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Que raio é esse?

'Bicho de fogo': encontros com o inexplicável

O raio globular é conhecido desde a antiguidade. Ainda nas obras de arte etrusca pode

se ver uma assombrosa bola de fogo. De fato, estes plasmóides não são nenhuns relâmpagos,

o nome pegou simplesmente por causa da ausência de outro mais preciso.

 

Por Natália P. Dyakonova*

De Moscou/Rússia

Para Via Fanzine

09/06/2015

 

A bola "estudava" o navegador e, como se estivesse lendo seus pensamentos,

começou a navegar silenciosamente, mudando sua cor para verde.

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No dia 10 de dezembro de 1978, em Estocolmo, o cientista soviético Pyotr Kápitsa foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física "por invenções fundamentais no domínio da física de baixas temperaturas". Mas então, essas descobertas tinham sido feitas pelo cientista há muito tempo já, ainda na década de 1930, e agora ele estava interessado em um outro problema: o raio globular. Chamava-o de "postigo para outro mundo" e сonfessava apenas às pessoas mais próximas, que, se tivesse outra vida, dedicá-la-ia toda ao estudo da misteriosa natureza desse fenômeno. Ao tentar recriar um raio globular no seu laboratório de casa, ele esperava ser capaz de mudar a opinião das pessoas sobre o mundo ao redor. Mas não havia uma segunda vida, e a primeira estava se acabando...

 

Por que, então, o famoso físico estaria tão interessado no fenômeno?

 

O raio globular é conhecido desde a antiguidade. Ainda nas obras de arte etrusca pode se ver uma assombrosa bola de fogo. De fato, estes plasmóides não são nenhuns relâmpagos, o nome pegou simplesmente por causa da ausência de outro mais preciso. Ao contrário de raios convencionais, os globulares podem aparecer em tempo claro. Essas bolas ofuscantes, de cor branca, amarela brilhante, azul, verde e laranja, aparecem de forma mais incrível: a partir de tomadas elétricas, fones, guindastes de calefação a vapor, de debaixo do solo. Mas com maior frequência, uma "bolha de sabão" ígnea, pulsante e transparente aparece de repente do nada no ar. Sua cor pode não ser uniforme, e às vezes as bolas alteram-na, como um camaleão. Podem pulverizar faíscas, dividir-se em bolas gêmeas e passar através de vidros e tabiques metálicos.

 

Muitas vezes se comportam como seres inteligentes. Ao tocar o corpo humano podem queimá-lo e retirar-se depois, ou bem podem deixar na pele humana uma verdadeira ilustração fotográfica como "lembrança". Da mesma maneira, podem entrar facilmente no corpo humano e aquecê-lo, mas também explodir e matar uma pessoa.

 

Normalmente têm forma esférica, brilhando como uma lâmpada elétrica de 60-100 watts. Muito mais raros são os relâmpagos parecidos com pêra, fungo ou gota, ou de formas tão exóticas como panqueca, argola ou lente. O tamanho da esfera de plasma varia de alguns centímetros a vários metros. Mas normalmente as pessoas se topam com "raios globulares" com um diâmetro de 10-20 centímetros. E tais encontros às vezes resultam ser incríveis.

 

O navegador Valentín Akkurátov.

 

Valentín Akkurátov, navegador da aviação polar soviética, condecorado repetidamente com várias ordens e medalhas, descreveu em um de seus livros o encontro com uma estranha "bola" desse tipo.

 

Hoje em dia, nem todas as tripulações de aeronaves têm navegador de aviação, sendo este substituido em muitos casos pelos aparelhos eletrônicos. Mas nos anos anteriores, ele era o verdadeiro "cérebro" da tripulação. Suas responsabilidades incluíam a recolha de dados sobre a velocidade e direção do vento, o desvio de curso de avião, as nuvens e muito mais. Todos estes dados tinham que ser analisados, comparados e entregues ao piloto sob a forma de três números: o curso, a altitude e a velocidade. Desde o momento da decolagem e até o momento de aterrar, o navegador deve a qualquer momento saber o paradeiro da aeronave, o tempo restante até o destino, o consumo de combustível e a reserva deste, como também alterar o curso de voo, velocidade e altitude, dispor de uma solução pronta para o caso de partida ao aeródromo de reserva desde qualquer ponto da rota.

 

O trabalho de navegador de aviação na região do Ártico e o Pólo Norte é particularmente difícil, dadas às características do clima. Valentín Akkurátov trabalhou lá por muitos anos e experimentou muitos casos incomuns, incluindo o encontro com uma bola de fogo.  

 

"Ocorreu em cima do maciço florestal Nyandomy, da Óblast de Vologda, em 1946. Estávamos voltando de um distante reconhecimento de gelo no Ártico no grande avião de quatro motores Pe-8", contou o navegador.

 

De acordo com ele, "Na cabina do navegador, na proa do dirigível, estava de quarto Zubov, navegador de primeira classe. Sendo eu o navegador chefe da aviação polar, estava a verificar nesse voo, as suas ações para prolongar o seu certificado de navegador de classe superior, encontrando-me no assento do lado esquerdo, três metros atrás de Zubov. A cabina do piloto estava no segundo andar, distante da cabina do navegador.

 

De repente uma bola deslumbrantemente branca estourou na altura da cabeça de Zubov, e ficou suspensa no ar, pulsando e balançando. 'Um raio globular, – foi minha conjetura momentânea. – Mas como? Como foi capaz de entrar na cabina? É inverno, não há qualquer vestígio de tempestades nem segundo as previsões sinóticas, nem pelas condições meteorológicas reais da rota aérea'".

 

Enquanto isso, a bola de fogo começou a se mover suavemente ao longo da parede esquerda da aeronave em direção ao próprio Akkurátov. Apertando os olhos por uma luz dolorosamente aguda, se inclinou contra a parede, segurando uma régua de navegação. "'Bater a bola, quebrá-la com a régua – foi minha ideia momentânea. – É celulóide, isto é, um isolador...'".

 

Pe-8 (Petlyakov-8) – usados como bombardeiros pesados estratégicos durante a guerra.

Um destes servia como avião pessoal de Josef Stalin. Depois da guerra,

esses aviões foram utilizados para transportar carga para o Ártico.

 

A bola, ao se aproximar do seu rosto, tornou-se imóvel, ainda pulsando e balançando. Agora, encontrava-se apenas a 30-40 centímetros. "Eu não senti calor, mas obviamente umas pontadas na parte superior da cabeça. Sentiu-se um afiado cheiro de ozônio. 'Bater ou não? E se de repente explode com o impacto...'.  Meus músculos ficaram tensos, e um frio desagradável correu ao longo da espinha dorsal".

 

A bola "estudava" o navegador e, como se estivesse lendo seus pensamentos, começou a navegar silenciosamente, mudando sua cor para verde. Sem se mover, Akkurátov seguiu o movimento da bola. "Descendo, ela vinha até a escotilha que levava da sala de navegação para a sala de rádio. Lá estava trabalhando o radiotelegrafista de bordo". A bola, rolando sob o assento do radiotelegrafista, explodiu com um terrível estrondo e faíscas ofuscantes de fogo. Uma fumaça preta e acre encheu a cabina, a ligação telefônica interrompeu-se.

 

Felizmente, o fogo a bordo, irrompido após a explosão, pôde ser extinguido rapidamente; daquela vez tudo acabou bem para a tripulação e o voo continuou. O segundo piloto, perguntado se tinha visto algo antes da explosão, respondeu: "No console da asa direita, perto de fogo verde de posição, surgiu uma bola branca brilhante. Eu pensei: um curto-circuito da lâmpada elétrica, mas a bola não se apagou, e, arrastando-se lentamente pela borda frontal da superfície plana, desapareceu debaixo da proa da máquina. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, houve uma explosão, e a fumaça começou a entrar para a sala do piloto, onde estávamos, e o telefone ficou mudo".

 

Desde então, o navegador Akkurátov tornou-se interessado no assunto de "bolas de fogo", ou "raio globular". Colheu muitas histórias sobre encontros com esse fenômeno, mas a sua maior impressão, como a de muitos outros, foi a de um trágico acidente com um grupo de alpinistas soviéticos, cuja história foi publicada na imprensa. Alguns leitores de Via Fanzine podem recordar a história da morte do grupo de esquiadores de Ígor Dyátlov, ocorrida em 1959, no Ural, Rússia [Leia artigo da autora: Caso Dyátlov: a aventura final – em 4 partes]. Mas a única coisa em comum é que em ambos os casos foram registrados contatos com "bolas de fogo".

 

Foi o que aconteceu em 17 de agosto do mesmo ano de 1978, em que o físico Pyotr Kápitsa foi galardoado com o Prêmio Nobel.

 

Após superar a dificílima escalada para o pico Trapétziya ("Trapézio"), no Cáucaso do Norte, o grupo de cinco alpinistas soviéticos, cujo líder era Vladímir Kavunénko, não foi capaz de ir para baixo no mesmo dia. Ao anoitecer, decidiram ficar logo abaixo do cume, a uma altitude de 3.900 metros acima do nível do mar.

 

Pico Trapétziya ("Trapézio"), no Cáucaso do Norte.

 

Lembra Vladímir Kavunénko, "Eu acordei em razão de sensação estranha de que alguém tinha penetrado na tenda. Saquei a cabeça para fora do saco de dormir e gelei. A uma altura de cerca de um metro do solo estava flutuando uma brilhante bola amarela, do tamanho de uma bola de tênis. 'O que é isso?', pensei, e no mesmo momento a bola desapareceu no saco de dormir de Oleg Koróvin. Houve um grito violento, a 'bola' pulou do saco dele e começou a passar sobre os outros, escondendo-se por turnos em um ou outro dos sacos. Quando a bola furou queimando o meu saco, senti um inferno de dor, como se fosse queimado por várias maquinas de soldar, e perdi a consciência. Depois de um tempo, voltado a si, vi a mesma bola amarela entrando nos sacos metodicamente, respeitando a ordem que só ela conhecia, e cada uma dessas visitas causava um desesperado grito desumano. Isto foi repetido várias vezes. Foi um horror. Houve um momento em que eu tinha certeza de que me restava apenas a cabeça. As pernas e as mãos não se moviam. Lembro-me ainda como eu gritava ao colega Vítya Káprov: desata minhas pernas! Tinha a impressão de que minhas pernas estavam atadas. Quando voltei a si novamente, acho que foi por quinta ou sexta vez, a bola não mais estava na tenda. Eu não podia mover a mão ou o pé. O corpo estava ardendo, tornou-se um foco de incêndio. Então eu perdi a consciência novamente. Ninguém percebeu para onde foi a bola".

 

Pela manhã, nenhum dos alpinistas era capaz de sair sozinho da tenda, os companheiros ficaram preocupados com sua longa ausência, foram procurá-los e, em seguida, chamaram a equipe de resgate pelo rádio. Os feridos foram levados ao hospital. No corpo de Kavunénko, contaram sete feridas. "Não eram queimaduras: apenas pedaços de músculos rasgados até os ossos. A mesma coisa se sucedeu com os meus amigos Shíguin, Káprov, Bashkírov. E Oleg Koróvin foi morto pela bola, talvez porque o seu saco estava posto sobre um colchão de borracha e, portanto, isolado da terra".

 

O navegador Valentín Akkurátov visitou Vladímir Kavunénko no hospital e perguntou-lhe sobre o incidente. Vladímir contou-lhe:

 

"Na nossa tenda, que estava fechada, achavam-se o radioemissor, carabinas e alpenstocks. Mas o raio globular não tocou em qualquer objeto de metal, mutilando apenas às pessoas. Era um estranho visitante. Parecia como se estivesse queimando-nos de uma forma premeditada e maliciosa, como um sadista, submetendo-nos a uma terrível tortura, mas matou apenas Oleg. E por que ninguém resultou ter as queimaduras? As entradas nos sacos não excediam em tamanho uma bola de tênis, e as nossas feridas alcançavam 15-18 centímetros".

 

Akkurátov perguntou a Kavunénko sobre os sinais de tempestade, se ele tinha visto um relâmpago.

 

"– Não, estava nublado, mas não houve sinais de trovoadas e relâmpagos. Isso não era um raio globular, – afirmou o alpinista.

– E o que era, então?

– Não sei. Algo diferente. Eu mesmo tenho observado muitas vezes um raio globular. Aparece e desaparece rapidamente, enquanto que esse bicho de fogo fazia-nos sofrer longa e duramente. Estivemos deitados ali e não podíamos fazer nada para se proteger, como se fossemos paralisados...".

                                                               

Vladímir Kavunénko na atualidade, mestre internacional de esportes no alpinismo,

treinador emérito, condecorado com ordens e medalhas da Rússia

e de outros países pela sua participação em operações de resgate.

 

Na Rússia e em outros países foram registrados numerosos casos de encontros com bolas e bolinhas de fogo, que mostraram sinais de inteligência no seu comportamento.

 

Mais de 100 anos atrás, o "pai da cosmonáutica russa" Konstantin Tsiolkovsky propôs a hipótese da existência no sol de uma forma de vida diferente, a plasma, como também das origens solares da vida na Terra. Em meados do século passado, os cientistas fizeram uma descoberta: as estruturas magnéticas de plasma (plasmóides) estão amplamente difundidas em todo o mundo. O principal local de seu habitat é a ionosfera, a camada de plasma quente rarefeita, localizada a uma altitude aproximada de 50 km acima da Terra e estendida até 1000 km. Mas, aparentemente, os plasmóides estão presentes também sob os nossos pés, no subsolo. De acordo com recentes dados do telescópio de rádio Murchison, localizado no deserto da Austrália Ocidental, os cientistas da Universidade de Sydney descobriram a primeira evidência visual de que a Terra é cercada por estruturas tubulares de plasma.

                                                                     

Visualização 3D dos tubos de plasma em torno do campo magnético da Terra.

 

Talvez com a ajuda dessas descobertas, um dia vamos abrir este "postigo para outro mundo", como dizia o acadêmico Kápitsa, e saber o que está escondido lá, do outro lado, mudando os nossos pontos de vista sobre a realidade circundante? Quem sabe...

 

* Natália P. Dyakonova é filóloga e pintora profissional, pesquisadora e historiadora por inclinação. É colaboradora e correspondente de Via Fanzine na Rússia.

 

- Seu blog é http://protocivilizacion.blogspot.ru (Com dispositivo para tradução automática).

 

- Tradução do russo: Oleg I. Dyakonov

- Revisão final e adaptação: Pepe Chaves

 

- Imagens: Divulgação/Reprodução.

 

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