Telescópios
Nuvens de pó e gás: Observatório Herschel revela berçário de futuras estrelas Graças ao Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), podemos agora olhar para dentro destas nuvens e ver o que realmente está acontecendo.
Da Redação* 30/03/2016
O filamento azul é a parte mais fria da nuvem e contém 800 vezes a massa solar. O pó neste filamento tem uma temperatura de -259ºC. Leia também do Arquivo ASTROVIA: WFIRST: Olhos mais sensíveis para desvendar o universo Ondas gravitacionais: Descoberta deixa cientistas eufóricos Observatório de Itacuruba: uma obra inacabada Chile terá maior telescópio do mundo Portugal: Maior telescópio já está operante em Pampilhosa Da luneta de Galileu ao telescópio James Webb
Uma formação de novas estrelas está ocorrendo ao nosso redor. A Via Láctea está atada com nuvens de poeira e gás que poderão em breve se tornar um berçário para a próxima geração de estrelas. Graças ao Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), podemos agora olhar para dentro destas nuvens e ver o que realmente está acontecendo.
Pode parecer irônico, mas ao procurar por locais para a futura formação de estrelas, os astrônomos olhem para os pontos mais frios da Via Láctea. Isto porque, antes que as estrelas inflamem, o gás que irá formar seu volume deve se resfriar bastante. Para tanto, as nuvens de poeira e gás devem estar frias e lentas, de modo que não poderão resistir à gravidade.
Observados em telescópios ópticos comuns estes detalhes aparecem completamente escuros, mas a poeira se revela quando observada em comprimentos de onda do infravermelho.
Uma das surpresas é que as partes mais frias dos filamentos que formam uma nuvem se estendem através das partes mais quentes dessa nuvem. Em uma imagem registrada é possível ver um filamento de nuvem fria, conhecido pelos astrônomos como G82.65-2.00 [veja acima]. O filamento azul é a parte mais fria da nuvem e contém 800 vezes a massa solar. O pó neste filamento tem uma temperatura de -259ºC. A esta temperatura baixa, se o filamento contém massa suficiente, é provável que deva se colapsar em estrelas.
Esta imagem acima está codificada por cores de modo que a do maior comprimento de onda infravermelho corresponde à região mais fria, mostrada em azul, e a onda de comprimento mais curto, correspondente ao pó e ligeiramente mais quente é mostrada em vermelho.
O campo de visão dessa observação é um pouco mais largo que duas vezes a lua cheia. Esta é uma das 116 regiões do espaço observadas pelo Observatório Espacial, como parte do Galactic Cold Cores Project (Projeto Galáctico para Cores Frias). Os locais de pesquisa foram escolhidos pelo mapeador de microondas Planck, da ESA. Cada área cósmica escolhida integra regiões da galáxia que possuem pó extremamente frio.
* Com informações da ESA, e tradução de Pepe Chaves para Via Fanzine.
- Imagem: ESA / Herschel / SPIRE / M. Juvela (U. Helsínquia, Finlândia).
Leia também do Arquivo ASTROVIA: WFIRST: Olhos mais sensíveis para desvendar o universo Ondas gravitacionais: Descoberta deixa cientistas eufóricos Observatório de Itacuruba: uma obra inacabada Chile terá maior telescópio do mundo Portugal: Maior telescópio já está operante em Pampilhosa Da luneta de Galileu ao telescópio James Webb Observatório de NEOs será montado em Itacuruba-PE
Leia outras matérias na www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm ©Copyright, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.
|