Mensalão:
Penas: Cunha fechado e
Jefferson semiaberto
João Paulo Cunha pega regime fechado;
Jefferson semiaberto.*
João Paulo Cunha e Roberto Jefferson.
Ao retomarem nesta quarta-feira o cálculo das penas dos
réus condenados no julgamento do mensalão, os ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) encerraram a fixação das penas dos condenados.
Quarenta e nove sessões após o início dos debates, no dia 2 de agosto,
Roberto Jefferson, delator do esquema de compra de votos, foi condenado
a sete anos e 14 dias de prisão, em regime semiaberto. Além dele, João
Paulo Cunha foi condenado a cumprir pena em regime fechado: nove anos e
quatro meses de reclusão, mais multa de R$ 370 mil.
Roberto Jefferson pagará R$ 720,8 mil, referentes a 287
dias/multa. Pelo crime de corrupção passiva, o relator Joaquim Barbosa,
que também preside o tribunal, propôs a condenação do presidente
nacional licenciado do PTB a quatro anos e um mês de prisão, além do
pagamento de R$ 494 mil, referentes a 190 dias/multa.
— Os motivos do delito são extremamente graves pois minam
as bases da sociedade livre e democrática. As circunstâncias também são
graves. (...) Aliás, o réu, através de negociações com Dirceu, Genoíno e
Delúbio, enviou o secretário de seu partido a Portugal para garantir o
recebimento de propina. O recebimento de milhões de reais pelo seu
partido não significou um crime de consequências mínimas, pelo
contrário.
Mas, por conta das colaborações que o réu teria dado ao
processo, Joaquim fez nova proposta, reduzindo a pena em um terço,
chegando a dois anos, oito meses e 20 dias, mais o pagamento de R$ 304,8
mil, relativos a 127 dias/multa. A posição do relator foi acompanhada
pela maioria dos ministros da Corte.
— Roberto Jefferson prestou sempre colaboração fundamental,
em especial ao informar os nomes de outros autores da prática criminosa
— disse o presidente do STF — É inegável que jamais teria sido
instaurada a presente ação penal sem as declarações do réu Roberto
Jefferson.
João Paulo é
condenado a regime fechado após questão de ordem
Pela prática de peculato, João Paulo Cunha foi condenado a
três anos e quatro meses de prisão, mais 50 dias/multa. Já pela prática
de corrupção passiva, a condenação foi de 3 anos. Em relação ao crime de
lavagem de dinheiro, a condenação foi de três anos, a pena mínima.
- Eu levei em consideração os contatos que ele manteve com
Marcos Valério e o motivo do fato dele ter os valores postos em causa,
que eram elevados, e o fato de ele ser presidente da Câmara - disse
Barbosa, que também ressaltou:
- Uma vez no cargo (de presidente da Câmara), João Paulo
Cunha providenciou que fosse logo aberto um procedimento licitatório (em
que a SMP&B saiu vencedora) e providenciou que sua esposa fosse á
agência sacar valores.
- Ele mercantilizou a função pública.
Antes da fixação da pena de João Paulo por lavagem de
dinheiro, o advogado do réu condenado pediu uma questão de ordem. Ele
sugeriu que a dosimetria da pena fosse finalizada apenas com a
participação do novo ministro do STF, Teori Zavascki. Alberto Toron
argumentou que, como Ayres Britto não havia formalizado a dosimetria do
caso da lavagem de dinheiro, e o placar da votação em plenário tinha
sido 6 a 5 pela condenação, achou que haveria um impasse. Segundo ele,
com cinco membros fixando as penas, contra cinco que cinco que
absolveram, haveria um empate. A questão foi debatida em plenário, mas
foi vencida, não sem antes gerar um bate-boca entre Joaquim Barbosa,
Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.
Palmieri: pena
prescrita
O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, representante de
Roberto Jefferson, disse nesta quarta-feira que não está satisfeito com
a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reduzir a pena imposta ao
seu cliente, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). O advogado disse que
a expectativa dele era de absolvição e que depois do julgamento vai
recorrer da decisão.
Antes do intervalo, os ministros também analisaram a pena
por corrupção passiva para o réu Emerson Palmieri. Segundo a maioria dos
ministros com poder de voto nesta matéria, o ex-tesoureiro do PTB teve a
pena prescrita.
Pelo crime de lavagem de dinheiro, Palmiere foi condenado a
4 anos, mais 190 dias/multa, ou R$ 247 mil..
- Sua atuação foi intensa e estabeleceu constantes contatos
com os demais réus envolvidos no crime - pontuou Barbosa.
Julgamento perto
do fim
Na segunda-feira, ainda terão que ser debatidas pelos
ministros do Supremo questões como a perda dos mandatos dos
parlamentares condenados e o pedido feito pelo Ministério Público de
prisão imediata dos réus.
*
Informações de O Globo (RJ).
28/11/2012
- Fotos: Divulgação.
* * *
Mensalão:
Revisor do mensalão condena Costa Neto e
outros 5*
Para Lewandowski, Costa Neto e Bispo
Rodrigues receberam
"vantagem indevida" do publicitário
Marcos Valério.
Valdemar Costa Neto
O revisor da ação penal do chamado mensalão, ministro
Ricardo Lewandowski, condenou nesta segunda-feira seis réus acusados de
participarem da venda de apoio parlamentar ao governo, entre eles o
deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP).
O revisor analisou os réus associados ao PP e ao antigo PL,
atual PR, que teriam participado ou se beneficiado dos recursos do
alegado esquema de desvio de recursos públicos para a compra de apoio no
Congresso.
Lewandowski condenou Costa Neto por corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o ex-deputado do então PL
Bispo Rodrigues por corrupção passiva e o ex-deputado Pedro Corrêa (PP)
por corrupção passiva e formação de quadrilha.
O revisor voltou a rebater a tese de que o réu não pode
responder a dois crimes por uma única ilicitude, e condenou por lavagem
de dinheiro os acusados que, segundo ele, tinham conhecimento da origem
ilícita dos recursos.
Para Lewandowski, Costa Neto e Bispo Rodrigues receberam
"vantagem indevida" do publicitário Marcos Valério, apontado como o
principal operador do suposto esquema, devido à condição de
parlamentares que tinham.
Os réus teriam recebido dinheiro por meio da empresa
Guaranhuns ou do Banco Rural, com o intermédio do ex-tesoureiro do
partido Jacinto Lamas, que também foi condenado por corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
"A Guaranhuns, ao meu ver, é uma verdadeira lavanderia de
dinheiro usada para o repasse de verbas, supostamente para o PL", disse
o revisor. "Cuidou-se de uma forma permanente e estável de lavagem de
dinheiro".
Costa Neto e Bispo Rodrigues eram deputados federais pelo
PL e renunciaram ao mandato em 2005 para evitar a cassação.
"Foi além"
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF),
Costa Neto teria recebido 8,8 milhões de reais com o auxílio de Lamas
para votar a favor do governo em matérias na Câmara dos Deputados, em
acordo que teria sido fechado com o então ministro-chefe da Casa Civil
José Dirceu, apontado como "chefe" do suposto esquema.
O revisor disse que Costa Neto "não se limitou a receber de
forma dissimulada a vantagem indevida, ele foi além", ao simular
negócios jurídicos para dar licitude aos pagamentos.
Para Lewandowski, o réu tinha ciência da origem ilícita das
quantias que recebia. A condenação de Costa Neto por Lewandowski seguiu
integralmente o voto do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa,
que também condenou o réu pelos três crimes.
Bispo Rodrigues era acusado de ter recebido 150 mil reais
de Simone Vasconcelos, funcionária de uma das agências de Valério. O
revisor, no entanto, absolveu o ex-parlamentar pela acusação de lavagem
de dinheiro, divergindo de Barbosa, que o havia condenado por este
crime.
Lewandowski absolveu Antônio Lamas, assessor da liderança
do PL na Câmara, seguindo voto de Barbosa e recomendação do MPF, que
apontou falta de provas.
"Desígnio de crime"
Os réus ligados ao PP e à corretora Bônus Banval, que
prestou serviço ao grupo, foram condenados pelo revisor por corrupção
passiva e formação de quadrilha.
Depois de votar na quinta-feira pela absolvição do deputado
Pedro Henry (PP-MT) e condenar o ex-deputado Pedro Corrêa por corrupção
passiva --que foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro--,
Lewandowski condenou o ex-assessor João Claudio Genu por corrupção
passiva e Enivaldo Quadrado, sócio da corretora, por lavagem de
dinheiro.
Genu, Corrêa e Quadrado foram condenados ainda pelo revisor
por formação de quadrilha. Outra absolvição foi a de Breno Fischberg,
outro sócio da Bônus Banval. Segundo Lewandowski, o Ministério Público
não conseguiu provas suficientes para a sua condenação.
"(Para o crime de formação de quadrilha) Não é necessário
que os integrantes se conheçam, basta que estejam organizados com o
desígnio de cometer crime", afirmou Lewandowski.
Segundo ele, a quadrilha não se limita aos três condenados
até agora. Ele inclui no grupo o ex-deputado já morto José Janene e
outros réus que serão julgados por corrupção ativa nos próximos dias,
como Valério e seus sócios.
Na próxima sessão, na quarta-feira, Lewandowski analisará a
conduta de três réus ligados ao PTB, incluindo o delator do chamado
mensalão --o presidente do partido, Roberto Jefferson-- e um do PMDB.
Lewandowski disse que finalizará seu voto na primeira parte
da sessão. Depois, os demais ministros iniciarão seus votos. Oito
ministros devem votar antes que a Corte possa iniciar a análise do crime
de corrupção ativa, que também faz parte deste capítulo, mas foi
desmembrada a pedido de Barbosa.
O julgamento dos acusados de corrupção ativa, incluindo o
ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o presidente do PT à época
José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, deverá ocorrer
na próxima semana, pouco antes do primeiro turno das eleições
municipais, em 7 de outubro.
*
Informações de Hugo Bachega e Ana Flor | Reuters.
24/09/2012
* * *
Cultura:
Ana Holanda deixa pasta e Marta Suplicy
assume*
Marta Suplicy assume Ministério da
Cultura no lugar de Ana de Hollanda.
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, deixou a pasta na
tarde desta terça-feira (11) após reunião com a presidenta Dilma
Rousseff no Palácio do Planalto. Em seu lugar assume a ex-ministra do
Turismo e senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Ana abandona o cargo após uma administração marcada por
escândalos com setores da comunidade civil envolvidos no fomento da
cultura brasileira. A irmã do músico Chico Buarque ocupava o ministério
desde o início do governo Dilma.
Marta, que recentemente ingressou na campanha de Fernando
Haddad à Prefeitura de São Paulo, assume a pasta na próxima quinta-feira
(13) às 11h. O suplemente da senadora será o Antonio Carlos Rodrigues,
vereador de São Paulo pelo PR.
Abaixo, a íntegra da nota à imprensa emitida pelo Planalto.
"A presidenta da República, Dilma Rousseff,
convidou a senadora Marta Suplicy para ocupar o Ministério da Cultura.
Ela substituirá a artista e compositora Ana de Hollanda, a quem a
presidenta agradeceu hoje o empenho e os relevantes serviços prestados
ao país à frente da pasta desde janeiro de 2011.
Dilma Rousseff manifestou confiança de que Marta
Suplicy, que vinha dando importante colaboração ao governo no Senado,
dará prosseguimento às políticas públicas e aos projetos que estão
transformando a área da Cultura nos últimos anos.
A posse será realizada na próxima quinta-feira
às 11h.
Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República"
* Informações de Yahoo Notícias.
11/09/2012
* * *
Greve:
Servidores de 18 categorias decidem
encerrar a greve*
Termina nesta terça-feira o prazo dado
pelo governo para que todas as categorias
do serviço público federal comuniquem se
aceitam a proposta de reajuste de 15,8%.
Os que não aceitarem ficarão sem reajuste
em 2013.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef), que representa os servidores administrativos de diversos
ministérios e órgãos públicos integrantes do chamado "carreirão",
anunciou que após assembleia realizada nesta terça-feira foi aceita a
proposta de reajuste salarial de 15,8% oferecida pelo governo. O aumento
será concedido ao longo de três anos (2013, 2014 e 2015), ao ritmo de 5%
anual. Com isso, esse grupo de servidores decidiu que vai encerrar a
greve e retornar ao trabalho.
Conforme informa a Condsef, estão incluídas pelo menos 18
categorias, envolvendo servidores dos ministérios da Saúde, Previdência,
Trabalho, Cultura, Fazenda, Agricultura, Planejamento, Transportes, além
de Arquivo Nacional, Imprensa Nacional, Museu do Índio e Embratur, entre
outros.
Terminou nesta terça-feira o prazo dado pelo governo para
que todas as categorias do serviço público federal comuniquem se aceitam
a proposta de reajuste de 15,8%. Os que não aceitaram ficarão sem
reajuste em 2013.
Na próxima sexta-feira (31/-8), o governo envia ao
Congresso a proposta de orçamento para o ano que vem, contemplando o
reajuste das categorias que optaram pelo acordo. Algumas categorias,
como a dos servidores da Polícia Federal, já decidiram rejeitar a
proposta e ir para o confronto porque buscam reestruturação da carreira
e outros benefícios que o governo não aceita negociar agora.
*
Informações de Vannildo Mendes | Agência Estado.
28/08/2012
* * *
O passado a limpo:
Dilma diz que ódio não move Comissão da
Verdade*
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e
Fernando Collor de Mello participaram da
cerimônia e foram citados por Dilma em seu discurso.
A presidente Dilma Rousseff emocionou-se ao instalar nesta
quarta-feira a Comissão da Verdade e disse que as investigações não
serão movidas pelo ódio ou revanchismo, mas que o Brasil precisa
conhecer a "totalidade de sua história".
"Ao instalar a Comissão da Verdade, não nos move o
revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma
diferente do que aconteceu", disse a presidente.
Na cerimônia que deu posse aos integrantes da comissão,
criada para esclarecer crimes e abusos contra direitos humanos cometidos
no país entre 1946 e 1988, período que inclui o regime militar
(1964-1985), Dilma afirmou ainda que a ignorância sobre a história não
pacifica.
"O Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua
história. Trabalhamos juntos para que o Brasil conheça e se aproprie
dessa totalidade da sua história", disse. "A ignorância sobre a história
não pacifica, pelo contrário, mantém latente mágoas e rancores",
acrescentou a presidente, que foi torturada e passou três anos presa
durante o regime militar.
"A sombra e a mentira não são capazes de promover a
concórdia. O Brasil merece a verdade", afirmou.
"As novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem
a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam
sofrendo, como se eles morressem de novo a cada dia", declarou
emocionada.
Integram a comissão o ministro do Superior Tribunal de
Justiça Gilson Dipp, o ex-procurador-geral da República Cláudio
Fontelles, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, o embaixador Paulo
Sérgio Pinheiro, a psicanalista Maria Rita Kehl e os advogados Rosa
Maria Cardoso da Cunha e José Paulo Cavalcanti Filho.
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando
Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor de Mello participaram da
cerimônia e foram citados por Dilma em seu discurso, pelo papel de seus
governos na consolidação da comissão.
A comissão, cuja criação foi proposta em 2009, terá um
prazo de dois anos para investigar as violações de direitos humanos
ocorridas no período.
A lei que estabeleceu a Comissão da Verdade foi sancionada
por Dilma em novembro do ano passado. Durante sua tramitação no
Congresso, houve polêmica em torno do ponto que dava exclusivamente à
presidente o direito de escolher os integrantes.
*
Informações de Ana Flor/Reuters.
16/05/2012
* * *
Agressão:
Deputado desfere tapa em repórter
O deputado Márcio Moreira (PP-MG) teria
desferido tapa no rosto
do jornalista Felipe Andreoli (CQC) e o
insultado em seguida.
Da Redação
Via
Fanzine
BH-09/05/2012
Repórter Andreoli
recebeu tapa do deputado Moreira.
De acordo com informações do jornalismo da Band Minas, o de
deputado federal Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG) agrediu e proferiu
ofensas morais ao repórter Felipe Andreoli (CQC/Band).
O deputado teria desferido tapa no rosto do jornalista e o
insultado em seguida. A reação do deputado mineiro teria sido por conta
de uma pergunta, seguida de um comentário de Andreoli sobre a votação da
PEC do Trabalho Escravo.
Segundo informações da assessoria de Marcio Moreira, ele se
sentiu ofendido por Andreoli, que teria dito que ele ganhava muito bem
para trabalhar e votar, enquanto os brasileiros morrem de fome. A
agressão teria sido registrada em vídeo.
O deputado Márcio Reinaldo Moreira foi
empossado recentemente como presidente da Comissão de Desenvolvimento
Econômico, Indústria e Comércio.
Após ter sofrido a agressão do político mineiro, o
jornalista Felipe Andreoli registrou um boletim de ocorrência na
Polícia.
*
Com informações da Band Minas e agências.
09/05/2012
- Fotos: Divulgação.
* * *
Senado:
Demóstenes deixa o DEM
O senador foi flagrado recentemente em
comprometedoras conversas telefônicas.
Da Redação
Via
Fanzine
BH-03/04/2012
Cachoeira e
Demóstenes Torres: ligações suspeitas.
Após as pressões sofridas pelo seu envolvimento com o
contraventor Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres deixa o
partido Democratas (DEM).
O senador foi flagrado recentemente em comprometedoras
conversas telefônicas gravadas com autorização judicial, explicitando a
sua participação num esquema de caça níqueis montado por Cachoeira no
Estado de Goiás.
O presidente do DEM, Agripino Maia, deverá receber a carta
de desfiliação de Demóstenes Torres na tarde dessa terça-feira, 03/04.
Com a desfiliação, será extinto o processo disciplinar que
o partido iria instaurar contra o político. Desta maneira, o senador
também se livra de uma possível expulsão do partido.
Demóstenes ainda pode ser cassado e ter
suspensos seus direitos políticos pelo Conselho de Ética do Senado, que
está sem presidente no momento e somente nos próximos dias poderá
apreciar a denúncia que envolve o político.
* Com informações das agências.
- Foto: Agência Estado.
* * *
CGU:
Constatadas irregularidades de
R$
12,2 milhões em obra da Conab*
As falhas apontadas pela CGU envolvem
superfaturamento nos serviços de pavimentação,
pagamento indevido de irrigação no
gramado e preços de material acima
do estabelecido para ser gasto com obras
públicas.
A auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) detectou,
no final de 2011, irregularidades na conclusão da obra de um armazém
graneleiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Uberlândia
(MG). A CGU encontrou pagamentos irregulares no valor de R$ 12,2 milhões
e considerou que a metade disso deveria ser devolvida aos cofres
públicos. A obra custou R$ 40 milhões.
O armazém, com capacidade para 100 mil toneladas de grãos,
começou a ser construído em 1998 e as obras foram paralisadas dois anos
depois. Retomada em 2008, a instalação foi inaugurada em setembro de
2010. As irregularidades envolvem contratos feitos a partir de 2008 e
atingem as gestões dos ex-presidentes da Conab Wagner Rossi (ex-ministro
da Agricultura) e de Alexandre Magno Aguiar.
As falhas apontadas pela CGU envolvem superfaturamento nos
serviços de pavimentação, pagamento indevido de irrigação no gramado e
preços de material acima do estabelecido para ser gasto com obras
públicas. No caso do gramado, o metro quadrado, que deveria custar R$
5,92, saiu por R$ 28,51. Ou seja, R$ 22,58 a mais. Nessa despesa, o
total pago indevidamente foi de R$ 483,8 mil.
Outro problema: a auditoria detectou que a Conab escolheu
as mesmas pessoas, em 2008, para elaborar o edital da concorrência,
julgar as propostas, fiscalizar a execução do contrato e liberar faturas
para pagamento. As pessoas indicavam a si mesmo para essas comissões,
como fiscais do contrato.
Dois servidores da Conab, e que ocupam ainda cargos de
confiança na companhia, exerceram várias dessas funções: Milton
Libardoni, que está na poderosa Superintendência de Armazenagem e
Movimentação de Estoques, e Temístocles Barbosa Pinto, da Gerência da
Rede de Armazéns Próprios.
"As análises evidenciaram fragilidades no sistema de
controle interno da Conab... foram atribuídas aos mesmos profissionais
as atividades de preparação do edital, processo de licitação de
fiscalização da execução do contrato com aprovação das planilhas bem
como de execução financeira e liberação das faturas para pagamento", diz
relatório da CGU.
Do montante a ser ressarcido, foram pagos indevidamente R$
3,7 milhões gastos com materiais e equipamentos, como tubos de PVC; R$
1,4 milhão com inclusão incorreta de tributos; R$ 513,6 mil para reforço
de fundações; além dos R$ 483,8 mil para o plantio e irrigação do
gramado.
Segundo a CGU, há casos de produto que custou até 200% a
mais que o previsto no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil (Sinapi). "Este fato evidencia a necessidade de
adoção de providências...com apuração e ressarcimento dos valores pagos
acima dos limites estabelecidos", conclui o relatório.
A Conab informou que adotou as providências devidas, que os
dois servidores estão sendo investigados e que criou uma Comissão
Multidisciplinar para avaliar as recomendações da CGU. O resultado dessa
análise será conhecido no próximo dia 6 de março, "a partir do quê,
todas as providências cabíveis serão determinadas e aplicadas", informou
a Conab.
Segundo a companhia, estão incluídas aí medidas como
ressarcimento do que for constatado de irregular por essa comissão
interna e também sanções e punições aos dois funcionários citados pela
CGU. A Diretoria de Operações e Abastecimento, à época das obras do
armazém de Uberlândia, estava sob o comando de Rogério Colombini, também
citado pelo CGU, mas que não está mais no cargo. "O diretor atual,
Marcelo Melo, desde o início de sua gestão, detectou os problemas
existentes no armazém e instaurou uma comissão com vistas a avaliar a
questão sob todos os aspectos técnicos (possíveis erros de projeto,
fiscalização, problemas no recebimento da obra, dimensionamento, etc.)",
informou a Conab.
*
Informações de Evandro Éboli/Agência O Globo.
06/03/2012
* * *
Brasília:
Ministro deu cargo a tio em comitê de
irrigação*
Trata-se do segundo integrante da família
Coelho a ter cargo indicado pelo ministro e
subordinado a ele, contabilizada a
permanência do irmão Clementino na presidência
da Companhia de Desenvolvimento dos Vales
do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
O ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM), tio do ministro
da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, foi nomeado há quatro
meses, pelo sobrinho, membro do comitê técnico-consultivo para o
desenvolvimento da agricultura irrigada, criado dias antes por portaria
do ministério. Trata-se do segundo integrante da família Coelho a ter
cargo indicado pelo ministro e subordinado a ele, contabilizada a
permanência do irmão Clementino na presidência da Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Osvaldo Coelho se diz perito em irrigação, tema que atrai
muito a atenção do sobrinho-ministro. Procurado, o tio queixou-se de
trabalhar pouco. Desde a criação, o comitê só se reuniu uma vez, para a
sua instalação, em 20 de setembro. “Estou fazendo de conta de que sou
conselheiro, mas não estou dando conselho nenhum. Não sei se o conselho
é que está estático ou se é o ministro”, queixa-se.
A legislação - expressa em decreto presidencial e em
códigos de conduta - impede a nomeação de familiares por autoridades. O
Ministério da Integração nega que seja caso de nepotismo. Em nota,
alegou que o comitê não tem “personalidade jurídica”. “Trata-se de um
órgão colegiado, paritário, consultivo e opinativo. A função de
conselheiro não é cargo em comissão ou função de confiança”, diz a nota.
O Ministério da Integração Nacional alega ainda que os
integrantes do comitê da agricultura irrigada apenas opinam sobre a
política nacional de irrigação, sem direito a remuneração.
“Quando necessário, podem ser solicitadas apenas passagens
e diárias”, afirma a Integração. A Controladoria-Geral da União (CGU)
endossa o entendimento do ministério, baseada no decreto editado em
junho de 2010.
‘Princípio da moralidade’
O código de conduta da Comissão de Ética Pública,
subordinado à Presidência da República afirma, porém, que “nomear,
indicar ou influenciar, direta ou indiretamente, a contratação, por
autoridade competente, de parente consanguíneo ou por afinidade para o
exercício de cargo, emprego ou função pública” ofende o princípio da
moralidade administrativa e compromete a gestão ética.
A nomeação do tio do ministro da Integração Nacional deve
ser analisado pela Comissão de Ética Pública, que volta a se reunir em
fevereiro.
Osvaldo Coelho nega que seja nepotismo. “Eu e o ministro
somos água e vinho, não temos nada para estarmos juntos. Apenas como eu
tinha essa bandeira da irrigação, decidi aceitar o convite”, explica o
ex-deputado.
*
Informações de Marta Salomon/Agência Estado.
10/01/2012
* * *
Ministério das Cidades:
Diretora acusa analista por parecer
adulterado*
Ela apontou o analista técnico Higor
Guerra como o responsável
por quaisquer irregularidades no
documento.
No papel de porta-voz do ministro Mário Negromonte, a
diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Vianna,
anunciou a abertura de uma sindicância, não para apurar a fraude na
aprovação do modelo de transporte público de Cuiabá, mas para
identificar como a nota técnica original, contrária ao projeto, foi
parar no processo.
O problema é que a assinatura da própria Luiza Vianna
aparece com a expressão "de acordo" no verso desta nota. Nesta
quinta-feira (24), ela negou que tenha havido fraude no processo. "De
jeito nenhum houve fraude", disse durante conversa com jornalistas.
Segunda ela, o documento original que vetava a troca do BRT pelo VLT, R$
700 milhões mais caro, foi apenas revisado. "A nota técnica foi revisada
porque continha vícios de linguagem e de opinião pessoal", argumentou.
Ela apontou o analista técnico Higor Guerra como o
responsável por quaisquer irregularidades no documento. Escorada no
discurso de que a mudança foi pedida pelo governo de Mato Grosso, Luiza
disse que "estudos técnicos" embasaram a decisão. Só não contou que a
equipe técnica é contrária ao projeto.
A diretora reforçou "que, em nenhum momento, a correção do
documento expressou a opinião daquela diretoria nem do Ministério das
Cidades". Ela culpou o analista técnico Higor Guerra, que representava o
Ministério das Cidades nas reuniões sobre projetos de Mobilidade Urbana
em Cuiabá (MT), pelo teor do conteúdo do parecer que, posteriormente,
foi alterado para justificar a troca.
"Houve uma quebra de confiança (com o Higor). Ele fez um
papel que não é dele. Não é a primeira que o Higor tem pareceres
revistos", acusou. Ela destacou que a mudança não traz ônus para o
governo federal e que nenhum contrato ainda foi assinado. No entanto,
omitiu que todo o dinheiro do projeto será bancado por um banco oficial,
a Caixa Econômica Federal.
*
Informações de Eugênia Lopes/ Agência Estado.
24/11/2011
|