Triângulo das Bermudas:
O
mistério
tem três lados
Um desafio que atravessa os séculos.
Por
Fabiano Mauro Ribeiro*
Do
Rio de Janeiro-RJ
Via Fanzine
O imaginário Triângulo das Bermudas:
região de mistérios insolúveis.
O Triângulo das Bermudas existe? Sabe-se muito bem que
coisas e lugares fantasmagóricos quando se firmam, acabam integrando a
história e viram realidades.
A base de tudo não é a ocorrência de acontecimentos
trágicos, fortuitos ou não, mais ou menos localizados – a coisa seria
mais profunda e, de certo modo, com a palavra os cabalistas como Ivan
Sandersen e James Raymond Wolfe, quando colocam a região abrangida pelo
Triângulo como genuinamente derivada do número “3”. Ele seria chave,
“presente passado e futuro; Terra Céu Inferno” como assinala Robert de
La Croix na sua “Historia Secreta dos Oceanos”.
Os três vértices do triângulo estão presentes não só ali,
mas em diversos locais do globo, segundo Sanderson. Esses pontos estão
distribuídos pela Terra de um lado e de outro dos paralelos trinta e
seis norte e sul, e por extensão de 72km ou de 144º, que corresponde a
duas vezes 72º. Esses números são integrantes do “Triangulo Sublime”, ou
seja, 36º no vértice e 72º na base, que finalmente são divisíveis por 3.
Dentro dessa geometria no mar das Bermudas, ilhas batizadas
em 1950 por Jácomo de Gaetaldi como “Ilhas do Demônio”, a rigor, não
acontecem somente tragédias. Bom, porém, saber-se corretamente a sua
localização – para tanto traça-se uma linha que vai das Bermudas à
cidade de Miami – de Miami uma até San Juan de Porto Rico e a terceira e
última, ligando Sanjuan ao ponto de partida, as ilhas Bermudas. Por isso
já ouviu-se chamar a zona de “Lozango da Flórida” ou “Paralelogramo de
Hatteras” (devido ao Cabo com esse nome). Outros apelidos populares são
“ Mar do Enguiço” ou “limbo da desaparição”.
A história, porém, não pode apagar que foi nesse espaço,
na Ilha de São Salvador, que Cristóvão Colombo deu com os costados no
Novo Mundo em 12 de Outubro de 1492. E saltando-se mais de quatro
séculos, foi de lá (Flórida) que em julho de 1969 partiram Armstrong,
Aldrin e Collins para pisarem pela vez primeira o solo lunar.
Também jaz ali, à espera, segundo os esotéricos, de um
reaparecimento, a Atlântida de Platão, engolfada há mais de dez mil
anos, e sobre a qual se levantou uma das maiores fábulas conhecidas.
Colombo, num diário autêntico deixou registrado: “Durante
nove dias estive perdido sem esperanças de sobreviver, jamais olhos
humanos viram o mar tão alto, tão feio, tão cheio de espumas”.
Diversos sobreviventes de tragédias narraram terem
presenciado fenômenos apavorantes, fatos postos no terreno
extrasensorial, como a visão de línguas de fogo sobre as águas ou a
passagem de espectros de embarcações em frangalhos, que vagueavam como
visões extraídas das melhores páginas de um conto de terror.
A Vigilância Costeira Americana sabe, por exemplo, em se
falando no terreno cientifico, que a bússola no “Triângulo das Bermudas”
não funciona a contento. Ali seria um dos poucos lugares do planeta em
que o instrumento indica o chamado “Norte Verdadeiro”, ao invés do
“Norte Magnético” – o que acarreta erros fatais, desorientando o
navegador.
Outro fenômeno apontado é o da propensão da natureza no
local, em apagar vestígios de naufrágios, permanecendo o mar impassível
em sua superioridade e imensidão. O mais atual e bem a gosto dos
genuinamente cientistas, vem de Richard Denardo e sua equipe, conforme
publicado no “American Journal of Physics”, em janeiro de 1999 – o que
influiria em tudo é uma atividade vulcânica sob o mar da região. Esse
fato provocaria um fenômeno através da liberação de bolhas de metano que
se avolumam ao chegar às línguas d’água. Com isso, há menos densidade do
ar (o metano é menos denso que o ar) e o resultado final é uma
influência direta nos instrumentos de precisão de embarcações e
aeronaves, que acabam por soçobrarem.
Nas Caraíbas, para citar-se outro exemplo, diz-se que a
previsão do tempo não é confiável nunca. Os chamados “fundos marinhos”
provocam violentas mudanças que atingem embarcações de turismo, muito
comuns ali, e essas têm como condutores, pessoas com pouca tarimba em
enfrentamento de mares bravios. Assim, muitas vezes, argumentações
plausíveis, coerentes, sempre tentam apagar o mito, e acabam por
eliminarem 50% do mistério.
O navio USS Cyclops, desaparecido em 1918
com 309 pessoas a bordo.
Místico ou
científico: clima incognoscível
Fantástico ou não, a cronologia é um rosário de desastres.
Ninguém se esquece do Atlanta, que a partir de dezembro de 1879 ficou
conhecido como “embarcação fantasma”. Foi no Mar das Antilhas. Naquele
ano, comandado por Hamilton Harbow, a fragata desapareceu depois de
zarpar rumo a Portsmouth. Talvez seja esse o primeiro grande mistério
catalogado, pois a navegação aí já se tornara mais segura e regular. Em
1925 o Cotopaxi, em 1931 o Stavengus, com 43 mortos, em 1932 o Jonh and
Mary, o Anglo Australian em 1938 e em 1940, o Gloria Colite, impressiona
que esse navio foi encontrado próximo a Cuba, inteiro, mas sem um só
sobrevivente.
Os desastres com aeronaves, passaram a se multiplicar com
o avanço da aviação comercial na região – em 1945, um Constellation
americano desaparece com 42 pessoas a bordo. O mais grave e intrigante
para a Força Aérea Americana foi o desaparecimento de uma esquadrilha,
no chamado vôo 19 ou “Missão 19” no mês de dezembro de 1945, quando
cinco aviões TBF Avenger, com seus 13 tripulantes sumiram em pleno voo.
Seguiram-se o caso do “Marine Sulphur Queen”, do qual só se
conseguiu encontrar uma buzina de nevoeiro, com seu nome gravado. Este
foi um autêntico “Navio Fantasma”.
Segundo a notícia da imprensa, quando dos fatos, parecia
que a maioria das embarcações se volatilizou. Falou-se num dos casos em
explosão de grandes proporções, avistada por alguém. Em 1918, o Cyclops,
cargueiro americano de alta tonelagem que havia passado pelo Brasil,
agitou o noticiário mundial. A bordo estavam militares e diplomatas e
pessoal da Armada – o barco abastecia as forças do Atlântico Sul e
seguia para a América do Norte. Georges Woley, comandante, tido como
pessoa ríspida e geniosa, tinha sob sua responsabilidade uma carga
valiosa: toneladas de magnésio das Minas de San Salvador que iriam
compor a fundição de canhões de guerra. Depois de parar em La Barbade, o
navio desapareceu, não se encontrando um vestígio sequer de materiais ou
pessoas.
Ficaram sepultados e inexplicáveis para sempre, como se
fosse num lugar mitológico no fundo do Oceano. Entre outros, além do
Cyclops (com seus 309 desaparecidos), que levava vidas humanas, estava o
“Ithaca Island”, em novembro de 1868 e o Anita, em 1973, com 32
tripulantes.
Como registra a Lloyd’s, só no período de 1961 a 1971 a
cifra assustadora soma 2.766 naufrágios na região. De 1971 até nossos
dias, acidentes menores tem se repetido, mas a tecnologia e o cuidado
foram redobrados, diminuindo sensivelmente os números da estatística.
Como enfatiza Roberto de La Croix, os motivos dessa incidência fazem
parte dos segredos eternos, “objetos de eternas perguntas feitas ao
rosto fechado da esfinge dos oceanos”.
*
Fabiano Mauro Ribeiro, que adotou também o pseudônimo de Enzo Grimaldo,
é articulista e colaborador de
Via Fanzine.
- Fotos: Google/divulgação.
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