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Crônicas da Copa da 2018 - Natália Dyakonova

 

 

Volgogrado:

Torcedores britânicos tão diferentes... 

A batalha por Stalingrado durou duzentos dias e noites, de 17 de julho de 1942

a 2 de fevereiro de 1943. As perdas para ambos os lados foram colossais.

 

Por Natália Dyakonova*

De Moscou/Rússia

Para Via Fanzine

22/06/2018

Mamáiev Kurgan - "a altura principal da Rússia", diz o povo. Monumento "Mãe Pátria chama!", no memorial em homenagem aos heroicos defensores de Stalingrado. Esta altura (“kurgán” significa “outeiro grande”), assim como a cidade inteira, foi o objetivo da batalha que durou 200 dias e noites. Quando a neve caiu na primavera de 1943, nem sequer a grama cresceu nesta terra.

 

Uma das cidades da Rússia que está sediando a Copa do Mundo 2018é Volgogrado, conhecida em todo o mundo como Stalingrado e renomeada para Volgogrado em 1961 por Nikita Khrushchov. Ostenta o título honorífico de Cidade-Herói, outorgado pelo grande heroísmo manifestado durante a guerra da União Soviética com a Alemanha nazista, de 1941 a 1945 (foi outorgado a 12 cidades soviéticas no total, enquanto outras 45 cidades receberam o título de Cidade da Glória Militar).

 

Volgogrado-Stalingrado é uma das cidades mais reverenciadas da Rússia, que ganhou fama nas terríveis batalhas da Segunda Guerra Mundial. A Batalha de Stalingrado foi o principal ponto de virada desta guerra, uma das batalhas mais sangrentas da história mundial ocorrida aqui. Sem exageros, podemos dizer que foi depois da vitória em Stalingrado que a humanidade ganhou a esperança de vitória sobre o fascismo.

 

A batalha por Stalingrado durou duzentos dias e noites, de 17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943. As perdas para ambos os lados foram colossais. O dia 19 de novembro – data do começo da ofensiva soviética na Batalha de Stalingrado - tornou-se na Rússia um dia oficial memorável - Dia das Tropas de Mísseis e Artilharia, desde que a ofensiva começou com uma poderosa preparação de artilharia. Durante o tempo da batalha, o Exército Vermelho soviético perdeu quase 1,2 milhão de soldados. A Alemanha e seus aliados perderam quase 1,5 milhão de soldados. Os aviões inimigos lançaram mais de um milhão de bombas sobre a cidade e Stalingrado foi quase totalmente destruída. A atual Volgogrado foi construída sobre suas ruínas.

 

Na Grã-Bretanha - aliada da União Soviética naquela guerra - ainda é lembrado o significado da Batalha de Stalingrado e do feito do povo russo. Nesse clima, um grupo de torcedores britânicos honrou a memória dos mortos depositando flores no memorial Mamáiev Kurgán. Entre eles estavam um membro da Associação de Futebol da Inglaterra, Greg Clark, e a vice embaixadora da Grã-Bretanha na Rússia, Lindsay Scoll.

 

"Como se sabe, há uma conexão muito firme e forte entre a Grã-Bretanha e esta grande cidade", lembrou Lindsay Scoll. Na Inglaterra, Volgogrado tem uma cidade geminada — Coventry, também seriamente afetada pelo bombardeio da Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial. Nos tempos da guerra, mulheres desta cidade britânica enviaram uma mensagem especial de apoio "às suas irmãs em Stalingrado".

 

Scoll enfatizou: "Considerando os enormes sofrimentos pelos quais Volgogrado teve que passar e o papel fundamental desempenhado pela cidade na vitória, acho que o título de uma das cidades-sede da Copa do Mundo 2018 serve-lhe muito bem. Afinal de contas, hoje Volgogrado recebe pessoas de todo o mundo, inclusive da Grã-Bretanha, pessoas que vieram para cá com paz e um objetivo comum". A falecida Rainha Mãe Elizabeth Bowes-Lyon foi a detentora do título "Cidadã Honorária da Cidade-Herói de Volgogrado".

 

O londrino Billy Grant, que também participou da cerimônia, afirma que é "uma grande honra" representar seus compatriotas e que o sacrifício dos soldados soviéticos significa muito para os russos e para os britânicos. "Eu gosto de futebol, você gosta de futebol, mas durante esses eventos, você percebe que isso é algo mais do que apenas futebol", cita ao torcedor o Daily Mail.

 

Torcedores britânicos colocam coroas de flores no Salão da Glória Militar em Mamáiev Kurgán.

 

Seria preciso dizer que, para os próprios russos, cada centímetro da terra de Stalingrado seria sagrado? Mas nem todo o mundo entende isso, como se vê. E nem todos os torcedores ingleses vieram até nós "em paz". Houve também aqueles que ultrajaram o passado glorioso da Cidade-Herói.

 

Apareceu a notícia de uma jornalista britânica comunicando que os russos, em um bar de Volgogrado, teriam cantado canções nazistas e gritavam o "zig haill" nazista. Mas na Rússia é impossível até mesmo citar a canção nazista sem ser chamado à responsabilidade criminal pela propaganda do nazismo. Na Internet, um vídeo desse evento insultuoso viralizou e se espalhou rapidamente. Os culpados foram encontrados e resultaram ser britânicos.

 

Torcedores ingleses organizaram um “sabath” nazista antes do jogo com a Tunísia e cantam canções nazistas em um bar.

 

Nas redes sociais, os russos condenaram duramente as ações desses torcedores ingleses. Em dezenas de comentários, os cidadãos russos exigem punir os estrangeiros que insultaram a honra da Cidade-Herói, que resistiu aos hitleristas. Sabe-se que, neste caso, a polícia britânica e a Associação de Futebol (FA) da Inglaterra conduzirão investigações. "Condenamos fortemente o comportamento das pessoas neste vídeo. Juntamente com as estruturas relevantes, incluindo a equipe de investigação policial do Reino Unido, estamos trabalhando para identificar as pessoas no vídeo e tomar as medidas necessárias", disseram os representantes da FA.

 

Esperamos que assim seja. 

 

PS.: 23/06/2018 - Os três torcedores britânicos que tinham cantado canções nazistas no bar de Volgogrado [imagem acima] já deixaram a Rússia e estão em casa, relata o Sky News. A um deles, Michael Herbert, de 57 anos, da cidade de Derby, foi proibido pelas autoridades britânicas de assistir às partidas de futebol por cinco anos.

 

* Natália Dyakonova é articulista e correspondente em Moscou/Rússia para Via Fanzine.

 

- Tradução: Oleg Dyakonov.

 

- Fotos: Fontes livres da internet/divulgação.

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright, 2018, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Moscou:

Estação de Metrô Sportívnaya - A Esportiva

A estação Sportívnaya (Esportiva) está localizada junto ao complexo olímpico Luzhnikí.

 

Por Natália Dyakonova*

De Moscou/Rússia

Para Via Fanzine

17/06/2018

 

 

Detalhe do metrô de Moscou na Estação Sportívnaya, perto do complexo do Estádio Luzhnikí.

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No total, em Moscou temos 50 estádios de futebol de diferentes capacidades. Quatro deles são as super arenas, duas das quais – Luzhnikí e Spartak – hospedam partidas da Copa 2018.

 

O metrô de Moscou, que está em primeiro lugar na Europa em termos do número de passageiros transportados, preparou-se bem para o Mundial. O caminho mais curto e conveniente para as estações Spartak e Sportívnaya é indicado no esquema "O roteiro do torcedor", presente nas estações de metrô. Em 23 estações, onde há baldeações para linhas precisas aos torcedores há sinalizações nas paredes e no chão direcionando para as atrações do campeonato. Em 60 estações dessas linhas de metrô há sinais do chão informando em qual plataforma o passageiro deverá escolher para chegar ao estádio desejado.

 

Todas as informações disponibilizadas (incluindo as vocais) foram duplicadas em inglês.

 

Na capital russa existe 14 linhas de metrô e 215 estações, sendo 44 das quais tombadas como objetos de patrimônio cultural e mais de 40 são reconhecidos monumentos arquitetônicos e sua lista continua a ser estendida. Um exemplo destes é a estação Komsomólskaya.

 

 

Estação Komsomólskaya.

 

Milhares de torcedores usam a Estação Sportívnaya para chegar ao Estádio Luzhnikí (inaugurado em 1956), ao lado do qual ela foi construída. Em Luzhnikí foi realizada a cerimônia solene de abertura da Copa e para o mesmo local está marcada a cerimônia de encerramento.  

 

Esta estação foi inaugurada em 1º de maio de 1957 e se tornou a 43a estação em Moscou. Esta é uma estação profunda - 45 metros abaixo do solo. Como muitas outras na capital russa, possui duas entradas separadas para ruas diferentes, o que é muito conveniente para os passageiros. Na estação Sportívnaya há vestíbulos Norte e Sul - este último dá vazão ao complexo olímpico Luzhnikí.

 

Estação Sportívnaya, Vestíbulo Sul, próximo ao estádio Luzhnikí.

A estação não é tão luxuosa quanto as suas predecessoras, mas bastante elegante. Seu nome está associado aos esportes, portanto, sua decoração também é mantida em um estilo estrito, com detalhes da Grécia antiga, país progenitor do atletismo e do esporte em geral. A abóbada do teto da estação é sustentada por duas fileiras de pilares maciços, revestidos de mármore branco e decorados com uma borda de mármore verde.

 

Detalhe da sala da Estação Sportívnaya.

As paredes da via são decoradas com azulejos de cerâmica vidrada: o topo é branco, o fundo, preto. A abóbada do teto da sala tem acabamento com placas de cimento amianto em relevo. As paredes dos corredores e os túneis das escadas rolantes são decorados com mármore branco.

  

Detalhes das paredes da Estação Sportívnaya.

 

 

 Luminárias de cristal fixadas nos pilares.

 

O estilo das lâmpadas nas escadas rolantes lembra antigas tochas olímpicas.

 

O piso é decorado com ornamentos de placas de granito preto, cinza e vermelho.

 

Um ano antes da Copa do Mundo 2018, a prefeitura de Moscou efetuou a reforma geral das comunicações de engenharia da estação. Renovou as escadas rolantes (acrescentando uma esteira às três anteriores), considerando que o fluxo de passageiros vai aumentar muito neste verão. Atualmente a estação atende mais 135 mil passageiros por dia, comparado com a lotação anterior.

Bilheterias com atendentes que falam o inglês.

 

Catracas para o embarque de passageiros na Estação Sportívnaya.

 

O metrô de Moscou funciona das 6h às 1h da manhã. Mas nos dias dos jogos do Mundial, o trabalho da estação Sportívnaya foi estendido até as 3h da manhã.

 

* Natália Dyakonova é articulista e correspondente em Moscou/Rússia para Via Fanzine.

 

- Tradução: Oleg Dyakonov.

 

- Foto: Fontes livres da internet/divulgação.

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright, 2018, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Oráculo esportivo:

O profético coelho de Sochi

Em um recente evento municipal dedicado à Copa do Mundo, Pushok foi oficialmente apresentado e fez suas primeiras previsões.

 

Por Natália Dyakonova*

De Moscou/Rússia

Para Via Fanzine

13/06/2018

 

Dentre outros resultados, Pushok previu a vitória da Rússia em seu jogo de estreia, contra a Arábia Saudita.

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Apareceu um rival do oráculo oficial da Copa 2018, o gato Aquiles de São Petersburgo, e se trata de um coelho decorativo de Sochi. Seu nome é Pushók ("Penuginho"), ele vive no Centro Biológico e Ecológico Serguei Sokolóv, para onde ele foi entregue pelos seus antigos donos.

 

O coelho tem três anos de idade e tem uma aparência bastante incomum: muito fofo e com olhos díspares, ou seja, de cores diferente – um azul e o outro, marrom. Os trabalhadores do Centro logo começaram a notar o interesse de Pushok pelos brinquedos: quando recebia bolinhas ou pinos, começava a escolher ativamente os que gostava. Foi assim que o coelho se converteu no oráculo esportivo local.


Em um recente evento municipal dedicado à Copa do Mundo, Pushok foi oficialmente apresentado e fez suas primeiras previsões. Os resultados foram determinados pela escolha, por parte do coelho, de pinos que correspondiam a uma ou outra equipe.


O profético coelho de Sochi vaticinou a vitória da seleção russa no jogo de abertura do Mundial, contra a Arábia Saudita, no estádio Luzhnikí de Moscou. Escolhendo entre Espanha e Portugal, que vão jogar o primeiro jogo no estádio Fischt de Sochi, o oráculo optou pela “Fúria Vermelha”. Uma previsão inesperada foi feita por Pushok para o jogo da Bélgica contra o Panamá: se proceder a intuição do nosso oráculo, a vitória será para os jogadores do continente americano. Mas o jogo entre a Alemanha e a Suécia deve terminar empatado – o coelho, afinal, não escolheu nenhum dos pinos.

 

* Natália Dyakonova é articulista e correspondente em Moscou/Rússia para Via Fanzine.

 

- Tradução: Oleg Dyakonov.

 

- Foto: Fontes livres da internet/divulgação.

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright, 2018, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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