Mars Rover - Nasa
Cinco anos dos robôs em Marte Robôs da Nasa teriam missões de seis meses, mas estão trabalhando faz cinco anos.
Pepe CHAVES* De Itaúna-MG Para Via Fanzine
Spirit e Opportuniy: tão distantes e tão perto da Terra.
Parece que foi ontem, mas faz meia década que escrevemos um artigo, baseado em dados da Agência Espacial Americana (Nasa) e do Jet Propulsion Laboratory (JPL), sobre a histórica chegada dos robôs da Missão Rover (Nasa/JPL) em solo marciano. Os robôs gêmeos Spirit e Opportunity, enviados pela Nasa ao planeta vermelho, abriram uma nova era para as pesquisas planetária e histórica de Marte.
Primeiro foi o Spirit que pipocou com seus air bags inflados sobre a superfície do hemisfério sul de Marte. Lá chegou no dia 03 de janeiro de 2004 e ao ser desembalado, uma pane inicial causada pela poeira nos painéis solares, tirava a alegria dos cientistas da Nasa: o Spirit não enviara nenhum “sinal de vida” à Terra. A equipe chegou a crer que a máquina não ia funcionar, mas continuou tentando restabelecer a máquina que funcionou somente alguns dias após a sua chegada, o que foi motivo de muita comemoração na Terra.
Três semanas depois o Opportunity descia numa região situada mais ao Norte do planeta. A previsão inicial para ambos seria o cumprimento de uma missão de sondagem durante seis meses. Mas, graças ao denodado trabalho da equipe, esta acabou se desdobrando e se estendendo magistralmente (até então) por cerca de 10 vezes mais que o previsto.
As fortes tempestades de areia e vento na superfície poderiam arrancar os painéis ou até mesmo, tombar os pequenos veículos, mas, felizmente, isso não ocorreu, o que possibilitou às suas baterias solares o fornecimento de eletricidade suficiente para o desdobramento da missão.
No entanto, alguns imprevistos surgiram já nos primeiros meses da missão, sem que pudessem exercer influências nefastas nos focos principais da missão. Entre eles, o desgaste precoce de uma das rodas do Spirit, cujo mecanismo de rotação parou de funcionar, fazendo com que a roda fosse arrastada pelas demais.
Visão da Câmera traseira do Spirit, mostra a roda (à direita) sendo arrastada pelas demais.
Atualmente, o Spirit cessou temporariamente suas atividades e se encontra em estado de “hibernação”, ou seja, carregando suas baterias. Tão logo tenha força suficiente, ele deverá ser enviado em direção ao que parece ser uma cratera vulcânica, situada a 183 metros do local onde se encontra atualmente. Já o Opportunity se dirige lentamente rumo à cratera Endeavour, situada a 22 km da imensa cratera Victoria, onde o robô esteve colhendo dados há quatro meses.
Foi através dos vários “olhos” destes pequenos jipes com funções de robôs que pudemos ver, pela primeira vez, um outro ambiente planetário que não fosse o nosso, em resoluções de imagens jamais obtidas antes.
Os gêmeos Rover, situados em locais quase opostos, nos mostraram detalhes excêntricos e ímpares da topografia, do relevo, do solo, das rochas, vendavais e tantas outras particularidades das solitárias e distantes pairagens marcianas.
Entretanto, se os robôs nos mostraram as distantes e inertes paisagens daquele planeta, também pudemos ver, através dos potentes microscópios instalados nestas máquinas, detalhes íntimos de alguns minerais e estruturas rochosas encontradas no planeta, além da leitura de suas respectivas análises geológicas.
As belas "framboesas azuis"
Um dos detalhes mais belos focalizados na natureza de Marte são as sedimentações de hematita, denominadas pelos cientistas de blueberries, [acima] por se assemelharem às frutinhas azuis da mesma família do morango, framboesa e amora, as berries. Com seu cintilante brilho azul, essas pequenas pedras parecem ter sido lapidadas.
Juntos, o Opportuninity e o Spirit enviaram mais de 250.000 imagens e 36 gigabytes de dados sobre as diversas condições de Marte na atualidade, as quais poderão fornecer novos subsídios para um melhor discernimento do passado marciano. Por causa da grande quantidade obtida, parte destes dados, ainda vai demorar para ser totalmente coletada e devidamente analisada pelos cientistas.
Nestes cinco anos de atividades, os Rover rodaram mais de 21 quilômetros, sendo controlados por cientistas da Nasa, através de sinais que cortam milhões de quilômetros pelo espaço entre a Terra e Marte. Eles enfrentaram situações climáticas adversas: durante o inverno a temperatura chega a -100ºC e no verão atinge o máximo de 20ºC.
Sem dúvida, a missão Rover tem sido relevante para a compreensão e o estudo do ambiente marciano pela humanidade contemporânea. Sobretudo, no que diz respeito ao passado histórico e às suas raízes geológicas do planeta vizinho.
Decerto, depois da Missão Apollo, que levou o homem à Lua, a Missão Rover seja a mais expressiva já executada em um outro ambiente que não seja o terrestre.
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da Rede VF. - Com informações de Nasa/JPL e tradução do autor.
- Imagens originais: NASA/JPL.
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- Extra: + Sobre a Missão Rover - históricos e fotos - Nasa: http://marsrovers.jpl.nasa.gov/home/index.html
- Produção: Pepe Chaves. © Copyright, Pepe Arte Viva Ltda.
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