Justiça:
Aécio rebate representação de deputados
mineiros*
Aécio declarou à Justiça Eleitoral um
patrimônio de pouco mais de R$ 617 mil, mas foi flagrado
em uma blitz da Lei Seca no Rio dirigindo
um Land Rover avaliado em mais de R$ 300 mil.

Aécio é o possível candidato do PSDB nas
próximas eleições presidenciais.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, por meio da
assessoria, que não há relação entre o capital social e o patrimônio de
uma empresa. A nota divulgada por Aécio se refere a uma representação
que foi apresentada contra ele à Procuradoria Geral da República, em
maio de 2011, por deputados que fazem oposição ao governo de Minas
Gerais. Nesta sexta-feira, 12, o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, afirmou, em Belo Horizonte, que "nos próximos dias" vai emitir
parecer sobre a representação.
A justificativa apresentada na representação é de que Aécio
declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 617 mil,
mas foi flagrado em uma blitz da Lei Seca no Rio dirigindo um Land Rover.
O veículo, avaliado em mais de R$ 300 mil, estava em nome da Rádio
Arco-Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte que pertence a
Aécio, a sua irmã Andrea e à mãe deles, Inês Maria Neves Faria. A
empresa foi registrada na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) com
capital social de R$ 200 mil. Na sua frota havia outros 11 veículos,
sendo pelo menos três importados. Aécio entrou na sociedade no fim de
2010, após deixar o governo de Minas e ser eleito para o Senado.
Por meio da assessoria, o senador ressaltou que a emissora
"declarou corretamente, entre seu patrimônio, a frota mencionada". "Toda
ela constituída ao longo de 20 anos", observa. E salientou ainda que não
há irregularidade no fato de usar o veículo da empresa.
Sobre a representação, o procurador-geral da República
afirmou: "Ainda não conclui esse exame. É uma questão que ainda está
sendo examinada, mas haverá uma definição antes da conclusão do meu
mandato, sem dúvida nenhuma". Ele esteve em Belo Horizonte para receber
a Grande Medalha Juscelino Kubitschek, entregue pelo governador de
Minas, Antonio Anastasia (PSDB), mas que foi concedida ao
procurador-geral em 2009, ainda durante a gestão de Aécio no Executivo
mineiro.
A revelação de que o senador é sócio da emissora deflagrou
uma briga interna no Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais.
Depois de o então procurador-geral de Justiça do Estado Alceu José
Torres Marques arquivar representação para verificar se a rádio, que era
dirigida por Andrea, recebia recursos do governo mineiro durante a
gestão de Aécio - na qual Andrea presidia o Grupo Técnico de Comunicação
do Executivo - integrantes do bloco Minas Sem Censura, de oposição ao
governo, fizeram nova denúncia ao MPE.
*
Informações de Marcelo Portela e AE | Estadão Conteúdo.
12/07/2013
- Foto: Tucanos.org.
* * *
Royalties:
Prefeitos mineiros preparam defensiva
Prefeitos de Minas reagem à investida do Rio sobre royalties do minério*
Possibilidade de parlamentares fluminenses e capixabas insistirem na
redistribuição
dos royalties da mineração leva prefeitos de Minas a Brasília para
pressionar pela MP do setor.

A ameaça de deputados do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo de dar o troco no restante do país, brigando por uma divisão
igualitária dos royalties do minério entre todos os estados, causou
reação imediata dos prefeitos de cidades mineradoras de Minas Gerais.
Reunidos nesta terça-feira em Brasília para audiência com a ministra da
Casa Civil, Gleise Hoffman, sobre o marco regulatório do setor, eles não
escondem a preocupação, e o prefeito de Catas Altas, na Região Central
do estado, Saulo Morais (PT), é quem dá o grito: “A questão do minério é
totalmente diferente da do petróleo”. Presidente da Associação
Brasileira de Municípios Mineradores (Amib), ele defende que o governo
edite uma medida provisória sobre o assunto, para que a alíquota maior
entre imediatamente em vigor e para que haja tempo de apaziguar os
ânimos exaltados de parlamentares fluminenses e capixabas. “Nossa
expectativa é de que consigamos sensibilizar o Planalto para aprovar o
projeto o quanto antes”, afirma.
Irados com a derrota no Congresso sobre a questão dos
royalties do petróleo, deputados de estados produtores querem meter a
colher no dinheiro proveniente da Compensação Financeira pela Exploração
de Recursos Minerais (Cfem), que no ano passado somou R$ 1,83 bilhão no
país. Desse montante, R$ 974,4 milhões foram arrecadados por Minas
Gerais, sendo que R$ 633,4 milhões ficaram com os municípios mineradores
do estado. “O petróleo arrecada muito mais. A alíquota do petróleo é 10%
do valor bruto e a do minério é 2% do líquido. Estamos propondo aumentar
esse percentual para 4%”, explica Saulo. Em 2012, os royalties do
petróleo somaram R$ 31,5 bilhões, 17,5 vezes a mais. “O que tem para
dividir é muito pouco. Se dividirmos os royalties do minério para 5 mil
municípios, tem município que vai receber mil reais. Não faz sentido”,
especula o deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG).
“O impacto da mineração é maior. Ele deixa um buraco
no solo, tem um passivo ambiental grande. Já o petróleo que se extrai no
mar é diferente. Se houver algum problema, como um vazamento, ele vai
ter que ser dividido com toda a nação, quem paga é o país inteiro”,
lembra Fabinho. Saulo também destaca a diferença, mas diz não acreditar
que as bancadas fluminense e capixaba estejam preocupadas com ela. “Com
certeza Espírito Santo e Rio vão tentar endossar essa mudança depois da
derrubada do veto da Dilma. Temos que nos adiantar”, acrescenta.
Entre o ferro e o fogo, o presidente da Associação
Nacional dos Municípios Produtores (Anamup), Carlos Casteglione (PT),
prefeito de Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, se diz
preocupado com a ameaça vinda de parlamentares conterrâneos, mas se
alinha ao posicionamento deles em relação à divisão dos royalties do
petróleo. “Eu sou um prefeito capixaba. Como presidente de uma entidade
municipalista, estou propondo que a gente articule um pacto entre nós,
vamos buscar um consenso, para não virar esse salve-se quem puder em
todo o país.” A Anamup reúne os municípios produtores de bens e
serviços, incluindo aí os produtores de minério e de petróleo.
Casteglione acredita que a discussão sobre a distribuição dos royalties
do minério por todo o Brasil é descabida e admite que a edição de uma
medida provisória pode ser uma saída imediata.
Coordenador da bancada federal mineira, Fabinho
minimiza a preocupação dos prefeitos e diz que não acredita que a
intenção seja levada a cabo pelas bancadas do Rio e do Espírito Santo.
“É uma retaliação. E São Paulo (estado que também é produtor de
petróleo) não deve apoiar isso”, diz. Além da reunião na Casa Civil
hoje, em que há expectativa de que o governo anuncie o projeto de marco
regulatório, prefeitos mineradores vão se reunir com os ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a distribuição de recursos
provenientes da Vale pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Sem ceder
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, afirmou ontem que os ministros não cederão a pressões
em relação ao questionamento da nova Lei dos Royalties. Ao derrubar o
veto da presidente Dilma Rousseff à nova divisão dos recursos
arrecadados com a exploração do petróleo, o Congresso provocou reação do
Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que recebem quase a totalidade das
receitas. Com a derrubada do veto, o governador do Rio, Sérgio Cabral,
suspendeu os pagamentos do estado até que o STF decida sobre o caso e
anunciou que entrará com uma ação direta de inconstitucionalidade contra
a redistribuição. Perguntado se a medida era uma forma de pressão ao
STF, Barbosa disse: "Ministros do Supremo são, por definição, pessoas
preparadas, treinadas para resistir a pressões. Pressões não nos
incomodam.”
* Informações de Felipe Canêdo/Uai-EM (BH).
12/03/2013
-
Imagem: Uai-EM.
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Contagem:
Iniciado o julgamento de Bruno e de
Dayanne
Com atraso, começa o julgamento do
goleiro Bruno e de Dayanne Rodrigues.*

Bruno é acusado de
matar a amante Eliza Samudio, com quem teve um filho.
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que preside o júri
popular analisa os pedidos apresentados nos instantes preliminares do
julgamento.
O julgamento popular do goleiro Bruno e da ex-mulher dele,
Dayanne Rodrigues com início previsto para as 9h da manhã desta
segunda-feira (4), começou com um atraso de quase 50 minutos.
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que preside o júri
popular, analisa os pedidos apresentados nos instantes preliminares do
julgamento. O promotor de justiça, Henry Vasconcelos pediu que não seja
exibida uma foto de Eliza Samudio que é considerada por ele pornográfica
e solicitou sigilo em alguns documentos.
O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, pediu para que seja
retirado dos autos o atestado de óbito de Eliza Samudio porque, na visão
dele, os jurados podem ser influenciados pelo documento. Já Ércio
Quaresma, advogado de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que vai a
júri somente em abril, exigiu acesso aos arquivos de áudio e vídeo.
Após a definição sobre essas questões preliminares, a juíza
vai realizar o sorteio do conselho de sentença.
O delegado e vereador em Belo Horizonte, Edson Moreira,
falou sobre a expectativa de uma confissão por parte de Bruno.
"Pode vir até acontecer. Se ele for inteligente, ele
confessa para reduzir a pena. O conjunto probatório dos autos é muito
forte, muito difícil de ser quebrado. Um dos advogados dele falou isso
aí, que é melhor ele confessar", afirmou.
Policiais entre os suspeitos **
Dois policiais civis
estão entre os suspeitos e ter participado do assassinato e Eliza
Samudio. Jose Aureliano de assim filho, o Zezé, teria se encontrado com
Macarrão quando Eliza e Bruninho estavam com ele. Segundo a polícia,
eles teriam trocado mais de 40 telefonemas. Gilson
Costa é o outro policial suspeito, ele teria trocado 50 telefonemas com
Bola.
A previsão é de que o julgamento dure de
quatro a cinco dias.
*
Informações de Ana Carolina Dias /Rádio Itatiaia (BH).
**
Informações da Redação VF, com agências.
04/03/2013
- Foto: EM/Arquivo.
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Ubá:
Músico Brad Parker morre durante show
A banda participava da Festa das Nações,
na cidade de Ubá, na Zona da Mata mineira.
Da Redação*
Via
Fanzine
BH-24/09/2012

Brad Parker
O baterista Brad Parker, da banda Generation Esmeralda,
faleceu no palco, durante uma apresentação no Brasil, na madrugada do
domingo, 23/09, em Minas Gerais.
A banda participava da Festa das Nações, na cidade de Ubá,
na Zona da Mata mineira. O músico, de 59 anos, passou mal e caiu sobre a
bateria aos 40 minutos de show.
Conforme relato do diretor da TV Viçosa, Luís Neno, que
estava no local gravando imagens para um DVD, Brad desfaleceu, mas a
banda continuou a performance enquanto ele estava tombado sobre o
instrumento.
Quando caiu, todos perceberam a situação e pararam o show.
O artista já chegou morto ao Hospital da cidade de Ubá. De acordo com
Sérgio Lopes, produtor da banda no Brasil, o grupo musical estava
gravando um DVD no Horto Florestal da cidade.
Aproximadamente cinco mil pessoas acompanhavam a
apresentação quando ocorreu o incidente. Lopes, que também é médico,
informa que Brad sofreu um infarto fulminante.
Um
vídeo publicado na internet mostra o momento em que o músico
desfaleceu sobre a bateria.
O corpo de Brad Parker deverá ser transladado para a
Califórnia. O produtor da banda aguarda pelos trâmites legais do
consulado americano aqui no Brasil, para realizar o traslado.
O vocalista do Generation Esmeralda, Jimmy Goings, vai
ficar no país para acompanhar o processo. O restante do grupo retorna
aos Estados Unidos.
O Generation Esmeralda é a versão atual do grupo
franco-americano Santa Esmeralda, fenômeno de vendas na década de 1970
que, na ocasião, emplacou alguns hits em rádios de todo o mundo.
*
Com agências.
-
Foto: Divulgação.
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Ditadura:
Dilma falou de
torturas sofridas ao EM
"As marcas da
tortura sou eu", revela Dilma Rousseff ao jornal Estado de Minas.*
A presidenta Dilma Rousseff sofreu uma série de torturas
quando esteve presa em Minas Gerais que a fez encarar "a morte e a
solidão" e marcou a então militante do Comando de Libertação Nacional
(Colina) "pelo resto da vida". É o que narra a própria presidenta, em
depoimento prestado em 2001 ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas
Gerais (Conedh-MG) que estava guardado entre milhares de outros
documentos em uma sala comercial no centro de Belo Horizonte.
No depoimento, divulgado ontem pelo jornal Estado de Minas,
Dilma narra uma série de torturas que sofreu quando esteve encarcerada
em Juiz de Fora, em 1972. No relato, ela não soube precisar em qual
unidade esteve presa no município da Zona da Mata mineira, sede da 4.ª
Companhia da Polícia do Exército (PE).
O município que faz divisa com o Rio é o mesmo onde esteve
preso o hoje ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior), amigo de Dilma desde a época em que militavam no
movimento estudantil.
Dilma confirmou ter passado por sessões no pau de arara,
além de ter recebido choques e outras agressões que causaram até
deformação. “Minha arcada girou para o lado, me causando problemas até
hoje, problemas no osso do suporte do dente. Me deram um soco e o dente
se deslocou e apodreceu”, contou Dilma ao pesquisador Robson Sávio, em
2001, quando era secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. “Só
mais tarde, quando voltei para São Paulo, o Albernaz (capitão Alberto
Albernaz, do DOI-Codi de São Paulo) completou o serviço com um soco,
arrancando o dente”, relatou. Segundo o Estado de Minas, Dilma teria
corrigido o problema ortodôntico antes de se candidatar à Presidência,
em 2010.
“As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim”, disse.
“O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que
estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando
minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da vida”,
declarou.
O depoimento fez parte de processo indenizatório para
militantes mineiros aberto por Itamar Franco, enquanto governador de
Minas. Apesar de não precisar de testemunho algum para receber a
indenização, porque já existiam provas da tortura, Dilma achou
importante registrar os fatos para a história. No ano seguinte, a
presidenta recebeu R$ 30 mil.
Bilhetes
Dilma já havia contado detalhes de torturas sofridas quando
era detenta da ditadura militar em carceragens do Rio de Janeiro e São
Paulo. Mas ainda não havia revelado os suplícios vividos nas celas de
Minas, onde nasceu e atuou durante boa parte de sua militância contra o
regime militar, com uma série de pseudônimos.
Foi sob um deles, Stela, que Dilma tentou trocar com outros
presos bilhetes com o esboço do mapa da ex-Colônia Magalhães Pinto,
feito a mão, onde estava preso o companheiro Ângelo Pezzuti, também do
Colina. Os bilhetes levaram os agentes da ditadura a pensar que ela
estava envolvida em planos de fuga, o que rendeu mais sessões de tortura
à então estudante de 22 anos.
“Fui interrogada dentro da Operação Bandeirantes (Oban, em
São Paulo) por policiais mineiros sobre processo na auditoria de Juiz de
Fora e estavam muito interessados em saber meus contatos com Ângelo
Pezzuti, que, segundo eles, já preso, mantinha comigo um conjunto de
contatos para que eu viabilizasse sua fuga. Eu não tinha a menor ideia
do que se tratava, pois tinha saído de BH no início de 69 e isso era no
início de 70. Desconhecia as tentativas de fuga de Pezzuti, mas eles
supuseram que se tratava de uma mentira. Talvez uma das coisas mais
difíceis de você ser no interrogatório é inocente. Você não sabe nem do
que se trata”, contou.
Reação
O advogado Márcio Santiago, representante da seção mineira
da Ordem dos Advogados do Brasil no Conedh, disse que deve sugerir o
encaminhamento da documentação à Comissão da Verdade, formada para
apurar os fatos relativos à atuação de agentes do governo e de grupos
contrários à ditadura durante o regime de exceção. “Mas esse
encaminhamento depende também de negociação entre o governo do Estado e
a comissão.”
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Informações de Marcelo Portela | Agência Estado.
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