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 Fenômenos

 

Itaúna:

Terremoto assustou a população

O estado de Minas Gerais tem sido palco de mais da metade dos abalos sísmicos registrados no país.

Em Itaúna, no dia 15/03, grande parte da cidade presenciou um abalo de magnitude

2,9 na escala Richter, que deixou algumas pessoas em pânico e com temor.

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

Região circulada: onde o abalo foi sentido mais intensamente, nos bairros Garcias, Aeroporto e Cidade Nova.

Também os bairros São Geraldo, Morada Nova e Morro do Sol,  situados próximos, acusaram o tremor.

 

Estrondo e tremor

 

Moradores de Itaúna, no Centro-oeste de Minas Gerais sentiram um tremor de terra na noite do domingo (15/03). O abalo sísmico foi notado na região Oeste e parte da Sul (sentido Carmo do Cajuru), que abrange os bairros, Aeroporto, Cidade Nova, Morada Nova, Morro do Sol, São Geraldo e Novo Horizonte. No momento do ocorrido, a maioria das pessoas dessas regiões, pensou se tratar de uma explosão de grande impacto, queda de aeronave ou batida de um veículo nas proximidades de suas residências.

 

Jamais ocorreu em Itaúna um abalo sísmico e ao saber que se tratava desse fenômeno natural, diversos moradores ficaram apreensivos, temendo que outros abalos voltem a ocorrer.

 

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis) confirmou o abalo de baixa intensidade na região de Itaúna e informou que a magnitude de duração (mD) do mesmo na escala Richter foi de 2,9 graus. A magnitude de duração (mD) é válida para sismos de magnitude menor que 5, ocorridos para distâncias inferiores a um raio de 200Km. O Obsis informou que o epicentro do tremor pode ter ocorrido próximo à sede da cidade de Itaúna. Imagens e gráficos foram postados no site do Obsis mostrando alguns detalhes do incidente.

 

Sem vítimas ou danos materiais

 

Segundo o coordenador da Defesa Civil em Itaúna, José Ivacir de Souza, vários moradores disseram ter ouvido um estrondo e, inicialmente, pensaram que seria queda de avião ou explosão em alguma fábrica. De acordo com levantamento da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, não houve feridos nem danos materiais.

 

Cristiano Naibert, geólogo da UNB, afirmou que o tremor foi considerado de baixa magnitude, portanto, com risco mínimo de danos às estruturas de casas. Ele disse que, normalmente, os tremores acima de 4 pontos na escala Richter podem causar estragos.

 

Naibert informou que "Esse tremor foi, preliminarmente, determinado em 2,9 na escala Richter. Ele poderá variar um pouco, mas só teremos certeza quando chegarem mais dados para nós. Nessa escala, ele é considerado um microtremor, o que não ensejaria danos a casas e edificações", explicou.

 

E acrescentou que, "Lógico que os estragos dependem das condições. O local tem de estar bem próximo do epicentro e o tremor tem de ser próximo da superfície e das cidades".

 

O geólogo declarou também que as causas do tremor em Itaúna ainda não foram determinadas e que, com base em informação de apenas uma estação, não há como precisar o local do epicentro do tremor. O tremor foi registrado na estação sismográfica localizada em reservatório de rio na cidade vizinha de Carmo do Cajuru, a 30 km de Itaúna.

 

Naibert afirmou que, em 1993, ocorreu um tremor maior, de 3,6 pontos na escala Richter, no município de Itaguara, na mesma região Centro-Oeste.

 

O maior abalo ocorrido em Minas Gerais se deu no distrito de Caraíbas, na zona rural de Itacarambi, na região Norte do estado, no dia 9 de dezembro de 2007, quando um terremoto de 4,9 pontos na escala Richter destruiu quase todas as casas da comunidade.

 

O terremoto no Norte de Minas causou a morte de uma criança de cinco anos, a primeira no país causada por abalos sismológicos. A menina foi atingida pela parede de sua casa enquanto dormia, durante a madrugada. Este terremoto deixou outros seis moradores feridos e 300 desabrigados.

 

Mapa do Obsis mostra o epicentro do abalo com uma estrela. No detalhe, o tipo de onda gerada em Itaúna e a

região do país em que ocorreu o tremor. A CC07 é a estação de Carmo do Cajuru, que também acusou o terremoto.

 

O que as pessoas sentiram em Itaúna

 

A notícia do sismo em Itaúna foi veiculada em toda a imprensa mineira, inclusive nas emissoras de tevê. Diversas pessoas narraram esta experiência medonha e sem antecedentes. Algumas pessoas disseram ter sentido um estrondo muito estranho, “vindo de dentro para fora”. Outros viram os seus móveis e as vidraças estremecerem

 

Uma moradora do bairro Aeroporto nos escreveu contando que,“Sentimos um estrondo vindo de baixo para cima, que balançou a estrutura de nossa casa, dando a impressão de que era um acidente (de trânsito). É uma sensação horrível, imaginamos que a casa iria cair. Eu e meu marido olhávamos um para o outro tentando entender o que acontecia. Foi cogitado pelos vizinhos que poderia ser uma explosão num depósito de gás na região, mas isso não foi confirmado”.

 

O assunto do terremoto em Itaúna também alcançou rapidamente alguns dos maiores portais da web. O portal Uol noticiou o fato e alguns itaunenses enviaram comentários sobre o ocorrido ao mesmo. Cristiano Eustáquio da Silva, morador do bairro Garcias comentou que, “Este estrondo  foi tão forte que pensávamos que seria realmente um acidente com uma aeronave de grande porte. Segundos antes, os vidros das janelas de minha casa começaram a bater e segundos depois houve um barulho muito forte. Para nós que nunca tínhamos presenciado um fenômeno como este é de assustar muito”.

 

Segundo, os geólogos, é pouco provável que tremores semelhantes ocorram novamente em curto espaço de tempo. No entanto, recentemente, houve registros pelo Obsis de dois tremores distintos ocorridos bem próximos um do outro, na cidade mineira de Capitão Enéas e também em Montes Claros, ambas do Norte de Minas.

 

Recentes tremores no interior mineiro

 

O Obsis divulga também em seu site, uma relação dos 16 últimos tremores ocorridos no país. Estes abalos datam de 19/12/2008 até 15/03/2009 e tiveram magnitudes que variam de 1,6 a 5,6. Quase 60% dessas últimas ocorrências registradas pelo Obsis se deram somente no estado de Minas Gerais, próximas às zonas urbanas das cidades de Itaúna, Juramento, Capitão Enéas (onde ocorreram dois abalos quase que seguidos), Montes Claros (onde ocorreram quatro abalos) e em Carmo da Mata, cidade também na região Centro-oeste mineira, cujo tremor recente ocorreu no dia 09/03.

 

Entre estes 16 últimos eventos, foram registrados tremores também em outros cinco estados, inclusive, com reincidências na região dos municípios de Meruoca, Sobral e Alcântaras, no estado do Ceará. Ainda constam nestes recentes registros, tremores ocorridos em Paranã, no Tocantins; Correntina, na Bahia; Porto dos Gaúchos, no Mato Grosso e no interior do Acre.

 

Destas 16 últimas ocorrências registradas, o abalo mais intenso ocorreu no interior do estado do Acre no dia 29/01/2009, que chegou a 5,6 graus de magnitude na escala Richter. A intensidade do abalo ocorrido em Itaúna, de 2,9 graus está classificada depois deste do Acre, seguido pelos eventos ocorridos em Porto dos Gaúchos (MT) e Carmo da Mata (MG), ambos com 2,8 graus.

 

A escala Richter e a medição dos tremores

 

A escala Richter é uma logarítmica utilizada para medir a magnitude dos abalos sísmicos, ou seja, dos terremotos. Foi criada pelos sismógrafos Beno Gutenberg e Charles Francis Richter que estudavam os sismos da Califórnia e colocada em prática em 1935. A escala Richter varia de 0 a 9 graus de acordo com a extensão do movimento do solo medindo ondas do tipo P e S.

 

Ondas do tipo P são ondas primárias que se espalham por movimentos de compressão e dilatação do local que pode ser em terra firme ou em oceanos e mares. São as ondas sísmicas mais rápidas, cuja velocidade adquirida no solo varia entre a adquirida em água. Ondas do tipo S são ondas secundárias que se espalham por movimentos ondulatórios para cima e para baixo alterando a forma dos elementos. As ondas S se desenvolvem somente no solo com velocidade inferior às ondas P.

 

A fórmula utilizada para se chegar à magnitude de um terremoto é: ML = log A – log A0. Onde: A é a amplitude máxima medida pelo sismógrafo e A0 é a amplitude de referência. A variação da magnitude de um abalo sísmico apresenta efeitos e freqüências distintos.

 

A escala de Richter não permite avaliar a intensidade sísmica de um sismo num local determinado e em particular em zonas urbanas. Para tal, utilizam-se escalas de intensidade tais como a escala de Mercalli.

 

Apesar do surgimento de vários outros tipos de escalas para medir terremotos, a escala Richter continua sendo largamente utilizada.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine ( www.viafanzine.jor.br).

- Com informações do Obisis (DF), Portal Uol, Brasil Escola.

 

- Imagens: Obsis / Google Earth.

 

- Leia mais sobre o terremoto em Itaúna: www.viafanzine.jor.br/comunidade.htm

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda. 

 
 
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