Rússia

 

 

OVNIs na URSS:

O Caso Voronej e suas possíveis relações 

Fantásticas ocorrências ufológicas na União Soviética, como o Caso Voronej ocorrido em 1989, podem estar relacionadas e foram tornadas públicas somente após a Glasnost.

 

  Por Natália Dyakonova*

De Moscou/Rússia

Para VF/UFOVIA

26/05/2018

 

Tanto o ocorrido em Voronej, quanto aos demais casos descritos nessa matéria, curiosamente, estão relacionados às crianças. E também podem ser associados pela  total ausência de agressão por parte dos visitantes.

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Em 1989, um grande número de aparições de OVNIs de vários tipos foi registrado na URSS, quase em todo o território nacional. Muitas evidências de contatos variados foram então documentadas pelos ufólogos.

 

Todos os casos descritos na sequencia curiosamente estão relacionados às crianças. Também estão unidos por uma outra característica comum: a total ausência de agressão por parte dos visitantes, sugerindo, por parte deles, a manifestação de um interesse exclusivamente exploratório.

 

Esfera que se dividiu ao meio

 

No dia 6 de junho de 1989, em Óblast (Região) de Vólogda, aldeia de Konántsevo (480 km a nordeste de Moscou) quatro crianças de 11 a 13 anos de idade testemunharam um incidente incrível em plena luz do dia. Elas eram, Lyúba Rybakova, Seriója Belyavski, Svéta Karétina e Marina Shiryáeva. Avistaram no céu uma esfera brilhante que começou a descer e aterrissou sobre um prado e abriu-se (segundo as testemunhas, como "duas metades de uma laranja"). A esfera tinha altura de aproximadamente quatro metros, e do seu interior saiu uma figura de quase a mesma estatura. Essa figura não tinha cabeça, suas pernas eram muito negras, o corpo, um pouco mais claro, e o topo, amarelo; as mãos pendiam abaixo dos joelhos e no peito havia um disco luminoso.

 

Assim era a aparência do 'visitante'. Desenhado pelas crianças, testemunhas oculares. As legendas assinalam as cores das diferentes partes do corpo da criatura (de cima para baixo): “amarelo brilhante”, “preto”, “preto escuro”.

 

A figura atravessou o prado até a caixa do transformador perto da estrada, seus braços e pernas estavam retos, isto é, não se dobravam. As crianças, chocadas, observavam a uma distância de 150 metros. Naquela altura, a bola já parecia ter desaparecido no ar, tornando-se invisível – escureceu no início e depois, desapareceu.


Quando a figura se aproximou do transformador,
as crianças notaram uma mulher caminhando pelo prado. Eles gritaram para ela: "Tia! Não vá! Alienígenas!". A mulher, ou não teria ouvido, ou prestado atenção, pois caminhou até se aproximar do estranho. Naquele momento, ambos desapareceram. Um segundo depois a mulher apareceu novamente, mas já a 40 metros do transformador – foi como se ela emergisse do ar. E, gritando de horror, ela saiu correndo pelo prado.

 

As crianças escreveram sobre o incidente no jornal local “Призыв” (“O Apelo”), e a partir daí, a informação foi reimpressa pelos jornais centrais. Peritos foram para a aldeia, inclusive, um funcionário do Instituto de Pesquisa Científica de Alta Energia da URSS, A. P. Listrátov (com quem depois nos encontraremos), coletando todos os detalhes do incidente a partir das crianças e gravando um vídeo.

 

As crianças que testemunharam o incidente são entrevistadas pelo pesquisador A. Listrátov no local do incidente (print do vídeo de 1989).

 

A conclusão foi que as crianças não teriam inventado nada. Comunicando os militares, os peritos descobriram que no lugar tinham sido observadas regularmente nas telas de radar faixas estranhas, que nem sequer tentaram identificar. Os moradores das aldeias vizinhas tampouco ficaram particularmente surpresos: "Sempre temos umas porcarias voando por aqui", asseguravam eles, durante os encontros que tiveram com os pesquisadores. Aparentemente, a Óblast de Vólogda possui algum tipo de atração para os OVNIs. Anteriormente, os moradores tinham guardado silêncio sobre o ocorrido, mas após a publicação no jornal regional, eles começaram a vir para a redação deste, relatando com mais detalhes as suas experiências de encontro com o inexplicável.

 

Este foi o primeiro caso de contato de terceiro grau durante o ano 1989 que ao ser publicado pela imprensa se tornou conhecido dos cidadãos da URSS. Mas o próximo teve uma ressonância a nível mundial. No Caso Voronej, a aparência dos alienígenas participantes no contato e seu modo de ação foram muito semelhantes.

 

O Caso Voronej

 

Trata-se do caso de desembarque de um OVNI na cidade de Voronej, com a saída da tripulação (composta, aparentemente, por robôs) para fora do objeto diante dos olhos de muitas testemunhas oculares. Foi assim que elas descreveram este caso.

 

Voronej, grande centro industrial situado a 500 km a sudeste de Moscou, 27 de setembro de 1989, 18h30 minutos, fim da jornada de trabalho. No pequeno parque “Yujny” (“Parque do Sul”) um grupo de crianças de 11 a 13 anos de idade estava jogando futebol, e nas proximidades, havia cerca de 20 adultos parados em um ponto de ônibus.

 

O parque “Yujny” (“Parque do Sul”), em Voronej.

 

De repente, todas essas pessoas viram no céu noturno uma luz rosa, da qual apareceu uma bola da cor vermelho escuro, que a princípio parecia flutuar, e depois diminuiu lentamente; seu diâmetro era de cerca de 10 metros.

 

Passou cerca de um minuto antes de a bola descer suavemente a uma altura de 15 metros acima do parque, começando então a circular lentamente sobre este. Era evidente como a grama na terra estava se deitando sob a influência de alguma força. Após ter circulado sobre o local, a bola então voou para longe.

 

Poucos minutos depois, o OVNI apareceu novamente e começou a declinar. Todos os presentes olhavam encantados com o que estava acontecendo. O OVNI parou sobre o álamo e começou a descer diretamente sobre este, apoiando-se no seu topo e fazendo-o se inclinar. Então a bola se elevou ligeiramente, desviando-se para o lado e pairando perto do álamo. As testemunhas viram abrir-se nela uma escotilha, aparecendo desta uma criatura gigante, vestida de macacão prateado e sapatos de cor bronze. Era como se olhasse para as pessoas que estavam abaixo.

 

A criatura não tinha uma cabeça real, apenas algo como uma corcova entre os ombros. Nesta corcova, eram visíveis três olhos, sendo que o do centro girava intensamente. Logo após a criatura desaparecer na nave, a escotilha se fechou e o aparelho voador desceu, aproximando-se do chão com um zumbido alto. A nave brilhantemente iluminada, parou sua descida a um metro acima do solo, balançando para frente e para trás. Quatro sapatas de aterrissagem saíram dela e caíram no chão. Agora, os espectadores podiam ver claramente que o objeto era oval, tendo a forma de um ovo com cerca de 15 a 20 metros de altura e entre 6 a 8 metros de comprimento.

 

Do lado desse objeto, havia um emblema semelhante à letra russa "Ж". Logo após a aterrisagem, a escotilha se abriu lentamente e desta desceu uma escada. Então, duas figuras surgiram do objeto, uma tinha de três a quatro metros de estatura e era a mesma criatura que tinha aparecido na escotilha quando o objeto voador flutuava sobre os álamos.

 

Desenho com base em relato das testemunhas oculares.

Artistas M. Kaigoródov, S. Románov.

 

O alienígena se movia muito desajeitadamente, tal como um robô. Essa primeira criatura foi seguida por outra. A forma desta última é descrita como "um televisor sobre pezinhos" ou uma caixa com mãos e pés, trazendo botões brilhando no peito. A primeira criatura soltou um som muito estranho, após o qual um retângulo luminoso, de 0,75 por 1,30 metros, apareceu no chão. O gigante fez outro som, após o qual, o brilho desapareceu novamente. Então, a pequena criatura apertou o botão no peito da mais alta, e três luzes se acenderam na barriga desta. Naquele exato momento, um menino do grupo das crianças que brincavam nas proximidades gritou de medo; o mais alto então dirigiu então o olhar para ele, com o seu olho central, sem voltar a cabeça. Um raio de luz saiu de seu olho e atingiu o menino, que ficou sem movimento por vários minutos. As testemunhas adultas gritaram e começaram a abordar os alienígenas ameaçadoramente.

 

Então, os robôs embarcaram em sua máquina voadora, e as testemunhas pensaram que os alienígenas iriam desaparecer. Mas alguns minutos depois eles retornaram, e o gigante agora segurava na mão um cano prateado de cerca de um metro de comprimento. Apontou-o para um garoto de 16 anos que se aventurou a aproximar-se demais do objeto voador e, para o horror das testemunhas, o menino de repente desapareceu sem deixar vestígios. As criaturas então se viraram e subiram lentamente a escada até a máquina voadora, entrando nela e fechando a escotilha. A nave subiu acima do solo, se levantou para o ar e voou com velocidade crescente.

 

O objeto voador se esquivou para o lado, passou sob um alto edifício residencial e desapareceu muito rapidamente no céu. As testemunhas relataram que exatamente no momento em que a espaçonave desapareceu, o garoto de 16 anos, ileso, apareceu novamente no parque. No lugar, ficaram umas mossas precisas, de 14 centímetros em diâmetro. Ao serem unidas pelas linhas desenhadas, aparentavam o formato de um diamante. Também foi possível ver vestígios de robôs que tinham feito uma curta caminhada ao lado da nave.

 

Um dos escolares mostra marcas das sapatas de aterrissagem ao jornalista

(print do vídeo de 1989).

 

As testemunhas oculares foram todas entrevistadas pelo grupo local de pesquisadores em fenômenos anormais e, rapidamente, fizeram desenhos do que avistaram. O questionamento das crianças por um método especial não revelou qualquer sinal de mentira deliberada nos relatos. Os ufólogos notaram certos detalhes nas histórias das crianças dos quais elas obviamente não podiam ter conhecimento e, portanto, não podiam usá-los em uma história fictícia. O testemunho dos instrumentos e quadros de biolocalização também confirmaram as histórias das crianças e de outras testemunhas oculares.

 

Desenhos de crianças que estavam no parque, testemunhas oculares da ocorrência.

 

A primeira notícia sobre o evento apareceu no jornal local “Коммуна” (“Comuna”). Em 9 de outubro, veio a notícia da tradicional TASS (Agência Telegráfica da União Soviética), reproduzida logo pela imprensa nacional, e a partir daí a informação se espalhou para o Ocidente. Como era de se esperar, logo teve início uma típica campanha pela ridicularização, tanto dos testemunhos, como do episódio em si.

 

Em janeiro de 1990, veio para a União Soviética o conhecido pesquisador franco-americano Jacques Vallée, acompanhado de Martine Castello, jornalista do jornal "Le Figaro". Eles se reuniram com os ufólogos soviéticos, incluindo o mais famoso deles, Vladimir Ajája. De acordo com os resultados da viagem, Vallée realizou, junto com Aja, uma conferência de imprensa na APN (Agência de Imprensa Novosti), onde, entre outras coisas, disse  o seguinte: "Meu encontro com Vladimir Ajája não foi um mero bate-papo com repórteres bêbados em um café de Berlim ou com místicos marginalizados na reunião internacional da Nova Era; isso era Moscou. As paredes revestidas da APN centelhavam com bom polimento. Na mesa de trabalho havia livros, pastas, calendário de Aeroflot. Os empregados estavam anotando algo, bebiam chá e de vez em quando apagavam os cigarros no cinzeiro de vidro. Às vezes a conversa era interrompida por uma animada discussão em russo e os tradutores mal tiveram tempo de traduzir. O que ouvimos nunca foi pronunciado no Ocidente. Algo disto nem foi dito publicamente mesmo na União Soviética. Mas uma coisa era clara: os ufólogos russos dispõem de material suficiente para, apesar das ousadas declarações de James Oberg, não perder tempo em ‘falsificar as observações ocidentais’ [N. A.: o jornalista americano James Oberg ridicularizava as pesquisas dos ufólogos soviéticos]".

 

O incidente em Voronej ficou conhecido apenas graças ao fato de que, desde 1985, no país foi declarada a chamada “Glasnost” ("Transparência"), surgindo com isso a possibilidade de falar sobre grande parte daquilo que devia ter sido silenciado no período precedente. Anteriormente a isso, na URSS quase nunca ou raramente apareciam notícias sobre OVNIs, e sempre se tentou tratar aqueles testemunhos como sendo meros fenômenos naturais, miragens, atividades militares ou algo parecido. Em primeiro lugar, porque desde a década de 1970 no país estava em vigência o projeto “Setka” ("Armadilha"), dentro do qual foi levada a cabo a investigação secreta de tais casos e, em geral, de todos os fenômenos anormais. Em segundo lugar, havia a diretiva de não perturbar à população com histórias sobre qualquer "diabrura", que não se encaixava em uma clara e compreensível imagem do mundo. Assim, foi como se o caso Voronej abrisse as comportas para o livre fluxo de informações sobre os OVNIs na União Soviética. Foi então, por exemplo, quando nós soubemos que mesmo 10 anos antes, em 1979, foi registrado oficialmente um semelhante encontro estranho de um grande grupo de crianças com algo que claramente não tinha uma origem terrestre.

 

Um encontro assustador

 

Este ocorrido se deu no acampamento de pioneiros "Beriozka" (“Pequena Bétula”). O acampamento de pioneiros é um acampamento de verão para pioneiros em repouso. “Pioneiros” foi a denominação bolchevique para a organização dos escoteiros, que existia na Rússia desde 1908, e depois foi reestabelecida em 1922, sendo reformatada para a educação dos futuros construtores do socialismo, fortes no corpo e no espírito. Na organização eram recebidos todos os alunos de 10 a 14 anos de idade, sob condição de bom desempenho e bom comportamento. Quase todos os pioneiros passavam pelo menos um dos três meses das férias de verão (junho a agosto) em acampamentos. O talão de encaminhamento para tais acampamentos de verão era recebido pelos pais das crianças no trabalho, sendo pagos pelos sindicatos.

 

Uma típica turma de pioneiros no acampamento de verão, na década de 1970.

  

A vida no acampamento era muito intensa, incluindo quatro refeições por dia, preparadas segundo as recomendações dos nutricionistas para crianças, esportes, aulas educativas, arte, jogos, canções, danças, filmes, caminhadas, natação no rio ou no mar. Todas as crianças no acampamento foram divididas em grupos por idade. Em cada grupo havia um professor-educador e monitor de pioneiros – uma pessoa jovem, homem ou mulher, cujas responsabilidades incluíam a organização de atividades de lazer para as crianças. Uma visita ao acampamento durou um mês e foi chamada de "turno".

 

Apenas um dia antes de acabar um turno desses, ocorreu esse evento incrível.

 

Em junho de 1979, nos arredores da cidade de Derjávinsk, da Óblast (Região) de Turgay, do Cazaquistão (na época, uma das Repúblicas Socialistas Soviéticas, parte integrante da URSS) perto do acampamento dos pioneiros "Beriozka", localizado a 12 km de Derjávinsk, foi observado pelas testemunhas oculares durante mais de 24 horas um objeto desconhecido, cuja tripulação saia para fora, efetuando certas ações parecidas com pesquisas científicas!

  

Imagem de satélite do acampamento “Beriozka”, que ainda está em funcionamento.

 

No encalço dessa ocorrência, partiram para o acampamento de pioneiros "Beriozka" os funcionários dos departamentos regionais do Ministério de Assuntos Internos e a KGB, com base na cidade de Arkalyk. Um ano depois, em 1980, esteve no lugar uma comissão de peritos do Instituto de Pesquisa Científica de Alta Energia da URSS, localizado em Moscou, liderada por um funcionário do Instituto, A. P. Listrátov. Esta comissão preparou um relatório, em base do qual resumimos na continuação os eventos ocorridos no local.

 

Em 26 de junho de 1979, às 11h30 da manhã, a primeira turma de pioneiros do acampamento "Beriozka", estudantes da escola secundária “Krúpskayada cidade de Derjávinsk, consistindo de 20 escolares (seus nomes foram averiguados e as correspondentes declarações foram tomadas por escrito), dos anos 5 a 7 (com idades entre 11 a 13 anos), sob a liderança da monitora de pioneiros N. P. Kalmýkova, que fez uma caminhada a dois quilômetros do acampamento pela Lýsaya Sópka (“Outeiro Escalvado”).

 

      No mapa, as setas marcam o acampamento e o outeiro.

 

De repente, os pioneiros viram a uma distância de 30 metros da turma quatro criaturas negras, com estaturas superiores a três metros (!), saindo de trás do outeiro. Nos rostos dos estranhos não eram visíveis bocas nem narizes, apenas grandes olhos de cor avermelhada. Quanto às roupas, os pioneiros notaram neles apenas uns cintos largos, ou "sainhas", de uma brancura deslumbrante.

 

Os pioneiros puseram-se a correr para o lado do acampamento, seguidos por um dos estranhos, cujas mãos estavam esticadas para a frente e imóveis. O humanóide se aproximou a uns 10 metros dos pioneiros, mas não entrou no acampamento, voltando em vez disso para os seus companheiros. No entanto, na noite do mesmo dia, após o jantar, os pioneiros viram com horror o estranho sentado em uma cadeira perto do refeitório!

 

Legenda em russo: “O esboço de humanóides feito pelo secretário responsável do jornal "Тургайская новь" ["Novidades de Turgay"] P. I. Jukóvski, com base nos relatos de testemunhas oculares.

 

No relatório mencionado, está contido o seguinte testemunho da monitora de pioneiros R. Rakhímova, sobre o episódio em questão: "Às 20h30, de 26 de junho de 1979, saí do refeitório e me dirigi para o bosque de bétulas. De repente vi como o pioneiro Jénya, da minha turma, correu assustado para fora do bosque! Olhei imediatamente na direção de onde ele havia fugido e vi um homem sentado em uma cadeira, muito alto, preto como breu e como se fosse todo achatado, tal qual uma tábua. Suas mãos eram enormes, parecidas com as humanas. Tinha na cintura uma sainha curta de material branco de brancura deslumbrante. Eu o via apenas de perfil – ele não tinha nariz, nem cabelo, nem orelhas, nem boca, havia apenas olhos grandes e proeminentes de cor rosa – parecia que eles estavam prestes a sair de suas órbitas. A cabeça também era ligeiramente convexa por trás. Esse gigante permanecia sentado a uns 10 ou 11 metros de mim, fiquei muito assustada e pus-me a correr pelo bosque com o grito: 'Há um cara preto sentado lá!'. Todas as crianças e monitores de pioneiros na quadra correram para onde eu indiquei. Eu também corri. Quando chegamos a essa cadeira, vimos que os pés desta haviam entrado pela metade no chão! Então nos dividimos em dois grupos: um inspecionou o bosque, mas não encontrou ninguém, e o outro descobriu enormes pegadas perto do refeitório, mas estas foram rapidamente pisoteadas pelas crianças".

 

Na mesma noite, às duas horas, o marido de Rakhímova, assistente médico do acampamento G. Rakhímov, viu a cerca de 20 metros de distância do edifício principal do acampamento, dois "olhos" luzentes a uma altura de cerca de três metros. "A cor deles era rosa pálida", disse o enfermeiro. "Quando me afastei deles, senti algum tipo de ansiedade. Como se alguém estivesse olhando para mim pelas costas. Mas eu não vi ninguém por trás. Naquele momento, senti um desejo ardente de ir ao encontro desses 'olhos', mas fui impedido por uma sensação de medo. Tudo isso durou cerca de meia hora". No dia seguinte, fora do acampamento, perto da floresta, os pioneiros descobriram uma estrutura que não havia ali antes! Assemelhava-se a uma barraca de camping feita de um material que lembrava uma lousa no telhado. No dia seguinte ao incidente, esta estrutura desapareceu, permanecendo no seu lugar apenas a grama queimada.

 

A história parece absolutamente fantástica. Mas há uma circunstância que nos faz olhar mais de perto para esses testemunhos. Por que o Ministério do Interior e a KGB da Óblast de Turgay reagiram imediatamente aos acontecimentos em Derjávinsk? A explicação para isso é muito simples. Derjávinsk não era uma simples cidade, mas o local da implantação da 38ª divisão das Forças de Mísseis Estratégicos da URSS, armada com 52 silos de mísseis e foguetes RS-20, conhecidos popularmente como "Satanás". Quase toda a população da cidade estava de alguma forma ligada à divisão. No acampamento e na escola, cada aluno era filho de especialistas em mísseis. A cidade estava cercada de poços de mísseis e postos de controle, estando imperando na região o mais estrito regime de sigilo. Como resultado de tudo isso, a população mantinha uma estrita vigilância, observando atentamente qualquer aparição de "estranhos" e não podendo imaginar nem mesmo em um pesadelo a possibilidade de "fingir uma história", pela qual seria mais que real obter aborrecimentos por semear pânico no território de uma cidade de regime tão estrito!

   

Na foto, está marcada a cidade, a área posicional de silos de mísseis e o acampamento de pioneiros.

 

Foi precisamente esse misterioso episódio que chegou a ser o primeiro contato com alienígenas oficialmente registrado no nosso país. Mas antes do caso de Voronej, nós não sabíamos nada sobre ele, pois permaneceu nas pastas secretas das organizações relevantes da URSS.

 

Como foi dito anteriormente, o Caso Voronej, por assim dizer, abriu algumas comportas, e depois disso o tema OVNI deixou de ser um segredo com sete selos, começando a ser tratado com mais naturalidade pela imprensa e inclusive, pela tevê.

 

* Natália Dyakonova é articulista, pesquisadora em ufologia e correspondente em Moscou/Rússia para Via Fanzine e UFOVIA.

 

- Tradução do russo ao português: Oleg Dyakonov.

 

- Ilustrações: Fontes da internet/divulgação/Google Images.

 

- Produção: Pepe Chaves

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