Literatura:
Escritor Jacinto
Guerra saúda Via Fanzine
Professor de Bom
Despacho nos parabeniza por criarmos um portal público para
a obra do historiador
João Dornas Filho, que nomeia uma escola daquela cidade.
Da
redação
Via Fanzine
www.viafanzine.jor.br
Jacinto Guerra
BOM DESPACHO-MG - O escritor e ex-secretário
municipal de Cultura e Turismo da cidade de Bom Despacho (Centro-Oeste
mineiro), professor Jacinto Guerra nos enviou uma mensagem
congratulando-se com a criação do portal oficial do historiador João
Dornas Filho, hospedado pelo
jornal Via
Fanzine.
Em sua mensagem, o professor Guerra coloca, “Parabéns
pelo êxito do Via Fanzine e outros projetos de sua iniciativa que, ao lado
do Mineiros-Uai, de Eliane Pinheiro Reis, colocam Itaúna entre as cidades
brasileiras mais conhecidas e atuantes nos campos da arte e da cultura,
inclusive com repercussão internacional”.
Profundo interessado pela História, sobretudo a mineira,
ele afirma que, “Gostei muito do site do escritor João Dornas Filho,
cuja obra precisa ser melhor conhecida, sobretudo por nós, mineiros do
Centro-Oeste e do Alto São Francisco”.
Jacinto Guerra informa também que Bom Despacho tem uma boa
escola pública com o nome de João Dornas Filho, situada no bairro Olegário
Maciel, uma das regiões mais dinâmicas e tradicionais da cidade da
“Senhora do Sol”.
“Sob a inspiração de João Dornas Filho, Itaúna e Bom
Despacho precisam desenvolver projetos e ações de intercâmbio cultural que
poderão servir de exemplo no esforço nacional para transformar o Brasil
num país de leitores e de cidadãos melhor preparados para os desafios da
modernidade e do futuro”, afirmou Jacinto Guerra.
* * *
Literatura mineira:
Itaunense na Academia de Letras de Pará de Minas
Professor Geraldo Fonte Boa toma posse na academia paraminense e presta
homenagem ao escritor João Dornas Filho, que passa a nomear a Cadeira 14.
Por
Pepe CHAVES*
De
Itaúna-MG
Para
Via Fanzine
'Ao escolher João Dornas Filho como patrono da
Cadeira nº 14
da Academia de Letras de Pará de Minas, quero
imortalizá-lo.
Quero torná-lo conhecido para as gerações
futuras'
Geraldo Fonte Boa
O professor Geraldo Fonte Boa, itaunense
adotivo, estará
tomando posse de uma cadeira na Academia de Letras de Pará de Minas, região
Centro-Oeste de Minas Gerais. A solenidade de posse será realizada às 17h do
dia 22/09/2007, no salão nobre da Câmara Municipal de Pará de Minas.
Natural de Piedade das Gerais-MG, Fonte Boa que
reside em Itaúna faz vários anos, designou como patrono de sua cadeira,
o historiador, pesquisador e escritor itaunense João Dornas Filho, falecido
em 1962. Sem sombra de dúvidas, Dornas é justamente considerado o mais
expressivo e apreciado escritor da rica literatura de Itaúna. Autor de 25
livros de teores históricos, sociais e poéticos, assinou também, inúmeros
artigos para distintos veículos da imprensa brasileira, sendo, ainda na
atualidade, um dos mais lidos historiadores de Minas Gerais.
Falando conosco sobre sua homenagem póstuma a
João Dornas Filho, o professor Geraldo Fonte Boa afirmou que, “Minha
motivação para a escolha deste ilustre itaunense foi justamente pela sua
capacidade de dar voz e vez ao povo mineiro. Lendo suas obras,
principalmente, ‘Achegas de Etnografia e Folclore’ e seu livro de contos
‘Bagana Apagada’ é que a gente pode perceber toda a sensibilidade de João
Dornas Filho”.
Em grande parte de seu trabalho, Dornas se
preocupou em reportar características e costumes típicos do povo mineiro,
sobretudo, de seus conterrâneos contemporâneos. Mas o historiador foi além
disso, mormente, ao pesquisar as raízes das mais antigas localidades de
Minas, mostrando ao restante do país, algumas particularidades e costumes
dos mineiros. “Em ‘Achegas de Etnografia e Folclore’, Dornas procurou
ouvir e captar a alma do povo de Minas, suas crendices, trovas, cantigas e
‘arengas’. A partir da coleta de versos, superstições e desafetos, o autor
procurou compreender o povo simples e humilde para, a partir dele, conhecer
as particularidades do Brasil”, afirma Fonte Boa.
João Dornas Filho
Nascido em 1902 na Villa de Itaúna (assim fora
nomeado o antigo arraial de Sant’Ana de São João Acima, em
1901), Dornas militou de forma ativa no Movimento
Modernista Brasileiro, coordenado por Mário de Andrade, na década de 1920.
Integrado ao Modernismo, o itaunense foi co-editor do panfleto “Leite Criôlo”,
órgão que criticava às mazelas republicanas sem perder o senso de humor. O
panfleto foi publicado em Belo Horizonte e expedido a diversas outras
cidades brasileiras.
Fonte Boa observa que, “Este era o espírito
do movimento modernista em Minas Gerais: um modernismo voltado para a
antropologia e a sociologia. Mais curioso é perceber que ‘Achegas de
Etnografia e Folclore’, obra póstuma, publicada em 1972, mantém uma ligação
muito íntima, embora menos radical, com aquilo que Dornas publicara entre
1928 e 1929, juntamente com Guilhemino César e Aquiles Vivacqua, no panfleto
‘Leite Criôlo’”.
Para o professor itaunense, doravante, acadêmico
paraminense, “Sem desmerecer as demais obras do autor, no campo da
pesquisa sociológica e da história, ‘Leite Criôlo’, ‘Achegas da Etnografia e
Folclore’ e ‘Bagana Apagada’ são de uma riqueza que merece ‘novo brilho’”.
Ainda que o historiador João Dornas Filho se
encontre no rol dos maiores escritores de Minas Gerais do século passado e,
cada vez mais, esteja sendo lembrado pelos historiadores brasileiros da
atualidade (notadamente, infalíveis leitores de seu trabalho de base), tendo
sido ainda, suas pesquisas espalhadas por diversas universidades do país e
pelo meio acadêmico da História no Brasil, em sua cidade natal, o autor tem
sido pouco reconhecido pelo público e autoridades locais.
Em Itaúna, a única homenagem prestada pelo poder
público ao historiador Dornas - e já faz décadas -, foi apenas emprestar seu
nome ao grupo escolar do bairro Pio XII. Fato é que, em sua cidade, as
escolas municipais, estaduais e até a universidade local, bem como a maioria
do povo itaunense, ignora quem foi João Dornas Filho e desconhece
completamente a importância de seu valioso legado histórico ao país.
“Ao escolher João Dornas Filho como patrono
da Cadeira nº 14 da Academia de Letras de Pará de Minas, quero
imortalizá-lo. Quero torná-lo conhecido para as gerações futuras e, ao mesmo
tempo, quero recolocar seu nome no lugar de origem”, justifica Fonte
Boa.
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Pepe Chaves
é editor do jornal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).
- Fotos:
Arquivo Via Fanzine.
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do Discurso de Posse
de Geraldo Fonte Boa.
- Produção:
Pepe Chaves.
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