Trabalhador e cultura:
Projeto de Vale Cultura de R$ 50 mensais é
aprovado*
Benefício valerá para trabalhadores que
ganhem até 5 salários mínimos.
Exclusão de servidores públicos,
aposentados e estagiários permitiu destravar projeto, apresentado em
2009.
A Câmara aprovou ontem projeto que cria o Vale Cultura,
benefício de R$ 50 por mês para gastos ligados a atividades culturais. O
texto seguirá ao Senado para votação.
O benefício, válido em todo o país, será concedido pelos
empregadores a trabalhadores com renda mensal de até cinco salários
mínimos (R$ 3.110), que poderão, por exemplo, adquirir livros e
ingressos para shows e cinema.
O vale deverá ter, preferencialmente, a forma de cartão
magnético, a ser confeccionado por empresas cadastradas no Ministério da
Cultura.
A concessão do benefício pelas empresas, porém, não é
obrigatória, e o projeto aprovado autoriza a dedução nos vencimentos do
empregado de até 10% do valor do vale (R$ 5). O prazo para que o
trabalhador gaste o dinheiro ainda será regulamentado.
O projeto aprovado ontem prevê também que os empregadores
que concedam o benefício possam optar por aderir ao Programa de Cultura
do Trabalhador, que permite dedução do valor despendido com o vale (no
máximo 1%) do Imposto de Renda até 2017.
ZÁS-TRÁS
O projeto aprovado foi elaborado ontem mesmo, excluindo dos
beneficiados os servidores públicos, aposentados e estagiários.
A mudança foi feita a pedido do governo para evitar que a
presidente Dilma Rousseff tivesse de passar pelo desgaste de vetar a
porção da proposta que previa o benefício para esses setores.
“Para representantes do governo, não se trata de um
benefício previdenciário ou que tenha impacto direto ao Orçamento da
União, por isso foi retirada essa parte do projeto. O centro devem ser
as empresas privadas”, disse a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ).
A aprovação na Câmara é fruto de articulação conduzida pela
ministra Marta Suplicy, que assumiu a pasta em setembro último, em
substituição a Ana de Hollanda.
O projeto do Vale Cultura fora lançado com pompa durante o
governo Lula, em 2009, quando Juca Ferreira era ministro da Cultura.
Naquele mesmo ano, durante tramitação na Câmara, a inclusão
de aposentados e servidores federais no projeto, onerando a União, gerou
um impasse para a aprovação do texto.
Com isso, nem Juca Ferreira nem Ana de Hollanda, que o
sucedeu na pasta em 2011, conseguiram aprovar o benefício, colocado por
Marta como uma das prioridades de sua gestão.
*
Informações da Folha de S.Paulo (SP).
26/11/2012
* * *
Belo Horizonte:
Falando de Brassaï em Belo Horizonte*
Fotógrafo Tibério França apresenta a vida
e a obra de Brassaï
em debate promovido pela Aliança Francesa
de Belo Horizonte.
Alguns dos trabalhos mais populares de
Brassaï.
No dia 09 de fevereiro, a Aliança Francesa de Belo
Horizonte promoverá, em seu salão cultural, um importante debate sobre a
exposição Brassaï, Paris La nuit, inaugurada no dia 18 de janeiro na
Galeria de Artes Visuais Oi Futuro.
O encontro é aberto ao público e acontece a partir das 19h.
Será conduzido pelo fotógrafo Tibério França, que apresentará Brassaï a
partir de suas imagens, projetadas. Além disso, ele também
contextualizará o momento histórico que atraía a Paris intelectuais e
artistas de todas as partes do mundo.
Segundo Tibério, Brassaï, “influenciado pela literatura e
pelo surrealismo, fotografou Paris e seus habitantes de dentro da cena,
e costumava dizer que ‘a noite sugere, não ensina. A noite nos encontra
e nos surpreende por sua estranheza; ela libera em nós as forças que,
durante o dia, são dominadas pela razão’”.
Promovida pela Aliança Francesa de Belo Horizonte em
parceria com o Oi Futuro, a exposição, que é uma visita em preto e
branco aos bastidores da cidade-luz, pode ser vista até o dia 1º de
abril, e tem curadoria de Agnès Gouvion Saint Cyr.
Sobre Brassaï
Húngaro com alma francesa, Gyula Halász (1899-1984) passou
a assinar seus trabalhos com o pseudônimo Brassaï em 1932, quando passou
a registrar prostitutas, jovens delinquentes e trabalhadores à noite nas
ruas de Paris. Os personagens eram capturados em cenas cotidianas, e a
própria cidade se transformava em personagem, vista sob o filtro das
lâmpadas das ruas, da luminosidade contida na névoa à beira do Sena, nas
luzes dos monumentos.
Tibério França
Sobre Tibério França
Fotógrafo e professor de fotografia da Escola Guignard,
especializou-se no uso do Grande Formato pelo Istituto Europeo di
Design, em Milão/Itália. Foi diretor e curador da Primeira Fotogaleria
de Belo Horizonte entre 2003 e 2006. Especialista em Arte Contemporânea
e Membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais, ligado ao Conselho
Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura no período
2010/2012, foi um dos fundadores do Fórum Mineiro de Fotografia Autoral
em 2010.
Organizou a Semana da Fotografia de Belo Horizonte em 2011,
e pretende realizar a segunda edição em agosto de 2012. Tem atuado como
curador e consultor de exposições e festivais de fotografia, além de
participar de diversas exposições e publicações sobre arte contemporânea
e fotografia.
Sobre a Aliança Francesa
A Aliança Francesa é uma associação sem fins lucrativos,
constituída livremente por pessoas que têm o objetivo de divulgar a
língua e a cultura francesas no seu país de origem. Fundada em Paris, em
1883, está presente em 135 países, possui 1016 estabelecimentos e tem
cerca de 490.000 estudantes no mundo inteiro.
No Brasil, a rede das Alianças Francesas conta, atualmente,
com 40 associações e nove centros correspondentes, estando presente em
praticamente todos os estados brasileiros e formando, assim, uma ponte
entre o Brasil e a França. Em Belo Horizonte, a Aliança Francesa foi
fundada em 14 de julho de 1944 e está situada em um agradável casarão na
região da Savassi.
Eventos:
Debate sobre “Brassaï, Paris la nuit”, com Tibério França
Data: 09 de fevereiro
Local: Espaço cultural da Aliança Francesa de Belo
Horizonte
Rua Tomé de Souza, nº 1418 - Lourdes
Entrada franca
Informações: (31) 3292-6818
www.aliancafrancesabh.com.br
Exposição “Brassaï, Paris la nuit”
Período: 18 de janeiro a 1º de abril de 2012
Local: Galeria de Artes Visuais do Oi Futuro
Av. Afonso Pena, nº 4001 – Mangabeiras
Visitação: de terça a sábado, no horário de 11h às 21h.
Domingo, de 11h às 19h.
Entrada franca
Informações: (31) 3229-3131
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Informações de Fernanda Aguilar/Comunicação - Aliança Francesa BH.
07/02/2012
- Imagens: Divulgação.
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Mensagem recebida:
Esclarecimentos ao
Setorial de Teatro
Ao Colegiado Setorial de Teatro
Prezados Senhores
A Fundação Nacional de Artes agradece pela oportunidade de
esclarecimento. Os Colegiados Setoriais são um importante canal de
comunicação entre a Funarte e a sociedade civil, e uma instância de
diálogo muito cara à instituição. Como esse canal esteve sempre livre,
causou-nos estranheza o fato de as reclamações do Colegiado Setorial de
Teatro terem sido divulgadas antes mesmo de chegar até nós. O apoio
deste Colegiado à invasão da Funarte SP por manifestantes também nos
consternou, principalmente porque esta foi uma atitude rejeitada por
ampla maioria na classe artística, por ter paralisado a análise de
projetos submetidos a seleção pública, entre outras atividades da
instituição. A carta enviada no dia 1º de agosto traz distorções que,
uma vez divulgadas, tornam o debate mais nebuloso e difícil. Nesse
momento em que nos perguntamos sobre as intenções do Colegiado de
Teatro, lembramos que estamos disponíveis para debater à exaustão sobre
a atuação da Funarte. Temos o dever de lembrar também que o Colegiado é
um conselho consultivo e que é prerrogativa da Diretoria Colegiada da
Funarte formular estratégias e deliberar sobre remunerações.
Para nós foi também uma grande satisfação anunciar os
investimentos para as artes no mês passado. O orçamento está longe do
ideal, mas é ainda assim uma boa notícia, se considerarmos que o ano é
de retração. Reiteramos o que foi anunciado no evento referido: nosso
orçamento para 2011 é de fato superior a R$ 100 milhões. Esse valor
inclui o Programa ProCultura, que foi lançado em 2010 sem previsão
orçamentária. Todos os editais referentes a esse programa traziam um
artigo condicionando o apoio aos selecionados à existência de
disponibilidade orçamentária e financeira, "caracterizando a convocação
das propostas selecionadas como mera expectativa de direito, não
obrigando o Ministério da Cultura a repassar os valores estipulados nas
propostas". Em 2010, não havia essa disponibilidade, e o prazo para
inscrições foi prorrogado para janeiro de 2011, transferindo a
administração do programa para o novo corpo gestor do MinC. Coube a nós,
além da decisão pelo pagamento dos prêmios, a execução de todo o
processo seletivo e, mais importante, a captação dos recursos do Governo
Federal para essa finalidade. Naturalmente, ao assumir, julgamos que a
melhor opção para a classe artística seria respeitar as expectativas dos
proponentes.
A respeito das contratações questionadas, esclarecemos que
a Diretoria Colegiada da Funarte, que conta com representantes das artes
cênicas, da música, das artes visuais e das artes integradas, elabora em
conjunto as diretrizes e as estratégias da instituição. Para viabilizar
seus projetos, a Funarte lança mão de todos os dispositivos legais
disponíveis. A Lei 8.666/93 prevê a inexigibilidade de licitação para
contratação de artistas cuja excelência profissional seja reconhecida na
sociedade, o que nos parece absolutamente inquestionável nos casos
mencionados. Os extratos de inexigibilidade de licitação são publicados
no Diário Oficial da União depois de tramitar por várias instâncias da
instituição, inclusive a Procuradoria Jurídica Federal. Vale lembrar que
todos os projetos questionados foram por mim anunciados, no encontro com
a classe artística em julho. Por que não foram questionados à época?
A Funarte elaborou uma estratégia para reinaugurar o Teatro
Dulcina e reconduzir o disputado público do Rio a um circuito cultural
em formação, apesar de já ter sido um dos mais badalados do país.
Optamos por oferecer espetáculos com características diversas, todos com
qualidade artística indiscutível, com ingressos vendidos a R$ 10 ou R$
5. Os artistas convidados para compor essa programação honram a classe
artística com seu talento e irão pavimentar o caminho de todos os que
pisarem esse palco posteriormente — ou seja, aqueles contemplados em
seleção pública, com comissão julgadora externa. A convivência entre as
diversas gerações e nichos artísticos só enriquecerá o repertório
cultural e humano de cada um. Esclarecemos ainda que os valores pagos às
produções envolvidas não se resumem a cachês; serão distribuídos às
equipes técnicas, músicos e outros profissionais que fazem o espetáculo
acontecer, diante da plateia ou nos bastidores.
Nos últimos anos, o público não tem prestigiado os espaços
culturais sob administração da Funarte com a frequência que julgamos
adequada. Talvez esta seja uma alternativa para solucionar o problema: a
convivência de talentos reconhecidos e promissores, regionais e
internacionais. O Estado deve, sim, desenvolver políticas públicas para
melhor distribuir a produção e o acesso à cultura, mas é restritivo
pensar que os circuitos culturais estabelecidos não estão sob nossa
jurisdição. Ademais, é uma honra para nós oferecer espetáculos a preços
muito mais baixos do que os que seriam cobrados pela iniciativa privada.
Oferecemos também, como contrapartida, oficinas e outras atividades de
formação. Questionar o apoio a um artista alegando seu próprio sucesso
pode trazer consequências terríveis para a cadeia produtiva da cultura.
A excelência artística jamais deve deixar de ser um dos nossos critérios
de seleção.
bastante natural, num momento em que reabrimos um espaço
cultural importante na cidade. Essa concentração será minimizada à
medida que promovermos reaberturas e outros eventos nos diversos espaços
culturais sob nossa administração. É um compromisso: a Funarte
incentivará a arte de excelência a todas as regiões brasileiras.
· O projeto do estilista Ronaldo Fraga inclui
consultoria na elaboração das oficinas de produção cultural que serão
ministradas nos 504 municípios banhados pelo Rio São Francisco, na nova
edição do programa Microprojetos Mais Cultura, conforme anunciado por
mim no mês passado. O projeto prevê ainda uma exposição no Palácio
Capanema, por ocasião do lançamento do programa, além da edição de um
livro sobre o tema, com a participação do artista. O valor informado não
corresponde, portanto, apenas ao custo da exposição, cuja passagem pelo
Rio de Janeiro não foi patrocinada com recursos da Lei Rouanet.
· As atrações internacionais são parcerias com os
governos estadual e municipal do Rio de Janeiro. Por sua magnitude e
pelas grandes companhias envolvidas, o custo total de cada turnê é muito
maior que a nossa participação. A Funarte deve fomentar o intercâmbio
cultural, patrocinando a arte brasileira no mundo, bem como o acesso dos
brasileiros ao melhor da cultura universal, a preços populares. As
oficinas oferecidas por essas companhias são uma oportunidade única para
qualquer artista, convidamos todos a participar.
· O espetáculo Sonho de uma noite de São João foi
apresentado pela Direção Executiva da Funarte como uma proposta de
continuidade a um apoio concedido pela última gestão, em 2009. Coube à
Diretoria Colegiada a decisão de manter o apoio ao projeto, que reuniu
artistas veteranos e estudantes de teatro em um espetáculo apresentado
em praça pública, com entrada franca. Em qualquer parte do mundo, cabe
ao Estado promover atividades culturais na rua, sem restrição de
entrada, pois essa é uma demanda que jamais será atendida pelo mercado.
Cabe lembrar aqui que estamos empreendendo todos os esforços para manter
em 2011 o programa de apoio ao teatro de rua, uma bem sucedida inovação
da última gestão da Funarte.
· Desnecessário repetir o clichê de que a captação
de recursos no Brasil leva artistas e produtores culturais a uma difícil
romaria. Muitas vezes um mesmo projeto recebe recursos de várias fontes
para se manter de pé. A Funarte não restringe apoio a projetos de
qualidade que já tenham captado parte de seu custo de outras formas, mas
exige a prestação de contas de cada centavo gasto com seus recursos.
Aproveitamos a oportunidade para reafirmar o nosso
compromisso com o diálogo e o debate aberto a toda a sociedade. Os
Colegiados Setoriais são um eficiente mecanismo para essa participação.
Estaremos sempre de portas abertas para receber sugestões e críticas de
todos.
Cordialmente,
Antonio Grassi
Presidente da Funarte
* Informações enviadas pelo Ministério da
Cultura em MG.
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