Telescópios
WFIRST: Olhos mais sensíveis para desvendar o universo NASA apresenta o mais amplo conjunto de olhos eletrônicos sobre o universo: o revolucionário telescópio espacial Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST).
Por Pepe Chaves De Belo Horizonte-MG Para Via Fanzine 22/02/2016
WFIRST, o telescópio infravermelho é mostrado aqui numa reconstituição artística da NASA. Leia também do Arquivo ASTROVIA: Observatório de Itacuruba: uma obra inacabada Chile terá maior telescópio do mundo Portugal: Maior telescópio já está operante em Pampilhosa Da luneta de Galileu ao telescópio James Webb
Possibilidades que superaram
Ainda vai demorar aproximadamente 10 anos para ser lançado, mas a NASA anunciou na última semana sobre a implantação de um novo telescópio espacial orbital, com a mesma qualidade de imagem, mas com uma expansão em 100 vezes a atual potência de monitoramento do Telescópio Espacial Hubble (NASA/ESA).
Os sonhos de desbravar o espaço sideral e conhecer mais dos corpos e objetos celestes que se encontram muito além de nossa galáxia é um sonho antigo, mas antes disso, um motivo de incalculável curiosidade para espécie humana. E após vários anos de pesquisas e estudos, a NASA, anuncia o seu novo telescópio espacial, o Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST), dando o pontapé formal a uma missão astrofísica para desbravar alguns dos longínquos segredos do universo.
O telescópio espacial WFIRST da NASA estará equipado com instrumentos capazes de fornecer aos astrônomos imagens de altíssima qualidade (no padrão Hubble), cobrindo enormes áreas dos céus e permitindo assim, a realização de vários estudos sobre a evolução cósmica.
De acordo com a agência espacial americana, o WFIRST possuirá um alcance 100 vezes superior ao telescópio espacial Hubble da NASA, e deverá auxiliar os pesquisadores a desvendar as chamadas energia escura e matéria escura, além de poder explorar alguns passos da evolução cósmica.
E para o bem geral dos exploradores cósmicos, na última semana, o Conselho de Gestão da NASA, que avalia o conteúdo, gestão de risco e desempenho dos programas e projetos da agência, tomou a decisão de avançar com essa missão.
Em busca de exoplanetas
Através desse telescópio espacial, os cientistas esperam colher avanços substanciais na pesquisa de novos mundos além do nosso sistema solar e assim, avançar na busca por orbes que poderiam ser adequados à vida nos moldes conhecidos na Terra.
John Grunsfeld, astronauta e administrador associado para a Diretoria de Missões Científicas da NASA, na sede em Washington, declarou que, "O WFIRST tem o potencial de abrir os nossos olhos para as maravilhas do universo, da mesma maneira que o Hubble. Esta missão combina de forma única, a capacidade de descobrir e caracterizar planetas além do nosso sistema solar, com a sensibilidade e a ótica de um olhar amplo e profundo para o universo. E a cada busca, vai procurar desvendar os mistérios da energia escura e da matéria escura no universo".
O telescópio espacial estará equipado com instrumentos de ponta, como o Wide Field para realizar pesquisas e o Coronagraph, um instrumento especialmente projetado para bloquear o brilho individual de estrelas e revelar a luz fraca dos planetas que orbitam em torno delas. Ao bloquear a luz da estrela hospedeira, o instrumento Coronagraph permitirá medições detalhadas da composição química das atmosferas planetárias. Comparando estes dados através de muitos outros mundos já pesquisados permitirá aos cientistas compreender melhor a origem e a física de distintas atmosferas, além da busca por sinais químicos de ambientes adequados à vida.
Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA, em Washington, declarou, "O WFIRST será projetado para tratar de áreas das ciências identificadas como prioridades por parte da comunidade astronômica. O telescópio WFIRST terá capacidade de capturar uma única imagem com a profundidade e a qualidade do Hubble, mas cobrindo uma área 100 vezes maior. O Coronagraph trará à tona uma ciência revolucionária, capturando imagens diretas de mundos gasosos distantes e das super-Terras", disse o cientista.
Mas, o WFIRST será o próximo grande observatório de astrofísica da agência, somente após o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, previsto para 2018, e que também deverá trazer grandes avanços às pesquisas. Ao iniciar seus trabalhos, o telescópio observatório WFIRST irá analisar imensas regiões sob a luz infravermelha, buscando responder a perguntas fundamentais acerca da estrutura e evolução do universo, além de expandir o nosso conhecimento sobre exoplanetas - planetas situados além do nosso sistema solar.
A sensibilidade e ampla visão do telescópio permitirá uma minuciosa busca por exoplanetas em grande escala, monitorando o brilho de milhões de estrelas na saturada região central de nossa galáxia. Provavelmente, essa pesquisa deverá render a descoberta de milhares de novos exoplanetas, semelhantes em tamanho e distância de uma estrela-mãe, como ocorre no nosso próprio sistema solar. O WFIRST estará complementando o trabalho iniciado pela missão Kepler, da NASA.
"Esta missão deverá analisar o universo para encontrar os objetos mais interessantes já avistados lá fora", disse Neil Gehrels, cientista da NASA para o WFIRST, em Maryland (EUA).
Energia escura e matéria escura
Empregando múltiplas técnicas, os astrônomos também usufruirão do WFIRST para acompanhar como a energia escura e a matéria escura afeta a evolução do nosso universo. Sabe-se que a energia escura é uma pressão misteriosa que está acelerando a expansão do universo. Já a matéria escura, acredita-se que se trata de um material invisível, mas que compõe a maior parte da matéria reunida em nosso universo, a qual não foi devidamente compreendida à luz da nossa ciência.
Ao medir as distâncias de milhares de supernovas, os astrônomos poderão mapear, em detalhes, o aumento da expansão cósmica com o passar do tempo. O WFIRST também poderá medir com precisão as formas, posições e distâncias de milhões de galáxias para controlar a distribuição e o crescimento das estruturas cósmicas, incluindo os aglomerados de galáxias e a matéria escura que os acompanham.
"Além de suas capacidades excitantes para a pesquisa da energia escura e dos exoplanetas, o WFIRST irá fornecer um tesouro de dados requintados para todos os astrônomos. Esta missão deverá analisar o universo para encontrar os objetos mais interessantes já avistados lá fora", disse Neil Gehrels, cientista da NASA para o WFIRST, no Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland (EUA).
Doze equipes para investigação científica foram recentemente selecionadas pela NASA para trabalhar na otimização de retornos à missão. Olivier Doré, do JPL, comanda uma dessas equipes. Seu grupo irá se focar em cosmologia e nos melhores métodos para que o WFIRST possa medir e testar a natureza da energia escura.
O lançamento do WFIRST está previsto para meados da década de 2020, aproximadamente, daqui há 10 anos. O telescópio espacial começará a operar depois de viajar pelo espaço até um ponto de equilíbrio gravitacional conhecido como Terra-Sol L2, localizado a aproximadamente 600 mil quilômetros da Terra, e em direção frontal ao sol.
Esta missão da NASA é coordenada pelo Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, Maryland, com participação do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA em Pasadena, Califórnia.
O Centro de Processamento e Análise de Infravermelho (IPAC) do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, irá compartilhar atividades dos centros de ciência com o Space Telescope Science Institute, em Baltimore, sob a liderança do Goddard Space Flight Center.
Portando, se por uma lado pode demorar ainda uma década para este projeto entrar na prática, mas é certo que os olhos humanos em breve estarão deslumbrando misteriosos aglomerados, repletos de possibilidades. E tocaremos estes distantes diamantes cósmicos com os nossos olhos, sem sequer tirarmos os nossos pés do chão.
* Com informações da NASA/JPL (EUA), com tradução do autor para Via Fanzine. 19/02/2016
- Imagem: NASA/JPL.
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