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 Ficção científica

 

 

Arthur C. Clarke:

2008, continua a odisseia de Clarke

O pensador se retira, mas suas idéias permanecem...

Por Márcio R. Mendes

De Dois Córregos-SP

Para Via Fanzine

 

  

 

 O personagem de “2001...”, chamado Star Child, sugerindo o passo seguinte da evolução humana

e Arthur C. Clarke em foto recente na biblioteca em sua residência no Sri Lanka.

 

UM GRANDE INGLÊS - No dia 18 de março de 2008, findou-se uma verdadeira “odisseia”: a vida do britânico Arthur C. Clarke, aos 90 anos de idade. Para muitos, este nome não tem significado, por desconhecerem a pessoa e sua vida, entretanto, cada cidadão em nosso planeta, de certa forma, se beneficiou com seus feitos. Uma afirmação que pode ser ousada, mas verdadeira, como veremos.

 

Nascido em 16 de dezembro de 1917, em Minehead, Somerset, Inglaterra, Arthur Charles Clarke era filho do carteiro Charles Clarke e de Mary Nora Willis. Ele acabou exercendo o mesmo ofício do pai, além de trabalhar também com telegrafia. A vida em família não foi fácil, pois o pai trouxera sequelas de envenenamento desde a 1ª Guerra Mundial e faleceu aos 43 anos, quando resolveram investir em uma pequena propriedade rural.

 

A falta de experiência com tal estilo de vida só trouxe dificuldades para todos. Foi neste ambiente, pouco propício, que Arthur começou a desenvolver gosto pela Ciência. Foi leitor ávido da rara publicação Astounding Stories, que o seduziu a sonhar com o “muito além” de sua realidade. Olhar as estrelas, construir rádios e pequenos foguetes constituía sua fuga da dura realidade.

 

Com esforço, Clarke conseguiu um serviço público e sua inclinação para Matemática o levou para as Ciências exatas, enquanto dividia com amigos, pequenos apartamentos. Ingressou na British Interplanetary Society e algum tempo depois, chegou a ser presidente e editor dessa entidade (sediada em sua própria residência). No entanto, é compreensível que não seriam levados à sério, pois o mais próximo que existia de veículo lançador, eram as bombas V-2, que eram incapazes de levar um artefato ao espaço - contrastando com os planos desse grupo de ousados sonhadores que falava abertamente em viagens que levassem o homem até a Lua e a outros planetas.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, Clarke envolveu-se com o esforço de guerra britânico, ajudando a desenvolver o radar, no mesmo tempo que seu interesse também se voltava para o aprimoramento de foguetes. Em 1951 ele publica Interplanetary Flight (Voo Interplanetário) e logo em seguida The Space Exploration (A exploração do espaço) com o qual ganhou algum dinheiro e abriu novos horizontes, especialmente, para palestrar nos meios acadêmicos.

 

A partir daqui, se tornou conhecida sua facilidade em convocar as ideias restritas aos meios científicos, que se aliaram às suas próprias idealizações e sua ousadia em prever um futuro promissor para a humanidade que, um dia seria também, uma civilização extraplanetária. Por sua originalidade, foi colocado entre as mentes mais destacadas da literatura científica, quer no ramo da ficção ou da não-ficção.

 

Arthur C. Clarke e sua obra-prima.

 

HUMANIDADE CÓSMICA - Entre centenas de livros editados, talvez, Clarke seja mais lembrado pela sua produção mais cult, que foi o clássico 2001, uma Odisseia no espaço. Na verdade este conto do gênero Sci-Fi teve seu início ou continuação a partir de um conto, A sentinela, baseado na idéia de que a humanidade teve sua evolução (senão seu início) a partir de outra raça que, no afã em conhecer o resultado de sua obra, teria deixado na Lua um “monitor” em formato monolítico. E após inúmeros encontros com o já consagrado cineasta Stanley Kubrick, surgiu a idéia de se levar às telas uma ficção científica que modificaria de vez os rumos desse gênero. As produções envolvendo monstros e heróis voadores e ou portadores de fantásticas armas de raios, dava lugar para a reflexão sobre nossas origens, evolução e destino como espécie.

 

Conforme publicado pela versão nacional da conceituada revista de divulgação científica, Scientific American, “Ele criou uma metafísica em que a humanidade só tem sentido em escala cósmica”.

 

Alguns anos depois, quando já havia saído da mídia e era bem menos conhecido que nos tempos de sucesso de “2001...”, publicou um outro livro, Mundos perdidos de 2001, em que relata detalhes de como “2001...”, livro e filme, foram criados. Li esta obra ainda adolescente e, desde então, nunca mais deixei de ler seus livros, à medida em que eram publicados e ou traduzidos.

 

Há passagens interessantes, como as filmagens dos símios que sugerem a “aurora do Homem”. Atores vestindo fantasias foram filmados em um parque nos EUA e quando as cenas foram dadas como concluídas, alguém, por sorte, notou a longínqua trilha de um jato comercial contrastando com o céu azul sobre as tribos de primatas... Além de citar muitos detalhes de como fazer as trucagens vistas no filme (por Douglas Trumbull), numa época em que computação gráfica ainda era a própria ficção científica. Havia a curiosa “apreensão” dos produtores em lançar a ideia de que a Lua era (como se imaginava) um corpo morto.

 

Coincidentemente, a chegada do Homem à Lua estava para acontecer nos meses seguintes ao lançamento do filme e, por incrível que pareça, havia um certo “temor” em descobri-la habitada, o que reduziria o realismo pretendido do filme que se tornou um clássico. O mais curioso é que chegaram a fazer um seguro milionário para o filme, caso a Apollo 11 proporcionasse essa “tragédia”.

 

Enfim, “2001...”, não é um filme de fácil interpretação, muito menos de fácil compreensão. O crítico Rodrigo Cunha, escreveu “O 2001...’ é feito para neurônios e não para testículos” e logo completa “e não pense que esta é uma frase preconceituosa, pois ‘2001... é isso mesmo, um desafio à sua mente. É um filme de questionamentos e não de respostas”.

 

Clarke com traje típico do Sri Lanka e algo que ajudou a conceber: a comunicação via satélite, nos anos 40. No detalhe acima,

em entrevista à BBC de Londres no início de sua carreira.

 

CONTATO SIDERAL - Algumas ideias sobre a forma em que se dará o primeiro contato entre a raça humana e uma outra, extraterrestre, que possa estar em sintonia com a esta, são uma constante em seus livros. Uma delas, ambiguamente coerente e desconcertante, propõe que tão grandioso acontecimento seja inteiramente casual.

 

Neste conto, no espaço profundo, uma enorme frota de naves extraterrestres passa ao largo do Sistema Solar, sendo impossível sua observação a partir de qualquer meio disponível por nós, entretanto, está ao alcance da comunicação.

 

Feito contato, ficou evidente o desinteresse daqueles “passageiros” por nossa civilização, sugerido, em face ao obscuro objetivo desses extraterrestres. Contudo, amenizando o desprezo por nossa civilização, depois de árduos esforços de ambas as inteligências em se fazerem entender, através de suas comunicações, concordam elas em estabelecer uma troca de conhecimentos, a título de intercâmbio.

 

E assim, antes que a comunicação se torne difícil - sempre respeitando os limites da velocidade da luz no Universo - ocorreu o envio de “pacotes” de conhecimentos em diversas áreas, seguidos, é claro, de algumas perguntas e considerações. Uma delas deixou a humanidade desconcertada, pois os alienígenas questionam qual a diferença entre o que chamamos de “ensinamentos de Santo Agostinho” e uma apresentação de um grupo intitulado “Beatles”...

 

Muitas idéias estão embutidas em "2001...", mas, talvez a sugestão maior esteja aqui: o descompasso entre a evolução tecnológica e a evolução moral da Espécie Humana. Trocando em miúdos, a evolução tecnológica só terá sucesso se vier acompanhada de respectiva evolução moral. Contudo, para quem ainda não formulou uma idéia sobre os conteúdos abordados, é altamente recomendada uma visita ao www.kubrick2001.com, onde uma “explicata” com desenhos, acompanhada de trilha sonora bastante adequada, facilita a percepção de nuances, tão magistralmente construída por Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke. Você será levado à página onde a aeromoça do transbordador futurista da Pan-An, oferecerá a escolha do idioma. Depois disso, você certamente se sentirá compelido a refletir ou rever o filme com outros olhos.

  

Apesar de “2001...” ser um marco e uma fonte inesgotável de discussões, além de ter produzido continuações como “2010”, “2061” e “3001”, outras obras de Arthur C. Clarke, esperam pela atenção de algum diretor/produtor, pois a mente desse autor viaja para muito além de suas próprias criações.

 

Para o pesar de todos os seus fãs, Arthur C. Clarke em seu leito

de morte: estranha semelhança com a sua personagem do final

de “2001...” (acima) que, ao falecer, sua essência retorna

com o recém-nascido Star Child.

 

O FUTURO DA OBRA - Além de “2001...”, meus favoritos são, “Fim da Infância” e “Encontro com Rama”. Estes dois títulos, se transportados ao Cinema, certamente poderão proporcionar outros Universos tão ricos ou mais que “2001...”. Enquanto “2001...” é extremamente sutil ao propor que não estamos sozinhos, os outros dois são bem mais explícitos e diretos, colocando em evidência e em cheque valores sociais atualíssimos: choque de culturas, religiosidade, destino; tudo permeado pelo alcance da tecnologia alienígena, seguramente e indeterminadamente mais avançada.

 

Arriscaria aqui o palpite de que levaria novamente o gênero Sci-Fi, de volta às reflexões, pois o filão do “suspense/terror” e do “space-opera” parecem ter dominado novamente o mercado.

 

Os feitos de Arthur C. Clarke, certamente, não se restringem ao mundo da ficção científica. Nosso mundo já foi chamado de “aldeia global”, depois que as distâncias foram reduzidas pela comunicação instantânea, via satélite.

 

Além da comunicação em si, o monitoramento das condições meteorológicas e sensoriamento remoto dependeram da colocação de satélites em órbitas específicas para esse fim, ou seja, foram posicionados de forma que estejam “estacionários” sobre um ponto da superfície terrestre, ao mesmo tempo em que giram ao redor da Terra.

 

Tal condição é obtida, fazendo com que o satélite gire em torno do planeta de tal forma que, combinando distância e velocidade, consiga manter-se sobre um mesmo ponto. Tal órbita, bem como suas aplicações foram primeiramente propostas por Clarke, muitos anos antes do primeiro satélite contornar a Terra. Portanto, de forma merecida, essas órbitas passaram a ser chamadas de “órbitas de Clarke”.

 

Um número considerável de obras não–ficção, em geral abordando assuntos da exploração do espaço e dos oceanos, compõe uma invejável bibliografia e sempre destaca Clarke como um dos maiores pensadores contemporâneos. Em edição especial da Scientific American (nacional), sobre sua vida e obra, Clarke é apresentado como um “Homem da Lei”. Justificando aqui o título recebido da Scientific American.

 

Também merecidas foram as inúmeras referências e homenagens, que vão desde as mais tradicionais às mais exóticas, como aquela em que seu nome foi atribuído a um dinossauro da espécie Serendipaceratops Arthurcclarkei, cujo fóssil foi descoberto em 1994, na Austrália, por Tom Rich e Patrícia Vickers-Rich.

 

E, numa espécie de homenagem póstuma à vida e a obra desse intelectual, encerro este artigo destacando as chamadas “Três Leis de Clarke”:

 

1 - Quando um cientista notável, mas idoso, diz que algo é possível, ele estará, na maioria das vezes, certo. Quando afirma que algo é impossível, estará, muito provavelmente, errado.

 

2 – A única forma de descobrir os limites do possível é avançar um pouco além deles e penetrar no impossível.

 

3 – Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.

 

Arthur C. Clarke, acabou fixando residência em Sri Lanka (antigo Ceilão) e além de ter reconhecimento e respeito nos meios científicos em todo mundo, foi sem dúvida, um grande divulgador da Ciência, um cidadão de visões ímpares, dono de uma das mentes mais brilhantes de nossa espécie.

 

Elevador espacial de Clarke

Engenho espacial sai da ficção e

começa a ser estudado pela Nasa.

 

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

'Um elevador espacial é uma estrutura teórica destinada a transportar carga da superfície de um planeta para o espaço. Muitos tipos diferentes de elevadores espaciais já foram propostos, todos eles com o mesmo objetivo de substituir a propulsão de foguetes pelo uso de uma via fixa para transporte, não muito diferente de um elevador, para colocar cargas em órbita ou mesmo para lançá-a ao espaço. Os elevadores espaciais às vezes são chamados de beanstalks ("pé-de-feijão", numa referência à história João e o pé-de-feijão), pontes espaciais, flutuadores espaciais, escadas espaciais, ganchos espaciais e torres orbitais'.

 

Da ficção à realidade

 

As primeiras discussões a respeito de elevadores espaciais remontam ao ano de 1895, quando o cientista russo Konstantin Tsiolkovsky, impressionado pela imagem e construção da Torre Eiffel, vislumbrou um "Castelo Celestial" em uma órbita geostacionária ao redor da Terra.

 

Jerome Pearson, em 1975, do Laboratório de Pesquisas da Força Aérea (USAF), publicou um artigo descrevendo a construção de um elevador espacial, o que inspirou o romance de ficção científica de Arthur C. Clarke, As Fontes do Paraíso (Fountains of Paradise), em 1978. O romance introduziu a ideia dos elevadores espaciais para o grande público, com referências a "nanofibras de carbono" e estações portuárias equatorial-oceânicas.

 

O elevador espacial seria um dispositivo que poderia conduzir pessoas ou cargas ao espaço.  Ele teria um cabo correndo da superfície da Terra direto para o espaço, conectado a um satélite em órbita. O custo da jornada para o espaço seria, imagina-se, somente uma fração do que é com os métodos atuais. A Nasa planeja trocar os foguetes por cabos ligados a satélites.

 

Inspirado no livro de Clarke, o elevador espacial é um projeto que pode ser realizado nas próximas décadas. "Não é mais ficção científica", diz David Smitherman, engenheiro do Laboratório Marshall de Projetos Avançados da Nasa. "Podemos tê-lo em operação na segunda metade desse século".

 

O seu principal trunfo é a economia, pois o elevador poderá aposentar os caros foguetes tripulados usados até agora. O estudo de Smitherman mostrou que, uma vez pronto, seriam gastos US$ 150 por passageiro levado à estação orbital. Nos ônibus espaciais, esse custo por pessoa é de US$ 2 milhões.

 

É claro que a construção exigirá somas financeiras igualmente astronômicas e décadas de pesquisa. O elevador espacial necessita de um cabo 100 vezes mais resistente que os feitos de aço. Para isso, a Nasa já pesquisa um material composto de nanotubos de carbono – fibras microscópicas, dispostas de forma a garantir extrema resistência.

 

Será preciso também uma base na Terra com 50 quilômetros de altura. Ela terá de ficar perto da linha do Equador. Alguém disse que o  Brasil seria um bom local para instalar um elevador do tipo.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Foto: Concepção da Nasa. 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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Sinopse do livro:

As Fontes do Paraíso*

Arthur C. Clarke

Dos tempos em que teremos

colônias humanas na Lua e em Marte.

 

Por J. Ildefonso P. de Souza*

Fonte: REDERPG  

 

Obra de Clarke aborda o que seria

um elevador espacial.

 

Meados do Século XXII. A humanidade tem colônias na Lua e em Marte. O tráfego espacial é muito alto, tendo efeitos nefastos no meio ambiente de nosso planeta. Os foguetes estão chegando aos limites teóricos de desempenho. Projeções indicam que o volume de tráfego espacial para os próximos anos crescerá assustadoramente, gerando pressões ecológica e econômica sem precedentes na sociedade, podendo parar todo o desenvolvimento futuro...

 

Será que a humanidade chegou num beco sem saída, justamente quando partiria para as estrelas? Nesse momento da história, o embaixador especial Rajasinghe recebe em sua casa em Taprobana um engenheiro da Empresa de Construção Terráquea, Dr. Vannevar Morgan, famoso por ter projetado uma ponte sobre o Estreito de Gibraltar, entre a Europa e a África.

 

Rajasinghe, um homem cuja carreira foi marcada por ajudar a humanidade encontrar a paz e que, agora, só queria descansar em sua terra natal, ficou curioso pelo interesse do engenheiro por seu país...

 

Ele descobrirá que Morgan quer transformar a plácida Taprobana no centro do Sistema Solar, o lugar para se instalar uma ponte para as estrelas: o Elevador Espacial...

 

Entenda: imagine que você está em um satélite geoestacionário - aqueles que ficam "parados" sobre determinado lugar da Terra. Agora desça um cabo a partir desse satélite até à superfície do planeta e o prenda no solo. Coloque um sistema para carregar coisas por esse cabo, como um elevador. Pronto, agora o espaço é tão acessível quanto qualquer lugar da Terra, a um custo baixo por passageiro e sem problemas de poluição dos foguetes. Você deve estar pensando que é impossível, não é? Ideia absurda? Nada disso, é fundada em física sólida e nesse instante a Nasa realiza pesquisas sobre tal sistema...

 

Porém, para Morgan conseguir realizar tal sonho, ele terá de enfrentar várias adversidades, como, a relutância de seus empregadores em se comprometer com o projeto (como o senador Collins), a descrença do público quanto ao conceito (e de técnicos, como o Dr. Donald Bickerstaff) e mais precisamente, o fato de que o único lugar do mundo onde o elevador “poderia” ser construído devido à particularidade do campo gravitacional terrestre, seria no Sri Kanda, na Montanha Sagrada de Taprobana, cujo topo é ocupado há séculos por monges budistas que têm direito perpétuo sobre o terreno...

 

No entanto, há pessoas que defenderam a ideia implacavelmente, como o Dr. Choam Goldberg/Parakarma. Isso, para não citar o adversário definitivo, a própria Natureza, uma adversária honesta, mas implacável, sempre disposta a se aproveitar dos erros e da arrogância dos seres humanos - como ela demonstrou muito bem em 07 de novembro de 1940, com a ponte do Estreito de Tacoma. Alguns meses depois de ser inaugurada, a ponte pênsil com 1600 metros, em Tacoma, Washington, colapsou após um vento de 65 km/h que a fez vibrar e entrar em ressonância, até se partir.

 

Ao mesmo tempo em que Morgan e seus aliados como o embaixador Rajasinghe e a famosa jornalista Maxine Duval lutam para que o Elevador Espacial se torne realidade, conhecemos a história de Yakkagala, o surpreendente e misterioso palácio do Rei Kalidasa, um rei parricida da época do imperador romano Adriano que estava determinado a criar um céu na Terra para si mesmo.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Colaborou: José Ildefonso Pinto de Souza . 

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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Verne & Clarke:

Encarnações da invenção

Quando a ficção inspira a ciência.

 

Por Pepe Chaves *

De Contagem-MG

Para Via Fanzine

 

Verne e Clarke: um passo

adiante da ciência.

 

O francês Júlio Verne (Jules Verne) nasceu em Nantes, em 08 de fevereiro de 1828 e faleceu em 24 de março de 1905. O inglês Arthur Charles Clarke nasceu em Minehead em 16 de dezembro de 1917 e faleceu em 17 de março de 2008. Verne faleceu perto dos 70 anos de idade e Clarke com pouco mais de 90.

 

Estes europeus atravessaram seus séculos (19 e 20) e foram lidos pelos mais influentes homens da Terra em épocas e posteriores ao seu tempo; desde os mais delirantes consumidores de aventuras e “viagens”, passando pelos meandros da arte propriamente dita, habitados pelos produtores e diretores de cinema, teatro, editores literários, até adentrar o campo das ciências, onde se encontram os mais ousados projetistas, físicos, astrônomos, construtores e inventivos cientistas.

 

As sugestões de Verne partiam de avanços tecnológicos que já estão em curso desde bem antes dos dias atuais, tais como um comum “submarino” até inventivas aeronaves que hoje podem ser vistas cruzando o nosso céu nos mais variados modelos. Além disso, idealizou a viagem lunar com detalhes idênticos aos ocorridos, tais como o resgate da cápsula no mar, os três tripulantes da missão, entre outros. Já Clarke, mostrava e propunha – assim como o francês -, inovações tecnológicas que poderiam ser as mais necessárias à humanidade do ponto de vista de sua época. Baseados no senso comum e sempre atrás de uma solução global, como escritores e ficcionistas, eles “forçavam” a ciência no sentido de se buscar suporte às suas ideias ou sugestões mais “delirantes”, vislumbradas da ótica comum, a ponto de torná-las não somente altamente viáveis, mas imprescindíveis ao homem do globo.

 

Assim como foram consideradas absurdas as máquinas sugeridas por Verne em sua época, também foram aquelas sugeridas por Clarke em seu tempo. No entanto, estes escritores foram visionários ao anteverem as verdadeiras necessidades humanas em seus respectivos séculos e estágios da evolução terrena.  E se as “invenções” de Verne em sua maioria já se concretizou, algumas concepções de Clarke ainda buscam se viabilizar, bem como a dos seus “elevadores espaciais”, verdadeiras pontes erguidas para os céus, as quais nos colocaria a um passo da órbita terrestre.

 

Inclusive, mostra clara de que a ficção de ontem já é a realidade hoje, foi que a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou com êxito seu primeiro cargueiro espacial, acoplado a um foguete Ariane 5, para abastecer a Estação Espacial International. Sugestivamente nomeada de Jules Verne esta missão foi pioneira na pesquisa espacial europeia.

 

Quando Clarke escreveu “2001, uma odisseia no espaço”, o homem tinha tecnologia para, apenas, lançar foguetes à altura da órbita planetária. Mas, somente dois anos depois de chegar aos cinemas o homônimo filme, o homem estaria colocando seus pés no solo lunar. “2001...” foi o precursor das produções espaciais que surgiriam utilizando um apurado realismo visual, aliado aos parâmetros tecnológicos vigentes acerca das prováveis - e necessárias - viagens tripuladas além da Terra.

 

E agora, no momento em perdemos este ilustre contemporâneo que foi Arthur C. Clarke, creio, sentimo-nos um tanto quanto órfãos, "ficti-cientificamente" falando. É como se a Terra perdesse uma de suas mais importantes molas propulsoras que, ao longo de um século, alçou voo e alavancou a ciência, colocando-a definitivamente no prumo das reais necessidades coletivas.

 

Em 1905 falecia Verne. Clarke nasceria somente 12 anos depois, em 1917. E passados 103 anos de seu nascimento, em 2008, faleceria Clarke. Ficamos agora a perguntar: quem será e de onde virá o próximo visionário da ficção, que dará seguimento às ideias de Clarke (continuações das de Verne) e cravará um passo à frente da atual ciência, procurando mantê-la sob as rédeas da responsabilidade, para se buscar soluções comuns - e não destruição - à espécie humana?

 

- Pepe Chaves é editor de Via Fanzine e pesquisador em assuntos aeroespaciais. 

 

* Fotos: Wikipedia.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda. 

 

 

* Márcio Rodrigues Mendes é físico, professor, astrônomo amador, pesquisador em ficção científica e consultor para Via Fanzine.

 

- Fotos: Arthur C. Clarke/divulgação.

 

- Mais:

- The Arthur C. Clarke Foundation: http://www.clarkefoundation.org

- Filme - 2001, uma odisseia no espaço - nas melhores locadoras.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

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Um clássico Sci-Fi:

 A ressurreição de ‘Jornada nas Estrelas’

Super produção dirigida por J.J. Abrams finalmente estréia em 08/05.

 

Por Márcio R. Mendes*

De Dois Córregos-SP

Para Via Fanzine

 

A Enterprise decola com novos tripulantes.

  

Star Trek vem com novo fôlego

 

A nova versão do clássico Star Trek, baseado na série televisiva homônima, dos anos 60, chega às telonas nas peles de novos atores. Após um adiamento, a estréia foi marcada para o dia 08/05/2009. A nova versão tem a assinatura de nada mais, nada menos do que J.J. Abrams (diretor de "Lost"). Os motivos para o adiamento foram estratégicos por parte da Paramount, mas pode-se até conjecturar o fato de que no final de 2008 tivemos a estréia de um grande remake do gênero Sci-Fi, O dia em que a Terra parou, com Keanu Reeves.

 

A série televisiva clássica acabou ganhando a força das telonas nos anos 80, causando algum frenesi entre os trekies, que puderam ver os mesmos atores protagonizando as personagens consagradas (e, até, imortais) desse “Universo” da ficção científica. O filme fez sucesso, ganhou inúmeras continuações, e produziu entre os fãs o mito de que as produções de número ímpar são as melhores, conduzindo então a série a altos e baixos. Talvez a exceção ou opinião discordante seja do próprio JJ Abrams, que considera o n° 2 (“A ira de Khan”) uma das melhores e que conserva a tônica do seriado original.

 

Variações do mesmo tema de Rodenberry

 

Com o tempo foi evidente o desgaste da fórmula criada por Gene Rodenberry; por outro lado, surgiam variantes, como a chamada “Nova Geração”. Logo em seu lançamento ficou marcada como uma espécie de heresia entre os exigentes trekies; afinal não era fácil ver outro capitão ocupar a cadeira do, já lendário, Capitão Kirk. Contudo, a nova geração mostrou-se uma continuidade do legado de Star Trek original, tendo inclusive alguns laços temporais onde os personagens de uma das séries podem interagir com a outra.

 

Surgiram também outros seriados, talvez, menos expressivos, mas, produtos de Star Trek, como a Deep Space Nine e a Voyager. A primeira, contrariando um pouco a premissa das viagens a lugares onde o homem jamais esteve (afinal, se passa numa estação espacial fixa, nas proximidades de um Buraco Negro), fazendo com que as aventuras se desenvolvessem na estação espacial, envolvendo diversas raças que por ali passavam; evidencia também algumas novas (e duvidosas) alianças entre nossa raça e outras. Voyager traz as viagens de volta, em uma outra nave da Frota Estelar, capitaneada por uma mulher; contudo, as aventuras são baseadas no fato de que a nave e tripulação têm que agir de forma autônoma, pois encontram-se perdidos na galáxia.

 

Ainda na esteira de derivados, há até um desenho animado da tripulação original (lançado também em DVD), mas com poucas referências.

 

Depois de inúmeras produções e continuações, quem apostou no esgotamento total da Jornada, errou. Um dos produtores do momento, responsável por séries de sucesso, como Alias e Lost, promete resgatar o virtuosismo das idéias originais de G. Rodenberry, re-inventando Star Trek. Com tal promessa, é natural a grande expectativa dos fãs de carteirinha; afinal, veremos os mesmos Kirk e Spok, “encarnados” em outros atores que não W. Shattner e L. Nimoy. Este fato foi um dos pontos que dificultaram a manutenção da originalidade na versão para cinema de Lost in Space (Perdidos no Espaço) anos atrás.

 

A façanha é múltipla: resgatar o interesse pela série, conquistar novos fãs, agradar aos antigos trekkies declarados e ser fiel ao Universo criado, no que se refere à nova Enterprise e sua tripulação.

 

Para registro: a força da série foi tal que, quando a Nasa batizou um de seus primeiros Shutles (ônibus espaciais), foi escolhido o nome “Enterprise”, em homenagem às viagens da nave fictícia e sua tripulação. O ensejo contou com a presença dos atores, conforme recentemente divulgação no site da Nasa, em a “Foto do dia”.

 

Os antigos e os novos tripulantes da Enterprise.

 

Elenco e incongruências

 

As primeiras informações são de que os novos atores fazem jus aos personagens, tendo a imediata aprovação dos atores da série clássica; atestados pelas manifestações de W. Shattner e L. Nimoy. Por outro lado, a edição 257 da revista Set, traz a informação de que alguns trekkies já apontaram algumas incongruências, tais como: 1) o fato de que o navegador Chekov não pertencia à tripulação original da Enterprise, mas só se junta à ela no 2° ano de produção; 2) a Enterprise é construída em um estaleiro em órbita terrestre e não em solo terrestre; e 3) os arqui-inimigos são os “romulanos” que, embora estivessem em guerra por anos, nunca foram vistos pelos terrestres.

 

Na revista Set, J.J. Abrams garante que tais questões não foram esquecidas e serão respondidas de forma “elegante”.

 

Como se trata de um produtor que anda de mãos dadas com o sucesso, esperamos pelo melhor. E que realmente, a nova versão nos leve a paragens onde a antiga jamais esteve.

 

* Márcio Rodrigues Mendes é físico, professor, astrônomo amador, pesquisador em ficção científica e consultor de Via Fanzine.

 

- Fotos: Star Trek/divulgação.

 

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- Outros artigos do autor: www.viafanzine.jor.br/mmendes.htm

 

- Produção: Pepe Chaves.

 © Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Ficção:

A volta da Jornada nas Estrelas

A super série Star Trek estará de volta com artistas em

voga interpretando a velha tripulação da Enterprise.

Por Márcio R. Mendes

De Dois Córregos-SP

Para Via Fanzine

A Enterprise está de volta.

Clique aqui para assistir ao primeiro trailer da nova Jornada nas estrelas

  

Está confirmada a produção de novos episódios do aclamado Star Trek (Jornada das Estrelas) em versão original! Trata-se de uma nova versão, onde os atores originais serão substituídos; afinal os veteranos já não estão mais à altura dessa empreita (como se não bastasse, DeForest Kelley, o Dr. McCoy já é falecido).

 

Neste novo Star Trek a atriz Winona Rider fará a mãe do vulcano Spock (Leonard Nimoy) e o próprio Nimoy (Spock) fará uma "ponta". O novo Spok será encarnado por Zachary Quinto (vilão no atual Heroes) e Cris Pine (Sorte no Amor) deverá protagonizar o lendário capitão Kirk. O nem sempre bem humorado McCoy será interpretado por Urban, da trilogia de O Senhor dos Anéis.

 

A série Star Trek, da década de 60 foi imortalizada como ícone televisivo Sci-Fi. Na década de 80, quando foi anunciada uma nova série (New Generation) baseada nesta pérola de Gene Ronddenberry, houve certa comoção dos fãs mais afoitos. Com o tempo a nova equipe de uma nova Enterprise acabou por conquistar a maioria dos fãs, viajando com o capitão Picard a outras e novas paragens da Galáxia.

 

Vieram outras séries de menor expressão, mas, não de menores intenções, ao contar as aventuras humanas pelo Universo, como Deep Space Nine, numa espécie de espaço-porto nos confins de algum lugar e Voyager, outra nave da Federação, comandada por uma mulher e perdida entre as Galáxias, passando o tempo todo a procura de sua rota de volta à Terra (qualquer coincidência com o Space-Ópera Lost in Space não é mera coincidência).

 

Mais recentemente, outra série do mesmo filão, a Enterpriese, conta como a velocidade Warp foi inventada, assim como os primórdios do teletransporte. O nascimento das futuras boas relações com os vulcanos é mostrado como tendo um início tempestuoso e a famosa Primeira Diretriz (a não interferência em novas civilizações) ainda não é bem respeitada. Em minha opinião, esta última série é, de longe, bem mais interessante que as outras versões e, com um pouco de esforço, me arrisco a dizer que chega a ser superior ao clássico Star Treck dos anos 60, com histórias bem montadas, coerentes e com um visual nota dez.

 

A diferença entre todas essas outras versões é que foram contadas novas histórias que se passam em períodos pré ou pós Star Trek original, com personagens diferentes. Porém, o que vão tentar fazer agora será substituir os atores que consagraram a série original e contar novas histórias do novo capitão Kirk, substituto de Willian Shattner e Cia.

 

Faz algum tempo já tentaram fazer o mesmo com Lost in Space, com Gary Oldamn no papel do problemático Dr. Smith. Não sei se deu muito certo, pois a tentativa de reviver a série se perdeu por aí, apesar da esmerada produção.

 

* Márcio Rodrigues Mendes é físico, professor, astrônomo amador, pesquisador em ficção científica e consultor de Via Fanzine.

 

Clique aqui para assistir ao primeiro trailer da nova Jornada nas estrelas

 

- Fotos: Star Trek/divulgação.

 

- Outros artigos do autor: www.viafanzine.jor.br/mmendes.htm

 

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- Produção: Pepe Chaves.

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