Missão espacial da NASA
Parker Solar Probe: Missão espacial tocará o Sol NASA comemora o lançamento da missão Parker Solar Probe, a primeira da humanidade que deverá estudar uma estrela de perto para entender suas influências sobre a vida em nosso planeta: o nosso Sol.
Da Redação* 13/08/2018
O foguete Delta Launch Alliance da United Launch Alliance lançou a Sonda Parker Solar (NASA) para “tocar o Sol”, no domingo, 12 de agosto de 2018, do Complexo de Lançamento 37 na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Leia também no Arquivo ASTROvia: Japoneses e europeus rumo a Mercúrio Sonda orbitadora vê Curiosity em Marte Curiosity desceu em Marte com tranquilidade Curiosity: fogos de artifício riscam os céus de Marte Nasa lança novo jipe robô Curiosity a Marte Curiosity, o sucessor dos robôs marcianos
Cutucando o Sol
Povos antigos de todas as partes do planeta que reverenciavam o Sol como um deus, jamais imaginariam que um dia o homem pudesse enviar um instrumento criado para “tocar” o astro-rei. Esta é a pretensão da Parker Solar Probe, a primeira missão da humanidade em uma parte da atmosfera solar chamada de corona. Assim, esta sonda espacial lançada pela agência espacial do governo americano irá explorar diretamente os processos solares que são fundamentais para entendermos e prevermos eventos climáticos espaciais que podem afetar a vida na Terra.
Horas antes do surgimento do Sol (a estrela que estudará de perto), o Parker Solar Probe foi lançado da Flórida, no domingo, 12/08, iniciando sua jornada solar em uma missão histórica. A espaçonave transmitirá suas primeiras observações científicas a partir de dezembro, ampliando a nossa compreensão sobre a estrela que possibilita a vida em nosso planeta.
Aproximadamente do tamanho de um carro pequeno, a espaçonave decolou a bordo de um foguete Delta Launch Alliance, produzido pela United Launch Alliance. O lançamento ocorreu no Space Launch Complex-37, na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, Flórida, EUA. Às 5h33 (local), o gerente de operações da missão relatou que a espaçonave estava saudável e operando normalmente.
As descobertas da missão ajudarão os pesquisadores a melhorar suas previsões sobre os eventos climáticos espaciais, que têm o potencial de danificar satélites e prejudicar astronautas em órbita, bem como interromper as comunicações de rádio e, em sua maioria, sobrecarregar as redes elétricas.
"Esta missão marca verdadeiramente a primeira visita da humanidade a uma estrela, que terá implicações não apenas aqui na Terra, mas também para entender melhor o nosso universo. Estamos realizando algo que décadas atrás estava apenas no campo da ficção científica", afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas da NASA.
Durante a primeira semana de sua jornada, a espaçonave implantará sua antena de alto ganho e seu “boom” de magnetômetro. Também executará a primeira de duas implementações de suas antenas para campo elétrico. O teste de instrumentos começará no início de setembro e estenderá por aproximadamente quatro semanas, após o qual a Parker Solar Probe poderá iniciar suas operações científicas.
Missão agrega seis décadas de trabalho
"O lançamento [da sonda Parker] foi o culminar de seis décadas de estudos científicos e milhões de horas de esforço. Agora, a Parker Solar Probe está operando normalmente e a caminho de iniciar uma missão de sete anos de ciência extrema", declarou o gerente de projeto Andy Driesman, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL) em Laurel, Maryland.
Nos próximos dois meses, a Parker Solar Probe voará em direção ao planeta Vênus, utilizando sua primeira assistência à gravidade venusiana no início de outubro - numa manobra um pouco parecida com um freio de mão - que girará a espaçonave ao redor do planeta, usando a gravidade de Vênus para reduzir a órbita da espaçonave em torno do Sol. Este primeiro sobrevoo no início de novembro colocará a Parker Solar Probe em seu posicionamento para voar a 24 milhões de quilômetros do Sol dentro da ardente atmosfera solar, conhecida como corona. Assim, a Parker estará mais perto do Sol que qualquer coisa que a humanidade já tenha enviado antes em sua direção.
Ao longo de sua missão de sete anos, a Parker Solar Probe fará mais seis sobrevoos em Vênus e 24 passadas totais pelo Sol, viajando cada vez mais perto do Sol até que se aproximar a 6,1 milhões de quilômetros. Neste ponto, a sonda deverá se mover a aproximadamente 692 mil quilômetros por hora, estabelecendo o recorde para o objeto de movimento mais rápido feito pela humanidade.
Perguntas incessantes
A Sonda Solar da Parker vai mirar a corona buscando resolver os mistérios fundamentais de longa data acerca do nosso Sol. Qual é o segredo da corona escaldante, que é mais de 300 vezes mais quente que a superfície do Sol, que se localiza a milhares de quilômetros abaixo? O que impulsiona o vento solar supersônico, esse fluxo constante de material solar que sopra por todo o sistema solar? E finalmente, o que acelera as partículas energéticas solares, que podem atingir velocidades de até mais da metade da velocidade da luz quando se afastam do Sol?
Os cientistas têm procurado essas respostas há mais de 60 anos, mas a investigação exige o envio de uma sonda através do calor implacável da corona. Hoje, isso é finalmente possível com os avanços da engenharia térmica que podem proteger a missão nessa ousada jornada.
“Explorar a corona do Sol com uma espaçonave tem sido um dos desafios mais difíceis para a exploração espacial. Finalmente poderemos responder a perguntas sobre a corona e o vento solar levantadas por Gene Parker em 1958 - usando uma espaçonave que leva seu nome - e mal posso esperar pelas descobertas que faremos. A ciência será notável”, disse Nicola Fox, cientista do projeto na APL.
Instrumentação a bordo
A Sonda Solar da Parker possui quatro conjuntos de instrumentos projetados para estudar campos magnéticos, partículas de plasma e energéticas e capturar imagens do vento solar. A Universidade da Califórnia, Berkeley, o Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA em Washington, a Universidade de Michigan em Ann Arbor e a Universidade de Princeton em Nova Jersey participam dessas investigações.
A Sonda Solar da Parker é parte do programa Living with a Star, da NASA, para explorar aspectos do sistema Sol-Terra que afetam diretamente a vida e a sociedade terrestres. O programa Living with a Star é administrado pelo Centro de Voos Espaciais Goddard da agência espacial em Greenbelt, Maryland, para o Diretório de Missões Científicas da NASA em Washington.
A APL projetou, construiu e opera a espaçonave. A missão tem o nome de Eugene Parker, o físico que primeiro teorizou a existência do vento solar, em 1958. É a primeira missão da NASA a ser nomeada por um pesquisador vivo.
Do Complexo Espacial de Cabo Canaveral, o astrofísico americano Eugene Parker assistiu ao lançamento da missão que leva o seu nome.
Primeira homenagem a um cientista vivo
O renomado astrofísico americano Eugene Parker – que empresta seu nome à esta missão - assistiu ao lançamento da espaçonave Parker Solar Probe, da NASA, em 12 de agosto de 2018. Ele esteve presente no início da manhã de 12 de agosto de 2018, no Complexo de Lançamento 37 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida.
Parker foi o primeiro cientista a teorizar sobre as influências do vento solar sobre o clima espacial terrestre. Eugene Parker também se torna a primeira personalidade em vida a receber o nome de uma missão da NASA em sua homenagem. Em suma, mais que uma homenagem espacial, esta missão solar se torna a concretização de um sonho para o consagrado cientista, bem como para toda a equipe envolvida nesse ambicioso projeto.
* Com informações de NASA.
- Imagens: Glenn Benson e Bill Ingalls / NASA.
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