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Pesquisas
LAAD:
Inotech
apresenta seu trabalho voluntário na LAAD
'Desenvolvemos
uma metodologia de ensino que denominamos de ‘treinamento baseado no
desafio’,
onde
damos a chance do estudante aplicar na prática aquilo que aprendeu na
escola'.
Da
Redação
Via Fanzine
BH-31/05/2011
René Nardi e futuros engenheiro que
trabalham no projeto de construção para motor de foguete.
A LAAD – Defence & Security – a maior e mais importante
feira de defesa e segurança da América Latina, reúne bienalmente
empresas brasileiras e internacionais especializadas no fornecimento de
equipamentos e serviços para as três Forças Armadas, polícias, forças
especiais, serviços de segurança, consultores e agências governamentais.
Realizada no período de 12 a 15/04/2011, no Rio Centro
(Rio), a LAAD chegou à sua 8º edição confirmando sua vocação de ser um
importante fórum de debates e de apresentação do estado da arte em
tecnologia de defesa e segurança.
Nessa edição da LAAD, o engenheiro e diretor da Inotech,
René Nardi fez uma apresentação exclusiva sobre o trabalho voluntário
desenvolvido por sua empresa junto aos estudantes universitários
brasileiros.
“Desenvolvemos uma metodologia de ensino que denominamos de
‘treinamento baseado no desafio’, onde damos a chance do estudante
aplicar na prática aquilo que aprendeu na escola”, explicou ao diário
Via Fanzine.
“Para manter a atenção do estudante de engenharia
aeroespacial, chegamos à conclusão que as atividades de projeto e
construção de motores foguetes a propelentes líquidos seriam difíceis o
suficiente, mas ainda assim factível. Nos últimos três anos, montamos
cinco turmas de estudantes em três universidades diferentes”, afirmou o
engenheiro.
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Fotos: divulgação.
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Extra:
Baixe PDF com explicações e ilustrações dessas atividades da Inotech.
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* * *
Belo Horizonte:
Estudante da UFMG retorna
de estágio na Nasa*
Depois de intercâmbio em Portugal e na Inglaterra, Flávio Henrique Alves
enfrentou desafios ao lado de grandes cientistas do planeta nos EUA.
Flávio Henrique e uma miniatura do ônibus espacial.
Estudante do curso de Engenharia de Controle e Automação da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Flávio Henrique de
Vasconcelos Alves, retornou de estágio no National Space Biomedical
Research Institute (NSBRI), ligado a Nasa (Agência Espacial Americana)
onde colaborou para reduzir de meia hora para menos de dois minutos o
tempo de execução do programa de processamento de dados de
eletrocardiograma de astronautas.
O estágio em análise de sinais e desenvolvimento de
ferramentas possibilitou a Flávio colocar em prática conhecimentos
adquiridos no curso da UFMG e o resultado lhe rendeu homenagem e carta
de recomendação do instituto americano. "Valeu a pena e acho que deixei
uma boa imagem da UFMG por lá. Os pesquisadores ficaram admirados por
saber que no Brasil tem universidades desse nível", comentou.
O estudante, que está no último ano do curso atribui a
oportunidade ao incentivo e rigor dos estudos oferecido pelos
professores da UFMG. "Nossos professores, além de serem muito exigentes
em relação a este tipo de teoria de sinais, incentivam os alunos a
pensar em situações práticas como a que trabalhei", salienta.
Projeto desafiador
"Na primeira semana passei apenas lendo artigos e me
familiarizando com a linguagem médica. Não tive muita orientação como
num estágio. Ao contrário, fui posto para realizar desafios em tempo
muito curto. Valeu à pena, pois ao invés de um, consegui realizar seis
projetos", comemora.
Flávio explica que o objetivo era comparar o coração dos
astronautas antes e depois de atividade em gravidade zero. "No início
usei o software do instituto, mas gastava muito tempo. Então preferi
desenvolver um novo. O professor do NSBRI me perguntou se eu conhecia a
expressão "reinventar a roda". Respondi que era a mesma em português,
mas mantive minha proposta. Desenvolvi o programa que funcionou muito
bem", destacou.
O estudante conta que foi enviado a Chicago, onde a
temperatura de 15 graus negativos aumentou ainda mais o desafio. Flávio
conseguiu reduzir o tempo gasto pelo programa decodificador dos exames
cardíacos de 30 minutos para apenas 108 segundos.
Entenda o tamanho do desafio:
1000 amostras são gravadas, em cada canal, por segundo.
Como são 12 canais, tem-se 12000 amostras por segundo. Para cada arquivo
de 1 hora de gravação (3600s), totaliza 43.2 milhões de amostras. Para
cada arquivo, gastava-se mais de 30 minutos e agora são gastos menos de
2 minutos (108 segundos) para decodificá-los.
Programa de mobilidade da UFMG
No primeiro semestre de 2009, através do programa de
intercâmbio coordenado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI)
da UFMG, o estudante, orientado pelo professor Eduardo Mazzoni, foi para
Portugal. De lá, Flávio teve a iniciativa de fazer uma sugestão no
trabalho de um pesquisador inglês da Oxford University. A resposta foi
um convite para pesquisar durante três semanas na Inglaterra e uma carta
de recomendação que garantiu a vaga para a temporada no National Space
Biomedical Research Institute.
Flávio Alves lembra que não havia nenhum edital aberto na
época para este tipo de pesquisa. "No entanto, os professores da UFMG,
que além de mestres são verdadeiros conselheiros, me incentivaram a
buscar parcerias com a iniciativa privada. Fui como estagiário da
Chemtech Siemens, empresa de destaque em serviços de engenharia que
patrocinou integralmente minha viagem", declarou.
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Informações e imagem de Euler Júnior/EM/D.A. PRESS /Assessoria de
Comunicação da UFMG.
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Juiz de Fora-MG:
UFJF desenvolve vidro para
plataforma na lua*
Parceria
entre a UFJF e a Missouri University deve ser
transformada em convênio pelos reitores a partir de 2010.
Aluna
trabalha no laboratório que produzirá o material para a Nasa.
Desde maio deste ano, o Departamento de Física da
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desenvolve pesquisa em parceria
com a Missouri University of Science and Technology. O estudo, encomendado
pela Agência Espacial Americana (Nasa), resultará no desenvolvimento de uma
plataforma de vidro para pousos, decolagens e circulação em solo lunar.
A criação dessa plataforma é essencial para a viabilidade
de um dos principais objetivos futuros da Nasa: a construção de uma base
permanente no satélite da Terra. Um dos maiores desafios enfrentados por
missões lunares é que durante pousos e decolagens, as espaçonaves produzem
grande número de partículas, resultantes da poeira lunar e que permanecem
suspensas por causa da pouca gravidade. Essas partículas são extremamente
prejudiciais aos trajes dos astronautas e aos equipamentos espaciais. Para
se ter uma ideia, enquanto a gravidade da Terra é de aproximadamente 10m/s²
a gravidade da lua é bastante baixa, de 1,62m/s².
Para sanar essa dificuldade, uma das soluções encontradas
pela Nasa foi, portanto, o desenvolvimento dessa plataforma, que deve
funcionar como uma espécie de pavimentação na superfície da lua, evitando a
dispersão de poeira.
Com este objetivo, a UFJF está desenvolvendo vários tipos
de vidro e fibras de vidro a partir de um composto sintetizado pela
Universidade americana de Missouri. O composto simula a composição do solo
lunar, a partir de cinzas vulcânicas encontradas no Estado do Arizona, nos
Estados Unidos.
Na pesquisa, as duas universidades desenvolvem papéis
distintos, porém, complementares: enquanto a Missouri sintetiza os materiais
idênticos aos encontrados no solo da lua, a UFJF desenvolve, a partir deste
composto, utilizado como matéria prima para as pesquisas, a caracterização
ótica e térmica dos vidros que deverão ser utilizados para o desenvolvimento
da plataforma. Essas fibras de vidro apresentam alta capacidade de
resistência.
A realização da pesquisa na UFJF só está sendo possível
porque os laboratórios da instituição ganharam investimentos recentemente.
Desde novembro de 2008, o Laboratório de Espectroscopia de Materiais do
Instituto de Ciências Exatas (ICE) da Universidade conta com um
espectroscópio Raman. O equipamento utiliza uma técnica fotônica de alta
resolução, que proporciona, em poucos segundos, informações químicas e
estruturais de um número muito grande de material composto, no caso o vidro
lunar, permitindo sua identificação com certa facilidade.
Simulado
do composto das pedras lunares
Segundo o professor Virgílio de Carvalho dos Anjos,
coordenador de Laboratório de Espectroscopia, uma das características do
vidro lunar que deverão ser analisadas é a sua capacidade enquanto isolante
térmico.
Já o Laboratório de Produção de Novos Materiais e Filmes
Finos (Lapromav), por meio do projeto Estudo de Propriedades Óticas e
Térmicas de Vidros Especiais — aprovado pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) —, recebeu R$ 70 mil. De acordo
com a professora Zélia Ludwig, coordenadora do projeto, a parceria com a
Missouri University ocorreu em momento oportuno.
Esses investimentos permitiram a compra de quatro
equipamentos: um forno para altas temperaturas (de até 1600 graus), usado
para testes que requerem altas temperaturas sintetização e outras aplicações
– somente a Universidade de São Paulo (USP), a Federal de São Carlos
(UFSCar) e as Universidades Estaduais de Campinas (Unicamp) e de Maringá
(UEM) possuem um semelhante – ; de um forno Mufla (de até 1.200 graus)
indicado para diferentes processos de aquecimento realizados em indústrias e
laboratórios; uma máquina de produção de filmes finos, utilizada para
produção de material semelhante ao vidro lunar; além de uma capela de
exaustão que protege operadores de contato direto com produtos químicos em
análise.
Segundo a professora Zélia Ludwig, a partir da utilização
desses fornos de alta capacidade, o vidro sintetizado pela Missouri poderá
ser refundido e ter sua composição alterada, o que resultaria em diferentes
aproveitamentos. Uma possibilidade, seria a composição de um novo vidro para
utilização em blindagem de janelas.
De acordo com a professora, além da pesquisa encomendada
pela Agência Espacial Americana, o equipamento poderá ser utilizado em
estudos futuros acerca da fibra ótica. Ela ainda afirmou que o modo como a
plataforma lunar será desenvolvida e a sua previsão de conclusão ainda não
foram divulgados nesta primeira etapa do projeto. A probabilidade é que essa
fase inicial seja concluída em cinco anos: “Essa é uma questão que ainda não
foi avaliada pela Nasa, o que abre inúmeras possibilidades de pesquisa”.
A parceria entre a UFJF e a Missouri University deve ser
transformada em convênio pelos reitores a partir de 2010, o que deve
permitir o intercâmbio de professores e estudantes entre as instituições.
- Outras
informações: (32) 2102-3307 (Física).
* Informações da e
imagens da
UFJF/ACM
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Produção:
Pepe Chaves.
Leia outras matérias na
www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm
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