde a propriedade rural até o abate do animal tinham grande influência na qualidade da carne e no seu preço final, implantaram uma operação tecnológica de alto nível científico, uma cientificidade para matar.

 

O termo "abate", significa o ato ou efeito de abater animais para o consumo. O termo "humanitário" significa bondoso, benfeitor, aquele que é humano, que ama. Abater e amar. Dois termos antagônicos para tentar justificar a industrialização da morte.

 

Ao tentar minimizar a transgressão pelo assassinato de milhões de animais, estamos desensibilizando as pessoas no tocante ao valor da vida, como se, ao reduzir o sofrimento, nos isentamos da culpa. Poderíamos então, dessa forma, criar a “pena de morte humanitária”. Será ainda humanitarismo, os animais nos matadouros cheirar, ouvir e, muitas vezes, ver o abate dos outros animais que estão à frente deles?

 

Estabeleceram o termo "carne ética" evitando proferirem "morte ética". E sendo o abate humanitário e a morte ética, porque não estampar as fotos internas dos matadouros nas embalagens? E alguém teria coragem de assistir ao abate industrial em série, ainda que dito "humanitário"?

 

Pressupõe-se, dessa forma, que os animais sejam “produtos” eticamente aceitáveis. Criar animais para alimento, independente do rótulo, continua sendo uma atividade prejudicial ao meio-ambiente e um desperdício de alimentos que poderiam ser usados diretamente pelos seres humanos, a um preço muito menor que sua carne.

 

'Podemos, como fantoches, nos refugiar no comodismo da ignorância.

Ou podemos, como verdadeiros seres humanos, refletir, exprimindo nossa vontade própria'

 

A criação de animais cuja única finalidade é a matança, ultraja as pessoas em sua dignidade, sendo cruel e extraindo todo o humanismo daqueles envolvidos, tanto no processo de produção quanto no de consumo. Temos um caminho inteligente a seguir, o de racionalizar e nos tornarmos vegetarianos. Ou banalizar e chamar a morte de “limpa”, mesmo sabendo do sofrimento de um animal para ser nossa vítima, nas condições as quais nasceu, foi criado e abatido. Ao desconsiderarmos tudo isso, estamos sendo indignos em nossa condição de humanos.

 

Morte “limpa” é uma fantasmagoria pregada por aqueles interessados em continuar essas práticas hediondas e lucrativas. Os animais têm consciência da vida e por conseqüência, da morte também. E os que afirmam o contrário, provavelmente não terão ambos.

 

O sistema capitalista atropela boa parte das pessoas e procura impor-nos um modo de vida padronizado, baseando e direcionado-nos ao consumismo. Desse modo, propuseram esse antagonismo esdrúxulo, o “abate humanitário de animais”, esperando que não reflitamos e, consequentemente, os empresários ávidos pelo lucro dessas práticas, não sejam questionados.

 

Esse mesmo capitalismo avassalador fomenta igualmente os meios de comunicação hoje em dia, que pouca ou nenhuma crítica fazem aos assuntos relacionados à matança de animais. Comportam-se alheios e estáticos ao sofrimento deles, aos danos causados pelo consumo de carne, como doenças, escassez de água, poluição e a derrubada de nossas últimas florestas para a formação de pastagens e produção de grãos exclusivamente para alimentação animal.

 

Ao lobby dessa carnificina, interessa apenas que a população se torne mais alienada, de forma a não cobrar as conseqüências dos animais serem continuamente explorados e tratados como máquinas, sem direito à defesa e dando cada vez mais, lucro a eles. Se essas verdades vierem a público, serão eles, e não a humanidade, que passarão fome.

 

Podemos, como fantoches, nos refugiar no comodismo da ignorância. Ou podemos, como verdadeiros seres humanos, refletir, exprimindo nossa vontade própria. Temos de impor nossa coragem dizendo a essas pessoas, que abate humanitário é o mesmo antagonismo que subir pra baixo. Ou descer pra cima, se eles assim preferirem.

 

Desejo um dia, que possamos integrar uma civilização menos mesquinha e mais altruísta. E se tivermos que ter nossas consciências manipuladas, que seja para difundir esses ideais de liberdade para todas as criaturas do mundo.

 

* Rildo Silveira Carvalho é natural de Cruzília,-MG, professor da Rede Municipal de Ensino de Caxambu-MG e Personal Trainner. Formado em Educação Física pela Unincor de Caxambu e Pós-Graduado em Fisiologia e Nutrição Esportiva pela Unincor de Três Corações. Vegetariano há 18 anos e palestrante sobre o tema. Contato: rildosilveira@yahoo.com.br.

 

- Fotos: http://e-activist.com / Alverne Passos Barbosa .

 

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright, 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Animais urbanos:

Animais de estimação em apartamentos e a Lei

A permanência ou não de animais em apartamentos nos tribunais.  

 

Por Rildo S. Carvalho*

De Caxambu-MG

Para Via Fanzine

 

 

Inúmeras decisões judiciais, mesmo contra a convenção do edifício, conferem o direito aos condôminos de manterem seus animais de estimação, desde que sejam de pequeno porte, dóceis, saudáveis e não perturbem o sossego dos vizinhos.

 

Algumas decisões

 

Cominatória - Animal doméstico em apartamento - Ação do condomínio - Decisão proibitiva aprovada em assembléia - Inexistência de prova quanto à perturbação, ao sossego, e à segurança. Apelo improvido.

 

A decisão condominial aprovada em assembléia geral e regulamentar deverá ser acatada pelos condôminos. Porém, não subsiste a mandamento judicial quando questionada. Provado nos autos que o animal doméstico de pequeno porte é dócil, não perturba o sossego e a segurança dos demais condôminos, a proibição decidida em assembléia não pode prevalecer, pois viola o direito de propriedade e de liberdade do cidadão. Apelo conhecido e improvido. Legislação: CPC art. 20, § 4º (Ap. Civ. 67796700; Londrina; j. 06.06.1994; unânime; publ. 17.06.1994).

 

Condomínio

 

Manutenção de cão em apartamento. Mesmo que a convenção ou o regimento interno a proíbam, a vedação só se legitima se demonstrado o uso de forma nociva ou perigosa ao sossego, à salubridade ou à segurança dos demais condôminos (Ap. 183023944; 3ª Câm. Civ.; TARS - Porto Alegre; j. TARS 48/364).

 

A proibição de manter animais em apartamento, constante da convenção, tem sua finalidade explicitada no regulamento interno: impedir a permanência daqueles que causem incômodos, perturbem o sossego e se constituam em ameaça à saúde e à segurança dos demais moradores.

 

Se o animal mantido pelo morador não provoca nenhuma dessas situações, sua permanência deve ser tolerada. O simples fato do morador, a despeito da vedação contida na convenção ou regulamento, manter cachorrinho em seu apartamento, não autoriza a aplicação da multa e não é suficiente para sustentá-la (Ap. Civ. 189111313; Porto Alegre; 6ª Câm. Civ.).

 

O fato de os condomínios proibirem a presença de animais nos prédios tem contribuído para o abandono de cães e gatos nas grandes cidades, principalmente por parte daquelas pessoas que tinham um animal de estimação quando viviam em casas e depois se mudam para apartamentos.

 

Decididamente, não há por que os condomínios impedirem que os moradores vivam com seus amigos de estimação. Ainda assim, é comum ver moradores muito mais problemáticos do que cães e gatos.

 

* Rildo Silveira Carvalho é professor de Educação Física e pós-graduado em Fisiologia e Nutrição Esportiva, professor da Rede Municipal de Ensino de Caxambu – MG e professor da Academia Corpus – Caxambu – MG, personal trainer, vegetariano há 18 anos e palestrante sobre o tema. É articulista de diversos sites de proteção animal. Contato: rildosilveira@yahoo.com.br.

 

 - Foto: Arquivo VF.

 

- Produção: Pepe Chaves.

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