Entrevista com Alonso Valdi Régis

Bancário aposentado e pesquisador em ufologia

Por Pepe Chaves

Para UFOVIA

Alonso Valdi Regis e o protótipo de disco voador criado por ele em Morro do Chapéu-BA.

Alonso Valdi Regis foi um os primeiros ufólogos brasileiros a atender gentilmente meu chamado de contato. Era meados da década de 90 mantivemos diversos contatos e troca de informações via Correios, cujas missivas recebidas ainda se encontram arquivadas no Acervo UFOVIA. Considerado um dos mais tradicionais ufólogos brasileiros, Régis, que é natural de Juazeiro do Norte (CE), reside desde a década de 1980 no município de Morro do Chapéu, na bela Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Brasil. Bancário aposentado e desde cedo despertado para a temática ufológica, ele se dispôs a pesquisar ocorrências envolvendo OVNIs, discos voadores, sondas e até aparição de criaturas extraterrestres. Também pesquisador de profecias, nessa entrevista,  Alonso Valdi Régis nos fala um pouco sobre suas experiências e convicções pessoais acerca da Ufologia, seus personagens, mistérios e inusitadas ocorrências .

UFOVIA – Alonso, por favor, nos faça um resumo de quando e como o senhor começou a se interessar pelos assuntos de cunho ufológico.

Alonso Valdi Régis - Tudo começou numa tarde de céu limpo, no final dos anos 60, quando eu estava no alto de um morro, na cidade de Moreno, hoje Grande Recife (PE) e vi passar a meio-céu, uma esfera azul-metálica, com janelas circulares e um anel em alto relevo, na parte inferior. Chamei meus colegas de colégio e eles também viram o objeto desconhecido. Algum tempo depois, chegou-me às mãos, um exemplar da edição extra da antiga revista O Cruzeiro, com a famosa reportagem de João Martins e Ed Keffel, mostrando fotos de um disco voador na Barra da Tijuca (RJ) e eu logo identifiquei, junto aos colegas, o objeto que víramos naquela tarde. As duas imagens – a de Moreno e a da Barra da Tijuca – jamais me saíram da mente e o fato determinou a minha ligação com Ufologia até hoje, tornando-se o objetivo principal no cenário de fundo de minha vida, uma incansável busca atrás de perguntas e respostas que pairavam por trás dos dois avistamentos. Não sei se por coincidência ou por carta marcada, a minha busca por respostas enveredou por um atalho inesperado: algumas passagens bíblicas que logo depois, foram “potencializadas” pela excitante pergunta de Erick Von Daniken, no seu famoso livro “Eram os Deuses Astronautas?”. Foi daí que comecei a fazer a conexão, que até hoje desenvolvo, de que os misteriosos aparelhos voadores que hoje sobrevoam o Planeta, bem poderiam estar relacionados com os antigos seres que pontuam nas religiões, aos quais chamamos Anjos, deuses, elohim etc.

UFOVIA – O senhor já teve alguma experiência ufológica marcante?

Alonso - Experiências marcantes não tive. Mas o avistamento que tive aos 12 anos, para mim foi mais do que marcante, pois me colocou nas mãos a motivação do que seria a mais importante busca de minha vida.

UFOVIA – Em contatos que mantivemos nos anos de 1990, o senhor chegou a me falar de alguns casos ocorridos na região da Chapada Diamantina, onde reside. Lembro que numa das mensagens o senhor reportou sobre um grande estrondo ouvido por toda a redondeza, após um estranho objeto voador ter sido avistado por muitas pessoas. O senhor pode nos lembrar mais detalhes sobre essa ocorrência e informar se a mesma foi esclarecida?

Alonso - Esse caso, amigo Pepe, está entre os primeiros em importância, ocorrido nos anos 80, que ora resumo: certa noite, às 22 horas, foi vista uma “fumaça” na periferia da cidade, mas que logo chamou atenção por ter uma luz piscante no seu interior. Uma senhora que viu o fenômeno logo chamou os amigos que ainda viram a “fumaça” se elevar no espaço e desaparecer nas folhagens das árvores. Nos dias seguintes, ao pesquisar a ocorrência, tomei conhecimento de que dentro da “fumaça” se ocultava um objeto fusiforme que, quando em voo, acendia dois feixes de luz vermelha em sentido lateral e um azul, descendo até o solo, deixando toda a região num suave azul pálido. Este objeto esteve na região até exatamente às 5h do dia seguinte, sobrevoando os municípios do Morro Chapéu, de Cafarnaum, de Mulungu e do Morro e Canarana. Dezenas de pessoas o viram, ora voando, ora pousado e sempre envolto numa densa fumaça que o ocultava quando pousado. O medonho estrondo ocorreu no último instante de sua presença nesse pedaço do sertão baiano, quando, já ao amanhecer, passou por sobre um senhor que recolhia armadilhas de peixe. O objeto sobrevoou o vale onde ele estava e logo se ocultou numa nuvem baixa e então ecoou um forte estrondo que, como um trovão, reboou no vale, enchendo a testemunha de medo pelo insólito avistamento.

UFOVIA – Outros casos inusitados de cunho ufológico também ocorreram nessa mesma região. Dentre eles, quais mais o senhor poderia nos citar?

Alonso - A partir de 1983, quando vim para o Morro do Chapéu, oriundo do Recife (PE), iniciei uma incansável pesquisa por toda a região, visando montar um “dossiê” para o então Projeto Alvorada (hoje Rede Aurora), quando tive a oportunidade de levantar diversos casos bem interessantes que induziam à uma rica casuística ufológica, remontando aos anos finais do século 19. Os casos envolvem luzes noturnas no céu, avistamentos com ETs e as conhecidas “sondas” que são luzes de variado tamanho e cor, que se comportam de forma inteligente e muito conhecidas na região, pelo menos nos municípios da Chapada norte, de Mucugê a Morro do Chapéu. Afora outros casos, não poderia deixar de citar que, na noite de 30/11/1994, um UFO esférico, no tamanho aparente de dois fuscas unidos pelas rodas, desceu num bairro periférico da cidade de Morro do Chapéu. Estava em meio a uma intensa luminosidade, pois eram aproximadamente 20h. E após alguns instantes pairando sobre um campo de futebol, deu um salto para cima, pairou novamente a uns 30 metros de altura e se deslocou vagarosamente rumo à cachoeira do Ferro Doido, sendo visto por centenas de pessoas apavoradas, pensando ser o “fim do mundo”. Dias antes, em Mucugê (250 km ao sul), houve a famosa “onda ufológica”, em que uma equipe do jornal A Tarde, de Salvador, fez um filme da aproximação de um OVNI, mostrando janelas luminosas com uma boa definição. Outro caso foi em 1986, em que por toda uma noite (entre 22 e 5h da manhã seguinte) um OVNI em forma de foguete sobrevoou – ora pousando, ora voando a baixa altitude - por toda a micro-região de Irecê, incluindo o Morro do Chapéu. Ele foi avistado por testemunhas das áreas “visitadas” pelo “aparelho”, como chamam aqui. Finalmente, em agosto de 1995, fui a Boa Vista do Tupim, perto de Itaberaba, ver o caso de um pequeno ET, que aparecera a oito testemunhas, num local ermo do lugar e, após uma hora no solo, se elevou ao céu, “levitando” até sumir na claridade do sol. Sua permanência no solo foi de exatos 60 minutos, das 10 às 11h do dia.

'Os Maias não falam em “fim dos tempos”, pois, segundo eles,

ali apenas termina o Velho Tempo e dá início a um Novo Tempo'.

UFOVIA – Em seu trabalho “Ufomonumentos e Memoriais”, o pesquisador e hipnotizador em ufologia Mário Rangel, destaca a imagem de um monumento ufológico em Morro do Chapéu no formato de um enorme disco voador [foto no topo]. Qual foi o objetivo da construção desse monumento?

Alonso - Nessa maquete de um disco voador eu procurei reproduzir o famoso disco da Barra da Tijuca (Caso de 05/04/1952), fotografado por João Martins e Ed Keffel. Ele tem oito metros de diâmetro, cinco de altura, feito em ferro-tela-cimento, acabamento em acrílico e iluminado por sistemas de luzes piscantes e super strobe. Inaugurado em 1994, foi logo visitado por várias redes de tevê que divulgaram entrevistas em rede nacional contando a história do disco. Até hoje não para o fluxo de visitas, pois o monumento se tornou atração turística e meta de ufoadmiradores, visitantes, crianças e adultos, pois a curiosidade por essas questões não tem idade. Hoje, cartão postal da cidade, até inspirou uma “Micareta do Outro Mundo”, em que a cidade ficou cheia de pequenos UFOs em madeirite, luminosos, balouçando suspensos nas ruas e praças da cidade, ETs encostados nos postes e paredes da cidade, olhando o povo com seus olhos oblíquos e “recadinhos extraterrestres”... Pra mais da conta do que desejaria um ufólogo esforçado... (risos).

UFOVIA - Na sua concepção, quais seriam as provas ou evidências de que os discos voadores são de origem extraterrestre, como a maioria acredita? O senhor tem alguma ideia sobre a origem desses objetos?

Alonso - Essa questão está umbilicalmente ligada a uma outra, bem mais inserida no sistema: “Existirá vida inteligente em outros mundos do universo?”. Agora sou eu que pergunto: alguém de bom senso acha que somente o nosso planeta abriga vida inteligente em toda a vastidão do Cosmo? Para não me alongar demais nessa questão, reporto-me ao caso Barney e Betty Hill, que no ano 1961, no Estado de New Hampshire (EUA), foram abduzidos para o interior de um grande UFO, onde permaneceram algumas horas, antes de serem libertados. Anos depois, consultando um hipnólogo, o casal pôde recordar-se da experiência vivida no interior da nave e, entre as rememorações, havia numa parede, um mapa celeste com várias estrelas, ligadas por linhas. Ali, ambos foram informados de que aquelas estrelas eram sistemas para onde eles faziam expedições. Esse mapa foi submetido a estudos, inclusive na Rússia, para identificar aqueles astros, sabendo-se que um deles era o nosso Sol. Foi a astrônoma Marjorie Fish, que, após muito trabalho, conseguiu identificar o nosso Sol, bem como a estrela de origem dos ufonautas (nome do livro do cientista Hans Holzer, 1976), que era a Zeta Reticuli – pequena estrela da constelação do Retículo, visível em nosso céu. O autor considera esse fato como sendo a primeira origem confirmada da procedência de uma nave e seus tripulantes. E para finalizar, no atual momento ufológico mundial já são determinadas diversas origens de UFOS, sendo alguns do nosso próprio sistema solar e outros, também, de sistemas longínquos. Aos que objetam sobre as distâncias astronômicas, se opõem teorias de viagens hiperdimensionais e, hoje, estão na moda, os tais “portais”, que seriam passagens de galáxias para galáxias, semelhando buracos negros artificiais, temas que, naturalmente, se confundem com as clássicas ficções de Fred Hoyle, Isaac Azimov etc.

UFOVIA - Qual a sua opinião sobre os últimos desfechos do caso Varginha, ante a argumentação levantada por alguns de que o ser que muitos acreditavam se tratar de um extraterrestre seria, na verdade, um popular conhecido na cidade de Varginha?

Alonso - Essa versão é tão risível quanto o foi, também, o tal Relatório Condon, o Projeto Blue Book etc... Uma tentativa póstuma de sepultar de vez um fato que primou pelo rigor da pesquisa, pelo envolvimento dos melhores ufólogos do Brasil, bem como de corporações militares que, evidentemente, não perderiam tempo com uma brincadeira facilmente desmascarada. Ficou apenas o “enigma” desconfortante do destrato com que o reconhecido e sério Dr. Ubirajara Rodrigues finalizou o caso, logo ele que foi o primeiro ufólogo, que mais de perto acompanhou o “affair”...

UFOVIA – Fomos informados que o senhor desenvolve estudos relacionando profecias e ufologia. Qual sua opinião sobre ao alegado “planeta intruso”, chamado de Nibiru, que alguns acreditam que vai se aproximar da Terra em breve e gerar graves transtornos?

Alonso - De fato, sou apaixonado por Profecias, dentro das quais podemos inserir o fenômeno ufológico, sem qualquer empecilho. O famigerado “planeta intruso”, que tem mil nomes, conforme a época e o lugar; é uma espécie de “patrimônio das profecias”, pois é o elemento principal a ressurgir de qualquer cenário dito “escatológico” (sobre o final dos tempos). Ramatis, uma entidade hindu considerada pela objetividade de seus conhecimentos, fala extensivamente sobre a ação desse astro, que ele cognomina de Higienizador, pois é utilizado pela Engenharia Sideral para certos “remanejamentos” planetários, assim como nós usamos dragas para limpar leitos de rios. A Bíblia judaico-cristã, considerada uma “âncora profética” de boa credibilidade, fala na “Estrela Absinto” (Ap 8-11), que cai do céu como uma tocha e cai sobre os rios e fontes das águas. Note-se que a “estrela” não cai sobre terras e montanhas, mas a sua “ação gravítica” é que atua sobre o elemento líquido, provocando maremotos. A linguagem profética universal adverte sobre a ação desse astro alienígena, de um sistema binário chamado Tilo, segundo a Gnose, que periodicamente passa por aqui, causando catástrofes como o afundamento da Lemúria e da Atlântida. Para nós, hoje, é interessante ver o que a Astronomia diz desse astro. Em 1983, a Nasa lançou o satélite astronômico IRAS (infravermelho) para tirar fotos de um possível corpo escuro que interferia nas órbitas dos planetas exteriores. As fotos, de fato, revelavam um grande corpo escuro nas cercanias do nosso sistema. A partir dali, houve grande enfoque para esse estranho visitante, até que começaram a surgir informes “de fontes independentes” (porque as fontes oficiais sempre sonegam esse tipo de informação), fornecendo órbitas, prazos, efeitos e descrevendo um cenário dantesco ante a presença desse poderoso “magneto”, que, entre outros, provocaria a verticalização do eixo da Terra, interações energéticas inimagináveis com o Sol e todos os planetas solares, terremotos e maremotos, efeitos psíquicos devido sua “baixa vibração”, enfim, seria realmente o Apocalipse. Segundo o pesquisador Zecharia Sitchin, os antigos sumerianos (de onde deriva o nome Nibiru), já conheciam esse astro e sua ação sobre a Terra e prevê para agora, o seu retorno. Os Maias, “patronos” do ano 2012, também, mencionam em suas profecias, o tal “asteróide”, cuja aproximação da Terra seria desastrosa para o planeta e para a própria civilização. Nos últimos dias, foi divulgado que um cientista russo, o astrônomo Alexander Stepanov, confirmava a presença, nas bordas do nosso sistema solar, de um grande corpo celeste, que começava a “acelerar” seu deslocamento, atraído pelo Sol. E acusava a Nasa de haver omitido essa informação, mesmo quando ela já havia convocado uma entrevista coletiva com jornalistas, “para anunciar um importante acontecimento” para a humanidade. Dizem que já há fotos desse Astro, que se aproxima pelo hemisfério sul da Terra e, logo mais, será visto a olho nu, confirmando uma das principais profecias do eminente vidente francês, Michel de Notredame – o Nostradamus. Em meio a tantos anúncios, só podemos aguardar, “de olho no céu”, a chegada desse indesejável “companheiro”, de tantos nomes, de tantas funções e de tanta expectativa.

 'Essas luzes, que acompanham o trator, chegam a iluminar a área por onde passam e,

às vezes se dividem em duas ou mais luzes menores'.

UFOVIA – Como o senhor vê a possibilidade do também alegado “final dos tempos” ocorrer em 2012, como muitos atribuem, conforme a polêmica profecia dos maias?

Alonso - O ano 2012, foi primeiro mencionado por volta de 1987, no livro O Fator Maia, do PhD em História da Arte, Dr. Jose Arguelles, que se tornou o fundador mundial do movimento, onde nasceram as profecias maias. Especialistas do Tempo, os maias enfocam a questão dos calendários e dos ciclos e é nesse contexto que devemos entender o ano 2012. Especificando o dia 21 de dezembro de 2012, aí termina um grande ciclo de 25 mil anos e outro pequeno de 5.125 anos. Mas é bom frisar, desde logo, que os Maias não falam em “fim dos tempos”, pois, segundo eles, ali apenas termina o Velho Tempo e dá início a um Novo Tempo, com a renovação geral da humanidade e do planeta, consequências diretas da nova consciência que guiará os povos. Trata-se, pois, da transição de um estágio para outro, mais avançado do ponto de vista ético, moral e consciencial, atributos indispensáveis para uma civilização digna desse nome. É assim como o Apocalipse cristão – que não designa propriamente uma catástrofe global, mas uma REVELAÇÃO, da qual surge, também, um Novo Homem, uma nova Terra e um novo Reino. Agora, temos a considerar que esses “saltos evolutivos”, que a Teosofia menciona na sua complexa história das Grandes Raças e sub-raças, não acontecem ao acaso e de forma “natural”. Para que aconteça um “salto de evolução”, se faz necessária uma mudança estrutural dos Sistemas que mantêm o establishment, mesmo que seja caótico e frágil como é o nosso modelo civilizatório atual. E aí é que entra o “lado catastrófico”, que é um desmonte de tudo o que existe, mas para fazer a “remontagem” em outros padrões e princípios, assim como diz a “Lei de Shiva” – destruir para reconstruir. É o velho mito grego da Fênix, que sempre renasce das cinzas. Das cinzas de uma velha civilização. E é daí que surgem, hoje, movimentos de renovação, de mudanças, de abertura para novos paradigmas de ação, de consciência, de hábitos e comportamentos. É a preparação da SEMENTE – semente que fará nascer uma nova realidade. E para nós, ufólogos, essa nova realidade guindará a Terra e sua nova humanidade, ao patamar das civilizações galácticas, com seus direitos e privilégios, suas novas e superiores performances como viajar no espaço-tempo, dominar a matéria, vencer a dor e a morte, passear nas estrelas... Diria que para auferir esses direitos, também pagaremos um preço. Mas cada um na proporção direta de seus atos, de sua consciência. Nisso estão inclusas todas as religiões, todas as filosofias, todos os modelos espirituais que têm sido dados à humanidade-Terra, desde o princípio dos tempos.

UFOVIA – O advento da internet possibilitou uma grande abertura com relação ao assunto OVNI. Seja para as investigações, troca de informações e materiais etc. Fato é que muitas foram as mudanças na ufologia, após a popularização da internet. Isso é bom? Como o senhor analisa essas mudanças e influências do mundo digital à ufologia?

Alonso - Não há qualquer dúvida que a internet, como rede mundial de comunicação, veio trazer à humanidade o maior impacto educativo da História, desde que nos põe à mão recursos aos quais, sem ela, jamais teríamos acesso. Demonstração disso é a corrida dos centros de ensino – do nível primário, às universidades – a essa poderosa alavanca coadjutora da educação, rumo a uma massificação global da Informação. Em todos os segmentos do aprendizado, docente e discente e, de forma especial, à Ufologia, pelo seu caráter impactante de mistério, de curiosidade e de espetacular. É como se a humanidade traouxesse na Alma uma informação genética que a prende às estrelas (aliás, dizem que viemos todos de lá...). A imprensa, o cinema, a TV e, por último, a internet, sempre foram veículos de disseminação da “mensagem ufológica”, conservando espantosamente, a sua uniformidade de idéias, de concepções e de aceitação, descontadas as normais divergências de opiniões, o que é natural. É interessante o fato de que, após a popularização do celular multifuncional, como recurso gêmeo da internet, se diz que aumentou no mundo a estatística de fotos de UFOs, por todo o planeta.

UFOVIA – No entanto, ao mesmo tempo em que a internet proporciona às pessoas que busquem informações e esclarecimentos, ela também costuma confundir e até mentir. Exemplo disso é a grande quantidade de material falso, montado ou fraudado (matérias, fotos, áudios e filmes...) derramada na rede e que envolve OVNIs e ETs. Como senhor vê esses problemas?

Alonso - Quanto ao fato de que a rede mundial descarrega o lado podre da informação, confundindo, às vezes, mais do que esclarecendo, isso também faz parte da receita, pois, junto à tese, cria, de certo modo, a antítese, gerando a discussão que leva à síntese. Há quem ache salutar esse embate ideológico, que excita ânimos, gera polêmica, instiga o raciocínio, desperta curiosidade e, como corolário, abre-se caminho para a verdade final. Esse fato chama imediatamente a atenção dos ufólogos, no sentido de que eles são o caminho da unificação, polarizando informações sérias, corretas e sintonizadas com a verdade, minimizando o prejuízo do mau uso da internet.

UFOVIA – Na Bahia como em outros da União, são reportadas faz décadas, pequenas bolas de luz voadoras, comumente chamadas de Mãe do Ouro pelos nativos locais, que os associam ao folclore ou de “sondas” por pesquisadores da ufologia. O que o senhor pode nos dizer sobre este fenômeno?

Alonso - A casuística ufológica da Chapada Diamantina – com ênfase aqui na região onde moro – se baseia, realmente, em duas classificações: no avistamento de objetos com forma definida (mais raros) e na grande manifestação de luzes noturnas, de variados tamanhos e cores, que sobrevoam as encostas dos morros, pairam sobre estradas e caminhos. Muitas vezes elas acompanham carros, pessoas e animais, tipificando a clara presença do que foi chamado de SONDAS, tema por demais conhecido e pesquisado por ufólogos, a exemplo do saudoso general Moacyr Uchoa, pioneiro da nossa Ufologia e grande estudioso desse fenômeno das luzes. Nos casos por mim pesquisados, aparecem luzes muito comuns nos campos onde tratoristas aram terras à noite, para o plantio de feijão, mamona e milho, bases da economia local. Essas luzes, que acompanham o trator, chegam a iluminar a área por onde passam e, às vezes se dividem em duas ou mais luzes menores, que voltam a se unirem depois.

'Quem são, de onde vêm e o que querem de nós?' .

UFOVIA – O senhor pode nos resumir casos dessas “luzes”, ou sondas, objetos voadores de dimensões menores, que chegaram ao seu conhecimento?

Alonso - Num caso interessante, a luz se aproxima do arado puxado por um trator e pousa sobre as grades, causando terror ao motorista, que foge em pânico. Outro caso registrado foi uma pequena bola de luz verde, que aparece a dois senhores que havia se perdido num matagal e segue à frente deles por uns vinte quilômetros, numa noite escura e deserta, guiando-os até uma estrada onde pegaram carona. E em mais um caso, a bola de luz amarela, flutua entre eucaliptos (no município do Bonito), apresentando um rápido movimento oscilatório ao desaparecer, para surgir logo depois, sempre repetindo o movimento de rápidas oscilações. No folclore local, a Mãe do Ouro representa uma bola de luz que voa baixo, com refletor para o solo, o que visto de longe, dá a idéia de uma senhora com longo vestido branco. Outras vezes, tais bolas de luz penetram nas humildes casas de camponeses e ficam flutuando nos aposentos, deixando tudo claro e amedrontando os moradores que vêem nisso assombrações e “leivosias” (corrutela de “aleivosia”, algo ruim, perigoso, diabólico...). É interessante notar que o general Uchoa [N.E.: conhecido militar brasileiro que se dedicou à pesquisa ufológica] acrescenta um detalhe verdadeiramente incomum, quando diz que sondas por ele pesquisadas, tinham um “efeito de raio-X”, pois, ao passarem sobre o capô de um carro, deixavam que se visse o interior do motor e os pneus rodando no solo. E, num outro caso, quando a sonda passa sobre o ventre de uma testemunha, são visíveis as vísceras e órgãos internos como numa chapa radiográfica.

UFOVIA – Qual a sua avaliação acerca do fenômeno das sondas ou da Mãe do Ouro, que também recebe diversos nomes, nas mais distintas localidades do Brasil, Portugal e outros países?

Alonso - Admitindo-se que não só a chamada Mãe do Ouro, o Nego D’água, o Boitatá, como as conhecidas bolas de luz que, para os camponeses são indicativos de ouro, diamante, metais etc., podemos ver nesses fenômenos uma presença inteligente, embora desconhecida e, por isso mesmo, as insere no folclore local. E o que estaria por trás disso? Mesmo sem uma prova palpável, não é difícil associarmos ao fato, isso mesmo que o nome “sonda” nos sugere: seria um mecanismo utilizado por uma fonte extraterrestre, quiçá sediada numa base afastada, intra ou extraterrena, cujo objetivo se assemelha muito às nossas próprias sondas espaciais, hoje comuns na pesquisa espacial ou de planetas e luas visitadas por elas. Elas seriam lançadas no alvo de pesquisa, para coletar dados, fazer filmes, efetuar medições, enfim, fazer o mesmo que nossos cientistas também fazem lá no Espaço. Se alguém tiver melhor informação, que me perdoe a divagação, pois ao que me consta ainda nos falta uma definição conclusiva sobre o fenômeno.

UFOVIA – Recentemente a Força Aérea Brasileira (FAB) baixou uma portaria ditando novos procedimentos para casos de aparecimento de OVNIs no espaço aéreo nacional. Para o senhor, por que as autoridades estariam preocupadas com algo que muitos acreditam se tratar de fantasias ou casos pueris?

Alonso - Para a Ufologia não é surpresa que a já “sexagenária” negativa do fenômeno ufológico por parte dos militares (vide Roswell, 1947), esteja atualmente sendo abalada por ações de abertura cada vez mais ousadas, quando autoridades vêm a público confirmar fatos que antes negaram, mostrando que algo está mudando nos círculos governamentais que patrocinavam o acobertamento. Esse fato, já testemunhado no passado, mostra que o ocultamento de uma verdade tem prazo de validade. Sempre chegará um dia em que o responsável por uma mentira se sentirá incomodado por ter enganado a humanidade e quer libertar-se dessa dívida que lhe será cobrada pela História vindoura. No caso específico da Ufologia, não só o Brasil, como diversos outros países, através de seus governos, já tomaram iniciativas de liberar arquivos antes secretos, bem como anunciaram posturas e procedimentos menos rígidos e liberalizantes, sinalizando o fim de um segredo. Cujas causas, sabemos nós, estão diretamente ligadas à preservação de um status não só cultural, mas também de segurança, de interesses políticos e financeiros, que são as bases de sustentação do atual modelo social humano. Acrescente-se, também, que o vazamento de informações, o acossamento irrefreável dos ufólogos na busca da verdade, o clamor público de campanhas pela liberdade de expressão, enfim, a própria lógica dos fatos. Tudo contribui para que os detentores da informação se vejam intimados a formular novas políticas de abertura sobre temas reconhecidamente explosivos e de impacto inimaginável sobre a consciência humana, capazes de redirecionar princípios fundamentais que, mesmo falsos, serviram para construir nosso atual modelo cultural. Na minha opinião, estamos vivendo um momento de nossa história em que, não só a Ufologia, mas também outros campos do conhecimento começarão a buscar o seu ponto de equilíbrio no contexto cósmico, o que exigirá a dor de profundas cirurgias na base cultural, em que dogmas, princípios e “verdades” serão emborcados e no seu lugar surgirão as luzes do verdadeiro conhecimento. No caso ufológico, cairão os conceitos medievais de um antropocentrismo terráqueo, para surgir a realidade da biopresença sideral, muito mais consentânea com os ensinamentos arcanos das “Moradas do Pai” e das Brahmaloka dos hindus.

UFOVIA - Agradecemos pela entrevista e pedimos para nos deixar suas considerações finais:

Alonso - Quero colocar aqui um fato que sempre esteve presente nas minhas buscas em torno do “Fenômeno UFO”. A minha atração pela História, a partir dos antigos Mitos, das civilizações indígenas, das raças orientais, das religiões de todos os povos e com foco principal nas sagas do antigo povo hebreu e agora, retornando um pouco, através das obras de Zecharia Sitchin que, baseado em textos arqueológicos, expôs incríveis dados de antigos povos sumerianos e babilônios e dos seus instrutores – os Anunaki. Eles aqui chegaram e levaram à frente o projeto que se tornaria a versão original do mito Adâmico, sempre me fez notar que há uma constante presença de elementos “não-humanos” atuando explicitamente aqui na Terra e em contato vivo com os humanos. Algumas vezes como seus mestres, ou como deuses, ou como anjos do céu, ora amigos, ora inimigos, às vezes voando em seus “vimanas” e carruagens de fogo ou, ainda, pregando conceitos novos que visavam melhorar comportamentos éticos do ser humano terrestre. Claro é que logo me surgia uma pergunta: Quem seriam esses Seres não-terrestres, de onde vinham, qual seu interesse entre nós, terrenos, que elo de ligação nos unia a eles? Essas perguntas ficavam sem resposta e logo eram absorvidas pelo “fator religioso”, creditando tudo a um Deus ignoto e a seus mensageiros angelicais, quando não aos “asuras” infernais do reino das trevas. E tudo se fundia caoticamente no mundo submerso das Mitologias. Bem mais tarde, já enfronhado nas teses e antíteses da Ufologia e embalado pela clássica pergunta de Däniken – “Eram os Deuses Astronautas?” - uma pergunta me ocorreu: Não seriam os atuais ufonautas aqueles antigos condutores e mestres que aqui chegaram e ajudaram o homem terreno a sair das cavernas e construir cidades e fundar uma civilização? No final dos anos 70, eu já trabalhava com a síntese unindo o passado e o presente da Ufologia, o que, de certo modo, nos dava quase todas as respostas tão ansiosamente procuradas nos dias atuais, calçadas pelas clássicas perguntas: Quem são, de onde vêm e o que querem de nós? E as respostas, amigos meus, sem qualquer pretensão de mostrar a verdade definitiva em torno do assunto, eu as resumiria assim: Primeira: Quem são os Extraterrestres? - São seres de linhagem universal, dos quais somos imagem e semelhança, apenas em estágio inferior de evolução. Segunda: De onde vêm? - Dos infinitos mundos do universo, de dimensões densas ou sutis, porque diversas são as condições da ambiência universal. Terceira: O que querem de nós? - A unicidade da Consciência, ressalvadas as exceções, comuns em toda regra.

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e dos portais UFOVIA e ASTROVIA.

- Colaboraram: Eustáquio Andréa Patounas (SC), Osvaldo de Castro Oliveira Junior (BA) e Emanuel Paranhos (BA).

- Imagens: Arquivo pessoal de A. V. Régis.

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