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Europa
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A crise do euro: Quanto custa uma moeda única? Desde a sua origem, o euro substitui antigas moedas de 17 dos 27 membros da União Europeia.
Por Isaac Bigio* ESPECIAL, de Londres Para Via Fanzine Tradução: Pepe Chaves 23/05/2013
De acordo com a Eurostat, agência de estatística oficial da Comissão Europeia, a economia da zona do euro está em recessão desde o terceiro trimestre de 2011. - Leia outros artigos de Isaac Bigio em português: www.viafanzine.jor.br/bigio.htm
O euro enfrenta a pior crise de sua história. Para entender as consequências desta crise é necessário também entender a magnitude do que esta moeda supranacional que tem levado à humanidade.
No primeiro dia de 1999, o euro substituiu as moedas de todas as principais economias europeias fora do Reino Unido e da Rússia, incluindo o marco alemão, o franco francês, a peseta e a lira.
Seu perfil culminou em um processo de integração que teve suas raízes em 1951, quando seis países adjacentes do oeste europeu central (Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo) formaram o Comitê do Carvão e do Aço. Embrião da União Europeia, sete anos depois este comitê se tornaria a Comunidade Econômica Europeia. Essa junta transnacional passou a adquirir outras características, até se proclamar em 1º de novembro de 1993 como "União Europeia" (UE).
Este projeto foi gradualmente absorvendo todos os países capitalistas da Europa Ocidental (com exceção da Suíça, Noruega, Islândia e cinco micro-estados que mantêm várias associações a União Europeia) para, em seguida, englobar todos aqueles que fizeram parte do Pacto 'socialista' de Varsóvia, na Europa Oriental, exceto Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.
Jamais na história, a maioria das grandes potências europeias dominou o mundo com uma moeda única, que logo se tornou a mais usada e com mais reservas no mundo, depois do dólar dos EUA. Muitos países exportadores tentaram adaptar o euro para substituir o dólar, argumentando que tal moeda se tornou popular em vários regimes sob protesto.
No Peru, como no resto da América Latina, esta foi a primeira moeda a quebrar o monopólio virtual do dólar nos mercados de câmbio. Até então, tradicionalmente, a única moeda que foi comprada e vendida por bancos, no fragmento Ocoña e empresas ligadas ao comércio exterior foi o dólar dos EUA.
Desde a sua origem, o euro substitui antigas moedas de 17 dos 27 membros da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal, que formam a "zona do euro"), de três microestados europeus (Vaticano, Mônaco e São Marino) e, de certa forma, Andorra, Montenegro e Kosovo.
Dos 10 membros restantes da UE, quatro indexaram suas moedas ao euro (o Lev búlgaro, a Coroa dinamarquesa, e o Lats lituano), sendo também compartilhado por dois aspirantes a membros da UE (Bósnia e Cabo Verde). Várias ex-dependências francesas ainda usam uma moeda chamada de Franco, como a Polinésia Francesa.
Dos seis membros da UE que não são regidos pelo euro, apenas o Reino Unido tem afirmado com a sua libra uma total independência, enquanto a Hungria, Polônia, República Checa, Romênia e Suécia aprovaram, em um futuro próximo, aderir à moeda europeia.
Isso significa que cerca de 330 milhões de europeus utilizam o euro em todas as transações, embora deva ser adicionado mais de 175 milhões de pessoas que estão monetariamente atreladas a esta moeda.
Portanto, o euro tornou-se a única moeda que governa ou é aprovada para governar o destino de aproximadamente 500 milhões de pessoas, o que perfaz um quinto das populações dos 193 membros da ONU em número superior a mais de 50 países não soberanos que atualmente governam em todo o globo.
Recessão europeia
No entanto, esse megaprojeto monetário só começou a ranger quando comemorou seus primeiros 12 anos de existência. Entrando agora em seu 14º aniversário de circulação, as perspectivas se tornaram muito sombrias para o euro.
De acordo com a Eurostat, agência de estatística oficial da Comissão Europeia, a economia da zona do euro está em recessão desde o terceiro trimestre de 2011, após cair no primeiro trimestre de 2013 com -0,2% sobre o trimestre anterior e 1% em relação ao ano anterior.
Há vários países (como a Itália e Portugal) onde a renda per capita hoje é menor do que antes da adoção do euro, sendo o caso mais patético, o da Grécia, uma vez que esta caiu em 15%.
O desemprego na zona do euro atingiu o seu pico em 2013, alcançando 12% de sua força de trabalho, uma porcentagem maior do que seus piores índices anteriores (quase 10% em 1999) e de seu melhor momento (pouco mais de 7%, há apenas cinco anos atrás).
Segundo a Eurostat, o desemprego tem crescido ao longo dos últimos dois anos e há mais de 19 milhões de desempregados na zona do euro, um cenário tido como impossível. Dos 17 países da zona do euro, 14 têm níveis de desemprego mais elevados hoje do que há um ano. Aqueles que mais estão sofrendo com o aumento do desemprego são o Chipre, Portugal, Grécia e Espanha. Nesses dois últimos países, metade das pessoas com menos de 25 anos não consegue um emprego.
O setor mais afetado está entre os jovens, onde a taxa de desemprego atingiu 23,9% em fevereiro, se mantendo por mais de um ano e meio acima dos 22,3% do ano anterior.
Espanha: de mal a pior
A situação na Espanha é preocupante porque este é o país europeu com dezenas de milhões de pessoas e que se encontra na sua pior crise. Este país, com 46 milhões de habitantes, é o quinto mais populoso do bloco, sendo a principal ponte entre a UE e a América Latina. Na Espanha, a taxa de desemprego cresceu de 8% entre 2006 e 2007 para 20% em 2010, atingindo no primeiro trimestre de 2013 o patamar de 27,16%.
Hoje a Espanha concentra 30% dos desempregados na zona do euro. São mais de 6,2 milhões de desempregados, um número muito maior do que toda a força de trabalho da Bolívia, Uruguai, Paraguai ou qualquer república da América Central.
Esta situação está forçando o espanhol a fazer seu maior êxodo desde o tempo da guerra civil de 1936-1939. Agora, ele não vai para o resto da Europa, mas para a América Latina, onde tem ocorrido um processo inverso ao do século XX. Se antes mais de um milhão de americanos se instalaram na antiga "pátria mãe", hoje, o passaporte espanhol é o que mais emigra para as Américas.
Implicações internacionais
A recessão na zona do euro é maior do que aquela que também passam as duas principais moedas ocidentais, o dólar dos EUA e a libra britânica, embora o vice-primeiro-ministro britânico Nick Clegg, afirmou em 02/05, que nunca antes desta geração, a Grande Grã-Bretanha sofreu uma crise tão forte.
No momento em que a Alemanha - núcleo da zona do euro - tem conseguido evitar os piores estragos, a crise não se espalhou para fora da Europa. Na América Latina, África, China e Rússia, as economias estão crescendo, embora ninguém no mundo possa estar imune à crise europeia.
O modo com que a zona do euro administra a sua crise, aplicando medidas de ajustes, é semelhante ao passado na América Latina durante as décadas de 1980 e 1990. Assim, a tendência é a redução nos investimentos do Estado, gastos do governo, benefícios sociais e concessão de incentivos aos investimentos privados. Esse pacote, por sua vez, aumenta a recessão, o desemprego, a emigração e cria novas medidas para conter o fluxo de imigrantes do Terceiro Mundo.
Neste quadro, torna-se uma crescente os movimentos anti-capitalistas e de greve, em prol de um novo populismo e da xenofobia.
Até agora, o Banco Central Europeu (BCE) conseguiu evitar que as economias mais fracas (como as da Grécia e Chipre) rompessem com o euro, evitando qualquer queda da moeda. Enquanto esses países, juntamente com a Espanha, sabem que hoje os dias são piores do que quando emitiam o seu próprio dinheiro, o sentimento de abandonar o euro seria uma cura mais dolorosa do que a própria doença.
Em contraste, no Reino Unido há uma tendência crescente para se rejeitar qualquer eventualidade, não só para integrar à zona do euro, mas para permanecer no seio da União Europeia. Três ex-tesoureiros da nação, o prefeito da cidade e metade do bloco conservador pediram um referendo para se deixar a União Europeia, o que poderia ter ocorrido em 2007.
Outra consequência é que esta crise econômica poderá conduzir às primeiras fraturas nacionais de países da Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, enquanto no próximo ano, a Catalunha e a Escócia realizam referendos para a independência de seus respectivos reinos - gerando novas tensões e crises na enfraquecida União Europeia.
* Isaac Bigio é professor e analista internacional em Londres. - Leia outros artigos de Isaac Bigio em português: www.viafanzine.jor.br/bigio.htm.
- Imagem: Divulgação. Produção: Pepe Chaves
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Espanha: Detidos "presumíveis terroristas com perfil semelhante aos de Boston" Governo espanhol anunciou a captura de dois homens com possível ligação à Al Qaeda, na sequência de uma operação que decorria há um ano.
O ministério do Interior espanhol anunciou hoje de manhã a captura de dois homens "presumíveis terroristas da Al Qaeda com perfil similar aos de Boston".
Nou Mediouni, de origem argelina, foi detido em Saragoça, e Hassan El Jaaouani, de origem marroquina, foi detido em Múrcia, na sequência de uma operação que decorria há mais de um ano.
De acordo com a investigação, a cabo da Comisaría General de Información del Cuerpo Nacional de Policía, em colaboração com as autoridades francesas e marroquinas, os dois homens estarão ligados a uma célula radical pertencente à Al Qaeda, a AQMI, no Magreb Islâmico.
O perfil dos detidos é "similar" aos dos dois acusados do atentado na maratona de Boston, segundo o Governo espanhol, que acrescenta que a operação continua em curso e as residências dos homens estão a ser vasculhadas.
Ambos os detidos frequentavam assiduamente fóruns de uma plataforma radical islamista e Nou Mediouni já tinha sido recrutado para um campo de treino jihad da AQMI, no norte do Mali. Contudo, o homem não conseguiu frequentar o campo em questão, devido à forte presença policial no terreno, tendo mostrado "um alto nível de frustração por não ter podido 'morrer com um mártir'", explicam as autoridades espanholas.
Hassan El Jaaouani também já tinha sido contatado pelos mesmos responsáveis do AQMI radicados no Mali, sendo que um desses responsáveis "está diretamente relacionado com o sequestro e posterior assassinato de dois cidadãos franceses em Níger, em janeiro de 2011".
Ministro diz que suspeito elogiou atentado de Boston
O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, afirmou hoje à tarde, em conferência de imprensa após as detenções, que um dos dois suspeitos elogiou o atentado da semana passada na maratona de Boston.
"O perfil dos detidos, segundo a polícia, é o de 'lobos solitários'", tal como os dois irmãos de origem chechena suspeitos dos ataques de Boston, disse o ministro, que não especificou qual dos homens elogiou o atentado, nem especificou se havia alguma ligação entre os dois homens.
* Informações de Mariana Cabral/Expresso (Portugal). 24/04/2013
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Steubenville: Acusado de estupro tenta adiar julgamento* Quando documentos com rostos dos suspeitos foram descobertos pelo Anonymous, os nomes do cliente de Mays e o também réu Ma'lik Richmond foram revelados.
Após as revelações do Anonymous, houve manifesto nas ruas de Steubenville. Leia também: Acusados de estupro na Índia irão à corte
Com uma enxurrada de atenção da mídia nacional e a ira do grupo Anonymous beliscando o seu calcanhar, um dos adolescentes acusados de estupro em Steubenville, nos Estado de Ohio (EUA), está tentando adiar o seu julgamento.
O advogado do suspeito, Trent Mays, anunciou nesse domingo que ele pediria o arquivamento, já que o caso mudou por conta da exposição, "e o que percebemos são ameaças a pessoas, talvez testemunhas, e também aos réus e até mesmo aos advogados de defesa. Estamos preocupados com questões de segurança a este ponto", afirmou o defensor.
Embora o primeiro dos estupros tenha ganhado as manchetes nacionais no mês passado somente na última semana, quando documentos com rostos dos suspeitos foram descobertos pelo Anonymous, os nomes do cliente de Mays e o também réu Ma'lik Richmond foram revelados. Ambos têm 16 anos e foram acusados de estuprar uma menina da mesma idade, enquanto estavam bêbados numa festa em agosto passado.
Eles também são jogadores de futebol na cidade de Steubenville, o que remonta a saga do enredo de “Friday Night”. Agora, todo mundo está envolvido. Há rumores de que o treinador de futebol da escola vai renunciar nessa segunda-feira. Outros estudantes que viram o ataque depois de ser flagrado pela câmera ainda devem falar livremente sobre o estupro.
Não está claro que tipo de ameaças Mays e suas equipes jurídicas têm recebido. O julgamento estava marcado para ocorrer no dia 13 de fevereiro, em Steubenville, e o juiz local que presidiria o caso já absteve-se, portanto, um juiz de Cincinnati provavelmente deverá cuidar do o caso.
* Informações de Atlantic Wire (EUA), com tradução e adaptação de Pepe Chaves. 07/01/2013
- Imagem: Atlantic Wire/Reprodução.
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