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Polícia Federal
A volta da PF e a vergonha nacional: O 'trem pegou' em Itaúna Pinto e Léia minimizam operação da Polícia Federal na Prefeitura de Itaúna. Falando na tevê, Pinto atribui suposta “culpa” no esquema de desvio aos seus funcionários e quer agora transformar 'Trem das Sete' em 'Trem da Alegria'.
Por Pepe Chaves*
Agentes federais chegam na Prefeitura de Itaúna na manhã de 26/10: Pinto é manchete nacional.
Se sair da linha, o trem vai pegar
A notícia de que a Polícia Federal (PF) estava apreendendo documentos e computadores da Prefeitura de Itaúna na terça-feira (26/10), mexeu com a rotina da cidade. Mais uma vez a administração de Eugênio Pinto (expulso do PT), recepcionou a Polícia em seu seio. A Operação Trem das Sete, da PF, investiga o desvio de recursos públicos itaunenses, num esquema de corrupção que envolveria a Prefeitura de Itaúna e mais sete empresas.
De acordo com a PF, o inquérito foi instaurado, porque as empresas, que na verdade formavam um cartel, disputaram licitação pela Prefeitura de Itaúna como se fossem desassociadas.
A PF constatou vínculos comuns de diversos funcionários e proprietários destas empresas, o que leva a crer que as sete, são na realidade, apenas uma empresa. A PF recolheu documentos e computadores em Itaúna e deverá analisar os conteúdos, comprovando assim, a culpabilidade de cada um dos participantes em mais este esquema de desvio de recursos públicos.
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Polícia Federal em Divinópolis, “(...) posteriormente, após delimitada a conduta e a responsabilidade dos envolvidos, todos deverão ser indiciados e o inquérito encaminhado à Justiça Federal para análise”.
A licitação foi realizada para a elaboração do projeto de transposição da linha férrea daquela cidade – ato este, denunciado reiteradas vezes pelo jornal Via Fanzine nos dois últimos anos, sem haver, no entanto, nenhuma providência por parte do Legislativo ou Ministério Público locais.
Até o momento, não houve mandados de prisão e a ação policial foi encerrada na tarde da terça-feira. Também foram realizadas buscas em cinco empresas situadas em Belo Horizonte. Na capital, 12 policiais federais e um delegado compareceram à avenida do Contorno, no bairro Funcionários, onde funcionam duas empresas de engenharia que atuam na área de projetos. Os policiais chegaram ao local, recolheram materiais e ninguém foi preso.
A Operação “Trem das Sete” traz mais um sugestivo nome, como de praxe, concedido pela PF a cada uma de suas específicas ações. Nesse caso, se refere ao “trem”, vez que estão sendo investigados gastos em PROJETOS para a SUPOSTA transposição de linhas férreas em Itaúna, que retiraria as mesmas do centro da cidade. E o “das sete”, se refere, evidentemente, às sete empresas envolvidas no esquema de corrupção montado na Prefeitura de Itaúna. "Trem das Sete" é também o nome de uma conhecida canção de Raul Seixas.
Participam da operação aproximadamente 50 policiais federais da delegacia de Divinópolis e da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, de Belo Horizonte. Vale lembrar que, em 2007, a Prefeitura de Itaúna também passou por uma operação semelhante da Polícia Federal, quando foram apreendidos diversos documentos com suspeita de irregularidades. No entanto, naquela ocasião, não fora comprovada nenhuma irregularidade por parte do poder Executivo local.
Corrupção vira rotina em Itaúna
Apesar de não ser mais novidade na cidade e estar quase se tornando, de fato, uma rotina, as investigações, denúncias e até condenações contra o prefeito Eugênio Pinto, o assunto da PF em Itaúna foi dos principais exibidos pelo noticiário nacional dessa terça-feira (26/10).
E por uma causa vergonhosa, Itaúna, cidade mineira de 80 mil habitantes, ganhou algumas horas de fama em todo o Brasil. As maiores emissoras tevê do país, em rede nacional, transmitiram durante todo o dia em seus telejornais, informes e imagens da fachada da Prefeitura de Itaúna, mostrando três veículos da PF estacionados diante à mesma. Os maiores sites da web também veicularam fartamente a Operação Trem das Sete, em Itaúna.
Nenhuma obra social (que obra?) ou qualquer outro ato público projetou a administração pintista no Brasil e no mundo, como esta operação em que “o trem pegou”, literalmente, em Itaúna. E, diga-se, projetou a cidade de Itaúna de uma maneira vergonhosa, nunca dantes vista, nem mesmo quando a PF investigou essa tenebrosa administração em 2007. E tudo indica que o “trem” poderá, em breve, “pegar” incisivamente.
Pinto quer punir funcionários se forem “culpados”
Em declaração à Rede Globo em seu gabinete, o prefeito Eugênio Pinto, investigado, denunciado e condenado recentemente pela Justiça mineira, procurou se redimir de qualquer culpa e afirmou que se “algum funcionário” tiver culpa nos fatos investigados pela PF, será punido. Está virando rotina, também, o prefeito Eugênio Pinto culpar funcionários por seus desastres administrativos.
Recentemente Pinto culpou a Comissão de Licitação de sua prefeitura pelo negócio de mais de R$ 6,5 milhões, firmado num contrato para fornecimento de computadores e programas de informática que jamais foram implantados no município – objeto de uma CPI e outras duas comissões de investigações legislativas. Na ocasião, somente depois que foi denunciado pelo Legislativo, Pinto procurou se redimir, atribuindo a culpa do negócio firmado por ele – segundo o seu então secretário de Educação, Carlos Bernardes, afirmou à época – aos funcionários da Comissão de Licitação.
Agora, ele surge novamente na mídia, insinuando que “algum funcionário” do governo de sua responsabilidade é que poderia estar por detrás da fraude acusada pela PF, que envolve sua administração, sete empresas privadas e até funcionários do DNIT, de acordo com a própria PF.
Em suma, Eugênio Pinto que foi expulso do PT – partido que também negou a candidatura à deputada estadual de sua atual esposa – fala como se não assumisse responsabilidade alguma de um administrador público eleito pelo povo.
Íris Léia também minimiza investigação da PF
Nessa mesma data, a atual esposa e também chefe de Gabinete de Pinto, Íris Léia da Cruz, procurando "acalmar a população", falou com uma rádio local – assumida parceira da administração pintista -, e procurou minimizar o estrago causado pelo Executivo à imagem da cidade em todo o país, por causa de um caso de corrupção investigado a nível nacional no governo a que serve.
A “primeira-dama” (que na verdade seria a “segunda”) de Itaúna declarou em público que a ação da PF “é de rotina” e que teria sido executada também em outras prefeituras do Estado; o que não é verdade. Íris Léia mentiu e a rádio que recebe verbas públicas da prefeitura, aceitou e repassou a informação errônea aos seus ouvintes, inclusive, postando-a em seu site.
Seria ético e de bom tom se tanto o veículo de comunicação como Léia, informassem quais outras prefeituras, além de Itaúna, recebera a visita investigativa da PF nessa data ou apontassem às fontes que asseguram esta informação que difundiram publicamente. Jornalismo não se faz com “declarações” seja de quem for, mas com fatos e, fato, necessita de fonte comprobatória para não ser tratado como boato ou fofoca. No entanto, se corrupção for mesmo rotina em Itaúna, a informação de Léia realmente procede.
Aliás, frisamos, e concordarmos com Íris da Cruz em um ponto: realmente, a presença da Polícia Federal está “virando rotina” em Itaúna, bem como as graves denúncias do Legislativo e do Ministério Público contra o prefeito Pinto, desde o início de seu primeiro mandato. E, prova de que não são “funcionários” os culpados de atos do Executivo, são as recentes condenações que ele, como político, recebeu do TJMG, inclusive, tornando-o inelegível por oito anos.
Léia e Pinto: ela, que era secretária da prefeitura, passou a ser companheira conjugal e chefe de Gabinete do prefeito, após o divórcio dele.
PF não esteve na Câmara
A princípio, VF recebeu e divulgou a informação de que agentes da PF teriam também se dirigido à Câmara Municipal de Itaúna em busca de mais documentos, mas minutos depois retificamos. Recebemos uma ligação de Gilberto Vilela, da Assessoria de Comunicação da Câmara, informando que a PF não esteve naquela Casa.
Vilela também nos informou que na Câmara, acredita-se que a PF tenha visitado Itaúna, por causa de denúncias apresentadas pelo Legislativo contra determinados atos do Executivo local.
No entanto, outras fontes divulgaram que as buscas da PF em Itaúna se deram porque não foram apresentadas todas as prestações de contas quando requisitadas pelos órgãos de controle, como o Ministério Público Estadual e Federal.
O que será de Itaúna?
Com tantos desmandos, denúncias, corrupções e esquemas, o itaunense se sente envergonhado. Ter um representante que mal sabe falar o português é o de menos, o demais é vê-lo se enriquecer dia a dia e continuar “administrando” a cidade, sob investigações, Polícia, Justiça e graves denúncias comprovadas. Pior que isso, somente uma cidade que percebe um orçamento três vezes superior ao do prefeito anterior, mas que tem uma administração incapaz de, sequer, tampar os buracos que se alastram pelas vias municipais. Nem o básico está sendo feito em Itaúna, hoje, com um orçamento mais de três vezes superior ao de oito anos atrás.
Eugênio Pinto, Íris Léia e toda uma gama de funcionários que demonstram estar representando o prefeito e não à cidade, têm nos levado aos mais baixos níveis, morais, políticos, administrativos, culturais e educativos. A qualidade de vida está esvaecendo de Itaúna, desde que Eugênio Pinto tomou posse e todos os cidadãos são testemunhas disso.
A rejeição na cidade ao prefeito Pinto (reeleito com apenas 1% sobre seu concorrente) chegou a tais níveis, que ele teme aparecer em público para evitar que seja vaiado. E ainda assim, jornal e rádio, pagas com dinheiro público, trocando serviços por publicidades, despidos de qualquer senso de ética e justiça, tentam esculpir uma imagem positiva do “casal municipal”, estampando-o em fotos sorridentes e tentando mostrá-los, a todo custo, como “administradores”... Mas isso, a sociedade itaunense tem visto que não definitivamente não o são.
Esta é a Itaúna do casal Pinto - pelo menos, por enquanto!
Mas, será que dessa vez o senhor Eugênio Pinto vai dizer que também esta investigação da PF em seu desgoverno municipal é “intriga da oposição”? Pode até ser, desde que ele, de fato, seja oposição à Polícia, à Lei, à prestação de contas e aos interesses públicos de Itaúna.
Em breve traremos mais informações desse infeliz e histórico episódio em nossa página principal.
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine. - Fotos: Arquivo Via Fanzine.
- Leia também: 'Trem das Sete': Prefeito de Itaúna é investigado novamente pela PF
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