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Inteligência Artificial:

 

 

Inteligência artificial:

Uma nova era já começou

Inúmeras aplicabilidades são feitas de forma a contribuir para a melhoria da condição humana e de nosso planeta. O que é a Quarta Revolução Industrial e como isso nos afeta.

 

Por Rafael Vidal*

De Ibirité-MG

Para Via Fanzine

15/04/2024

 

As ferramentas de IA vêm transformando a nossa relação com a tecnologia e com o mundo, provando ser capaz de executar qualquer função que antes era executada apenas por humanos.

 

A tecnologia tem o poder de transformar toda a realidade ao nosso redor, desde a organização do trabalho à forma como entendemos o mundo. No século XVIII com a invenção do motor a vapor, surgiram as primeiras produções em massa que substituíram o trabalho artesanal pelo assalariado, principalmente, dentro da indústria têxtil. Esse processo foi considerado a Primeira Revolução Industrial.

 

Ao final do século XIX surge a eletricidade como a conhecemos e isso marca uma nova era conhecida como a Segunda Revolução Industrial. Surgem novas formas de trabalho especializados dentro dos modelos do Fordismo e do Taylorismo. Já no século XX, surge a eletrônica e a tecnologia da informação, assim mais tarefas antes manuais são automatizadas com o advento da robótica.

 

Mais recente, em 2011, iniciamos uma atualização chamada de Indústria 4.0, com fábricas inteligentes capaz de se autogerir. Inteligência artificial, computação em nuvem e internet das coisas são os principais fatores desta revolução tecnológica. Mas o que é de fato a inteligência artificial?

 

Máquinas pensantes como vemos em filmes pode não ser ainda nossa realidade. A busca pela Inteligência Artificial Geral que deve ser capaz de incorporar todos os tipos de funções e inteligências não se concluiu. Quando empresas como Google e a OpenAI chegarem neste software poderemos estar mais perto de tornar realidade o sonho da ficção científica.

 

Na atualidade, esta ferramenta computacional conhecida pela sigla IA tem suas limitações e aplicabilidades se dividindo em três tipos básicos de ferramentas: conexionista, biológica e simbólica. A mais conhecida são as redes neurais, também chamadas de inteligência conexionista, que busca simular os neurônios do cérebro. Um conjunto de operações matemáticas em série e paralelo geram automaticamente uma saída, ou seja, uma resposta para um estímulo (uma entrada).

 

Redes neurais podem até aprender jogos de tabuleiro e até videogames.

 

Redes neurais podem desde automatizar tarefas que antes não eram possíveis automatizar por sua complexidade em criar uma fórmula ou uma árvore de decisão. E podem até aprender jogos de tabuleiro e até videogames.

 

Foi em 1997 que o computador conhecido como Deep Blue, da IBM, derrotou o campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, usando apenas probabilidades pré-programadas, o que é conhecido pelo “método bruto”. Porém este método não servia para um jogo com um número exponencialmente maior de jogadas como o Go, jogo oriental de tabuleiro.

 

Porém a Google DeepMind com o advento das redes neurais pode mudar esta história. Em 2016, o campeão mundial Lee Sedol da Coreia do Sul foi finalmente derrotado pelo AlphaGo, o que marcou o início de uma nova era de poder computacional.

 

As ferramentas de IA vêm transformando a nossa relação com a tecnologia e com o mundo, provando ser capaz de executar qualquer função que antes era executada apenas por humanos e, muitas vezes, até superando o desempenho humano em qualidade e velocidade.

 

Hoje não apenas trabalhos manuais podem ser totalmente automatizados, mas também a geração e edição de textos, imagens e até vídeos. Conteúdos ultrarrealistas podem ser gerados em velocidades nunca antes vistas por um computador, o que cria uma crise de confiança em todo e qualquer conteúdo e o fim da internet como a conhecemos. Bolhas de informação podem ser criadas e mantidas por robôs, aonde o algoritmo gera o conteúdo propriamente projetado para seus grupos de influência.

 

A inteligência artificial, ferramenta computacional muitas vezes demonizada pelo seu potencial destrutivo, pode também ser uma aliada indispensável para frear a Sexta Extinção em Massa e combater as mudanças climáticas.

 

A ferramenta tecnológica sendo transformada em ferramenta de controle político não é algo novo dentro da história humana, porém há de lembrar que toda tecnologia é por natureza neutra e seu direcionamento depende da mão que a usa. O avanço da IA não será parado e consiste em um importante avanço para nossa civilização, porém os desenvolvedores deste tipo de software têm sobre sua responsabilidade a decisão ética de seus trabalhos.

 

Inúmeras aplicabilidades são feitas de forma a contribuir para a melhoria da condição humana e de nosso planeta. O Global Forest Watch usa visão computacional através de redes neurais convolucionais para detectar desmatamento usando a vigilância via satélite. Também, o OceanMind analisa dados e usa o aprendizado de máquina para detectar embarcações de pesca ilegais. Entre muitos outros exemplos, temos o WildMe, aonde a visão computacional brilha novamente podendo analisar em tempo real todas as câmeras instaladas na savana africana e detectar caçadores imediatamente.

 

A inteligência artificial, ferramenta computacional muitas vezes demonizada pelo seu potencial destrutivo, pode também ser uma aliada indispensável para frear a Sexta Extinção em Massa e combater as mudanças climáticas. Podem esses softwares fiscalizar uma área via satélite ou com uso de sensores e câmeras com uma eficiência nunca antes vista na história. E, como toda ferramenta, devemos fazer dela o melhor uso possível.

 

* Rafael Vidal é ambientalista, cientista de dados em formação no Mackenzie e editor do Jornal São Tomé Online. É colaborador de Via Fanzine.

 

- Imagens: JSTO/Criação-IA.

 

- Produção: Pepe Chaves

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