Radiotelescópio
MAVEN: Como Marte perdeu sua atmosfera original O MAVEN (Mars Atmosphere Volatile Evolution) é um projeto da Nasa que acaba de revelar com precisão, detalhes sobre a perda da atmosfera original de Marte, incluindo a água que havia em sua superfície.
Por José Ildefonso* De Taubaté-SP Para Via Fanzine 19/05/2025
Essa observação confirma que a pulverização foi uma fonte primária de perda atmosférica no início da história de Marte, quando a atividade solar era mais intensa. Leia também: Últimos destaques de Via Fanzine
Após uma década de investigação, a missão MAVEN (Mars Atmosphere Volatile Evolution) da NASA observou pela primeira vez a "pulverização atmosférica" em Marte, um processo de escape atmosférico. Essa descoberta é crucial para entender como Marte perdeu sua água.
Bilhões de anos atrás, Marte possuía água em sua superfície, mas a perda de seu campo magnético expôs sua atmosfera ao vento e tempestades solares, resultando na erosão atmosférica e na instabilidade da água líquida. A pulverização é um processo onde partículas carregadas energéticas removem átomos da atmosfera.
Embora cientistas já tivessem evidências indiretas da pulverização, como a menor quantidade de isótopos mais leves de argônio na atmosfera marciana (que só poderiam ser removidos por pulverização), a observação direta era o que faltava.
Para essa observação direta, a equipe do MAVEN utilizou dados de três instrumentos da espaçonave – o Analisador de Íons do Vento Solar, o Magnetômetro e o Espectrômetro de Massa de Gás Neutro e Íons – coletados em baixas altitudes, tanto no lado diurno quanto no noturno do planeta.
Essa combinação de dados permitiu criar um mapa do argônio pulverizado em relação ao vento solar, revelando a presença de argônio em altas altitudes exatamente onde as partículas energéticas colidiam com a atmosfera. Os pesquisadores descobriram que a taxa de pulverização é quatro vezes maior do que o estimado anteriormente e aumenta durante tempestades solares.
Essa observação confirma que a pulverização foi uma fonte primária de perda atmosférica no início da história de Marte, quando a atividade solar era mais intensa.
Essa descoberta é fundamental para compreender as condições que permitiram a existência de água líquida em Marte e suas implicações para a habitabilidade do planeta há bilhões de anos.
* José Ildefonso é articulista, cronista e colaborador de Via Fanzine.
- Com informações da Nasa.
- Imagem: Nasa / Divulgação.
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