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Opinião:

 

 

Enchentes no Sul:

Castigo de Deus ou má administração?

Há pouca ciência espalhada pela população em geral, e há abundância de subjetividades e fake news extremamente maliciosas.

 

Por Sérgio Souza*

De Ibirité-MG

Para Via Fanzine

20/05/2024

 

Blog da Cidadania, avaliou que, segundo especialistas, o maior culpado pela tragédia rio-grandense-do-sul foi seu (des)governador Eduardo Leite, eleito na esteira de Bolsonaro, de quem é apoiador.

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De um lado, os fanáticos religiosos. De outro, os especialistas em meio ambiente. Em quem acreditar? Isto depende da conduta de cada um e de sua visão de mundo. Há pouca ciência espalhada pela população em geral, e há abundância de subjetividades e fake news extremamente maliciosas.

 

Tais subjetividades, em grande parte das vezes, são criadas e alimentadas por alguns pastores (não todos) em suas igrejas. Sigamos em frente, que essas questões aqui levantadas tornar-se-ão mais nítidas.

 

Encontrei-me ontem com um amigo. Moço que aparenta uma certa cultura. Evangélico. Sua interpretação bíblica é rígida, tradicional, conservadora, como manda a cartilha de Bolsonaro, de quem o rapaz é defensor e adepto. (Tudo isso, embora saibamos que para esse político e seus asseclas a Bíblia tenha pouco interesse espiritual, servindo bem mais de suporte às suas conquistas de votos, aos seus planos de poder e de multiplicação financeira.)

 

Tal amigo, deixando implícito que esse era o entendimento de sua igreja, analisou e concluiu que as enchentes no Rio Grande do Sul são decorrência de um castigo divino. Perguntei por quê. Ele afirmou que aquele estado está sem Deus. Como assim? – voltei a indagar. Sua resposta: “Lá tem muita religião de matriz africana, especialmente umbanda. O pessoal da umbanda pratica o mal, tem ligação com o demônio.”.

 

Ah!!! Quanta falta de informação! Ficou inequívoco para mim que o seu pastor – como tantos outros, a cujos programas às vezes assisto pela TV, tentam jogar as pessoas contra católicos, umbandistas, candomblecistas – por vezes, até mesmo contra evangélicos de outras denominações. E por que agem assim? Por marketing, é claro. O que se pretende é eliminar a concorrência. Tais igrejas se comportam como empresas, fixando e defendendo a sua marca comercial. Tudo porque é naquele templo que os frequentadores vão depositar seus suados dízimos e suas ofertas.

 

São os casos em que igrejas se transformam em meras empresas, os fiéis em clientes, sendo o produto a fé, recheada de esperanças. Ali se faz uma intensa lavagem cerebral (sempre apoiada no Livro Sagrado), para manter a fidelidade dos clientes e sua obrigação em conquistar ainda outros, com a ideia fixa de que estão trabalhando para Deus.

 

Mas afinal, e o que dizem os especialistas em meio ambiente? O youtuber Eduardo Guimarães, dono de muita informação e capacidade para analisar, através do seu Blog da Cidadania, avaliou que, segundo especialistas, o maior culpado pela tragédia rio-grandense-do-sul foi seu (des)governador Eduardo Leite, eleito na esteira de Bolsonaro, de quem é apoiador.

 

Segundo o Blog, tal (des)governante derrubou cerca de quinhentas regras ambientais, não adotando nenhuma medida de prevenção a enchentes.

 

Adicionalmente, esse responsável pelo governo estadual também desativou ações que se encontravam em curso (para prevenção de enchentes), alegando que ele estava modernizando as regras ambientais.

 

Na verdade, ainda em conformidade com aludido Blog, tudo isso Eduardo Leite fez para beneficiar empresários, especialmente da construção civil, que queriam construir condomínios de luxo às margens do Guaíba, rio que corta Porto Alegre, a capital do estado.

 

Ainda segundo a reportagem, uma lei ambiental determinava que qualquer construção ou impermeabilização do solo só poderia ser executada a no mínimo 500 metros daquele curso d’água. Com o apoio do (des)governador Eduardo Leite, as obras estavam sendo autorizadas a serem erguidas a apenas 30 metros daquele rio.

 

Para concluir, é possível que alguém, com o fim de se proteger contra demônios, refugie-se numa igreja. Não fazendo a escolha certa, pode encontrar pastores aliados a políticos, em benefício de ambos, pastores que fazem dos seus templos tendas de falsos milagres, contudo, de abundantes arrecadações. E, neste caso, o ingênuo fiel encontra toda a sorte de satãs, alimentando preconceitos, insanidades, ódios – negando toda a essência do Cristianismo, que consiste no amor e no perdão.

 

Fiquem com o pensamento do eminente psicólogo B. F. Skinner, contido em seu livro O mito da liberdade: “O homem possesso não sente o demônio possessor, podendo mesmo negar sua existência.”

 

* Sérgio de Souza é professor, músico e articulista. É colaborador de Via Fanzine.

 

- Imagem: Divulgação.

 

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