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papo astronômico
Todos os textos:
por Márcio R. Mendes*
De Dois Córregos/SP
Para Via Fanzine
Produção: Pepe Chaves
* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP,
astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional)
e consultor de Astronomia para os portais Via Fanzine e UFOVIA.
Clique aqui para ler outros artigos do professor Márcio Rodrigues Mendes.
Clique aqui para acessar o Arquivo/2007 do professor Márcio R. Mendes
ARTIGOS DE 2008/2009/2010
Os 56 anos do Sputnik I: O pai de todos os satélites O mês de outubro marca o aniversário do primeiro satélite artificial.
Por Márcio R. Mendes
Aparentando uma bola de Natal, o pré-histórico Sputnik I abriu caminhos para os potentes satélites em uso atualmente.
A data de 4 de outubro é lembrada pelo aniversário do Sputnik I, o primeiro satélite artificial que entrou em órbita terrestre em 1957. O significado deste engenho e seus sinais intermitentes (bip-bip-bips), vindos pela primeira vez do espaço, dispensam maiores comentários. O engenho se tratava de uma façanha tecnológica sem precedentes para uns e de um pesadelo para outros.
Do ponto de vista das realizações, não há dúvidas de que o Sputnik I foi um dos feitos mais importantes, quer pelo pioneirismo, quer pelo significado e, claro, por toda repercussão. Interessante notar o passo seguinte, o Sputnik II. O primeiro não passou de uma "bolinha" com as antenas características "espetadas". Já a versão n° 2, levou o primeiro ser vivo ao espaço: a cadela Laika, que padeceu no espaço. O segundo não tinha nada a ver com uma simples "bolinha", evoluindo para algo "cônico" que assumiu a outra forma tradicional dos veículos espaciais, tripulados ou não.
Maquete do Sputnik I.
Abordando o assunto de uma engenhoca que abalou todo o mundo, deixo a sugestão para um filme que considero uma pequena "pérola" do gênero, intitulado "O Céu de outubro". Longe dos badalados filmes atuais, esta é uma bela reconstituição do ano de 1957; mais exatamente focado na pequena cidade (atualmente extinta) de Coalwood, na Virgínia e no garoto Homer Hickman, um adolescente como outro qualquer de sua época, que tem sua vida mudada a partir de um fato.
Em 4 de outubro de 1957, a União Soviética firmava seu pioneirismo espacial, colocando em órbita o primeiro artefato humano, capaz de circular nosso planeta e emitir dados via rádio. Passando sobre algumas regiões dos EUA, o feito teve um significado perturbador no povo norte-americano. Era um tremendo incômodo (para não dizer que chegou a gerar pânico), ter um satélite passando sobre suas cabeças. Mas, não para Homer Hickman que, como poucos, se maravilharam com o fato.
O fascínio de alcançar o espaço já era nato para alguns e o garoto Homer, cujo pai trabalhava em minas de carvão, iniciou, por brincadeira com alguns amigos, a construção e lançamento de pequenos foguetes, que geralmente não acabava bem. Sofrendo as ameaças do pai e ao mesmo tempo o incentivo da professora de Ciências, o grupo de amigos viu na brincadeira um longínquo, mas, promissor desafio: levar uma "carga paga" à grandes alturas e recuperá-la intacta. O grupo passou a ser conhecido como "Rocket Boys" e a crescente ânsia em dominar os lançamentos de pequenos foguetes e os problemas envolvidos, soam como uma pequena aula neste filme.
'O Céu de Outubro': filme alusivo ao primeiro satélite artificial.
As imposições do pai do garoto tecem toda dramaticidade do filme. Quando Homer quase vê seu sonho de alcançar as estrelas ser trocado pelas profundas e escuras minas de carvão. Mas, corroborando com a tenacidade em tentar superar obstáculos, Homer consegue seu intento, depois de muito trabalho, lidando com a falta de materiais, sem apoio financeiro e numa época difícil. E por fim, acaba tendo o reconhecimento do pai em seus projetos.
Nas cenas finais, o foguete caseiro se ergue majestoso em sua base de lançamento, mas antes de ser disparado, a chegada inesperada do pai de Homer traz alguma apreensão aos personagens. Rendendo-se às evidências propostas no filme, Homer oferece ao pai o disparador do foguete, e este executa o lançamento perfeito, numa cena em que o esguio projétil sobe, furando as nuvens.
A imagem do pequeno foguete ganhando as alturas é trocada gradativamente com a sobreposição de imagens dos atuais ônibus espaciais, numa sugestão de salto brutal no domínio dos veículos que viajam a espaço. Uma mensagem final, sobreposta às imagens do ônibus espacial, esclarece que Homer Hickman na vida real, se tornou engenheiro da NASA e muitos sucessos dessas naves se deve à ele que, por sua vez, se inspirou no feito do Sputnik em 04 de outubro de 1957.
- Fotos: divulgação.
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Cinema: ‘Lunar’: a vida quase solitária de um astronauta Habitando uma estação lunar para exploração mineral, ele se vê ao lado de um robô e de seu próprio clone, entre muitas reflexões.
Por Márcio R. Mendes
Durante três anos ele prestou serviço numa Estação Lunar.
No início desse mês, comprei a revista ‘Sci-Fi’ e consta lá uma matéria sobre o filme “Moon”, já batizado, por aqui de "Lunar". A revista traz alguns comentários sobre o filme. O que mais valeu, uma apreciação sobre produções desse tipo, podem ser consideradas pequenas "pérolas", mas que o lado de marketing dos cinemas acaba desprezando pelas possíveis baixas bilheterias. Afinal, ver coisas explodindo, gente transando e ou sendo cortada/explorada/denunciada ou ainda reduzida a um ente sem dignidade alguma, dá muito mais bilheteria... Infelizmente.
Logo que vi os comentários na revista, imaginei que este lançamento da Sony Pictures já se encontrava à venda. Procurei em diversos fornecedores e na semana passada, um amigo, dono de uma locadora me disse que havia recebido o filme. Aluguei-o de pronto e pude assisti-lo no final de semana. O filme me agradou bastante. Apesar de se tratar de uma produção barata, mas muito bem cuidada, a atuação do ator Sam Rockwell é primorosa. Como diz a matéria da ‘Sci-Fi’, “poucos são os atores que conseguiram sozinhos entreter por tanto tempo”. Uma curiosidade: o filme é dirigido por Duncan Jones, filho do consagrado músico britânico David Bowie.
Nos 90 minutos de duração somos levados a viver com o personagem, todo o cotidiano solitário de um astronauta numa base lunar. A função dessa base é extrair "energia limpa" e envia-la para a Terra periodicamente. Está terminando seu contrato de três anos de trabalho com a empresa responsável e ele se prepara para regressar à Terra, onde tem uma esposa e vai conhecer, ao vivo, sua filhinha.
Começa então o drama do personagem. Sua única companhia é uma espécie de Robot, chamado Gerty – consiste num sistema que se desloca suspenso em trilhos que se distribuem por todos os ambientes da base. Com a máquina, o astronauta acaba por manter alguns poucos e curtos debates filosóficos.
Em seguida, entra em cena outro personagem, também interpretado pelo mesmo ator, que logo se identificará como sendo seu clone. Ou seria este o original e o primeiro personagem o clone? Está armado o panorama para muitos questionamentos sobre a própria vida, identidade, dignidade e o vilão acaba sendo (como é até previsível), a própria empresa mineradora. Pode parecer tudo muito simples, mas no trabalho desses profissionais a história ganha corpo, torna-se envolvente e nos prende do começo ao fim.
O filme nos remete a uma matéria publicada em 2009 na revista "Ciência Ilustrada" abre discussões sobre as legislações que surgem acerca do uso do espaço, da Lua e dos planetas. Pareceu-me coisa muito séria e que nos anos vindouros, com diversas nações almejando explorar os recursos da Lua, como ficaria a regulamentação de tais explorações? O lugar seria de quem chegar primeiro? Ou apenas das nações que investirem nas explorações? Seria um patrimônio da humanidade a ser compartilhado com todos os povos?
Neste contexto “ Lunar” é bem atual. Se passa num futuro próximo, com tecnologia relativamente parecida com a atual. No entanto, cabe destacar que o filme foi produzido antes da proposta do presidente Barack Obama de suspender as viagens espaciais tripuladas. Seja como for, recomendo muitíssimo esse filme; quer pelo entretenimento, quer pelos significados e até as reflexões que estão por trás desse esmerado trabalho.
- Ficha técnica: Moon (Lunar) - Reino Unido 2.009, 97 Minutos, Ficção Científica. Direção: Duncan Jones. Roteiro: Nathan Parker sobre argumento de Duncan Jones. Elenco: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott, Rosie Shaw, Kaya Scodelario, Benedict Wong. Fotografía: Gary Shaw. Música: Clint Mansell.
- Clique aqui para assistir ao trailer de “Lunar” - Clique aqui para ler entrevista do diretor Duncan Jones ao site português ‘Ante Cinema’. - Clique aqui para ler mais sobre Astronáutica. - Imagens: EFE/Divulgação. - Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).
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ESA: Sonda Plank nos faz entender o Universo Agência Espacial Européia comemora primeiros resultados da 'Visão de Planck'.
Por Márcio R. Mendes
Imagem da Planck mostra o perfil da nossa galáxia, visto em luz visível, sendo entrecortada pela tira retorcida (a visão de Planck), onde as manchas coloridas são marcas de temperaturas baixíssimas; manchas avermelhadas denotam regiões mais "brilhantes" e as azuis, a escuridão total, estas últimas, muito próximas do zero absoluto.
A Agência Espacial Européia (ESA) com colaboração da Nasa, disponibilizou o primeiro resultado da sonda Planck, lançada em 14/05/2009, viajou até o segundo ponto de Lagrange, onde se estabilizou. Considerando o Sol a Terra e a Lua, há cinco pontos entre esses astros onde há equilíbrio das forças gravitacionais. Teoricamente e, a grosso modo, são lugares onde um corpo pode permanecer em equilíbrio gravitacional entre esses corpos. Este ponto em particular, situa-se a 1,5 milhões de quilômetros da Terra.
A missão deste "telescópio espacial" é registrar imagens ancestrais, que nos remetem à origem do Universo. Estamos olhando através de tempos imemoráveis, para tênues resíduos da luz primordial que na gênese de nosso Universo já compôs o cenário do Universo quando ainda estava na maternidade.
Este primeiro resultado é animador; significa que os instrumentos estão funcionando a contento e que doravante, se inicia os trabalhos programados do Planck. A expectativa de conhecermos mais da origem de todas as coisas é grande; quem sabe até possamos reconhecer algo mais sutil ainda, como o projeto do Universo, segundo seu próprio autor?
- Imagem: ESA.
Clique aqui para ler mais sobre a sonda Planck
- Leia outros artigos de Márcio Mendes: www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm
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Constellation: De volta ao mundo lunar O homem se prepara para retornar à superfície de seu único satélite natural. Para tanto, diversos equipamentos, robôs e acessórios já estão sendo desenvolvidos. Por Márcio R. Mendes
Estamos nos aproximando de uma nova etapa da exploração do nosso satélite natural nos próximos anos, onde a ocupação e permanência humana em solo lunar é uma das metas.
Muito além do programa Constellation, da Nasa, surgem agora, inúmeros componentes que constituirão a "carga paga" de diversas possíveis futuras missões. Os artefatos aqui mostrados já são testados e estão em fase terminal de homologação. Assim, o velho "jipe lunar" será substituído por sua mais eficiente versão, a Lunar-mobile-Plataform (acima), capaz de passar por locais acidentados na superfície lunar, enquanto não houver "vias carroçáveis" por lá.
Tais vias poderão existir em futuro breve, imaginando a necessidade de um veículo com lâmina apropriada para trabalhar removendo pedras e nivelando o terreno lunar; bem como trabalhando ao aplainar terrenos para edificações. Para tanto, será usado o "LNCE" (Lunar Attachement Node for Construction Excavation) - acima.
Bem, então, haverá trabalhadores em solo lunar que, muitas vezes, estarão longe de seus alojamentos principais. Para tanto, já está desenvolvido o abrigo ideal, para trabalhadores e equipamentos. Trata-se do "ATHLETE, um abrigo móvel, também conhecido como "cargo moving rovers" (acima).
Outras gerações de "rovers" (robôs da Nasa que se encontram em Marte) também estão sendo testadas, como o Autonomous Drilling Rover, para pesquisa geral do solo lunar e especialmente desenvolvido para regiões polares, onde as condições de escuridão e frio podem ser extremos.
E se forem encontradas entradas para o subsolo lunar? Sem problemas, o "K 10" poderá adentrar-se e munido de sistema de escaneamento 3-D, poderá criar mapas topográficos com tecnologia avançada. Vejam o pequeno "rover" acima, intitulado "lunar-recon".
Creio que poderemos vivenciar nestes próximos anos, toda essa experiência de exploração, baseada no programa Constellation.
- Fotos: Nasa/JPL.
- Vídeo recomendado: http://br.youtube.com/watch?v=XMo8qX6-y90
-Saiba mais sobre o programa Constelation (Nasa): http://www.viafanzine.jor.br/astronautica2.htm
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Há 2000 anos luz: O misterioso eclipse de Epsilon Aurigae Estranho eclipse que ocorre a cada 27 anos poderá ser melhor compreendido a partir de agosto de 2009. Por Márcio R. Mendes
Misterioso eclipse ocorre de 2009 a 2011.
A AAVSO, órgão que coordenada o estudo das estrelas variáveis, acaba de alertar que estamos na iminência do eclipse de Epsilon Aurigae. No ano passado escrevi sobre esta estrela notável que, volta a ganhar a atenção da comunidade astronômica neste ano de 2009.
O eclipse se deve iniciar em agosto de 2009, com término somente em 2011. Já estão disponíveis as cartas de busca. Lembro, para interessados que trata-se de uma campanha fácil, pois as observações podem ser feitas com pequenos binóculos (realmente não é necessário nenhum telescópio) e apenas uma observação semanal.
O eclipse deve durar 700 dias, aproximadamente, quando, a estrela, gradativamente, irá perdendo seu brilho (de magnitude 3 até por volta de 4), devido a um enorme objeto que a ofusca e causa o eclipse. Este objeto, muito provavelmente, seria um "disco de acreção" (poeira e gases, espiralando em torno de um objeto massivo que pode até ser um "Buraco Negro"). O objeto eclipsante (localizado entre a estrela e o observador) tem uma forma bastante alongada no sentido de sua órbita, o que explica o tempo "esticado" do eclipse.
Entenda esse eclipse
Epsilon Aurigae é uma estrela de brilho variável, extrínseca, ou seja, seu brilho é reduzido devido a passagem, a cada 27 anos, devido à passagem de um outro corpo que estaria orbitando em torno dela. O curioso é que a origem desse corpo não é bem conhecido, além de ter características singulares.
Diversos modelos tentam explicar a variação de brilho e, talvez, o mais cotado envolve um gigantesco disco de gás e poeira, em torno de uma estrela secundária que orbita a principal. Repare na ilustração abaixo que há um esquema do nosso sistema solar para comparações de dimensões. No entanto, é necessário ressaltar que a dimensão dos planetas não estão em escala, mas sim, suas distâncias relativas. Neste esquema a sigla "a.u." significa "unidade astronômica" e equivale à distância da Terra ao Sol (aproximadamente 150 milhões de quilômetros).
O sistema Epsilon Aurigae, composto por uma estrela brilhante (classe F), tem uma temperatura superficial estimada em 7.800° (contra 5.600° do nosso Sol), é 47.000 vezes mais luminosa que o Sol e tem um raio 100 vezes maior. Está a pouco mais de 2000 anos-luz da Terra e se mostra como uma estrela de 3ª magnitude na constelação do Cocheiro.
Esquema mostra o imenso disco do eclipse, comparado ao nosso sistema solar.
Note que no esquema que uma pretensa estrela central é apresentada como um ponto de interrogação (Central Star), bem no centro de um enorme disco. Este disco é o que se imagina eclipsar a estrela durante quase dois anos, a cada 27 anos. Se o eclipse dependesse apenas da estrela secundária, teria a duração esperada de aproximadamente uma semana apenas.
Envolvendo os dois componentes há uma linha identificada como Limite de Roche, na forma de um oito, com cada um dos componentes em seus respectivos centros. Tal linha demonstra um sistema estável, onde o equilíbrio gravitacional entre as estrelas é algo bem comportado. Por qualquer que seja a razão, se um dos componentes tiver suas dimensões alteradas, de forma que seus limites ultrapassem o limite de Roche, então, a porção excedente estará sofrendo o puxão gravitacional do outro componente (a matéria de um, "cai" sobre o outro componente).
Olhe para as dimensões representativas do Sistema Solar e o disco de gás e poeira que envolve o componente secundário. São praticamente equivalentes: seja lá o que for que produz o eclipse da luz da estrela principal, deve ter as dimensões do nosso sistema solar.
Por volta de agosto de 2009, uma das bordas desse imenso disco começará a ocultar a estrela principal, reduzindo seu brilho. Este eclipse deverá terminar em 2011.
Desde sua última passagem (1984-1986), construímos uma variada gama de telescópios e colocamos em órbita, satélites astronômicos com sensibilidade e precisão suficiente para termos (espera-se) o mistério revelado. Neste sentido, a pequena - mas importantíssima - contribuição da observação de astrônomos amadores, avaliando pacientemente a luz de Epsilon Aurigae com estrelas de brilho fixo da sua vizinhança, poderá ser decisiva para adoção de um modelo definitivo.
- Imagens: Arquivo do autor.
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EUA volta à Lua: LRO entra em órbita lunar Dupla de sondas fará diversos levantamentos do satélite terrestre. Por Márcio R. Mendes
Nasa liberou primeiras imagens lunares da LRO.
A sonda LRO, da Nasa, realizou com sucesso a manobra para inserção em órbita lunar. A "captura" da LRO se deu na manhã da terça-feira (23/06). Estão sendo realizados alguns testes com os instrumentos de imageamento, sobretudo, calibrações. A operação se iniciou a partir de uma orbita lata de 9000 quilômetros, que será reduzida gradativamente até 50 quilômetros.
A equipe da Nasa informou que nesta terça-feira (23/06) a sonda já alcançou uma órbita a 3100 quilômetros do pólo lunar. Durante os próximos cinco dias a LRO irá executar mais quatro queimaduras e, posteriormente, entrará em órbita de apenas 30 quilômetros no pólo sul lunar.
As primeiras imagens já foram feitas pela LRO e enviadas ao centro de operações da Nasa.
As sondas LRO e LCROSS foram lançadas no dia 18 de junho de 2009, cerca de um mês antes do aniversário de 40 anos do histórico vôo da Apollo 11. Vão realizar diversas pesquisas na órbita lunar e uma delas, deverá se chocar contra a superfície do satélite terrestre.
* Com informações e imagens da Nasa. - Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP). - Leia mais: Matéria exclusiva de Márcio Mendes vídeo
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Xixi nas estrelas: Reciclagem de urina será essencial no espaço O trabalhoso procedimento de urinar no espaço não será apenas um ato de necessidade fisiológica, mas também de ‘devolução da água de bordo'. Por Márcio R. Mendes
Réplica do reciclador de urina da ISS.
Acabo de ler em Via Fanzine sobre o brinde feito com urina reciclada pelos astronautas, o primeiro do gênero a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). A urina foi reciclada por uma máquina que custa US$ 250 milhões, batizada de Water Recovery System (Sistema de Recuperação da Água).
Ora, dito assim, parece coisa esquisita e reprovável; contudo, como dito no informe, o domínio deste detalhe pode mesmo ser uma "chave" para irmos muito além, no espaço, em pequenos ambientes confinados das naves espaciais.
Neste caso, cada grama da carga embarcada deve ser muito bem pensada. Dito de outra forma parecerá menos problemático, afinal, em nosso mundo, a reciclagem desse dejeto é algo natural, não é? Quantas vezes a mesma água que ingerimos já foi devolvida à natureza, reciclada e tornamos a utilizá-la como água pura?
Isso me fez lembrar daquela passagem que os primeiros astronautas (da série Mercury, Gemini e Apollo, além dos cosmonautas russos) sofriam por abordagens do tipo : "... e como é que se faz para ir ao banheiro no espaço ?". Era complicado.
Por exemplo, para fazer um simples xixizinho, o procedimento oficial na cápsula Gemini (Nasa) para dois astronautas era o seguinte:
PROCESSO DE OPERAÇÃO - Sistema Químico e Medida do Volume da Urina (CUVMS) - Receptor Condom*
1 - Desenrole a bolsa coleta/mistura em torno da válvula seletora;
2 - Coloque o pênis na válvula de entrada do receptor e faça rolar o receptor de látex sobre o pênis;
3 - Role o botão da válvula seletora (no sentido dos ponteiros do relógio) para a posição "urinar";
4 – Urine;
5 - Quando terminar, vire o botão da válvula seletora para "amostra";
6 - Desenrole o receptor de látex e retire o pênis;
7 - Apanhe a bolsa de amostra de urina no local de armazenamento;
8 - Marque a tarjeta da bolsa de amostra com a identificação necessária;
9 - Coloque a gola da bolsa de amostra sobre o flange do amostrador da válvula seletora e rode a gola 1/6 de volta até a posição de parada;
10 - Amasse a bolsa coleta/urina para misturar completamente a urina e a química indicadora;
11 - Gire a alavanca do injetor de amostra 90°, para que a agulha da amostra perfure o tampão de borracha da bolsa de amostras;
12 - Aperte a bolsa coleta/mistura para transferir aproximadamente 75cm³ de urina quimicamente indicada para a bolsa de amostra;
13 - Gire a alavanca injetora de amostra 90°, de modo a retirar alguma amostra;
14 - Retire a bolsa de amostra cheia de urina da válvula seletora;
15 - Guarde a bolsa de amostra cheia de urina;
16 - Adapte o CUVMS à linha de despejo externo da espaçonave (... sim, eles faziam xixi nas estrelas!);
17 - Gire o botão da válvula seletora para a posição "Expelir";
18 - Faça funcionar o sistema de despejo externo da espaçonave;
19 - Desconecte o CUVMS da linha de despejo externo da espaçonave no desconectador rápido;
20 - Enrole a bolsa de coleta/mistura em torno da válvula seletora e guarde o CUVMS.
Pronto... Depois disso, você estará aliviado e poderá até tomar um gole d’água!
* Do livro "Fogo Sagrado", vol. 1, págs., 124 e 125, de autoria do astronauta americano Michael Collins. - Foto: Nasa. - Link indicado: Astronautas da ISS fazem brinde com urina reciclada - Vídeo indicado: música: 'Xixi nas estrelas', Guilherme Arantes.
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Céu profundo: Nasa mostra nova imagem da Centaurus A Radiofotografia mostra novos detalhes de uma velha conhecida da astronomia.
Por Márcio R. Mendes
A antiga e a nova imagem da Centaurus A.
A seção Image of the day, da NASA, apresentou no dia 04/02, uma nova foto da rádio galáxia Centaurus A; assim designada por ser ativa em comprimentos de onda de rádio. Essa imagem, até a poucos anos atrás, era muito bem conhecida dos astrofotógrafos, constituindo um bom "alvo" para testes de equipamentos fotográficos.
A imagem já é bastante familiar e poucos poderiam esperar mudanças. É isto o que a nova imagem mostra. Acima, temos a velha imagem da galáxia em Centauro ( também conhecida pela sigla NGC 5128 ) ao lado da nova, apresentando jatos que parecem surgir do centro da galáxia.
Na verdade, essas novas estruturas, não são decorrentes de mudanças na galáxia. Acontece que a imagem mais antiga foi feita apenas com a luz visível , já a nova imagem se trata de uma composição de dados obtida a partir de diversos instrumentos : o Wide Field Imager on the Max-Planck/ESO telescope, localizado no Chile e o APEx (Atacama Pathfinder Experiment), também no Chile; e dados em raios-X do Chandra X-ray Observatory.
Os jatos e lóbulos resultantes tem origem em um provável Buraco Negro no centro da galáxia de Centauro, que está dragando matéria em suas vizinhanças. Essa estrutura em forma de jato tem dimensões avaliadas em aproximadamente 13 mil anos-luz.
A Centaurus A é um objeto fácil de ser observado, até por binóculos, para quem souber onde olhar. Relativamente fácil de ser localizado, pode ser visto como uma pequena mancha esbranquiçada imersa em um campo de pequenas estrelas.
Obviamente, os detalhes da foto não serão visíveis aos binóculos ou mesmo em telescópios. A outra foto que anexei aqui (intitulada ASTE1) foi feita através do meu monitor, com a nova imagem de Centaurus A , tendo à frente um modelinho de uma antena submilimétrica para pesquisas deep-sky, situada no deserto de Atacama, Chile; denominado "ASTE".
Apenas curiosidade: o instrumento usado na nova imagem da galáxia Centaurus A é o APEX (Chile) e o meu modelo é o ASTE, ambos no deserto de Atacama, Chile. O modelo da antena foi feito totalmente em papel sulfite (tem apenas um alfinete, servindo de eixo no mecanismo de elevação do prato da antena). A alegoria foi fotografada em frente ao monitor (LCD) do PC, apoiado em uma coletânea de DVDs para ajustá-lo à altura do monitor.
- Imagens: Nasa.
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2008 teve um segundo a mais: Ocultistas de plantão: quanto vale um segundo? A influência dos astros na contagem do tempo. Por Márcio R. Mendes
Parece que os céus estão nos dando uns pequenos "toques", lembrando-nos que estamos inseridos num Universo "vivo", onde nossa presença está entre alguma coisa do tipo "por acaso" e "plano divino". Entre esses extremos, cada um crê no que quer ou ... No que pode!
Depois da bela coincidência de 12/12, a precisa coincidência do momento da Lua Cheia e a sua passagem pelo Perigeu, casando o "ínfimo" no tempo, com o "milimétrico" no espaço, eis que surge outra "modificação". Ela poderá ser desprezível para uns, ou avassaladoramente grande para outros, dependendo da relatividade (e importância) de uns e outros...
É que neste ano de 2008, ao comemorar a passagem de ano, deve-se acrescentar um segundo (sim, o "mero" segundinho para uns ou o eterno "um segundo" para outros ) no encerramento de 2008. Caso alguém não tenha entendido, 2008 será um ano com um segundo a mais !
O acréscimo deve-se ao ajuste entre o UTC (Tempo Universal Coordenado) e o período de rotação da Terra. A informação é da circular IAUC 9004 (2008 Dec. 11 ). IAUC é a sigla em inglês de União Astronômica Internacional.
Ah, sim; o título "Ocultistas de plantão" se refere aos Astrônomos que vivem com os olhos pregados nos precisos cronômetros que utilizam para medir os eventos ultra-rápidos (onde um segundo parece uma eternidade) da ocultação de estrelas por asteróides. Neste caso, cabe explicar que, vez ou outra, nos confins do Universo, com a indiferença e descaso da imensa maioria dos seres vivos, uma estrela dá uma "piscadela", quando um minúsculo asteróide cruza-lhe a frente, ocultando-a por frações de segundo. E somente o olho de um ocultista de plantão poderia identificar e valorizar uma ação tão inusitada e desapercebida como esta.
Portanto, na hora de estourar o champanhe no final deste ano, não esqueça de segurar a rolha por mais um segundo!
- Leia mais a respeito do UTC em: http://entrononentro.haaan.com/
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Marte: Réquiem em Marte Como uma morte anunciada no New Release da Nasa, datado de 10 de novembro de 2008, veio à tona a triste nota do fim das atividades da Phoenix Mars Lander. Por Márcio R. Mendes*
A sonda Phoenix está se desligando do mundo marciano.
A sonda Phoenix Mars Lander foi lançada em 04/08/2007, tendo sido construída, em parte, com peças sobressalentes de sua antecessora que, em missão malfadada, perdeu-se no planeta vermelho. Daí seu nome, relacionado à mítica ave que renasce das cinzas.
A Phoenix chegou em Marte em 25 de maio de 2008, pousando nas regiões geladas do pólo norte marciano e com a previsão de atividades a serem realizadas nos três meses seguintes, entre elas, a ambiciosa tarefa de procurar evidências diretas de água naquele planeta.
Muito além disso, a Phoenix, mesmo sendo uma sonda fixa, sem a mobilidade dos robôs Rovers, Spirit e Opportunity, pôde realizar observações diretas e estudos do ambiente polar marciano, tais como, formação de nuvens, umidade, ventos, implicações ambientais decorrentes de variações sazonais etc. O projeto foi considerado um sucesso, sobretudo, pelo tempo de serviço que se excedeu ao programado.
A Phoenix trabalhou em solo marciano por mais de 150 dias, dos 90 programados. Atualmente, a declinação local do Sol não permite o ângulo ideal de incidência dos raios solares para a sonda se abastecer e manter o nível necessário de funcionamento de suas baterias. Em outras palavras, a equipe de monitoramento assiste aos últimos suspiros da solitária Phoenix, nas áreas geladas de Marte.
O último sinal recebido data de 02/11, justamente no dia de finados. Mesmo assim os engenheiros devem permanecer “na escuta” nas próximas semanas. A esperança é de se ouvir um angustiante e derradeiro phone home, a exemplo do simpático ET de Steven Spielberg.
Enquanto a Phoenix se apaga, a equipe de analistas está só começando a verificar os dados obtidos. Em sua estada ativa naquele planeta, a sonda conseguiu mais de 25.000 fotos; observou água congelada em pelo menos dois tipos: como neve em precipitação e em finas camadas sob o solo. A partir de suas micro-escavações, encontrou pequenas concentrações de sal, carbonato de cálcio e mostrou uma condição aparentemente positiva para existência de vida microbiana.
Os responsáveis pela missão estão otimistas quanto ao fato de que os resultados obtidos podem influenciar positivamente nas decisões de investimentos em futuras missões que possam levar o homem a visitar o planeta vizinho, em breve.
Foto mostra parte superior do Spirit.
Outro informe da NASA, relativo a um de seus Rovers, traz uma foto singular daquele engenho (foto acima), onde marcas de suas múltiplas rodas metálicas podem ser confundidas com o solado de sapatos. A foto em si é estranha, pois foi tomada do alto da torre principal do Rover com sua câmera panorâmica (Pancam) e, certamente, sofreu alguma manipulação que elimina parte da haste de sustentação da máquina. A foto mostra o Spirit em uma região mais tropical de Marte, contudo, este robô-sonda também já está dando sinais de esgotamento.
Atualmente o Spirit está terminando trabalhos de imageamento em 360° do sítio onde se encontra e faz medidas do gás argônio usando o espectrômetro de raios-x, além de observar variações sazonais no ambiente.
O Spirit não terá muito mais potência para enviar dados para a Terra, além de que, suas memórias já estão quase esgotadas, sendo possível enviar dados somente a cada quatro dias.
Os engenheiros estudam também um reposicionamento dos painéis solares, movendo o Rover, maximizando sua eficiência, antes da conjunção solar, quando o Sol estará interposto entre Marte e a Terra; condição em que a comunicação será impossível. A conjunção solar terá duração de alguns dias para a região onde se encontra a Spirit (entre 29/11 e 15/12/ 2008), após este prazo, espera-se que o Spirit ainda tenha algum fôlego para enviar dados. Neste período, o Rover estará por si só na superfície de Marte.
Neste último informe, a Nasa confirma que parte dos painéis solares se encontra prejudicada pela poeira que se depositou nos últimos anos e que apenas 32% da luz solar capturada é convertida em eletricidade.
* Com informações da Nasa.
- Imagens: Nasa.
- Leia outras matérias sobre a Phoenix em Marte: www.viafanzine.jor.br/site_vf/ufovia/marte.htm
* * *
Marte: A caminho de Endevour Depois de enviar para a Terra uma infinidade de dados sobre Marte, o robô Opportunity (da Nasa) caminha para sua última missão: atingir o interior da cratera Endeavour, que deverá ser a sua sepultura. Por Márcio R. Mendes
O pequeno robô Opportunity da Nasa, inicia uma caminhada de 12 quilômetros. Ele deixou a cratera Vitória e agora segue para o interior da imensa Endeavour.
Recebi as atualizações da Nasa sobre os veículos de exploração no planeta vermelho atualmente. Ao ler, refleti um pouco sobre nosso estágio atual do planeta vermelho e parece-me que será inevitável uma incursão a este planeta em um futuro próximo. Penso assim, baseado devido aos inúmeros investimentos investigativos em Marte.
Pensei para o título deste artigo algo como "caminho para sepultura" (vocês vão entender, mais adiante), porém soou como algo pesado ou, no mínimo tétrico. Também, poderia ser "fim de carreira", "o último pôr do Sol" ou ainda "longa jornada"; mas optei por "A caminho de Endevour".
Como é sabido, além da Mars Global Surveyor que se encontra orbitando Marte, temos também no planeta vizinho a Phoenix, sonda imóvel, pousada numa região do pólo norte marciano e ainda, os robôs Rovers, Spirit e Opportunity que, em suas andanças pelo planeta vermelho, somaram uma quantidade de dados sem precedentes na história da exploração planetária.
Creio que não erro muito em dizer que conhecemos - do ponto de vista cartográfico -, o planeta Marte, tão bem quanto o nosso próprio planeta. Vejam, por exemplo, a disponibilidade de dados através do Google Mars. Sim, para quem não sabe, tão preciso quanto o Google Earth, temos o Google Mars, visualizado também, em comprimentos de ondas diferentes da luz visível, inclusive.
Os robôs 'gêmeos' Opportunity e Spirit se encontram na superfície de Marte.
Uma das surpresas da tecnologia de exploração atual, veio dos Rovers que, ainda se mantém ativos na superfície de Marte desde o início de 2004. São máquinas longevas, pois seu período de vida já se estende a 18 vezes o período planejado para permanecerem em atividade. Envelhecidas, desgastadas e empoeiradas, estas máquinas continuam a fotografar, filmar, medir, explorar aquele ambiente inóspito que, ao mesmo tempo, é o mais próximo que temos das nossas condições.
Recentemente o robô Opportunity saiu da cratera Vitória, por onde esteve pelo período de um ano terrestre. A equipe responsável, decidiu dirigi-lo para outra cratera, vinte vezes maior, a Endevour [foto no alto].
O robô já iniciou sua jornada entre as crateras Vitória e Endevour, distantes entre si, aproximadamente, 12 quilômetros. Para um pequeno robô que "se arrasta" pela superfície marciana, esta será uma longa jornada.
A cratera Endevour está situada ao Sul da Vitória e alcança 220 quilômetros de extensão, com sua profundidade avaliada em 300 metros. A primeira tarefa da Opportunity será encontrar um "caminho" entre as rochas que a leve até o fundo dessa cratera.
A equipe de controle do robô já adiantou que, depois dessa missão, muito provavelmente ele não conseguirá mais retornar a superfície. Além do natural desgaste, as variações sazonais podem definir sua aposentadoria, muito merecida por sinal.
Creio que, no futuro, quando o homem puder ir até Marte, deverá resgatar estes robôs com as próprias mãos e os colocar em lugares de destaque nos mais expressivos museus da exploração espacial.
- Imagens: Nasa.
- Leia mais sobre a exploração de Marte: www.viafanzine.jor.br/site_vf/ufovia/marte.htm
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Observação: Novidades no céu de setembro Além dos planetas Mercúrio, Vênus e Marte estarem visíveis durante toda a semana na direção do poente, formando uma "constelação triangular" que se modifica de um dia para outro, temos mais novidades no âmbito deep sky. Por Márcio R. Mendes
Concepção artística mostra a inusitada descoberta, chamada de TW Hydrae b
TW Hydrae b
No início deste ano foi anunciada a descoberta de mais um planeta gigante, extra-solar, que foi denominado "TW Hydrae b", na estrela TW Hydrae, da constelação da Hydra. Este pretenso planeta foi anunciado como tendo um tamanho equivalente a dez vezes o tamanho de Júpiter. A estatística de planetas extra-solares descobertos já abrange três centenas deles, no entanto, neste caso, esta estatística deverá ser contabilizada com um a menos, justamente, o TW Hydrae b.
Na ocasião de sua descoberta, a distância entre o planeta e sua estrela foi avaliada em apenas seis milhões de quilômetros (só para comparações, a Terra está a uma distância média de 150 milhões de quilômetros de sua estrela, o Sol). Imaginem então, algo dez vezes maior que Júpiter situado a apenas seis milhões de quilômetros de sua estrela central. Essa distância, se correta, produz um período de translação de pouco mais de 3,5 dias apenas. A título de comparação, Júpiter completa uma órbita em torno do nosso Sol a cada 11 anos, aproximadamente.
Tais fatos fizeram astrônomos reverem as características de TW Hydrae b, analisando novos dados ópticos e infra-vermelhos, com o intuito de confirmarem sua velocidade radial, encontrando evidências de que algo estaria errado. De fato, TW Hydrae perdeu o status de planeta extra-solar e ganhou a interpretação de uma enorme mancha na superfície da estrela, tal como a curiosa e secular "mancha vermelha" de Júpiter. O fato não diminui o interesse na descoberta, pois se trata de uma "estrutura" da superfície de uma estrela que está sendo identificada a partir de nosso planeta.
Gama Ray Burst
Outra notícia desta semana é proveniente da constelação de Boieiro, sendo conformado em 10/09/2008, referindo-se a uma intensa explosão de raios gama, proveniente de uma estrela moribunda, com distância da Terra avaliada em incríveis 7,5 bilhões de anos-luz. Mesmo a essa distância, típica de "confins de Universo", a estrela alcançou, por breves minutos, a marca de magnitude 5,3 (visível a olho nu). O evento, denominado GRB 080319B (Gama Ray Burst ) foi detectado pelos satélites Swift e Wind , ambos da NASA. O detalhe interessante desse caso é que, aparentemente, o "jato direcional" dessa explosão estava quase totalmente "apontado" para o nosso planeta, numa grande coincidência.
Eta Carinae
Por fim, a enigmática estrela eta Carinae, revela novas estruturas filamentares, associadas à Nebulosa do Homúnculo (vasta nuvem que a envolve, provavelmente, originada em sua última atividade explosiva, em 1843 ), que podem estar associadas ao recente aumento de brilho dessa estrela, em 1999. Tal aumento de brilho levou-me a monitorá-la naquele ano e, acabei envolvendo-me na "pré-descoberta" da Nova Velorum, que se encontrava no mesmo campo fotográfico dessa estrela.
Em 1999 eta Carinae era invisível à simples vista, passando a ser visível devido a um súbito aumento de brilho. Na ocasião, a comunidade astronômica se inquietou com a possibilidade de estar assistindo o prenúncio de uma outra Super Nova em nossa galáxia (fenômeno extremamente raro), no entanto, com a descoberta dessas novas estruturas, nasce uma nova tese: a de que eta Carinae ainda é uma estrela relativamente estável (apesar de sua enorme massa que chega a superar 100 vezes a do Sol). A variação de brilho observada se deve a rarefação ocasional de seu envoltório gasoso. As novas estruturas foram observadas a partir do telescópio de 8 metros do Observatório Gemini e outro de 4 m do Observatório Inter-Americano, em Cerro Tololo, Chile.
- Imagem: Concepção artística da ESO. * * *
Observação: Novidades no céu de agosto A chuva é muito bem vinda, mas espero que não atrapalhe os bons espetáculos astronômicos para o mês de agosto, sobretudo, para essa semana. Por Márcio R. Mendes
Júpiter e sua lua Titã - o maior planeta do sistema solar poderá ser visto a olho nu nas próximas noites. Ele se apresentará como uma destacada estrela branca que vai cruzar o céu durante toda a noite.
Quem gosta de apreciar os céus e diferenciar os astros, poderá observar neste mês de agosto:
- Dia 16: Eclipse parcial lunar
Os eclipses lunares têm pouca ou nenhuma atenção, mesmo entre astrônomos, muito ao contrário dos eclipses solares que ainda tem enorme interesse por propiciar observações da coroa solar. Contudo, no caso da Lua, alguns astrônomos amadores ainda persistem em realizar observações metódicas, cronometrando a passagem da sombra da Terra em diversos acidentes lunares.
Tal procedimento ainda é usado para refinar estimativas do achatamento da "umbra" que, surpreendentemente, tem se mostrado maior que a do geóide. Portanto, ainda há o incômodo de que algo não vai bem com nossa teoria e astronomia de posição, mesmo que sejam diferenças micrométricas.
O eclipse lunar parcial poderá ser visto em todo Brasil e não será visto na maior parte da América do Norte.
Para encontrar o tempo local do evento, basta subtrair 3h do T.U. indicado.
Por exemplo: o nascer da Lua em Belo Horizonte está marcado p/ 20h39. Assim,
20 - 3 = 17, então o horário local do "nascimento" da Lua no horizonte Leste
dessa cidade é 17h39.
- Em todos os próximos dias, ao anoitecer, lá pelas bandas do poente, o planeta Vênus surgirá brilhante ao lado de Régulo (alfa da constelação do Leão).
- Dia 06: Conjunção da alfa da Virgem (Spica) com a Lua - bem dessa.
- Dia 09: Além da proximidade entre Vênus e Régulo (alfa do Leão), o planeta Mercúrio entra em cena e aproxima-se dos dois astros (aparentemente, claro!).
- Dia 10: é a vez da Lua passar bem ao lado da gigante Antares (estrela avermelhada, facilmente identificável), alfa da constelação do Escorpião.
Chuva de Meteoros das Perseidas
Segundo informações do Observatório de Lisboa, neste mês de agosto ocorre a anual Chuva de Meteoros das Perseidas, por volta do dia 12 de Agosto. O fenômeno designado por meteoro tem a sua origem na entrada na nossa atmosfera de pequenos pedaços rochosos, a maioria é menor que uma ervilha, que se tornam luminosos devido à sua elevada velocidade. A velocidade média de entrada é de 212.400 km/h e o atrito na atmosfera aumenta a temperatura até ficarem incandescentes. A origem desta Chuva de meteoros é o cometa Swift-Tuttle, cuja cauda cruza a órbita da Terra.
Coincidentemente, então teremos em uma única lunação (período visível da Lua), a passagem do nosso satélite natural por entre diversos astros de primeira grandeza, situados em distintas constelações zodiacais.
Outras notícias relevantes e que mereceram menções nos últimos dias:
- Confirmação da existência de água em Marte. Como foi afirmado pelo líder dos cientistas planetários, Willian Bouynton, “temos água!”. Enfim, traços desse elemento vital à vida foram detectados no pólo norte daquele planeta, como já se suspeitava.
- Como já se sabia, também, ocorreu a confirmação definitiva da existência de etano em Titã (lua de Saturno, observada de perto desde 2005, pela sonda Cassini, uma pareceria da Nasa/ESA). Há evidência da existência de lagos com até 20.000 quilômetros quadrados de área, algo como um pequeno oceano. O animador é que, além do etano está confirmada a presença de nitrogênio e outros hidrocarbonetos em Titã. Para melhorar ainda mais o panorama das descobertas, não é só atmosfera, oceano, lagos de hidrocarbonetos e dunas de areia, foi confirmada também a presença de tormentas elétricas. Como já foi teorizado, estas tormentas poderiam produzir a “centelha da vida” (conforme reproduzida em experiência de laboratório).
Portanto, são estas algumas notícias animadoras, para adentrarmos em 2009: o “Ano Astronômico Internacional”. E, quem sabe, um ano ímpar, em que possa trazer boas notícias para a exobiologia?
- Foto: Nasa/ESA. * * *
Planeta vermelho: O ‘Sol da meia-noite’ de Marte Uma fantástica foto foi recentemente divulgada pela NASA, como "imagem do dia". Por Márcio R. Mendes
Movimentação do Sol no horizonte do pólo norte de Marte. A fotografia acima foi gerada pela Phoenix, a sonda mais recente em Marte. Como sabemos, a Phoenix pousou a cerca de dois meses em região polar norte de Marte e, embora não tenha meios para locomoção, tem feito análises do solo, a partir de escavações em busca do principal elemento para a vida (como a conhecemos): água.
Na foto em questão (acima), aparece uma panorâmica do horizonte marciano, onde se pode ver a evolução do Sol em diversos momentos do movimento diurno do planeta. O chamado "Sol da meia-noite" também pode ser observado em nosso planeta, nas regiões polares. Devido à inclinação do eixo de rotação do planeta e estando o observador nessas regiões, à medida que o planeta evolui em sua rotação. Nestas circunstâncias, o Sol nunca se põe abaixo do horizonte, mas aparentemente circula o horizonte.
Se isto é observado a partir das proximidades de um dos pólos, no outro (para uma latitude equivalente) o Sol estará a circular durante todo o dia, abaixo do horizonte, porém numa aparente "noite eterna", contrastando com o aparente "dia eterno" do pólo oposto. Essas condições se invertem, dependendo do grau de inclinação do eixo de rotação do planeta.
Notem na foto acima que o Sol parece se aproximar da linha do horizonte. Muito provavelmente, se tomadas outras fotos, o Sol parecerá elevar-se um pouco, sem ganhar muita altura acima do horizonte, baixando-se em seguida e repetindo o ciclo... Tudo ao longo de um dia que, por lá, dura aproximadamente 24horas e trinta minutos (meia hora a mais que o dia terrestre).
Notem que a luminosidade do Sol diminui gradativamente, à medida que se aproxima da linha do horizonte. Poluição em Marte? Obviamente que não, mas, a poeira em suspensão na atmosfera marciana produz esse efeito, além do fato de que ao olharmos em direções mais próximas da linha do horizonte, atravessamos uma camada maior da atmosfera do que quando olhamos em direções mais elevadas na atmosfera.
O simples fato de termos uma espessura maior em uma direção, contrastando com a existente em outra direção, também causa esse efeito na atenuação da luz solar. Olhe bem a paisagem marciana. Como os astronautas que desembarcaram na Lua já descreveram: “é uma magnífica desolação”. A diferença nesse caso para o caso da Lua é em Marte, devido à atmosfera, podemos ouvir sons ambientes; já na Lua o silêncio deve ser total.
- Foto: Nasa/JPL.
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O misterioso eclipse: Epsilon Aurigae no ano da Astronomia Por Márcio R. Mendes
Modelo de Epsilon Aurigae
Universo quieto?
Apesar da aparente imutabilidade dos céus, quando visto a simples vista e principalmente pelo cidadão não versado em Ciências astronômicas; temos na verdade, uma cacofonia de eventos explosivos, catastróficos, dinâmicos e de contínua renovação na estrutura do Universo, evoluindo conforme leis Físicas ou desígnios transcendentais à nossa razão e Ciência.
No espaço de algumas gerações, pequenos detalhes, só perceptíveis ao observador atento, são discerníveis no aspecto geral do Cosmo, tais como as chamadas estrelas variáveis. Nossos ancestrais muito provavelmente viam Sírius da mesma forma como a vemos hoje; nem maior nem menor; nem mais nem menos brilhante, uma vez que o tempo decorrido em gerações humanas é um somente um pequeno lapso na vida estelar. Temos que considerar também a grande estabilidade das estrelas em sua meia-vida, o que já não é verdadeiro nos turbulentos períodos de sua formação ou morte, conforme concebemos hoje.
Por outro lado, há uma classe de estrelas que costuma variar seu brilho de maneira rápida, seja por razões intrínsecas ou por serem periodicamente eclipsadas por estrelas companheiras e, em alguns casos, por massas planetárias de enormes proporções - tal como nosso portentoso Júpiter, ou maior.
No primeiro caso, a razão da variação de brilho está relacionada com a estrutura física da estrela, bem como o seu estágio de evolução ou ainda as transições de como essas estrelas conduzem a energia produzida em seus núcleos, até a superfície. De forma bastante simplificada, é válido considerar uma luta permanente entre a pressão de radiação produzida pelo combustível estelar, sendo equilibrado por forças gravitacionais. As primeiras tendem a "expandir" a estrela e a última tende a contrai-la. O equilíbrio entre elas, resulta na estabilidade entre elas.
A outra classe de variáveis envolve as chamadas estrelas duplas ou múltiplas onde, periodicamente (ou não), um dos componentes se interpõe na linha de visada entre nosso mundo e a estrela, eclipsando o outro componente. Este evento é bastante útil, de forma que a observação resulta em facilidades para se conhecer algo da estrutura binária (massas e distâncias principalmente).
As duas classes de estrelas resultam em eventos perfeitamente previsíveis e observáveis, o que vem corroborar com os ditames da nossa Mecânica Celeste, construída com ferramentas puramente geométricas e matemáticas. Um triunfo à racionalidade humana.
Temos então as variáveis intrínsecas e as eclipsantes. É preciso estar ciente de que esta última classe pode envolver estrelas perfeitamente estáveis, sendo a condição de variável dependente das posições relativas entre esses astros, ou seja, algumas podem ter a característica de brilho variável quando vistas daqui, sendo que para outro local (outra estrela) não apresenta variabilidade nenhuma.
Epsilon Aurigae
Analisando o rol das variáveis eclipsantes, há um mar de situações interessantes, sendo algumas realmente intrigantes. É o caso de Epsilon, da constelação do Cocheiro (Epsilon Aurigae). Como às outras de sua classe, Epsilon Aurigae tem uma periodicidade de 27,1 anos. A 27 anos atrás eu ainda cursava Física e envolvi-me com as características dessa estrela, pois, nos meios astronômicos era motivo para conversas freqüentes, bem como a tônica de muitos encontros, congressos e star-party, pois, iniciava-se outro de seus eclipses. Até então o astro companheiro da estrela principal, não era visível, talvez, pelas suas parcas dimensões, possivelmente, pelo seu pouco brilho. Estava além da sensibilidade mínima dos nossos instrumentos e sua natureza só poderia ser então teorizada: um grande corpo planetário e escuro ou uma pequena estrela de pouco brilho? Na verdade a dúvida ia muito além...
O período de translação do corpo eclipsante era muito bem conhecido (27,1 anos) e, baseado nisso, era possível prever-se o “tamanho aparente” do componente escuro, que deveria ser de três a quatro dias, considerando-se que, em se tratando de um corpo planetário ou estelar, sua forma deve ser a consagrada "esfera" (aliás, uma das formas mais inteligentes criadas no Universo, pois de todas as outras formas prismáticas, é a que acomoda o maior volume envolto pela menor área). No entanto, não é o que se observa: o eclipse de Epsilon Aurigae dura quase um mês. Esse tempo prolongado do tempo esperado de um eclipse resultou em modelos onde o corpo eclipsante não pode ter a forma esférica e sim o de algo alongado, de forma que o eixo maior fica ao longo da órbita do componente secundário em torno do astro principal.
Um dos modelos criados para explicar essa disparidade conta com o astro central, uma estrela normal, compondo o baricentro de um sistema onde o corpo escuro pode ser uma estrela de nêutron ou até um buraco negro, circundado por um disco de poeira (também chamado de “disco de acreção”). Um disco mesmo que, sob a ótica correta aparenta uma elipsóide com um eixo maior no sentido da órbita e o menor, perpendicular à ela.
Não há nenhum modelo confirmado e um número maior de observações se faz necessário para se obter melhores interpretações. Para entusiastas dessa variável, 2009 será uma ótima oportunidade, pois inicia-se um novo eclipse.
De forma surpreendente e muito diferente do que se pensa, a observação na variação de sua luminosidade não precisa depender de instrumentos sofisticados e específicos, bastando uma monitoração visual e comparativa que, com um pouco de treinamento está ao alcance de qualquer pessoa.
O conjunto de dados, tratado com uma estatística adequada e suficientemente refinada, se aproxima muito de uma média obtida por meios instrumentais. Obviamente que a quantidade de observadores é relevante para se obter essas boas aproximações. Para tanto, lança-se para o próximo ano a Campanha da Epsilon Aurigae, justamente quando estará sendo comemorado (por coincidência) o Ano Astronômico Internacional, em comemoração aos 400 anos da construção da luneta de Galileu.
- Imagem: www.darkstar1.co.uk
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Curtas: Por Márcio R. Mendes
Kizuna vai operar em distintos pontos do planeta. (FOTO: JAXA) - Colaborou: Ildefonso de Souza
JAPÃO LANÇA O SATÉLITE KIZUNA - O Japão está lançando o KIZUNA (Winds), satélite de comunicações, que usa tecnologia de ponta internet de alta velocidade aos mais distantes rincões da Terra. A iniciativa vem de uma parceria entre a Mitsubishi Heavy Industries e a Agência de Prospecção Aeroespacial do Japão (Jaxa, Agência Aérea Japonesa). O lançamento se dará no dia 15/02, do centro espacial de Tanegashima, (Kagoshima, sudoeste de Tóquio), quando o Kizuna será levado pelo foguete japonês H-2A. O Kizuna deverá levar internet em banda larga às localidades de difíceis acessos, como ilhas isoladas e regiões montanhosas.
No site da Jaxa, está disponível o seguinte texto explicativo sobre o Kizuna: “A Internet é parte integral de nossas vidas, mas a qualidade de sua infra-estrutura varia muito. Em geral, áreas urbanas com uma grande população apresentam melhor estrutura de internet, enquanto áreas montanhosas e ilhas remotas não são tão bem equipadas, por causa dos custos. O Kizuna (WINDS) não exige equipamentos de solo muito caros. Se você puder instalar uma pequena antena (com diâmetro de 45 cm) em sua casa, você poderá receber dados a uma taxa de até 155 Mbps e transmitir a uma taxa de até 6 Mbps. Com uma antena maior (com diâmetro de aproximadamente 5 metros), será possível transmitir dados a taxas super-altas de até 1.2 Gbps (esse serviço é destinado principalmente a organizações e empresas). Assim, mesmo em áreas onde seja difícil construir uma boa infra-estrutura, as pessoas poderão aproveitar a internet com o mesmo nível de serviço das áreas urbanas”.
A Jaxa apresentará o lançamento do "KIZUNA (WINDS)"/H-IIA F14 de um estúdio em Tanegashima. Esta é a segunda vez que um foguete H-2A (do governo) leva ao espaço um projeto da iniciativa privada. O primeiro foi um satélite da Mitsubishi.
SONDA SUBMERSÍVEL - Uma sonda submersível será testada em um lago gelado (Mendota), no Campus da Universidade de Wisconsin, Madison, entre 12 e 15/02). Os testes visam conhecer a performance do engenho e avaliar as possibilidades do envio um similar à Lua "Europa", de Júpiter. Essa Lua está atraindo a atenção de pesquisadores por ter sido comprovada a existência de água líquida sob uma camada de gelo. Há possibilidades de ocorrer atividades sísmicas no fundo desses "mares" que podem resultar em "nichos" aquecidos e possivelmente vida a nível microscópico.
NASA QUER NOME PARA SATÉLITE - Outra notícia curiosa, é que a NASA está pedindo sugestões para batizar o novo satélite "GLAST" (Gama-ray Large Area Space Telescope) com o qual se espera conhecer mais do "deep space" em pesquisas cosmológicas acerca das origens do Universo. O intuito é buscar evidências para a "matéria escura" no Universo, pesquisar Buracos Negros e tentar elucidar as misteriosas e potentíssimas explosões de raios-X que se observa. As sugestões com os nomes para o satélite podem ser enviadas para http://glast.sonoma.edu/glastname.
PLANETAS EXTRASOLARES - Terminada a missão primária da sonda Deep Impact (2005), a nova fase desse satélite é auxiliar na busca de planetas extrasolares. Até bem pouco tempo atrás, esses planetas eram tidos como meta dificílima para a Astronomia contemporânea, contudo, já acumulamos uma estatística de mais de 300 deles. Todos eles, planetas massivos e provavelmente gasosos, como Júpiter e Saturno.
VEM AÍ ECLIPSE LUNAR - Na semana que vem, de quarta para quinta-feira, teremos outro eclipse lunar. Tais eclipses, já não atraem a atenção de grandes centros de pesquisa, de forma bastante distinta do grande interesse relacionado com os eclipses solares, onde muito do Sol ainda pode ser pesquisado. No caso dos eclipses lunares, além da beleza do evento, apenas os astrônomos amadores se envolvem em minuciosas medidas de cronometragem da passagem da sombra da Terra em crateras e montanhas lunares, testando seus modelos para a astrometria dos movimentos conjugados Terra – Lua, o que envolve uma elaborada matemática e Mecânica Celeste.
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Astrônoma brasileira se destaca nos EUA Por Márcio R. Mendes
Doutora Duília F. de Mello
DUÍLIA DE MELLO SE DESTACA NOS EUA - Minha ex-colega de trabalho dos tempos de Mestrado (INPE), astrônoma que trabalhou no Observatório de Oslo (Suécia) e atualmente reside nos EUA, sempre foi uma cientista competente. Na década de 1980 trabalhamos em diversas observações em conjunto no Rádio Observatório do Itapetinga (ROI-Atibaia /SP). Os resultados de nossas pesquisas foram apresentados em um Congresso de Astronomia Extragalática, realizado em Córdoba (Argentina) em 1988. Duília de Mello que já descobriu uma Super Nova quando trabalhava em observatório no Chile, na semana passada ganhou a atenção da imprensa norte-americana por ter resolvido os mistério das "bolhas azuis", observadas entre galáxias (blue blobs). A astrônoma utilizou dados do satélite GALEX, bem como fotos feitas pelo telescópio espacial Hubble e se utilizou de técnicas de VLBI (Very Large Baseline Interferometry) – que usávamos em Atibaia/SP - para melhorar a resolução de objetos estudados no espaço profundo. O objetivo é concluir a verdadeira natureza dessas curiosas estruturas no espaço.
>Duília de Mello na National Geographic: http://news.nationalgeographic.com/news/2008/01/080108-weird-stars.html
+ detalhes no site Spaceflight Now: http://spaceflightnow.com/news/n0801/09blueblobs/
>Em português http://super.abril.com.br/blogs/mulherestrelas/
- Foto: iacs.cua.edu
ALINHAMENTO MARCIANO NESTE JANEIRO - Atualmente, Marte tem se alinhado com estrelas de primeira grandeza, criando uma oportunidade para identificá-las. E no próximo sábado (19/01), Marte estará em "conjunção tripla" com a Lua e a estrela El Nath. Marte pode ser visto a olho nu, em destaque no céu por todas essas noites, no formato de uma grande estrela de brilho amarelado.
NUVEM SE CHOCA COM A VIA-LÁCTEA - Outra notícia interessante que veiculou no mundo da Astronomia esta semana foi a confirmação de que uma grande nuvem de hidrogênio está em vias de colidir com nossa galáxia ( ! ) . Denominada "Nuvem de Smith", em homenagem ao seu descobridor em 1963, que só agora recebe o merecido reconhecimento. Essa nuvem tem aproximadamente tamanho calculado em 11.000 anos-luz por 2.500 anos-luz e desloca-se com velocidade de 240km/seg. em rota de colisão com nossa galáxia. Na verdade, ela já está "roçando" as bordas exteriores da galáxia e prevê-se que sua passagem propiciará imensas regiões de nascimento de estrelas (grandes "berçários"), propiciando eventos de verdadeira pirotecnia astronômica. Contudo, precisamos nos acostumar com as escalas astronômicas e deixar de lado nossa escala de tempo, pois, teimamos em achar que tudo no Universo ocorre em função de nossas vidas. Assim, a iminente "colisão" da nossa galáxia com essa grande nuvem que está a passar por aqui, deve começar dentro dos próximos 40 milhões de anos.
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Todos os textos:
por Márcio R. Mendes*
De Dois Córregos/SP
Para Via Fanzine
* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP,
astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional)
e consultor de Astronomia para os portais Via Fanzine e UFOVIA.
- Produção: Pepe Chaves.
© Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.
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Clique aqui para acessar o Arquivo/2007 do professor Márcio R. Mendes
Leia também:
O SEU PASSAPORTE PARA O ESPAÇO: www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm
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