Agência Espacial Brasileira - AEB
Clique aqui para ler outras notícias da AEB.
Publicação: Revista 'Espaço Brasileiro', da AEB lança seu nº 11* Destaque para uma reportagem sobre um sistema de rastreio ótico em desenvolvimento pela Omnisys Engenharia, de São Bernardo do Campo.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu website a décima edição da revista institucional "Espaço Brasileiro", referente ao trimestre de de abril, maio e junho de 2011.
O número tem como matéria de capa uma reportagem sobre os 50 anos do Programa Espacial Brasileiro, além de entrevista com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, desenvolvimentos tecnológicos do DCTA e IAE, e outros textos.
Destaque para uma reportagem sobre um sistema de rastreio ótico em desenvolvimento pela Omnisys Engenharia, de São Bernardo do Campo (SP), para acompanhamento de missões no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
Para acessar a revista, disponível em arquivo PDF (cerca de 35 megabytes), clique aqui.
* Informações do blog Panorama Espacial.
* * *
Nomeação: Monserrat assume a Cooperação Internacional da AEB Ele é especialista em direito espacial; vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA) e detém um vasto currículo na área espacial.
José Monserrat Filho
A Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB) tem novo titular. É o professor José Monserrat Filho que, nos últimos três anos, dirigiu a Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), durante a gestão do Ministro Sergio Rezende. Ele sucede o Embaixador Carlos Campelo que ocupou o cargo desde a fundação da AEB, há 17 anos.
Monserrat é especialista em direito espacial; vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), onde coordena o Núcleo de Estudos de Direito Espacial; membro da diretoria do Instituto Internacional de Direito Espacial, com sede em Amsterdam (Holanda), membro da Academia Internacional de Astronáutica, bem como do Comitê de Direito Espacial da International Law Association (ILA). Desde 1997, integra a delegação oficial do Brasil que participa das reuniões anuais do Subcomitê Jurídico do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (COPUOS), com sede em Viena, Áustria. É autor, entre outros, do livro “Direito e Política na Era Espacial – Podemos ser mais justos no espaço do que na Terra?” (2007) e de vários artigos sobre temas de direito espacial.
Como jornalista, foi diretor da revista “Ciência Hoje” e editor do “Jornal da Ciência” e do “JC e-mail”, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Em 1993, recebeu o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, do CNPq.
* Informações da Agência Espacial Brasileira (AEB). - Foto: SBDA.
- Tópicos relacionados: Exclusivo: A AEB de Dilma e Mercadante Monserrat assume a Cooperação Internacional da AEB Revista denuncia 'lobista espacial' na AEB Pedra fumegante se precipita sobre uma praia Outras matérias do portal ASTROvia
- Produção: Pepe Chaves ©Copyright,2004-2011, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.
* * *
Ciência e tecnologia: Área Espacial terá mais pesquisadores, diz ministro* O ministério, segundo Mercadante, quer trazer de volta pesquisadores que hoje trabalham fora do país.
Ministro Aloizio Mercadante.
Com foco em inovação, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem que pretende fortalecer o setor aeroespacial brasileiro por meio de boas propostas e muita motivação. Em seu primeiro compromisso oficial como ministro, Mercadante esteve ontem no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, e afirmou que o instituto terá importância estratégica em sua gestão, especialmente pelos programas que desenvolve nas áreas de monitoramento de florestas, mudanças climáticas, previsão de tempo e desenvolvimento de satélites.
Mercadante ressaltou que vai procurar uma solução para o problema do déficit de especialistas na área espacial, com a contratação de novos pesquisadores. "A geração dos 50 e 60 anos já representa quase dois terços do pessoal que trabalha hoje no INPE e no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e o Estado precisa preservar as suas funções de excelência."
O ministro comentou que, nos últimos dois anos, os pesquisadores do INPE e do DCTA tiveram reajuste salarial importante - 92%, em média -, mas lembrou que o índice ainda está defasado em relação ao mercado de trabalho, que está aquecido.
O ministério, segundo Mercadante, quer trazer de volta pesquisadores que hoje trabalham fora do país. Só em universidades americanas de primeiro nível, segundo o ministro, trabalham hoje cerca de 3 mil professores brasileiros.
"Precisamos criar uma rede para que esses profissionais se relacionem com o Brasil e possam participar de projetos no nosso país, e também abrir uma porta para os que quiserem voltar, além de incentivar a vinda de pesquisadores estrangeiros de alto nível para trabalhar em nossas universidades e institutos de pesquisa", disse.
Mercadante comentou que ainda é prematuro falar em mudanças estratégicas no programa espacial brasileiro. "Temos de avaliar com profundidade o que nós vamos fazer e a idéia é elaborar um diagnóstico bem rigoroso para construir uma estratégia que seja consistente e duradoura."
Qualquer alteração no âmbito das empresas do ministério (ACS, NUCLEPE SIBRATEC), segundo ele, só será feita a partir de uma avaliação rigorosa da atual equipe recém-indicada para trabalhar no ministério. "O critério vai ser competência técnica e excelência. Isso aqui é política de Estado e nós vamos tratar todas essas instituições com esse perfil. A presidente me deu total liberdade para fazer isso."
Na área de lançadores de satélites, o ministro disse que o objetivo é continuar e avançar. No dia 21, Mercadante voltará a São José dos Campos para conhecer de perto os principais projetos do Brasil nessa área e programou uma visita ao DCTA. O ministro será recebido pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.
Mercadante disse que considera indispensável o investimento em satélites que fazem o monitoramento climático e dão apoio à previsão de safra. "A economia satelital representa hoje US$ 206 bilhões por ano. Portanto, é um setor de grande disputa estratégica, de alto valor agregado e que também permite desenvolvimento de inovação em muitas outras áreas da economia", afirmou.
* Informações de Valor Econômico / Brazilian Space. - Foto: divulgação.
* * *
Centro de Lançamento de Alcântara: IAE adquire Mini Sodar para o Centro de Alcântara* O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ponto focal do trabalho, deverá receber o equipamento em 2011.
A Divisão de Ciências Atmosféricas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) (IAE/ACA) adquiriu, recentemente, o equipamento denominado Mini Sodar, para a realização dos experimentos do projeto “Perfil do Vento no Centro de Lançamento de Alcântara”, apoiado financeiramente através do Programa de Tecnologia Espaciais (Ação 6704).
O Mini Sodar, único no Brasil e o segundo da América Latina, permanecerá instalado em frente à ACA por mais dez dias para o aprendizado de seu funcionamento, quando deverá ser transferido para o Aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, de São José dos Campos, local onde pesquisadores e técnicos do IAE iniciarão a fase experimental de coleta de dados.
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ponto focal do trabalho, deverá receber o equipamento em 2011, quando itens necessários para a determinação da trajetória de foguetes serão calculados, tornando mais seguros os lançamentos dos veículos espaciais. Medidas do perfil de vento também estão previstas na Usina Coronel Abner, ainda este ano.
Utilizando uma nova técnica de sensoriamento remoto para os estudos da camada limite atmosférica, o Mini Sodar envia pulsos sonoros para uma altura de até 200 metros (baixa atmosfera), recebendo dela ondas sonoras modificadas de acordo com suas propriedades. A partir destas informações determina-se a velocidade e direção do vento em intervalos de 10 m até a altura máxima de 200 m.
Os dados coletados servirão para a determinação do perfil vertical da velocidade e direção do vento, informações também obtidas a partir de torres anemométricas. No caso de Alcântara, os estudos permitirão, inclusive, o acréscimo de informações à torre de 70 metros instalada no local.
O equipamento capaz de realizar medições em baixa atmosfera usando técnicas de sensoriamento remoto é também utilizado pela Nasa, para o apoio aos lançamentos no Kennedy Space Center (Centro de Lançamento do Cabo Canaveral), tal como o ônibus espacial americano (veículo Space Shutlle).
O Mini Sodar passou a ser conhecido pelos brasileiros a partir da participação do Dr. Gilberto Fisch, pesquisador da ACA, no congresso científico Isars (International Symposium for the Advancement of Boundary Layer Remote Sensing), realizado na Dinamarca em 2008. A missão, realizada com recursos financeiros provenientes do programa de Pesquisa e Desenvolvimento na área de Espaço, permitiu, além da aquisição do equipamento pela CAB-W, a assimilação do novo conhecimento para a transmissão aos técnicos brasileiros para uso no CLA.
O projeto de Infraestrutura e Capacitação, submetido em 2008 junto com pesquisadores da Divisão de Aerodinâmica (ALA), também viabilizará, para o próximo ano, a realização de simulações de escoamento atmosférico em túnel de vento para o auxílio às atividades no CLA. Já ocorreu, inclusive, a modernização de suas instalações e equipamentos (aquisição de sistema PIV). Dentro deste programa, enquanto a ACA estará encarregada das medidas em campo no Centro de Lançamento de Alcântara e o grupo, coordenado pela Dra. Ana Cristina Avelar (ALA), realizará as simulações em túnel.
Os resultados, analisados de forma integrada pela ACA e ALA, garantirão maior segurança aos lançamentos dos veículos espaciais, principalmente a dos foguetes de sondagem, onde a influência dos ventos é bastante significativa.
É o IAE trabalhando para oferecer a inovação necessária para o desenvolvimento aeroespacial brasileiro, na área de aerodinâmica e de ciências atmosféricas, setores tão necessários em nossos tempos.
* Informações do IAE/DCTA.
* * *
Maranhão: Lançada pedra fundamental da ACS em Alcântara* A expectativa é que o primeiro voo, experimental, ocorra em fevereiro de 2012.
Projeto do novo centro de lançamentos.
Em cerimônia realizada hoje (09) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi lançada a pedra fundamental da infraestrutura de operação da Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa ucraniano-brasileira constituída em 2007 com o objetivo de explorar comercialmente o CLA. O blog esteve presente ao evento.
A cerimônia contou com diversas autoridades de alto nível, dentre as quais o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, os diretores-gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksander Serdyuk, o Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, e o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ailton dos Santos Pohlmann.
Roberto Amaral destacou que o projeto da ACS não é de uma única pessoa ou instituição, mas sim do País, e também agradeceu especialmente a Sérgio Rezende, que desde 2007 "tem sido o esteio fundamental para o projeto."
Amaral também anunciou que o contrato para as obras de engenharia será assinado na próxima segunda-feira, 13 de setembro, com prazo previsto para execução de cerca de 20 meses, iniciando-se ainda em 2010. De acordo com o apurado pelo blog, o consórcio a ser contratado tem como integrantes as construtoras Camargo Côrrea e Odebrecht. Atualmente, estão sendo realizadas atividades de supressão da vegetação do terreno que abrigará o complexo espacial do foguete ucraniano, uma área próxima de 500 hectares.
A expectativa é que o primeiro voo, experimental, ocorra em fevereiro de 2012. "Prometemos que a nossa empresa vai cumprir os prazos colocados pelos governos do Brasil e Ucrânia, e no início de 2012, os senhores serão todos testemunhas do lançamento do foguete Cyclone 4 a partir de terras brasileiras", afirmou em seu discurso Oleksander Serdyuk.
* Informações do blog Panorama Espacial. - Imagem: AEB.
* * *
Novo VLS: Brasil terá seu próprio foguete espacial em 2014, informa governo Propulsor servirá para colocar em órbita pequenos satélites.
Daqui a quatro anos o Brasil será capaz de lançar seu próprio foguete para colocar um satélite em órbita, informou ao G1 a Agência Espacial Brasileira (AEB). O propulsor será uma versão repaginada do VLS (Veículo Lançador de Satélite), da mesma família do foguete que explodiu em Alcântara (MA) em 2003, matando 21 pessoas.
“De 2003 para cá houve uma grande revisão do projeto do VLS”, conta o diretor de política espacial e investimentos estratégicos da AEB, Himilcon Carvalho.
O primeiro teste com o VLS-1, como é chamado o foguete, está previsto para 2012, informa Carvalho. Nessa fase, serão acionados apenas os dois primeiros estágios do propulsor, que ficam na parte inferior. Em 2013 se prevê um voo com a carga total, mas ainda experimental. “Em 2014 vamos poder colocar um satélite em órbita”, afirma.
* Informações de Iberê Thenório, para o G1, em São Paulo.
* * *
Natal: Barreira do Inferno lançará dois foguetes De acordo com o chefe da Divisão de Operações do CLBI, tenente coronel-aviador Ricardo Rangel, a partir de 2010 as atividades na Barreira de Inferno voltam com força total.
Por Gabriela Freire*
O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) em Natal-RN completa 44 anos de atividades e planeja, para os dias 20 e 21/10, dois lançamentos, dois anos após a última operação deste tipo. A operação responsável por lançar dois Foguetes de Treinamento Básico tem o objetivo de treinar os recursos humanos, operacionais e equipamentos do CLBI e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado em Alcântara (MA).
De acordo com o chefe da Divisão de Operações do CLBI, tenente coronel aviador Ricardo Rangel, a partir de 2010 as atividades na Barreira de Inferno voltam com força total. “A meta é desenvolver e capacitar as equipes. Só com isso poderemos nos preparar para lançamentos de veículos de grande porte”, disse. O CLBI espera que mais cinco lançamentos sejam realizados no CLBI, sendo um a cada dois meses, em média.
Esses eventos marcam o retorno das atividades da base em Natal, que passou por um período de cinco anos sem fazer lançamentos. O jejum só foi quebrado em 2007. “Essa paralisação foi resultado de corte de recursos e políticas de governos”, resumiu.
Além de lançamentos, o CLBI tem como função monitorar e rastrear veículos lançados no CLA e em outros centros de lançamento. “Em 2007 um veículo foi lançado no CLA e deu pane nos equipamentos. O experimento só foi salvo pela atividade de rastreamento realizada pelo CLBI, que gravou os seis minutos que o veículo esteve na microgravidade”, ressaltou o coordenador de Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Mauro Melo Dolinsky.
Vantagens
A escolha de Natal para sediar o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno seguiu requisitos como proximidade com o equador magnético, suporte logístico já existente, baixo índice pluviométrico, grande área de impacto (oceano) e condições de ventos predominantemente favoráveis. O centro levou esse nome devido às suas falésias avermelhadas. O inicio das atividades do CLBI, em 1965, ocorreu com o lançamento de um foguete de sondagem de fabricação norte-americana Nike Apache.
Atuando no lançamento de foguetes de sondagem e rastreio de engenhos espaciais, já foram realizados, no Centro, mais de 400 lançamentos, desde os pequenos foguetes de sondagem meteorológica do tipo Loki, até veículos de alta performance da classe Castor-Lance, de quatro estágios.
Programa
O investimento em atividades espaciais no Brasil trouxe benefícios dos mais diversos: pesquisas de novos medicamentos, materiais e equipamentos eletrônicos, cartografia com a utilização de satélite, imagens em tempo real da localização de queimadas e desmatamentos, e informações meteorológicas. Os foguetes são um pilar do programa espacial brasileiro, desde sua criação em 1961. Os foguetes que serão lançados de Natal vão levar experimentos em parcerias com universidades - inclusive a UFRN - e a Agência Espacial Brasileira a partir de 2010.
* Informações de http://www.aereo.jor.br/?p=14367.
* * *
Programa espacial que não sai do chão: Rabo de foguete na Agência Espacial Brasileira Brigas, influência política e gestão sem controle ameaçam projeto da base espacial de Alcântara.*
Roberto Amaral reconhece que o empreendimento não deslanchou. Mas afirma que a verba milionária foi gasta com pessoal, equipamentos e contratação de serviços.
Criada em parceria com a Ucrânia para fabricar no Brasil um lançador de foguetes, a Alcântara Cyclone Space (ACS) tem dois anos de vida, mas está a anos-luz de cumprir sua missão. Brigas internas, descontrole administrativo e loteamento político da companhia binacional ameaçam sabotar o projeto, segundo relatório confidencial elaborado por um órgão de inteligência do governo e obtido por ISTOÉ.
Até hoje a empresa não recebeu sequer o alvará de funcionamento. Mas, mesmo sem ter colocado um único foguete no espaço, já consumiu dos cofres públicos mais de R$ 87 milhões. Diretor-geral da Cyclone e presidente em exercício do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o ex-ministro Roberto Amaral reconhece que o empreendimento não deslanchou. Mas afirma que a verba milionária foi gasta com pessoal, equipamentos e contratação de serviços.
"Não existe aparelhamento político na Cyclone", nega Amaral. A afirmação, no entanto, não convence alguns parlamentares espantados com o custo e o desempenho da empresa. "É mais uma caixa-preta construída com dinheiro público", critica o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Um dos benefícios mais contestados é o auxílio moradia pago a alguns funcionários, entre eles a chefe de gabinete, Patrícia Patriota, filha do deputado Luiz Gonzaga Patriota (PSB-PE).
Patrícia recebe salário de R$ 14,1 mil e mais R$ 1,8 mil de auxílio moradia. "Nem todos recebem este benefício", diz Amaral. Os ucranianos também cometem desvios. Nataliya Lyzikova, que acaba de deixar a ACS, recebia R$ 10,7 mil como analista de marketing, mas ficava a maior parte do tempo na Ucrânia, usando um blackberry com linha de Brasília. "É um escândalo. Vou pedir uma auditoria especial ao TCU", diz o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE).
Apesar do caráter estratégico, a ACS foi instalada num edifício empresarial, dividindo o cabeamento de internet, telefone e energia elétrica com a Microsoft e outras multinacionais. Em outro exemplo de pouco-caso com o dinheiro público, a administração da ACS gastou cerca de R$ 500 mil com a locação de três carros por mais de um ano, num contrato que deveria ser emergencial.
Aceitou também uma cláusula draconiana no aluguel da sede, em Brasília, que prevê o pagamento de R$ 280 mil em caso de rescisão. A ACS enfrenta um dilema estratégico: o acordo de salvaguardas assinado em 2002 proíbe a modificação ou reprodução por parte do Brasil de "veículos de lançamento e dados técnicos", essência da transferência de tecnologia. Além disso, a Ucrânia tem tido dificuldade de conseguir da Rússia licenças para usar determinados equipamentos. Os prazos se encurtam e a tensão cresce, e o sonho de lançar um foguete de Alcântara até 2010 está indo para o espaço.
Socos e palavrões
Em reunião na Agência Espacial Brasileira (AEB), há duas semanas, Roberto Amaral quase saiu no tapa com o brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves, diretor de transporte espacial da AEB. Crítico da gestão de Amaral na Cyclone, Chaves defendeu um acordo com os quilombolas que vivem em Alcântara para evitar protestos contra futuros lançamentos. Amaral chamou o brigadeiro de "filho da p." e bateu com a mão na mesa. Em seguida, tentou atirar um copo d'água em Chaves, que, ao reagir, fez Amaral cair no chão. Mas quem caiu mesmo foi Chaves, já que o PSB de Amaral tem o domínio do Ministério da Ciência e Tecnologia [leia mais nessa página].
* Informações da Revista IstoÉ. - Foto: Portal Terra.
* * *
Brasília: Militar que discutiu com ex-ministro é demitido* A discussão entre o ex-ministro e o brigadeiro foi áspera.
O Palácio do Planalto acatou o pedido do presidente de honra do PSB, Roberto Amaral, e publicou no Diário Oficial de hoje a demissão do major brigadeiro da reserva Antonio Hugo Pereira Chaves, do cargo de diretor de Transporte Espacial de Licenciamento da Agência Espacial Brasileira.
Chaves se desentendeu com o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, e atual diretor-geral brasileiro da binacional Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral, durante reunião na semana passada, quando se discutia os atrasos do projeto de lançamento do primeiro foguete de teste da empresa, o Cyclone 4, previsto para dezembro do ano que vem.
A discussão entre o ex-ministro e o brigadeiro foi áspera [veja mais nessa página]. Chaves e Amaral chegaram a esmurrar a mesa, até que o diretor da Cyclone xingou verbalmente o major-brigadeiro que, irritado, jogou um copo de água em Amaral.
Esta é a segunda vitória de Amaral e do PSB nos últimos dias. No início da semana, o Diário Oficial também publicou o aumento de capital da empresa em R$ 140 milhões. O capital era de R$ 347 milhões e passou para R$ 486 milhões. Amaral não conseguiu ainda, no entanto, convencer a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a incluir as obras de construção da nova base de lançamento de Alcântara no Programa de Aceleração Econômica (PAC).
O projeto do lançamento do foguete está atrasado e o não início das obras de infraestrutura é um dos motivos deste adiamento do cronograma, que desencadeou parte das discussões entre o brigadeiro, que obteve PhD em engenharia espacial na França, e foi designado para o cargo pelos seus conhecimentos técnicos, e Amaral.
A Cyclone é uma empresa binacional que nasceu há menos de dois anos, criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia, para inserir os dois países no mercado mundial de lançamento de satélites, que movimenta, anualmente, mais de US$ 1 bilhão. No tratado firmado entre os dois países, cabe ao Brasil cuidar da infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e à Ucrânia, o desenvolvimento do foguete Cyclone-4. Até abril deste ano, a binacional já havia recebido US$ 72 milhões dos US$ 105 milhões previstos para serem repassados pelos dois países. O governo brasileiro investiu US$ 50 milhões, e o ucraniano, US$ 22 milhões.
* Informações da Agência Estado.
* * *
AEB: Barraco Aeroespacial na Agência Espacial Brasileira* Reunião para discutir lançamento de foguete acaba em briga entre ex-ministro de Ciência e Tecnologia e um major-brigadeiro da Agência Espacial Brasileira (AEB). Militar acabou exonerado da agência.
O que era para ser mais uma das 20 reuniões já realizadas pela cúpula Agência Espacial Brasileira (AEB) para discutir a questão espacial brasileira acabou em xingamentos e quase em agressão física na quarta-feira, 26/08. O resultado da confusão será o afastamento de um dos diretores da agência, cuja exoneração deve ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União (DOU). A confusão envolveu o diretor-geral brasileiro da Alcântara Cyclone Space (ACS), o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, e o então diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, major-brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves.
A reunião realizada no início da tarde na sede da AEB, no Setor Policial Sul, tinha como pauta alguns ajustes com relação ao lançamento do primeiro foguete da empresa, o Cyclone 4, previsto para dezembro do ano que vem. Durante a discussão, no entanto, Amaral teria cobrado alguns posicionamentos da agência. O ex-ministro e outro integrante da Cyclone foram interrompidos várias vezes pelo diretor Antonio Chaves, o que irritou Amaral. Chaves e Amaral chegaram a esmurrar a mesa, até que o diretor da Cyclone xingou verbalmente o major-brigadeiro que, irritado, jogou um copo de água em Amaral. Segundo um funcionário presente à reunião, a discussão só não terminou em pancadaria pela intervenção dos presentes. Fontes do setor afirmam que o major-brigadeiro Antonio Chaves foi demitido no mesmo dia. Já Amaral, com 70 anos de idade, acabou indo parar em um hospital no dia seguinte, apresentando quadro de pressão alta.
Procurado pelo Correio, Amaral confirmou por meio de sua assessoria a ocorrência do incidente. Ele destacou que as relações da AEB com a Cyclone são harmônicas e que ficarão “melhores ainda a partir de agora”. A agência, por sua vez, esclareceu em nota “no calor dos debates técnicos, houve um acirramento pontual de ânimos entre dois interlocutores, que, no entanto, não comprometeu as relações institucionais e nem os prazos de andamento do referido projeto”. A agência não informou quem substituirá o diretor exonerado.
Segunda empresa binacional do país, a ACS nasceu há menos de dois anos, criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia, para inserir os dois países no mercado mundial de lançamento de satélites, que movimenta, anualmente, mais de US$ 1 bilhão. No tratado firmado entre os dois países, cabe ao Brasil cuidar da infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e à Ucrânia, o desenvolvimento do foguete Cyclone-4. Até abril deste ano, a binacional já havia recebido US$ 72 milhões dos US$ 105 milhões previstos para serem repassados pelos dois países. O governo brasileiro investiu US$ 50 milhões, e o ucraniano, US$ 22 milhões.
A empresa publicou no último 14 de agosto os editais referentes às licitações das obras dos sítios de lançamentos do Cyclone 4. Outra etapa importante para a construção desses locais é a concessão da licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que já está em andamento.
Apesar dos objetivos em comum, fontes dão conta de que o relacionamento entre a AEB e a Cyclone não anda em seus melhores dias, como afirmou Amaral. A situação ficaria ainda mais complicada porque envolveria militares ligados à Aeronáutica. A rixa estaria no fato de a binacional permear um setor historicamente ligado ao comando da corporação. No entanto, o primeiro foguete só será lançado, agora, sob a administração da recém-criada binacional. Dois militares chegaram a trabalhar na Cyclone, mas foram demitidos.
Outro problema seria a forte influência política quando o assunto é o programa espacial brasileiro. Além de ser dirigida no Brasil por Amaral, vice-presidente nacional do PSB, a Alcântara Cyclone Space tem em seus quadros pessoas ligadas ao partido. A chefe de gabinete de Amaral é Patrícia Patriota, filha do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). Em uma outra reportagem, o Correio questionou Amaral sobre o fato. “Aqui, o critério é currículo. Ela é uma expert no setor”, disse o ex-ministro na ocasião.
* Informações do Correio Brasiliense. - Colaboraram: Vitório Peret (RJ) e J. Ildefonso P. de Souza (SP).
Clique aqui para ler outras notícias da AEB.
Leia outras matérias: www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm ©Copyright, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.
|