Havia um Pato no caminho:
Porque o Corinthians
vai pagar o Pato
Moral da história: Pato Mutante se transforma em Mico no Itaquera.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
17/06/2015
Somente dirigentes sem o menor senso de planejamento poderiam deixar
esta situação
ter chegado a este ponto. Por isso é justo que o Corinthians agora pague
o Pato.
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Metaforicamente, o Corinthians vai pagar o Pato. Ou seja, vai arcar com
os prejuízos de um péssimo negócio feito pela diretoria do clube, ao
contratar, a preço de ouro o jogador Pato.
Mas, também literalmente, o Corinthians vai pagar o Pato. Ou seja, terá
que desembolsar altas cifras ao jogador, referentes a pagamentos
atrasados de direito de imagem, mesmo ele estando atuando agora pelo
tricolor paulista.
Após emprestar Pato ao São Paulo Futebol Clube (para se livrar do
pagamento de metade do salário ao jogador), o Corinthians foi cobrado
pelo jogador através de vias judiciais e deverá pagar o Pato agora.
Contratado com pompas e apresentado à torcida como o salvador da Pátria,
Pato decepcionou a todos com um baixo desempenho no ataque do Timão. A
solução encontrada foi cedê-lo ao São Paulo que passou a arcar com
metade do volumoso salário do atleta, aliviando o alvinegro em tempos de
crise.
Somente o futebol paulista poderia dar um nó destes: um jogador
contratado por um clube vem a atuar pelo rival, mas ao ser repassado, o
clube contratante não quita todos os débitos com o atleta, e agora terá
que pagá-lo para atuar em favor de um adversário.
Somente dirigentes sem o menor senso de planejamento poderiam deixar
esta situação ter chegado a este ponto. Por isso é justo que o
Corinthians agora pague o Pato.
Moral da história: Pato Mutante se transforma em Mico.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
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* * *
Copa no Brasil:
Pelé no País do Futebol Maravilha
Sua campanha em prol de gastos públicos
com estádios e infraestrutura chegou a irritar alguns.
Mas nada irritou tanto, quanto o pedido
do “Rei” ao povo brasileiro,
para que não se manifestasse nas ruas,
“porque a Copa era mais importante”.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
19/03/2014
Assim como o “Rei”, o seu entronado
“Príncipe”, também, entoou publicamente a visionária
e antológica
afirmação: “uma Copa do Mundo no Brasil não se faz
com hospitais”.
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Outros destaques em Via Fanzine
O Pelé sempre fez questão de separar o Pelé do Edson
Arantes do Nascimento. Que o Edson fale suas besteiras, mas deixem o
Pelé em paz, afinal, ele marcou mais de mil gols. E nesta arrumação de
Copa do Mundo no Brasil, o que não faltou foram “pérolas” do “Rei do
futebol”, Edson Arantes do Nascimento! Além disso, o “Rei” colhe as sementes plantadas e mostra que
tem um forte séquito, encabeçado pelo seu “Príncipe” Ronaldo,
atualmente, alto funcionário da FIFA para a Copa no Brasil.
Defensor ferrenho da Copa no Brasil a qualquer custo, Pelé
(e também Ronaldo) chegou a desagradar muitos admiradores, ao fazer
declarações em que coloca o futebol na frente de outros problemas
básicos e urgentes no país.
Sua campanha em prol de gastos públicos com estádios e
infraestrutura chegou a irritar alguns. Mas nada irritou tanto, quanto o
pedido do “Rei” ao povo brasileiro, para que não se manifestasse nas
ruas, “porque a Copa era mais importante”.
Assim como o “Rei”, o seu entronado “Príncipe”, também,
entoou publicamente a visionária e antológica afirmação: “uma Copa do
Mundo no Brasil não se faz com hospitais”. Problemas das péssimas
gestões governamentais à parte, Pelé e Ronaldo nada mais fazem do que
olhar para o próprio umbigo ou puxar a brasa para a sua sardinha,
querem, apenas, continuar a manter a boa vida e as adulações
proporcionadas pelo futebol.
Ex-atletas como eles, devem se sentir a própria Alice no
País das Maravilhas, quando a Copa é no seu próprio país. Sobretudo,
pelo aumento exorbitante do faturamento com publicidades, onde aparecem
sorridentes em propagandas de grandes montadoras, materiais esportivos,
bebidas e outros produtos de elite.
Além disso, pipocam convites para as melhores festas do
continente; tratamento vip por onde quer que se vá em todo o mundo;
concedem entrevistas e “pareceres” aos maiores veículos de comunicação;
recebem bajulação, brindes e dinheiro, muito dinheiro... E o povo? Que
tome um alucinógeno goela abaixo se o futebol não bastar...
Embriagados pelas Maravilhas do País do Futebol, eles
preferem maquiar a realidade brasileira, pelo menos, até que a Copa
termine e que derroquem àqueles que dão de si pela busca à solução dos
notáveis problemas nacionais! Estes são os nossos ídolos! Os mesmos,
cujo desejo é te ver fanatizado com uma camisa da Seleção, gritando gol
e enchendo a cara de cerveja durante a Copa no Brasil.
E a navalha na bola ó: sleptxssssssssssssssssssssss!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
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* * *
Absurdos da bola:
Racismo no Peru indignou os brasileiros
Que lição nós poderemos tirar quando
vemos um estádio lotado por descendentes de indígenas
hostilizando um único indivíduo negro –
entre tantos outros que ali estavam – naquele ambiente?
E que lição poderíamos tirar se tivesse
ocorrido o contrário?
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
13/02/2014
As lamentáveis manifestações ofuscaram a
derrota do Cruzeiro em sua estreia
na Copa Libertadores 2014 e causaram
muita consternação em todo o país.
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O povo de um país multirracial e multicultural como o
Brasil ficou espantado com a manifestação racista de torcedores do Real
Garcilaso na partida que venceu o Cruzeiro por 2 a 1 no Peru, nesta
quarta-fera.
Os gritos que imitavam sons de macacos desferidos para
hostilizar o jogador Tinga toda vez que ele pegava na bola foi uma
demonstração de hipocrisia de um povo, que mistura diversas etnias
indígenas, criando uma mistura com descendentes de espanhóis e negros
africanos.
Isso, em uma partida apitada por um árbitro negro, sendo
que o Real Garcilaso também tinha atletas negros em campo. Então, por
que essa demonstração de desrespeito e humilhação contra uma única
pessoa, por vestir uma camisa adversária?
Cada vez mais comum na Europa, este tipo de preconceito vem
crescendo em gramados de todo o mundo, sem a FIFA sequer punir à altura,
tal ato, que seria crime em vários países – entre eles, o Brasil.
Nem mesmo no Brasil atletas de tez escura estão livres de
serem vítimas de racismo. Mas, no mundo do futebol, clubes são punidos
quando há brigas de torcidas ou quando os torcedores praticam outros
crimes. Mas jamais quando os torcedores investem um coro racista para
cima de algum atleta.
As lamentáveis manifestações ofuscaram a derrota do
Cruzeiro em sua estreia na Copa Libertadores 2014 e causaram muita
consternação em todo o país. A presidente Dilma Rousseff e o governador
de Minas Gerais publicaram notas abominando o ocorrido. Até o presidente
do arquirrival Atlético Mineiro se manifestou contra o ato. O treinador
do Real Garcilaso também se manifestou e se desculpou sobre o ocorrido.
Diversos atletas, comentaristas e jornalistas brasileiros também se
sentiram indignados com a demonstração racista, em pleno século 21. A
CBF, A Conmebol e FIFA ainda não se manifestaram.
Que lição nós poderemos tirar quando vemos um estádio
lotado por descendentes de indígenas hostilizando um único indivíduo
negro – entre tantos outros que ali estavam – naquele ambiente? E que
lição poderíamos tirar se tivesse ocorrido o contrário?
Contudo, se no Brasil o racismo é considerado crime pela
Constituição Federal, a Conmebol e a FIFA necessitam instituir regras
claras para a devida punição dos clubes, cujos torcedores se manifestam
de maneira racista ou hostil aos visitantes. Segundo informações de
nossos contatos em Belo Horizonte, o Cruzeiro deverá entrar com um
recurso junto à Conmebol, no sentido de pedir apuração e punição ao
ocorrido.
Bola “preta” para os peruanos que hostilizaram Tinga, seu
time venceu em campo, mas vocês mutilaram a bola.
-
Imagem: Cruzeiro E.C./Divulgação.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
* * *
2013:
O ano em que o
futebol paulista
enfiou o pé na jaca
Sem nenhum time na
Libertadores 2014, o futebol paulista
enfiou o pé na
jaca, bateu na trave e assassinou a bola...
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
13/12/2013
Pé na jaca e bola
na trave não alteram o placar.
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Definidos os
grupos da Libertadores 2014
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futebol em Via Fanzine
Outros destaques em Via Fanzine
Será uma versão singular esta da Copa Libertadores da
América 2014. Em um raro momento, nenhum clube paulista participa da
competição. Do Brasil, conseguiram vagas, os seguintes clubes, Atlético
Mineiro (atual campeão da competição), Cruzeiro (atual campeão
brasileiro), ambos figuram como cabeças de chaves, além de Flamengo,
Atlético-PR e Grêmio.
Os clubes do Estado que mais investe em futebol, onde são
pagos os maiores salários do continente americano para esta modalidade,
passaram horrores na temporada 2013.
O Estado de São Paulo ainda sustentou até o último momento,
a possibilidade de enviar pelo menos um clube à competição
subcontinental. Por ironia, o último candidato com chances foi a Ponte
Preta, rebaixada no Brasileirão 2013. Mas, nem a campineira Ponte salvou
a mátria paulista, pois foi facilmente derrotada na final da Copa Sul
Americana, por 2 a 0 pelo Lanús, limitando a participação brasileira em
cinco clubes.
Objeto de charges humorísticas e muitas críticas
(sobretudo, por torcedores paulistas entre si), o futebol de São Paulo,
em especial, o paulistano, passou a navalha no pescoço da bola este ano.
Seus maiores destaques viraram piadas. Cenas cômicas e nada nobres foram
fartamente exploradas pela mídia esportiva sensacionalista. Vimos
personagens que se tornaram ícones de grandes clubes paulistanos, como
Emerson Sheik, Alexandre Pato, Rogério Ceni e tantos outros “rasgarem a
bola” quase que literalmente na temporada 2013.
E nada indica que este baixo nível vivido pelo futebol
paulista em 2013 não se repita na Série A do Brasileirão em 2014. Ainda
que as contratações para a próxima temporada não tenham sido divulgadas,
os clubes paulistas (que agora terão o Palmeiras de volta!) demonstram
que poucas novidades poderão surgir para 2014.
Enquanto isso, clubes de Estados como Minas Gerais e Santa
Catarina se destacam positivamente e demonstram crescimento na elite do
futebol brasileiro. Desta maneira, as conjecturas transmutam, a Terra
gira, a bola entra e a fila anda...
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
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grupos da Libertadores 2014
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Outros destaques em Via Fanzine
* * *
Sem pesos e medidas:
A intermediária entre a CBF e um bando de
loucos
Em vez de usar a CBF, o Corinthians devia
era mandar o Ronaldo Nazário a Bolívia,
para fazer embaixadinhas para os
torcedores atingidos e reafirmar em alto
e bom tom o quanto esta agremiação é de
fato, um bando de loucos!
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
16/03/2013
Sepultamento do jovem
Kevin Espada, morto por ação de torcedores corintianos na Bolívia.
Quando o jogador Ronaldo Nazário (hoje funcionário da CBF)
chegou para jogar no Corinthians todos acharam uma “gracinha” a frase
proferida por ele na sua chegada ao Parque São Jorge: “Sou mais um louco
nesse bando de loucos”, incendiando o fanatismo e proferindo uma ode à
inconsequência. A frase, que já devia estar muito bem ensaiada por ele,
repercutiu em todos os veículos da comunicação nacional, evidentemente,
exaltando a
fiel
“loucura” dos corintianos.
Cerca de três anos depois, um “bando de loucos” se dirige
para a Bolívia e dispara um artefato derivado dos fogos de artifício em
direção a torcida adversária, acertando o rosto de um jovem de 15 anos
chamado Kevin Espada e o matando. É nesta hora que ninguém quer fazer
parte do famigerado “bando de loucos”, depois que a verdadeira loucura
(crime) foi feita.
Não somente a “loucura” cometida por um notório bando de
indivíduos inconsequentes, significativo crime é também a direção de um
estádio deixar torcedor entrar com uma “arma de fogo” como essa para
assistir jogos de futebol. Falhas bolivianas a parte, o fato
sensibilizou todo aquele país, cuja polícia deteve preso um bando de 12
loucos corintianos que, até essa data, ainda se encontra detido naquele
país.
Punido ao ter a sua torcida banida dos jogos da Taça
Libertadores 2013, o Corinthians chegou a mencionar que doaria rendas de
algumas de suas partidas a família do jovem morto por seus torcedores.
No entanto, isso não ocorreu, pois a Confederação Brasileira de Futebol
(CBF) assumiu o ônus corintiano: marcou para o dia 06/04 uma partida
amistosa da Seleção Brasileira contra a Seleção da Bolívia, a qual terá
sua renda doada a família de Kevin Espada, decerto, para colocar um
ponto final na questão.
O caricato presidente da CBF, José Maria Marin (que
esbravejou fortemente contra a imprensa brasileira nesta semana), mais
uma vez passou a mão na cabeça de um dos clubes preteridos pela
Confederação. Nós entendemos que o problema com a torcida atingida, a
família enlutada e a morte de um torcedor na Bolívia é relativo
exclusivamente a direção do Corinthians, não do futebol brasileiro,
jamais da CBF!
A família merece ser muito bem indenizada sim, contudo, não
por ações da CBF, mas pela parte do Sport Club Corinthians Paulista, o
verdadeiro responsável pela morte de uma pessoa. Torna-se ridículo o
senhor Marin, se revestir de uma aura de "rapaz bonzinho" para tomar
frente disso, mais uma vez, protegendo interesses do Corinthians, agora
não mais para ser campeão brasileiro ou obter vantagens dentro de campo
- como vimos recentemente -, mas em ações de seus vândalos torcedores
que tramitam na justiça boliviana. Esse também seria o papel de uma
confederação nacional de futebol?
É fato que a CBF tem sido uma verdadeira “mãe”, bem como
manifestado predileção para com determinados clubes do futebol Rio-São
Paulo, enquanto desconhece e até prejudica outros de seus confederados.
O “biônico” (também no futebol, além da política) presidente da CBF
agora está abrindo precedente para que qualquer clube confederado
brasileiro também “use” a CBF e a Seleção Brasileira para limpar as
sujeiras que porventura, sejam promovidas por gangs criminosas
hospedadas calorosamente por suas torcidas. E com direito a apologia à
loucura até por parte de jogador com peso de ouro! Bom, se não for
assim, este presidente estará fazendo pior: estará declarando
explicitamente um apoio dileto e preterido ao Corinthians (o que não
seria novidade pra ninguém) ao colocar a maior instituição do futebol
brasileiro a favor de um destacado “bando de loucos”.
Como eu já disse aqui noutros carnavais, a CBF, na prática,
mostra (mais uma vez) que é mesmo uma extensão do Corinthians e
vice-versa. Sem a menor ética, as ações, as pessoas envolvidas e as
resoluções são sempre suspeitas quando o objetivo é beneficiar, limpar,
obter vantagens. A CBF, uma instituição genuinamente carioca, presidida
por um paulista tem sido bastante questionada ao se confundir com
determinados clubes de futebol sediados nesses dois Estados, passando a
funcionar como uma espécie de "extensão" destes - ou dos seus
interesses, como queiram.
Eu também não sei onde termina a CBF e começa o
Corinthians, e vice-versa (como citou o nosso editor). Sei é que estamos
posicionados na intermediária, entre a CBF e o Corinthians. E dessa
parte do campo, vemos cartolas unidos pela falta de escrúpulos, rodeados
por um bando de loucos que usa e abusa de uma confederação, agora, não
somente para alcançar títulos “inatingíveis” dentro do futebol, mas
também na tentativa de sanar ações criminosas e extracampo de seus,
igualmente, “loucos” torcedores.
Mais sensato seria, em vez de usar a CBF, o Corinthians
devia era mandar o Ronaldo Nazário a Bolívia, para fazer embaixadinhas
para os torcedores atingidos e reafirmar em alto e bom tom o quanto esta
agremiação tem sido de fato, um bando de loucos e inconsequentes.
Ô, lôco, manô!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
* * *
Rebaixamento:
A dor de um parto ao avesso
Quantos grandes clubes foram e ainda
serão rebaixados e
passarão pela amargura, humilhação e
execração pública?
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
22/11/2012
Agora é começar
tudo de novo, para voltar ao ponto que se encontrava.
É tão doloroso, quanto um aborto ao avesso, seja para o
jogador, treinador, torcedor ou presidente de um clube rebaixado. Pior
que a dor de uma perda é a dor da marginalização. É o tiro para o
escanteio, a falta mal marcada, o pênalti mal batido, e a bola do jogo
que passa, perdida para a linha de fundo...
Assim, os envolvidos sentem o rebaixamento de um clube para
uma divisão inferior.
Mas, quantos grandes clubes foram e ainda serão rebaixados e
passarão pela amargura, humilhação e execração pública? Foi assim com o
River Plate na Argentina (que voltou “rapidinho”, quase igual ao
Fluminense) e agora é assim com o Palmeiras no Brasil. Quando um grande
clube cai, toda sua estrutura é drasticamente abalada. Há uma forte
queda de receita para a temporada seguinte e ainda assim, fica a
exigência e a obrigação de se superar para retornar à elite o mais breve
possível.
De fato, um clube não deixa de ser grande porque foi
rebaixado, como disse o presidente Palmeirense Tirone. Ademais, o
rebaixamento pode ser até um aprendizado, mesmo que ocorra por uma
segunda vez, como é o caso aqui. Afinal, 10 anos separam o primeiro
rebaixamento do Palmeiras e muitas lições aprendidas lá se foram
perdidas. Vimos que a fé e a esperança estiveram presentes até a última
possibilidade de chance de manutenção na elite. Mas também assistimos à
ausência do futebol, à conclusão do gol estiveram e o ânimo ao longo de
toda a disputa.
O Palmeiras manteve um elenco medianeiro na temporada 2012,
mas poderia ter se safado do rebaixamento, se os jogadores tivessem um
desempenho menos inconstante nas partidas.
O esmeraldino paulista parece ter se anestesiado após a
conquista da Copa do Brasil 2012 e, simplesmente, “parou de jogar”
durante o Brasileirão, pelo simples fato de já ter assegurada a vaga
para a Libertadores de 2013. O comodismo tomou conta do elenco e, no
primeiro sinal de fogo na casa das máquinas, o capitão Felipão abandonou
o navio.
A Felipão deve ser atribuída grande parte da culpa pelo
rebaixamento, pois ele deixou o clube no momento em que menos deveria
fazê-lo, como se tivesse prevendo o desastre mais adiante e por isso,
tirando o corpo fora sem se comprometer ainda mais com o insucesso do
elenco.
Contudo, o comandante técnico não é o único culpado. Também
a diretoria palmeirense tem uma grande dose de culpa na queda. Fez
contratações duvidosas e outras que não deram certo, caracterizando os
desconcertos dessa gestão. Na verdade, a culpa do rebaixamento sobrecai
em prestações nas costas de cada um dos responsáveis pelo Palmeiras,
dentro e fora de campo.
Não há dúvidas que o Porco possa se recuperar durante a
temporada de 2013, pela Série B, e retornar revigorado à elite em 2014.
Entretanto, agora é hora de muito trabalho, planejamento, ação e aquilo
que mais esteve ausente em 2012: futebol.
- Imagem: Divulgação.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
* * *
Torcedor-juiz:
Um flamenguista de toga na CBF
O auditor flamenguista
Jonas Lopes de Carvalho
julgou Ronaldinho pelo STJD,
depois criticá-lo
abertamente na internet. Esta é a CBF do Zé das Medalhas.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
11/10/2012
Jonas Lopes de
Carvalho: Este é o auditor
da CBF que julgou
Ronaldinho Gaúcho e o retirou da
partida contra o Internacional.
Alguma dúvida de sua
isenção?
Vi o desabafo do presidente do Atlético Mineiro, Alexandre
Kalil contra o flamenguista do STJD da CBF, Jonas Lopes de Carvalho, que
retirou Ronaldinho Gaúcho do jogo contra o Internacional por suspensão.
Suspensão pela qual, o jogador foi sequer advertido pelo
juiz, mas punido – com base em imagens - por “jogada perigosa” ao
levantar o pé à altura do rosto do atacante Kleber. Ora, se de fato, o
STJD se vale de “imagens” para punir o que o juiz deixou de marcar,
haverá uma revolução no futebol brasileiro. Pois está aberto precedente
para invalidar aquele gol em que a bola entrou, mas o juiz não viu. Ou
então validar aquele lance, em que a bola não entrou, mas o juiz viu
isso. Por que não? Se o critério é usar imagens após os jogos para se
“passar a limpo” a partida, está valendo tudo! Ou será que isso só vale
contra o Atlético, jurado de não ser campeão por gente da CBF? Ou um
critério teria sido inventado somente para afastar Ronaldinho, julgado
pelo delírio e sabor de um flamenguista que o criticou publicamente?
O Kalil agora chora, esbraveja (e com razão), mas pôs panos
quentes quando o jornalista Kajuru fez graves denúncias contra a CBF.
Disse, o presidente do Atlético, que ouviu do presidente da entidade
maior do futebol brasileiro, José Maria Marin, que “ninguém ia tocar um
dedo no Atlético”. Decerto, ele não falou em meter as duas mãos ou em
mudar as regras do jogo...
Kalil não quis polemizar as denúncias de Kajuru (veja
abaixo) e Reinaldo até as negou, mas tudo o que ele falou está
acontecendo. O Atlético não será campeão enquanto Kalil for presidente e
quem é ele para contestar isso? Tudo o que foi denunciado está
ocorrendo: o Atlético visivelmente prejudicado com a suspensão de
partida contra o Flamengo, enquanto deveria apenas mudar o estádio;
Ronaldinho suspenso injustamente (ou fora dos critérios que sempre foram
utilizados pela Comissão de Arbitragem); Victor, o goleiro que vem
salvando o Atlético, foi convocado para a seleção; o Fluminense vem
sendo reiteradamente privilegiado pela arbitragem. Basta dizer que na
vitória de 2 a 0 sobre o Bahia, os baianos saíram na frente e tiveram o
gol injustamente anulado. Além disso, não sabemos se é acaso ou
"tramas", mas vale lembrar que o
Atlético é também
o clube mais perseguido pela arbitragem: foi o que mais recebeu cartões
amarelos e vermelhos nesse campeonato.
Já está tudo articulado no sujo palco do futebol
brasileiro. Quando se vê um flamenguista assumido, a ponto de fazer uma
grosseira montagem de Ronaldinho Gaúcho, para depois jogar uma toga da
Justiça Desportiva Brasileira sobre a camisa do flamengo que usa na foto
acima, para julgá-lo. Depois disso, o que mais podemos esperar de
"Justiça Desportiva" no Brasil?
Em verdade este senhor, Jonas Lopes de Carvalho, deveria ter vergonha
de se comportar dessa maneira e se tivesse o mínimo de caráter, deveria
agora deixar o cargo, após pagar este mico preto e vermelho. E ainda dizer que
o fato de ser flamenguista assumido (e ter insultado Ronaldinho
publicamente) nada tem a ver com o seu ofício de togado... Este é um
típico espetáculo de malandro carioca, de quem gosta de levar vantagem
em tudo e de se aproveitar de sua posição para prejudicar desafetos ou
fazer média com outros. Coisa mesquinha da pior raça de carioca. O
sujeito subiu um degrau na vida e já quer beneficiar o seu clube, de
dentro da CBF! Imagine agora o que faria com a sua comprovada má fé, se
ele fosse uma autoridade no Brasil?
E, assim como o Atlético, qualquer outro clube que se tornar
desafeto do Flamengo está sujeito a passar o mesmo: ter critérios de
julgamento criados contra si. A CBF está dominada por uma corja de
corruptos e desonestos. Basta ver que o seu presidente, antes de sonhar
com o cargo, foi flagrado embolsando medalhas em uma premiação. Que moral
pode ter um homem deste nível, como gestor maior de futebol no Brasil?
Afinal, foi Marin que colocou lá este
homem que agora julga pela CBF, com uma camisa do Flamengo por debaixo
da toga, cujo histórico falta com respeito aos clubes que ele mesmo
julgaria depois. Há algo mais amador que isso para o futebol penta? Com
a mais despida alma de torcedor rubronegro veio a público hostilizar os
seus dois maiores rivais, ao chamar o Fluminense de "Florminense" e o
Atlético de "Clube Patético Mineiro". Mas ele não critica os atletas do
Flamengo que são acusados de assassinato, como um goleiro que saiu da
Gávea para ir para trás das grades, ou os vários atletas do clube dele,
acusados de associação com o tráfico e com o contrabando de automóveis
importados. Tudo isso daria muitas piadas e "montagens" para gente
desocupada como o senhor
Jonas Lopes de
Carvalho, mas ele ainda se diz imparcial, enquanto é assumido torcedor
do Flamengo. E nem critica o seu clube que não paga salários e tem até
telefone cortado enquanto a presidente assistia aos jogos olímpicos. Na
primeira oportunidade, quer se vingar de quem saiu do clube que ele
torce, por não receber valores pré-determinados.
Isso é inadmissível, incompatível com o
cargo ou com o mínimo de seriedade que se espere das pessoas que
integram o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF).
Mas, será
que Marin vai afastar Jonas Lopes de Carvalho, como afastou o comando da
arbitragem a pedido do Corinthians? Evidentemente que não, porque, de
fato, tudo já foi traçado para o Atlético não ser campeão, como teria
dito Ricardo Teixeira, conforme denúncia. Tudo porque Kalil foi o último
presidente de clube a resistir a proposta feita pela também flamenguista
Rede Globo, para a transmissão do jogos do Brasileirão. E não adianta
ninguém colocar panos quentes ou falar em conspiração: tudo está muito
claro e não somente com relação à arbitragem, mas também o tapetão (como
vimos). Todas as medidas seguem a favor de não permitir que o título siga
para Minas. Houve inúmeras outras ocorrências, altamente contestáveis e
suspeitas,
que prejudicaram sobremaneira o Clube Atlético Mineiro ao longo deste
campeonato, mas pouparei por aqui.
Esta é a CBF do Zé das Medalhas: um bando de cariocas e
paulistas, fazendo a cama para os seus clubes sem a menor vergonha ou
pudor. Tudo visando a valorização e exportação de jogadores. Será necessário que os presidentes de clubes, cansados da
desonestidade e da falta de critérios comuns, se juntem e criem uma
entidade paralela para termos futebol honesto no país? Ou tais
presidentes vão também estar coniventes com a palhaçada em que está se
transformando o futebol brasileiro dos dias de hoje? Afinal, foram eles
que elegeram o Zé das Medalhas!
Já falei aqui, enquanto a CBF se mantiver no Rio de
Janeiro, e não em Brasília, como os demais órgãos de caráter federal,
tudo estará “facilitado” para que dirigentes inescrupulosos e
torcedores-juízes como este desonesto e parcial
Jonas Lopes de
Carvalho, continuem depredando e desvirtuando este esporte que faz
parte da cultura brasileira. É preciso refazer esta estrutura podre e
corrupta criada por João Havelange e legada por ele ao seu genro Ricardo
Teixeira, sob pena do esvaziamento dos estádios, que já se mostra
bastante evidente nos últimos anos. Temos dito há muito!
- Imagem: Divulgação.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
* * *
Adivinhação:
A
bola de cristal do futebol
Após se dar com os
burros na água por várias vezes, a maioria dos
jornalistas
esportivos não emenda: futebol é o imprevisto em si.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
10/09/2012
O Futuro, ao goleador
pertence.
Lendo o artigo “Ronaldinho
e a sua volta por cima” do editor de
Via Fanzine, Pepe Chaves, eu pude refletir sobre algo que ele cita lá:
a bola de cristal da imprensa esportiva.
Nesta temporada, os queridinhos da imprensa Rio-São Paulo,
Flamengo e Corinthians, não mantêm desempenho para brigar pelas
primeiras posições e por isso, os “médiuns do futebol brasileiro” têm
apelado a outras previsões.
Num país em que uma emissora de televisão transforma um
ex-jogador que mal sabe falar o português, em “comentarista esportivo”,
pode-se esperar qualquer besteira vinda da imprensa.
A previsão inicial das bolas de futebol de cristal de
muitos jornalistas “ousados” tem saído pela culatra. Clubes tidos
inicialmente como favoritos fazem campanhas razoáveis ou até execráveis.
Enquanto outros que não eram cotados pelas previsões mais otimistas,
avançam junto ao grupo dos primeiros colocados.
Após se dar com os burros na água por várias vezes, a
maioria dos jornalistas esportivos não emenda: futebol é o imprevisto em
si. Essa de querer apontar os favoritos ou o possível campeão é coisa de
quem somente não entende, mas de quem apenas brinca com futebol. Quem
apostaria que o Bahia venceria o Vasco por 4 a 0 em São Januário?
É como aquela emissora que contrata o ex-jogador para ser o
seu comentarista esportivo, quando este, na verdade, atua ali é como um
torcedor doentio, pois não tem sequer a educação básica: grita, xinga,
discute e fala muitas baixarias em rede nacional, forçando a barra para
o seu time ser figurar entre as previsões mais otimistas. Na verdade,
ele está ali mesmo é disposto a prever as glórias para o seu clube de
coração e criticar ou rebaixar os rivais do clube a que torce
fervorosamente. E para certos "comentaristas esportivos" não faltam
motivos para se fazer média com o clube de sua estima.
Enquanto alguns jornalistas que se autoproclamam “experts”
em previsão futebolística arriscam os seus palpites, a realidade é
outra, e mostra que a bola do jogo é de quem sabe tocá-la, e logo, a
faixa de campeão vai para aquele o qual esta terá o melhor caimento. E
nessa, todos querem cair..
- Imagem: Divulgação.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
* * *
Agradando corintianos:
CBF: Atendendo pedidos
Atendendo pedido do Corinthians, Marin
mostra
cartão vermelho para o seu presidente de
Arbitragem.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
23/08/2012
Como qualquer um poderia imaginar, o presidente da CBF,
José Maria Marin, atendendo pedido da diretoria do Corinthians (do Mano,
do Sanchez, do Ronaldo...) trocou o comando da Comissão de Arbitragem e
nomeou como novo presidente Aristeu Leonardo Tavares em substituição a
Sérgio Corrêa da Silva.
O inegável lance com três impedimentos não marcados no jogo
do “Curingão” contra o “Peixe” foi a gota d’água que fez transbordar o
copo, então, vazio. Para a diretoria e a torcida do Corinthians, a
decisão do Papa Medalhas foi mais que acertada. Isso, para um clube que
hoje domina a CBF com seus cartolas e que, comentam, recebeu ajuda da
arbitragem e um empurrão do Lula para ser campeão, faz três temporadas.
Poderia ser uma atitude nobre, se Marin, atendendo ao
pedido de um dirigente de clube, destituísse o chefe da arbitragem e não
somente punisse ou reciclasse os árbitros da partida. Poderia, se ele
agisse da mesma maneira com os demais clubes.
Gostaria muito de ver o Marin destituir o presidente da
Comissão de Arbitragem, atendendo pedidos de clubes como o Náutico
Capibaribe, ou mesmo os clubes do Paraná, de Minas Gerais, do Nordeste e
outros. Inclusive, estes são os clubes que mais reclamam de arbitragem,
sempre batendo na mesma tecla: clubes de São Paulo estão sendo
privilegiados. No entanto, nunca são atendidos, sobretudo, desta maneira
personalizada e assistencialista com que Marin veio a público anunciar
essa substituição.
Para o Corinthians, as inúmeras vezes que este clube foi
beneficiado por arbitragem são coisas do passado. Inclusive, podia
enumerar aqui, decisões que foram retiradas dos verdadeiros vencedores,
por conta de arbitragens da CBF, algumas, descaradamente. Mas vou
poupá-los.
Pedir para tirar Mano e Sanchez, o pessoal do Curingão não pede,
não é? Só querem o bem geral da nação corintiana, é o fato.
Enfim, fica a sensação de que por detrás da arbitragem da
CBF estão decisões arbitrariamente favoráveis àqueles que, de alguma
maneira, "prestam serviço direto" à Confederação ou que se encontram,
profissionalmente, muito bem acomodados nos seios desta instituição
'pauliroca' do Brasil.
Lamentável, para um país "medalha de prata". E ainda acham
pouco?
- Imagem: Divulgação.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
* * *
O lado negro do futebol:
CBF: lambanças e graves acusações
A CBF se tornou um ninho de cartolas
suspeitos, cujo desígnio do futebol,
pode ser negro para o público que o
sustenta no Brasil.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
07/08/2012
Será
que a CBF persegue?
Cada vez mais claro
está que, as ações da CBF vêm se confundindo com interesses particulares
de determinados clubes e dirigentes do futebol brasileiro. Através do
artigo "Kajuru
denuncia ‘esquema’ da CBF contra o Atlético" publicado por
Via
Fanzine, tomei ciência hoje das graves denúncias feitas por Jorge
Kajuru, no seu programa de uma tevê a cabo, em Belo Horizonte. E, sua
fala, realmente, pode proceder e, por isso, merece atenção das
autoridades pertinentes.
Segundo o jornalista,
haveria um complô dentro da CBF pronto para impedir que o Clube Atlético
Mineiro conquiste o título nacional, pelo menos, enquanto Alexandre
Kalil for o seu presidente. Ele diz ter ouvido isso de Eurico Miranda e
também do ex-atacante alvinegro mineiro, Reinado, que teriam confirmado
essa intenção do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A retaliação seria
porque o presidente atleticano Kalil teria resistido a aceitar proposta
da Rede Globo para a transmissão dos jogos do Brasileirão em 2012.
Kajuru também vê como pirraça o fato de a CBF promover o adiamento (e
não mudar o local, como seria mais sensato) do jogo mandado pelo
Flamengo, contra o Atlético.
Ovos gorados no ninho do urubu
Fato é que, passando
por uma grave crise, dentro e fora de campo, agravada após dispensar o
técnico Joel Santana e contratar Dorival Júnior, está claro que o
Flamengo se beneficiou do absurdo adiamento imposto pela CBF. Com a
conta de luz cortada este mês - por falta de pagamento -, enquanto a sua
ocupadíssima presidente participando das Olimpíadas de Londres, melhor
mesmo para a CBF é conceder um “recesso” ao Flamengo, senão, complica
ainda mais. E eu, bobo aqui, pensando que quem iria brilhar como
medalhista em Londres seria o nosso José Maria Marin...
Adiar uma partida
poucos dias antes de sua realização, atirando por terra todo o
planejamento de um clube profissional, que por sinal, lidera o
campeonato,
é um ato de
menos, para gente acusada de fazer coisas muito piores.
Para eles, pouco importa (ou muito importaria nesse momento?) que tal
lambança venha prejudicar seja quem for.
Teixeira no trono virtual
Para Kajuru, Ricardo
Teixeira, que recebe CR$ 120 mil da CBF para morar nos EUA e ainda assim
“manter” cargo de assessor da CBF, é quem ainda manda na entidade e José
Maria Marin, “seria somente” o seu presidente. Ele também evoca fortes
adjetivos para se referir aos dirigentes, tomando por base o histórico
destes, bem como as inúmeras denúncias formais contra Ricardo Teixeira.
A CBF se tornou um
ninho de cartolas suspeitos, cujo desígnio do futebol, pode ser negro
para o público que o sustenta no Brasil. As cartas marcadas, os jogos de
interesse, a manipulação dos árbitros (evidente em outros casos), as
pirraças e quedas de braços fora de campo, vêm tirar o brilho, daquela
que deveria ser uma entidade ISENTA, para gestar a realidade nua e crua
do futebol brasileiro.
Não resta a menor
dúvida que, clubes como Corinthians e Flamengo têm sido reiteradamente
beneficiados pela CBF nesses últimos anos. Recentemente, o clube de
coração do ex-presidente Lula teve um forte empurrão para conquistar o
campeonato brasileiro. Além disso, está claro que o atendimento é sempre
“vip” aos clubes dirigidos por “amigos pessoais” (ou um pouco mais que
isso) dos dirigentes da entidade maior do futebol brasileiro.
Reiteramos aqui a
necessidade, de uma “limpeza” urgente na entidade maior do nosso
futebol, incluindo, a transferência de sua sede para Brasília. Alô, Dona
Presidenta faxineira!
Contudo, a
bem da verdade, enquanto a sede da CBF permanecer na cidade do Rio de
Janeiro e não em Brasília como outros órgãos federais, estas e outras
maracutaias bem piores estarão na pauta de nossas próximas “navalhas na
bola”.
Cria vergonha! Vai
para Brasília, CBF!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Tópico relacionado:
Kajuru denuncia ‘esquema’ da CBF contra o Atlético
* * *
O substituto:
Medalhista da CBF substitui Ricardo
Teixeira
Mesmo envolvendo e expondo uma filha
menor de idade, que teria recebido milhões em sua conta,
depositados pelo presidente do clube
Barcelona, Teixeira mostra que é osso gordo de se roer.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
09/03/2012
Marín, no momento do 'embolso da
medalha subtraída'.
Sei que ninguém sentiu minha falta neste recanto digital.
Até porque, eu não daria conta de escrever sobre as inúmeras navalhadas
que a bola tomou e vem tomando nestes últimos meses e dias.
Não bastasse Jeróme Valcke ter dado o indigno pontapé
inicial da Copa 2014 - no traseiro do Brasil -, os desdobramentos da
falta de vergonha, dos escândalos e denúncias pesadas insistem em rodear
os cartolas, aqui e lá fora.
Toda essa palhaçada protagonizada também pelo ministro dos
Esportes, Aldo Rebelo, parece que vai acabar numa suculenta pizza, pois,
após anunciar que não aceitaria mais Valcke como interlocutor da Fifa
para a Copa no Brasil, nós acabamos de ser informados que o "cobrador
oficial de pênaltis" da Fifa foi perdoado e segue firme no posto. Daí,
não resisti e tive que voltar aqui, a estas sangrentas páginas
futebolísticas, escarrar o meu tédio.
A sangria da bola nunca se fez tão presente como nesse
instante. Ricardo Teixeira que parecia próximo de cair do posto, se
revigorou junto aos presidentes das federações e, em vez de anunciar sua
saída, afirma que seguirá firme frente ao posto máximo da cartolagem no
Brasil.
Mesmo envolvendo e expondo uma filha menor de idade, que
teria recebido milhões em sua conta, depositados pelo presidente do
clube Barcelona, Teixeira mostra que é osso gordo de se roer.
Quando ainda anunciava sua permanência, Teixeira também já
afirmava que se afastaria em breve “por motivos de saúde”. Em seu lugar
entra o regra três, “medalhista oficial da CBF”, José Maria Marín.
E ontem, Teixeira anunciou o seu oficial afastamento e a
posse do interino Marín. José María Marín iniciou sua carreira política
na década de 1960, como vereador em São Paulo, filiado ao Partido de
Representação Popular. De lá até aqui, assumiu diversos cargos públicos.
Mais recentemente, Marín foi presidente da Federação Paulista de Futebol
(1982-1988), e chefe da Delegação Brasileira na Copa do Mundo de 1986,
no México. Atualmente era um dos vice-presidentes da CBF (representando
a Região Sudeste). É o principal candidato a substituir Ricardo Teixeira
na presidência da CBF.
Mas, nacionalmente, se tornou personalidade absoluta
somente após embolsar uma medalha entregue numa recente premiação. O
episódio da “mão leve” é assim descrito pela Wikepedia: “A medalha
embolsada - Em 25 de janeiro de 2012, durante a premiação após o
jogo final da Copa São Paulo de Futebol Junior, vencida pelo S.C.
Corinthians Paulista, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o
ex-governador Marin, ‘disfarçadamente’ embolsou uma das medalhas que
seria entregue ao jogador Mateus do Corinthians. O ato foi flagrado e
exibido ao vivo em rede nacional pelas câmeras da Rede Bandeirantes de
Televisão. O episódio causou revolta e foi muito comentado nas redes
sociais”. Ele merece ou não merece? Para um homem que prestou tantos
serviços ao futebol... Uma medalhinha afanada é muito pouco.
Porém, um dos atletas que deveria receber o seu merecido prêmio
ficou sem a medalha embolsada pelo cartola, que já é chamado de "Zé das
Medalhas". Teixeira é mesmo seletivo. Mas corre o risco de ter em seu
lugar uma figura que se torna cada vez mais caricata no mundo futebol.
Para ele, que é muito franco, se a aberração não sair na Globo, "tá"
valendo! Então, em suma, façam caricaturas, mas deixem a eminência-parda
em paz!
Em alguns países de leis severas, quando
alguém rouba, lhe é cortada a mão, aqui no Brasil quem rouba é
promovido! E isso não ocorre só na CBF, como temos visto todos os dias -
com ênfase aqui na capital federal.
Por sua vez, Ricardo Teixeira, que deve ter achado uma
piada esse fiasco das medalhas, protagonizado por seu sucessor interino
e possivelmente definitivo, se não arrumou um substituto à sua largura,
parece que conseguiu um à sua altura, pra mais...
Em meio a todo esse lixo ético, estas pornografias
administrativas, estupros do bom senso e incestos morais, a pergunta que
eu deixo no couro sangrado é: o que se pode esperar da gestão de um
homem que mete no bolso o que não é seu, na base da dissimulação e na
frente das câmeras?
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Imagem: ESPN/Reprodução.
* * *
Mais um 'louco' na CBF:
Teixeira quer convocar o Corinthians
inteiro
A
minha impressão é que a seleção brasileira está tragando o Sport Club
Corinthians
Paulista para dentro de si. Ou estarei
enganado e ocorre justamente o oposto?
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
26/11/2011
Ricardão, o Cartola, finalmente tira o "coringão" debaixo das
mangas. Agora só falta chamar o Neto.
Eu tento ficar quieto no meu canto, mas alguma coisa sempre
me desassossega. Daí que me navalham aqui e eu navalho acolá! Mas, a bola - fora de campo
- da vez é a recente “convocação” do presidente do Corinthians, Andrés
Sanchez para ocupar cargo de diretoria na CBF.
Depois do técnico do "Timão", agora é a vez do presidente.
Deixo claro que nada tenho contra este ou qualquer outro presidente,
técnico ou atleta de clube que descole uma boquinha desse calibre.
Entretanto, tudo se torna um embolado de interesses que vai se tornando
um quebra-cabeça gigante, a formar uma imensa bola de neve rolando a
serra.
Por “vontades” de Ricardo Teixeira a abertura da Copa 2014
no Brasil será num campo que, atualmente, só existe no papel.
Justamente, o Itaquerão, em São Paulo, futuro campo do Corinthians,
clube este capitaneado fora das quatro linhas por seu atual
diretor,
Andrés Sanchez e quem mais batalhou para que a abertura do evento
ocorresse no até então "estádio invisível".
Depois de a CBF “convocar” o técnico corintiano Mano
Menezes, além de vários atletas do "Timão", valorizando-os, chega a hora de
valorizar o próprio presidente do clube, que tira a camisa alvinegra
para vestir a amarelinha - pelo menos, teoricamente. Agora ele vai ceder seus talentos
profissionais a essa renomada confederação esportiva que atualmente
organiza o maior evento do futebol mundial.
Sanchez deverá
exercer uma função estratégica nestas vésperas de uma Copa, o que deverá torná-lo um expressivo “relações públicas” no mundo do futebol
mundial. Quem sabe, futuramente, até convocado por Blatter para compor a
Fifa ou até mesmo, vir a substituir Teixeira, claro, caso este não tenha
parentes habilitados para substituí-lo! É, na vida tudo é negociável e
no mundo do futebol tudo é possível, tanto para as "cabeças grandes",
passando pelas declaradas "cabecinhas" e até para as
camufladas laranjas mecânicas tupiniquins.
Competência profissional à parte, a minha impressão é que a
Seleção Brasileira está tragando aos poucos, todo o Sport Club Corinthians Paulista para
dentro de si. Ou estarei redondamente enganado e ocorre é justamente o
oposto?
Vá saber e me conta...
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: CBF (RJ).
* * *
Rebaixamento:
River
de lágrimas na Argentina
Rebaixamento do
River Plate leva nação alvirrubra às lagrimas.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
26/06/2011
Envergonhados, atletas deixam o
Monumental.
Nem ouro, nem prata
E quem diria que isso
um dia viria a ocorrer? No dia mais triste de sua história, o
tradicionalíssimo River Plate empatou em 1 a 1 com o Belgrano e foi
rebaixado à série B argentina, pela primeira vez em seus 110 anos de
fundação.
Foi uma partida
histórica no estádio Monumental de Núñez, na qual o River saiu na
frente, depois cedeu o empate e ainda teve um pênalti a seu favor, que
foi desperdiçado na metade da segunda etapa.
Emocionada, a torcida
chorou muito e também houve confusão com a polícia, além de quebradeira
no estádio. A tristeza foi geral, praticamente todos os atletas do River
Plate deixaram o gramado sob lágrimas.
Além da perda de um
pênalti, entre os
“crucificados” está o arqueiro Juan Carlos Olave, que falhou no gol
sofrido, qual culminou num empate, enquanto somente a vitória
interessava ao clube. O sentimento dos torcedores é de luto, mas nenhum
mal é fatal e o trabalho sério é capaz de superar as piores fases.
Rebaixamento faz
parte do futebol. E acontece nas melhores famílias. Bons exemplos nós
temos aqui no Brasil, quando clubes tradicionais do futebol nacional
também foram rebaixados à série B, causando sentimentos de tristeza
incomensuráveis aos seus simpatizantes, para depois se superar e seguir
seu destino de elite. Entre eles, está o Palmeiras, Botafogo,
Corinthians, Fluminense, Vasco, Coritiba, Bahia, Atlético-PR,
Atlético-MG, entre tantos outros.
Portanto, arriba,
alvirrubro, outras batalhas te aguardam!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: Clarín
(Argentina).
* * *
Fora das quatro linhas:
Marmelada suíça para inglês ver
Se o nosso mundo é uma bola, este é o
mundo da bola! Que agora tem o prazer de convidar a todos a comer
uma docíssima marmelada suíça, com um
toque bem brasileiro, para inglês ver. E sem direito a queijo dos Alpes!
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
1º/06/2011
Blatter: afoito
para devorar a docíssima marmelada suíça - sem queijo alpino!
A recondução de Joseph Blatter à presidente da Fifa
estarreceu grande parte dos desportistas de todos os continentes. Em
meio a uma série de denúncias, o suíço Joseph Blatter conseguiu impugnar
o seu único concorrente e se reeleger, mais uma vez, ao cargo máximo do
futebol mundial. Ele foi reeleito nesta quarta-feira, 1º/06, derrotando
por 174 a 17 (com 17 abstenções), a intenção de Inglaterra e Escócia em cancelar a atual eleição.
O pouco que vazou à mídia, acerca de denúncias envolvendo
propinas milionárias é somente uma pequena fatia do bolo futebolístico mundial, que desemboca na Fifa. Um esporte que cresce acentuadamente a
nível global, até mesmo em regiões onde não possui raízes ou tradições,
o futebol tem enriquecido cartolas, onde quer que seja promovido.
Entretanto, o espetáculo da bola tem perdido seu brilho,
sempre que esbarra em propostas indecorosas, denúncias absurdas, compra
de árbitros e manipulação de resultados. Até mesmo “marmelada” em final
de Copa do Mundo envolvendo o Brasil já foi aventada por muitos. À
medida que o público lota os estádios, as federações e confederações
também fortalecem seus cofres.
Apenas, com um esforço mínimo para organizar eventos e
oficializar atletas, as federações e confederações apresentam
milionárias receitas crescentes a cada temporada. Nada disso é revertido
para o futebol ou a quem pega para ver futebol. Bons exemplos são a CBF
no Brasil e a AFA na Argentina. O que estas entidades reverteram ao
público, dos milhões que perceberam nos últimos anos apenas para
organizar e oficializar certames e atletas? Sequer auxiliam nas
conservações dos estádios, mas EXIGEM que os mesmos estejam dentro dos
seus padrões estabelecidos - entre tantas outras exigências.
Muitos clubes pequenos no Brasil e também na Argentina
foram e irão à falência, ao transferirem uma considerável percentagem
de suas parcas rendas - que deveriam servir ao custeio básico dessas
entidades - às suas
respectivas federações, em troca de nada!
No Brasil, a CBF sequer possui eleições claras, onde
presidentes de clubes e outros pudessem participar e assim, exercitar a
democracia TAMBÉM no futebol brasileiro. Ao contrário, o que se vê é a
CBF promover pleitos para reeleger "infinitamente" um mesmo presidente, que vira e mexe se
envolve com denúncias graves e que não prestou o menor serviço (além
daquilo a que recebe muito bem para fazer) de relevância à comunidade
futebolística. Não há sequer um ato de desprendimento do senhor Ricardo
Teixeira ou da CBF ao público brasileiro que, trocando em miúdos, é quem
mantém a instituição, seu cargo e seu status.
A CBF não promove programas de inclusão esportiva para
menores carentes, investe zero em educação física e esportiva no país.
Não possui nenhuma política que a aproxime da sociedade brasileira, se
fecha com seus milhões e sabe Deus onde tantos recursos são gastos.
Mesmo não contribuindo com a teia estrutural do futebol, senão somente
com a organizacional, a CBF capta para si, grande parte do total de
recursos gerado por este esporte em todo o território nacional.
Os exemplos vêm de dentro para fora: tudo começa numa
modesta liga de futebol lá do interior e desemboca nos mais caros
jantares promovidos pela federação máxima do futebol internacional, na
Europa. Sendo assim, se o nosso mundo é uma bola, este é o mundo da
bola! Que agora tem o prazer de convidar a todos a comer uma docíssima
marmelada suíça, com um toque bem brasileiro, para inglês ver. E sem
direito a queijo dos Alpes! Na Fifa não tem Romeu & Julieta... Só Joseph Blatter!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: EPA/Fotomontagem
VF.
* * *
Futebol, uma caixa de surpresas:
'Bola na trave não altera o placar'
Favoristismo não
garante vitória, o que todos querem é o velho e bom gol.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
25/05/2011
Todos querem ver gol.
A rodada inicial do Campeonato Brasileiro de 2011 serviu
para mostrar o quanto o futebol é imprevisível. Atendo somente nos
clubes de Minas, vimos o favorito Cruzeiro ser derrotado pelo Figuerense,
que retornava à elite. Por outro lado o Atlético goleou o seu xará do
Paraná por 3 a 0 e o América venceu por 2 a 1, de virada o Bahia, que
também retorna à elite.
No caso do Cruzeiro (16º colocado na 1ª rodada) mesmo tendo
uma equipe infinitamente superior ao Figueirense em termos técnicos,
acabou produzindo um gol contra (o que o Figueirense não fez) e foi
derrotado por si mesmo. Já o Atlético (2º colocado na 1ª rodada),
teoricamente desacreditado pela perda do campeonato mineiro para o
Cruzeiro, surpreendeu ao aplicar três gols e não sofrer nenhum. Por sua
vez, o América também surpreendeu ao sair derrotado e dar a volta por
cima.
Realmente os mineiros do Skank tem razão quando afirma que
“bola na trave não altera o placar”. O que vale mesmo é o velho e
aliviante gol!
Andrés Sanchez não cabe em si mesmo
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez segue
protagonizando uma triste gestão como presidente de um dos mais
expressivos clubes do mundo. Após afirmar que a Globo era “Gangster”,
ele ainda acusou agressivamente o presidente do São Paulo, Juvenal
Juvêncio, de ter vazado o vídeo que o mostra falando a besteira. Ele
agiu como se outra pessoa fosse responsável pelo o que ele fala
publicamente, mostrando total despreparo no quesito “relações públicas”.
Como se não bastasse, teve que engolir o que falou, ao
afirmar com antecedência que ontem (terça, 24/05),
seriam iniciadas as obras do famigerado Itaquerão (o sonhado estádio
corinthiano para abertura da Copa de 2014). Em nota, Sanchez afirmou que
as obras foram adiadas, extravasando o já extravasado programa para a
construção do estádio. Mas isso não há de ser nada para quem se diz
amigo de “gangsters”...
Maradona e os estimulantes
Diego Armando Maradona, atual técnico do Al Wasl (Emirados
Árabes), se envolveu uma nova polêmica. O ex-jogador disse recentemente,
durante entrevista ao programa "El show del fútbol", da emissora América
TV, que a seleção argentina atuou sob efeito de estimulantes durante
jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994.
O caso, segundo o ex-jogador, ocorreu na repescagem, que
valia a última vaga no Mundial dos Estados Unidos. Depois de ser goleado
pela Colômbia por 5 a 0 no Monumental de Nuñez, a Argentina foi obrigada
a enfrentar a Austrália, vencedora do grupo da Oceania, em jogos de ida
e volta. Segundo Maradona, os jogadores argentinos teriam tomado um café
com estimulantes proibidos. A irregularidade não foi descoberta por não
terem sido realizados exames antidoping na época. El Pibe garantiu que o
presidente da Associação Argentina de Futebol, Julio Grondona, tinha
conhecimento do fato. No confronto, os argentinos garantiram a vaga no
Mundial de 94 ao empatar com os australianos em 1 a 1 em Sidney e vencer
por 1 a 0 em Buenos Aires.
Em 2008, em outra polêmica, El Pibe disse que um massagista
argentino havia dado água com tranquilizante ao lateral brasileiro
Branco durante a partida entre os dois países pelas oitavas de final da
Copa do Mundo de 90. Essas informações são da Sport TV.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: divulgação.
* * *
'Gosto de levar
vantagem em tudo, certo?'
Ricardo Teixeira e a ‘Lei de Gérson’
Dirigente do futebol inglês acusa o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira,
de tentar corrompê-lo em troca de voto
para sede da Copa do Mundo.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
11/05/2011
Ricardo Teixeira, o
verdadeiro Rei do futebol brasileiro,
nega
que tenha 'pisado na bola' com discípulo da Rainha.
O
que vou ganhar com isso?
Eu sou argentino e tenho orgulho disso. Mas assim como o
Fininho e outros meus patrícios, me encontrei foi cá no Brasil. Mas isso não
significa que por amar esse país, tenho que aceitar e me conter de
criticar situações esdrúxulas protagonizadas por alguns brasileiros de
vida pública.
É o caso do Ricardo Teixeira, presidente da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF),
que reina como uma espécie de versão masculina da Rainha
Elizabeth II no futebol brasileiro. Muitos dizem que Pelé é o Rei do futebol, mas tenho
minhas dúvidas (e olhe que não sou da igreja maradonista).
Tão eterno na presidência da entidade quanto o meu amor ao Brasil e à Argentina, este
notável cartola, apadrinhado no cargo máximo por um sogro renomado e quase perpétuo no
mundo do futebol (ou no futebol do mundo), por décadas, detém as rédeas da
bola brasileira junto à Fifa.
Duro nas quedas - assim como a rainha britânica -, nessa última semana, Teixeira se tornou notícia em todo o
mundo. Não porque sua federação tem superado as expectativas da
Fifa nos trabalhos de
produção da Copa 2014 no Brasil, tampouco, porque promoveu alguma ação beneficente
a nível global.
Ricardo Teixeira foi acusado
(junto com outros três dirigentes da Fifa)
pelo ex-presidente da
federação inglesa de futebol, David Triesman, de pedir propina em troca de
seu apoio à candidatura da Inglaterra
para sediar a Copa do Mundo de 2018, antes de a Rússia ser a eleita
sede.
David Triesman afirma que o brasileiro teria dito o
seguinte,
"Venha e me diga o que você tem [a oferecer] para mim". O inglês disse
que não "embarcou" no pedido de Teixeira. A Inglaterra foi derrotada em sua
pretensão de
sediar o evento, pois a Rússia levou a Copa de 2018.
Nega
e processa súdito da Rainha
Por sua vez, Ricardo Teixeira negou as acusações e afirmou
que processará o inglês. Em nota, o cartola-mor do país do futebol, afirma nem ter
se reunido com Triesman e que sempre deixou claro que votaria na
candidatura de Portugal/Espanha, e não na dos inventores do futebol.
Porém, se proceder a denúncia de Triesman, fica evidente que Teixeira teria
tentado adotar
a chamada “Lei de Gérson” - conhecida por estabelecer que o sujeito tire
vantagem em tudo o que puder. A frase “o que você tem a oferecer pra mim” ou “o que
você pode fazer por mim” se tornou um jargão político já "naturalizado" no país.
Aliás, deve ser essa uma das frases mais desgastadas por políticos de
todas as esferas nesse
país.
A mentalidade de alguém – seja quem for – que se senta
atrás de uma cadeira administrativa no Brasil, parece ser mesmo de tirar
vantagem a mais em tudo o que puder. Além, é claro, de um gordo
salário
(tão gordo, que todos engordam rapidamente)
para ocupar o posto.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o presidente da CBF tem
seu nome envolvido em escândalo de corrupção no futebol. Além disso, há
também boatos que correm o mundo e falam de uma final de Copa que
supostamente
teria sido entregue pelo Brasil ao seu adversário, em troca
de sediar o mundial de 2014. Mas estas, são outras histórias,
"bilionárias"...
Quem se lembra da Lei de Gérson?
Como sou nascido na década de 50,
esclareço aos mais jovens que, Gérson
foi o legendário ponta esquerda brasileiro tricampeão mundial no México pela
Seleção Brasileira em 1970, que defendeu o Fluminense e depois o São
Paulo, entre outros. O "Canhotinha de Ouro" ficou famoso por sempre "levar vantagem
em tudo", seja dentro ou fora de campo.
Uma frase sua ficou estigmatizada pela publicidade brasileira da
década de 1970, quando o jogador (fumante declarado) protagonizou anúncio de
uma companhia de cigarros, na qual afirmava, "Gosto de levar vantagem em
tudo, certo?".
A partir daí, a situação de levar vantagem
em tudo passou a ser reconhecida nacionalmente como a "Lei de Gérson"
e tratada como típica do povo brasileiro. Tornou-se algo quase cultural,
ainda que completamente despido de ética. E, daí o fato de muita gente
não ter estranhado a denúncia contra Teixeira e entendê-la como "quase"
natural - evidentemente, caso tenha mesmo ocorrido tal assédio, conforme
acusou o discípulo da verdadeira Elizabeth II.
Lembrando que, tragar fumaça e bater bola já foram coisas
bastante associadas, não faz muitos anos. Nas duas últimas décadas, no
Brasil, o cigarro foi desassociado do esporte. Não sem antes a droga estampar
anúncios em capas de publicações esportivas, quando era moda associar as
tragadas cancerígenas ao futebol e esportes radicais.
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: divulgação.
* * *
Copa
2014:
O
discutido estádio imaginário
Na retórica da brasa e
a sardinha: enquanto discutem onde será
a abertura da Copa, o
tempo passa e as decisões continuam no papel.
Por
Enrico P. Nuñez*
De
Brasília-DF
Para
Via Fanzine
07/05/2011
A bola que rola fora do
campo sempre bate na minha trave. E numa dessas, eu vejo a paulistada
forçando a barra pra fazer a abertura da Copa num campo que nem existe.
Isso é o que eu chamo de “contar com a bola dentro da galinha dos ovos
de ouro”.
O projeto é muito
bonito [veja acima], mas está somente no papel. E fazer
planos com o que não existe é muito arriscado, gente! Esperamos que a
mania de grandiosidade de alguns não venha fazer mais politicagem (do
que a que já existe) neste evento do futebol mundial aqui no Brasil.
Cada vez que o tempo
passa, este assunto de estádio do Corinthians para a abertura da Copa
vai parecendo mais uma piada de mau gosto. Percebam isso. Cada vez mais,
transparece a impressão de uma diretoria incapaz de conquistar títulos e
agora busca se projetar no campo, digamos... Arquitetônico!
Mas se der tudo errado
essa Copa de 2014 -- o que parece ser o mais evidente -–, certo é que
seus promotores e parceiros vão ter que ouvir o nosso ilustre senador
Álvaro Dias reafirmar, “assim não pode, assim dá”.
Sufrágio brasileiro
na Libertadores
Já que as navalhadas
voltaram, é impossível não comentar a chuva brasileira na Libertadores.
E quando já tinha gente falando em final tupiniquim em 2011, eis que
isso se torna impossível! Somente o Santos segue na competição, após as
vergonhosas eliminações de Internacional, Grêmio, Cruzeiro e Fluminense.
E curioso é que foi
tudo numa noite só. Com a exceção dos gaúchos, foi uma noite para
torcedores adversários tirar a “mó onda”. Será que pesou o psicológico?
Com exceção do Grêmio, todos os demais clubes jogavam com vantagens. Mas
isso não foi o suficiente na hora do “vamo vê”. Que sirva de
experiência.
Fui sentir o frio de Buenos Aires, mas já
voltei para a poluição do Eixão! Agora "guenta"!
* Argentino, profissional
liberal, cronista desportivo e antiesportivo para
Via Fanzine.
- Foto: divulgação.
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