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Educação

 

Raio X educacional:

O atraso na Educação brasileira

Não é por acaso que o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking

global que mede a qualidade de sistemas educacionais.

 

Por Izabel Avallone*

De São Paulo-SP

30/11/2012

 

 

A UNESCO solicitou ao filósofo Edgar Morin, um dos maiores expoentes da cultura francesa no século XX a sistematização de um conjunto de reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a educação do século XXI.

 

Esse pedido foi feito em 1999. Ele descreveu os sete saberes que precisam ser ensinados: 1 - as cegueiras do conhecimento: o erro e as ilusões constantes nas concepções, 2 - construir o conhecimento pertinente, 3 - reaprender a nossa própria condição humana, 4 - reconhecer nossa identidade terrena, 5 - enfrentar as incertezas constantes no conhecimento cientifico, 6 - ensinar a compreensão por meio do dialogo e do entendimento, 7 - discutir e exercitar a ética. São eixos e ao mesmo tempo caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação e que estão preocupados com o futuro das crianças e adolescentes.   

 

De lá para cá, o que os responsáveis pela educação no Brasil fizeram? A violência tomou conta das escolas. A falta de limites é sentida entre professores e alunos, alunos e alunos além da ausência da família no processo educativo.

 

Antigamente deixar o filho na escola era certeza de segurança para os pais, hoje é motivo de preocupação. É preciso que o aluno volte a sentir prazer em frequentar a escola, que os pais acompanhem a vida escolar de seus filhos, que professores respeitem e ensinem seus alunos construindo regras e limites bem definidos.

 

A educação para surtir efeito deve educar para os valores e sentimentos também. Segundo Aristóteles “tanto as crianças como os adultos precisam de leis e mecanismos de correção. É tarefa, portanto, dos legisladores a exortação à decência e a imposição de castigos e corretivos a quem se afasta da retidão com propósitos vis. Sendo assim, a melhor maneira de educar o caráter de uma pessoa é habituá-la desde cedo a preferir as virtudes e a recusar tudo aquilo que é vil”.

 

Os mais desavisados farão terrorismo com a citação de castigos e corretivos, mas onde foi que a escola e a família erraram quando não conseguiu educar uma criança ou adolescente? Foi a falta de limites e o compromisso com as regras, portanto, a disciplina. Muitos acham errado falar em disciplina, mas sem disciplina nada se faz.

 

A educação precisa proporcionar felicidade e o sucesso na educação está numa boa administração, uma escola bem administrada melhora a competência dos professores. As grandes escolas particulares trabalham muito bem os sete saberes de Morin, e nas escolas públicas, os professores conhecem esses saberes? Leram o livro?

 

Infelizmente o Estado negligencia sua tarefa, gasta mal os recursos da educação e não forma professores para enfrentar os desafios dessa nova geração que já chegou aos bancos escolares do século XXI. Não é por acaso que o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking global que mede a qualidade de sistemas educacionais.

 

A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

 

Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.

 

O que a pesquisa levou em conta? Notas de testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual e qualidade de professores. O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.

 

Diante desse quadro dantesco em que se encontra e Educação brasileira o que mais é preciso dizer? Fazer é o que falta, mas quando teremos governantes interessados em mudar esse quadro? Manipular as massas e enganá-las tem sido a grande tarefa de todos os governos. Para uma mudança sintomática é preciso que o discurso vire prática. Falemos sério quando vai aparecer alguém disposto a colocar o dedo na ferida?

 

* Izabel Avallone é articulista.

 

- Imagem: Divulgação.

 

 

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