Ataques em comunidades:
Cabral vai recorrer às Forças Armadas
Governador do Rio pedirá ajuda das Forças
Armadas para conter ataques em comunidades.*
A situação também
ficou tensa no Complexo do Lins e no Morro dos Macacos, em Vila Isabel,
onde houve
manifestações, com ataque a tiros no Lins e na base avançada da
Comunidade Camarista Méier.
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O governador Sérgio Cabral vai solicitar à Presidência da
República o apoio das forças federais para conter os ataques em
comunidades pacificadas. Ele anunciou a decisão na madrugada desta
sexta-feira, depois de se reunir com o Gabinete de Crise, convocado em
caráter de urgência após ataques em três áreas com unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs), ocorridos na noite passada (20). Cabral terá
encontro com a presidente Dilma Rousseff para pedir a ajuda das Forças
Armadas no policiamento das UPPs.
A decisão do governador Sérgio Cabral foi tomada depois que
criminosos balearam o comandante da UPP de Manguinhos, capitão Gabriel
Toledo, na perna direita, com um tiro de fuzil, na noite passada, e
atearam fogo a três contêineres em bases móveis distribuídas pela
comunidade.
A situação também ficou tensa no Complexo do Lins e no
Morro dos Macacos, em Vila Isabel, onde houve manifestações, com ataque
a tiros no Lins e na base avançada da Comunidade Camarista Méier. Na Rua
Maranhão, um dos acessos ao bairro do Lins, um ônibus foi incendiado.
De acordo com o governador, o Gabinete de Crise se reuniu
para fazer uma análise da situação da criminalidade, que tem como
finalidade enfraquecer a política de pacificação. "Estou indo nesta
sexta-feira, às 11h, a Brasília me encontrar com a presidenta e os
ministros das pastas afins para pedir ajuda. O Rio vai responder como
sempre fez: unindo forças. A população pode ter certeza de que vamos
responder", disse.
O governador e o secretário de Segurança, José Mariano
Beltrame, se reuniram com o Comando da Segurança Pública no Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC). Participaram do encontro o chefe
de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o comandante-geral da Polícia
Militar, coronel Luiz Castro de Menezes.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que
o Batalhão de Operações Policiais Especiais [Bope], a Coordenadoria de
Recursos Especiais [Core], o Choque, os batalhões da área e a Polícia
Civil darão a resposta aos criminosos. "Estamos todos de prontidão, com
folgas diminuídas, ocupando espaços na cidade para evitar que haja
qualquer tipo de ameaça ao cidadão carioca. Nós estamos com força total
nas ruas do Rio".
*
Informações e imagem da Agência Brasil.
* * *
Souza Aguiar:
Cinegrafista atingido por rojão no Rio tem
morte cerebral*
O profissional foi
atingido por um rojão enquanto filmava o protesto contra o aumento das
passagens
de ônibus no
município do Rio, próximo à Central do Brasil, no centro da capital
fluminense.
Os autores do crime
contra Santiago Andrade poderão pegar pena
de prisão de até 35
anos por homicídio qualificado e crime de explosão.
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A Secretaria Municipal de Saúde confirmou há pouco a morte
cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, de
49 anos. Ele foi ferido por um rojão durante manifestação no Rio de
Janeiro na semana passada e permanece no Centro de Tratamento Intensivo
(CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar aguardando a presença da
família, que determinará os procedimentos que deverão ser tomados a
partir de agora.
Santiago, que teve afundamento do crânio e perdeu parte da
orelha esquerda, foi submetido a uma cirurgia para diminuir a pressão
craniana, assim que chegou ao hospital. No sábado, uma tomografia
comprovou que a hemorragia havia sido controlada, mas o estado de saúde
do cinegrafista piorou.
O profissional foi atingido por um rojão enquanto filmava o
protesto contra o aumento das passagens de ônibus no município do Rio,
próximo à Central do Brasil, no centro da capital fluminense.
Casado com Arlita Andrade há 30 anos, o carioca Santiago
Andrade tem uma filha e três enteados. Mora em Niterói. Profissional há
cerca de 20 anos, ele trabalha na Rede Bandeirantes de Televisão há
quase dez anos.
Santiago ganhou dois prêmios de jornalismo (“Prêmio
Mobilidade Urbana”) por matérias sobre a dificuldade de transporte nas
ruas nos anos de 2010 e 2012. Destacou-se na cobertura das chuvas na
região serrana, em janeiro de 2011, e em Xerém, em janeiro do ano
passado.
Os autores do crime contra Santiago Andrade poderão pegar
pena de prisão de até 35 anos por homicídio qualificado e crime de
explosão, segundo informou o delegado titular da 17ª Delegacia Policial
de São Cristóvão, Maurício Luciano, responsável pelas investigações do
caso.
*
Informações de Cristiane Ribeiro e Vitor Abdala, com Alana Gandra/Agência
Brasil.
10/02/2014
- Foto: Divulgação.
* * *
Manifestações
contrárias:
Tensão em leilão do Campo de Libra
Manifestantes contrários a leilão rompem
barreira da Força Nacional, no Rio.*
Além das manifestações, uma greve dos
petroleiros paralisa as atividades em plataformas,
refinarias e unidades de tratamento de
combustível da Petrobras em 12 estados do país.
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Manifestantes contrários ao leilão do Campo de Libra
conseguiram romper, há pouco, barreira formada por integrantes da Força
Nacional de Segurança e se aproximam do Windsor Barra Hotel, onde se
realiza hoje (21) a primeira rodada de licitação do pré-sal. O grupo
agora é contido por uma barreira da Polícia do Exército.
Policiais reprimiram os manifestantes com bombas de gás
lacrimogêneo e de efeito moral. O gás chegou a entrar na recepção do
hotel e pôde ser sentido por pessoas que estavam do lado de dentro.
Manifestantes com bandeiras verdes e amarelas ocupam as
areias da praia da Barra da Tijuca e gritam palavras de ordem contra a
privatização. Eles também entoaram o Hino Nacional.
Além das manifestações, uma greve dos petroleiros paralisa
as atividades em plataformas, refinarias e unidades de tratamento de
combustível da Petrobras em 12 estados do país, conforme informou o
diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zanardi.
Segurança reforçada visa manter
tranquilidade durante a primeira rodada de negociações.
Terceirização de
serviços pode colocar em risco a Petrobras como operadora única, diz FUP**
Ser a operadora única do Campo de Libra, localizado na
Bacia de Santos, não garantirá, à Petrobras a total operação deste que é
o maior dos campos de petróleo descobertos na área do pré-sal. Na
opinião do diretor de Comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP),
Francisco José de Oliveira,o risco é evidente porque a estatal e suas
coligadas têm por hábito terceirizar serviços.
“Enquanto Petrobras e coligadas têm um quadro de cerca de
83 mil trabalhadores, o número de terceirizados para prestação de
serviços beira 350 mil. Isso mostra que a operação não ficará
necessariamente nas mãos da Petrobras, apesar de a legislação a colocar
como operadora única”, disse à Agência Brasil o diretor da FUP.
A preocupação abrange também as condições de trabalho.
“Terceirizar significa subcontratar e precarizar as condições de
trabalho. Para ter uma ideia, 78% das 300 mortes de trabalhadores
registradas nos últimos 15 anos foram de terceirizados. É evidente que a
exploração corre risco de ser feita por meio da precarização do
trabalho”, acrescentou Oliveira.
A FUP defende, como formato para exploração do Campo de
Libra, que todo o empreendimento seja conduzido pela Petrobras. “Esse
modelo [partilha] provavelmente colocará na posição de acionista
majoritária [do Campo de Libra] uma empresa chinesa com mais de 700 mil
empregados. E, se ela for majoritária, será ela quem ditará as regras”,
argumentou Oliveira.
As reservas do Campo de Libra são estimadas em cerca de 15
bilhões de barris de petróleo. Com o regime de partilha, a Petrobras
será a operadora única dos poços e terá participação mínima de 30% do
empreendimento. Contatada pela Agência Brasil para comentar as
declarações do diretor da FUP, a Petrobras respondeu que não se
manifestará sobre assuntos relacionados ao leilão de Libra.
*
Informações de Vladimir Platonow/Agência Brasil.
**
Informações de Pedro Peduzzi/Agência Brasil.
21/10/2013
- Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.
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* * *
Cinelândia:
Professores e
black
blocs entram em confronto com PM
Professores grevistas e black blocs fazem
manifestação em frente à Câmara do Rio.*
O
trânsito na Avenida Rio Branco ficou fechado a partir das 19h, pois um
grupo
de
black blocs ocupou a pista, que foi desobstruída por volta das 21h30.
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Professores em greve e integrantes do Black Bloc
participaram hoje (30) de uma manifestação em torno do prédio da Câmara
Municipal do Rio, na Cinelândia. O protesto começou nas primeiras horas
da manhã, com representantes do magistério chegando em grande número
para apoiar um grupo que estava acampado do lado de fora do Palácio
Pedro Ernesto, desde que foram expulsos do plenário da Câmara, na noite
de sábado (28), pela Polícia Militar (PM).
O ato ocorreu sem tumulto na maior parte do tempo, mas
acabou em conflito por volta das 21h, quando os black blocs foram
dispersados pela Tropa de Choque da PM. Pelo menos um jovem ficou
levemente ferido. Um carro de reportagem do SBT foi pichado pelos
manifestantes e precisou deixar o local rapidamente.
O efetivo da PM, que inicialmente isolava os professores
acampados na rua ao lado da Câmara, foi reduzido e os manifestantes
puderam circular livremente, pois até o fim da tarde não tinham
autorização para voltar, caso necessitassem deixar o acampamento para
lanchar ou mesmo ir ao banheiro.
Ao longo da tarde, deputados da Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj) foram ao local para ajudar nas negociações. O
deputado Gilberto Palmares (PT) criticou a decisão da PM de isolar os
manifestantes e ajudou a negociar a diminuição do efetivo policial.
“Embora a greve seja do âmbito municipal, não podemos fechar os olhos,
pois todos lutamos por uma educação melhor, seja para a cidade do Rio,
seja para o nosso estado”, disse Palmares.
O trânsito na Avenida Rio Branco ficou fechado a partir das
19h, pois um grupo de black blocs ocupou a pista, que foi desobstruída
por volta das 21h30.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e a secretária municipal
de Educação, Claudia Costin, participaram de um chat (sala de bate-papo)
pela internet, das 20h às 22h, quando responderam a mais de 40 perguntas
enviadas por professores. Ele abriu a conversa fazendo uma defesa do
plano de carreira do magistério, reafirmando que a prefeitura cumpriu a
sua parte nos três acordos firmados com o Sindicato Estadual dos
Profissionais de Educação (Sepe) desde o início da greve, há 52 dias.
“Nós recebemos três vezes o Sepe e fizemos três acordos,
com sucessivas concessões, até o máximo que a prefeitura poderia
conceder”, disse. Paes reafirmou a intenção de que o projeto do plano de
carreira do magistério seja votado pela Câmara amanhã (1º) e, por várias
vezes, repetiu que os professores que aderirem ao novo regime de 40
horas de trabalho semanal poderão manter uma segunda matrícula na rede.
O prefeito disse, no entanto, que o município não tem
dinheiro para pagar, de uma só vez, a todos os professores que desejarem
passar para a carga de 40 horas, o que deverá ser feito de forma
gradual. O objetivo, segundo Paes, é aumentar o número de escolas de
tempo integral, que vão oferecer um total de nove horas de aula por dia,
o que deve começar com 109 escolas das zonas oeste e norte da cidade.
O Sepe sustenta que o professor terá de se demitir de uma
das matrículas para assumir as 40 horas e pede que a prefeitura retire o
regime de urgência do projeto encaminhado à Câmara, para que a matéria
seja mais bem discutida. Mas, em nenhum momento, Paes admitiu retirar o
pedido de urgência.
Professores
denunciam violência**
Vários professores denunciaram que sofreram violência por
parte de policiais que cuidavam da segurança no local. Alguns deles
foram feridos e publicaram fotos mostrando cenas sangrentas na internet.
*
Informações de Vladimir Platonow/Agência Brasil. Colaborou Paulo
Virgílio.
*
Informações da Redação VF, com agências.
30/09/2013
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* * *
Marina da Glória:
Eike vai desmontar iate e vender peças
Ex-bilionário, Eike Batista manda
desmontar iate para vender peças. O Hotel Glória,
outro símbolo da riqueza do
brasileiro, também entrou no processo de liquidação.*
Custo de manutenção do Pink Fleet é de R$
300 mil mensais
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Eike enfrenta processos ambientais
O empresário Eike Batista vê sua fortuna diminuir cada vez
mais. Depois de sair da seleta lista dos bilionários da revista Forbes,
o brasileiro voltou a ocupar o noticiário em razão do seu iate.
Inaugurado em 2007 como atração para eventos corporativos na Baía de
Guanabara, a embarcação Pink Fleet não deslanchou e passou a dar
prejuízo. Somente com o custo de manutenção, o ex-bilionário gastava R$
300 mil mensais.
Para acabar com o prejuízo, Eike tentou doar a embarcação à
Marinha, mas não teve sucesso. A saída encontrada por ele foi desmanchar
o luxuoso iate e vender as peças. Há cerca de um mês, o Pink Fleet saiu
da Marina da Glória, onde ficava ancorado, e foi para o estaleiro
Cassinú, em São Gonçalo (RJ), para ser desmontado.
Nessa terça-feira, levantamento da revista Forbes apontou
que a fortuna do empresário brasileiro reduziu de 30 bilhões de dólares
para um patrimônio de 900 milhões de dólares, em menos de dois anos.
Eike, que já foi o homem mais rico do Brasil e sétimo do mundo, já não é
mais bilionário.
Hotel
O Hotel Glória, outro símbolo da riqueza do brasileiro,
também entrou no processo de liquidação. Um executivo da companhia suíça
Acron AG, Kai Bender, que negociava a compra do imóvel há dois anos,
teria aceitado desembolsar R$ 225 milhões pelo hotel e o acordo deve ser
sacramentado nos próximos meses.
O Glória foi adquirido por Eike em 2008 e a ideia do
empresário era reformar o hotel usando uma técnica que preserva a
fachada, mas moderniza todo o interior. A obra, orçada em R$ 350
milhões, teve seu pico em 2010. Parte do dinheiro para a modernização do
Glória foi obtida por meio de financiamento com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
*
Informações de Rádio Itatiaia (BH).
04/09/2013
-
Imagem: Getty Images.
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* * *
Alerj:
Ato denuncia desaparecidos no Rio
Audiência pública na Alerj é marcada por
ato denunciando os desaparecimentos no Rio.*
Parentes de desaparecidos relataram seus
dramas e demonstraram indignação com o despreparo
e a falta de iniciativa das autoridades
competentes para lidar com o problema.
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no Rio
Quando o interesse do estado perde para o
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Um manequim coberto por um véu e manchas vermelhas
simulando sangue chamava a atenção das pessoas que passavam pela
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no centro da capital
fluminense, na manhã de hoje (13). O boneco sem rosto tendo ao lado
cartazes, também borrados de tinta vermelha, denunciava o
desaparecimento de 5.934 pessoas em 2012 em todo o estado, conforme
levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP).
O ato foi organizado pela Anistia Internacional e pela
organização não governamental (ONG) Rio de Paz e continuou no interior
da Alerj, com mais um manequim e jovens com roupas sujas de tinta
vermelha, na audiência pública sobre desaparecidos no Rio de Janeiro. O
encontro reuniu promotores do Ministério Público Estadual,
representantes da Polícia Civil, especialistas em segurança pública,
deputados, sociedade civil organizada e parentes de desaparecidos.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj,
Marcelo Freixo, disse que a audiência pretende impulsionar ações que
culminem em políticas públicas eficazes para combater o problema. “O que
buscamos aqui é uma articulação e parceria entre o Ministério Público, a
Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, o ISP, a Polícia
Civil e a sociedade civil para qualificarmos as informações sobre
desaparecimentos, termos um cadastro mais confiável e, a partir daí, um
diagnóstico real do que acontece com cada um desses desaparecidos e suas
famílias, que tipo de assistência e ação concreta o Estado deve ter”,
disse.
“Não sabemos quantos desses desaparecidos são crianças,
quantos são idosos, o que o Poder Público faz sobre isso. Quantos são
homicídios? Quantos retornam às suas casas? Apenas constatamos o número
de desaparecidos, mas não temos um bom diagnóstico”, completou.
Parentes de desaparecidos relataram seus dramas e
demonstraram indignação com o despreparo e a falta de iniciativa das
autoridades competentes para lidar com o problema. Elisabete Gomes,
mulher do ajudante de pedreiro Amarildo Dias da Silva, desaparecido há
quase um mês, depois de ser levado por policiais, e Izildete Santos da
Silva, mãe de um menino sumido desde 2003, após abordagem policial,
disseram ter sido humilhadas na delegacia quando foram fazer a
ocorrência dos desaparecimentos. “Diziam que meu filho estava com
mulheres, que tinha ido trabalhar”, disse Izildete. “Não procuraram meu
filho, arquivaram meu processo. Pegaram meu outro filho deram uma surra
nele, quase o mataram, disseram que iam matar meu filho especial. Tudo
isso eu passei e fico vendo pela televisão acontecer as mesmas coisas”,
declarou.
Para o fundador da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa,
tortura, execução e ocultação de cadáver são ocorrências quase não
registradas no Rio. “De 2007 a 2013, 35 mil pessoas desapareceram no
estado do Rio de Janeiro e não se sabe quantas morreram, fora as pessoas
que desapareceram que não tiveram registro em delegacias”. Costa disse
ainda que é comum que autoridades tentem desqualificar a vítima na
perspectiva de se justificar da ação criminosa, como foi o caso de
Amarildo, cuja família foi acusada por um delegado de ter envolvimento
com o tráfico de drogas.
Adryano Amieiro, irmão da engenheira Patrícia Amieiro,
desaparecida há cinco anos, demonstrou apoio aos parentes de Amarildo e
os encorajou a continuar lutando e se manifestando para descobrirem o
que aconteceu com o assistente de pedreiro. “Essa é a hora que tem que
falar e gritar, senão cai no esquecimento”, disse ele aos parentes. A
engenheira desapareceu na noite de 14 de junho de 2008. Ela voltava de
uma festa na zona sul e ia para a casa onde morava na Barra da Tijuca. O
carro de Patrícia foi encontrado no Canal de Marapendi. A perícia feita
no veículo detectou vestígios de tiros. Quatro policiais militares são
acusados de matar e ocultar o cadáver da engenheira, que teve morte
presumível decretada pela justiça em junho de 2011.
Adeildo Rabelo Girão procura há 14 anos pelo filho.
Adonias. Ele tinha 17 anos quando sumiu na zona oeste, região dominada
por milícias. “Colocaram meu filho em um lugar esmo que ninguém sabe até
hoje onde está. Estou cansado. É perda, é saudade, é trauma, que são
acumulados nesses anos e anos. Tive problema de depressão, estou muito
doente”, disse.
O pesquisador Fábio Araújo da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) disse que o desaparecimento de pessoas tem ocorrido
desde a época da ditadura, um método de repressão utilizado muitas vezes
por integrantes do Estado, embora seja tratado como um problema
doméstico, familiar na maioria dos casos.
“É preciso conhecer a dinâmica dos territórios do Rio de
Janeiro, pois esses desaparecimentos estão ligados tanto à atuação da
polícia, violentíssima, como das milícias e do tráfico de drogas. O que
vi em minha pesquisa de campo é que ora há disputa entre esses atores
nos mercadores ilícitos, ora eles trabalham colaborativamente no ato de
desaparecer os corpos”, declarou. “É preciso sair das estatísticas
oficiais e fazer mais pesquisas de campo sobre esses desaparecimentos”,
cobrou.
O pesquisador ressaltou que há casos de parentes de
desaparecidos que não fazem boletim de ocorrência por temer represália
de policiais que integram milícias. O pesquisador defendeu a criação de
redes de apoio psicossocial e jurídica para os parentes. “O que
caracteriza o desaparecimento é não ter um corpo, a família não ter um
momento de luto. É uma morte eterna, uma dor que nunca para”, completou.
Tanto Antônio Carlos Costa como Fábio Araújo declararam que
a existência de cemitérios clandestinos e o despejo de corpos em rios e
na Baía de Guanabara são relatados cotidianamente por moradores de
comunidades pobres dominadas pelo tráfico ou pela milícia.
Dados do ISP apontam que a maioria dos desaparecidos no
estado é composta por homens, jovens e solteiros, moradores de favelas e
da periferia.
* Informações de Flávia Villela/Agência Brasil.
13/08/2013 - 18h11
- Foto: O Dia.
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* * *
Copacabana:
Vadias horrorizam peregrinos em Copacabana
Marcha das Vadias reúne centenas de
manifestantes e causa indignação.*
A manifestação foi
acompanhada de perto por alguns peregrinos da JMJ, que se mostraram
indignados.
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Centenas de manifestantes participam hoje (27) da Marcha
das Vadias, na orla de Copacabana, na zona sul da capital fluminense,
onde também ocorre a vigília dos peregrinos da Jornada Mundial da
Juventude (JMJ). Entre as mensagens da marcha estão o fim do preconceito
contra homossexuais e o da violência contra as mulheres, além da
legalização do aborto.
Vários manifestantes aproveitaram também para criticar a
Igreja Católica. Representantes da organização não governamental (ONG)
Católicas pelo Direito de Decidir distribuíram uma carta aberta ao papa
Francisco pedindo mudanças na Igreja, como o fim da condenação ao aborto
e a bênção à união de casais do mesmo sexo. “Viemos fazer um
contra-discurso e mostrar que o discurso do papa e do Vaticano não é o
único. A gente quer passar essa mensagem para que as pessoas [que
participam da JMJ] reflitam e se somem à gente”, disse Kelly de
Oliveira, representante da ONG.
A manifestação foi acompanhada de perto por alguns
peregrinos da JMJ, que se mostraram indignados. É o caso de Conceição
Vilar, que veio da Paraíba para participar do evento católico. “É uma
afronta. Eles estão aqui de penetras. Estão tirando a nossa paz e a
nossa harmonia. Não há espaço para isso aqui”, disse.
A marcha começou no Posto 5, em Copacabana, e seguiu em
direção a Ipanema, para evitar confronto com os peregrinos, que estão
concentrados no lado oposto da orla, próximo ao Leme.
*
Informações de Vitor Abdala/Agência Brasil.
27/07/2013
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