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Aldeia global
Liberdade: O mundo ficou menos livre em 2013* Desde 2006 que a liberdade está a diminuir em todo o mundo. Os resultados dos últimos oito anos são os piores desde que se publica relatório anual da Freedom House.
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Os resultados do relatório de 2013 da Freedom House são um alerta vermelho para a democracia: mais de metade dos países do mundo têm pouca ou nenhuma liberdade. Cerca de 2,5 mil milhões de pessoas vivem em condições de repressão.
Estes maus resultados são uma constante dos últimos oito anos, o mais longo período negro nos 41 anos da vida do relatório anual da Freedom House.
O relatório deste observatório intitulado "Liberdade no Mundo 2014" - que reporta a dados de 2013 - diz que 54 países no mundo registraram um decréscimo nos níveis das suas liberdades. A situação só melhorou para 40, de acordo com o estudo ontem divulgado.
"Livres", "parcialmente livres" e "nada livres"
Em 2013, 88 países foram considerados "livres", 59 "parcialmente livres" e 49 "nada livres", o que significa que há 45% de países com muita liberdade contra 55% de países com nenhuma ou pouca liberdade, num total de 195 países observados.
Nos países da CPLP, nota negativa para a Guiné-Bissau, que está entre os dez países que liberdades políticas e civis perderam nos últimos cinco anos.
Quênia, Honduras, Nepal, e Paquistão passaram a ser classificados como democracias eleitorais em 2013, o que fez subir para 122 o total de países democráticos no mundo.
Paradoxalmente, em relação a 2012, só o Mali é que subiu de nada livre a parcialmente livre, apesar da situação de violência que se vive no país. Serra Leoa e Indonésia desceram na classificação passando de livres a parcialmente livres, enquanto a Republica Central Africana e o Egito passaram a ser considerados nada livres.
Os onze países menos livres do mundo são a Arábia Saudita, Coreia do Norte, Eritreia, Guiné Equatorial, República Central Africana, Síria, Somália, Sudão, Tibete, Turquemenistão e Uzbequistão.
Afastamento de Morsi é mau para a Democracia
Hoje, a Freedom House colocou uma nota no seu site onde felicita o Egito pelo terceiro aniversário da Praça Tahir que afastou o ex-presidente Mubarak do poder, sem deixar de referir que o país "não está próximo de evoluir para uma democracia".
A Freedom House diz que um dos acontecimentos mais perturbadores para a Democracia em 2013, foi o golpe militar que destitui Mohamed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana e primeiro Presidente democraticamente eleito no Egito. O observatório refere também o clima de os violentos distúrbios que se seguiram ao afastamento de Morsi.
O regime do Presidente sírio Bashar al-Assad também não é poupado a críticas.
"Manobras" de Vladimir Putin
O governo autoritário do Presidente russo Vladimir Putin também é alvo de nota devido a "uma série de manobras oportunistas" de Putin, incluindo a política de asilo concedida a Edward Snowden, assim como práticas de intimidação, condenação criminal de manifestantes e opositores políticos.
O relatório refere que há corrupção, violência e ataques verbais à comunidade LGBT [homossexuais e transexuais] por parte dos deputados.
Para além dos 195 países estudados, o relatório "Liberdade no Mundo 2014" também avalia o estado da liberdade em 14 territórios. Partindo de uma base que inclui 25 itens de análise, cada país ou território é classificado com 'notas' de um, representando o mais livre, a sete, o menos livre.
O relatório destaca o papel do "autoritarismo moderno" no controlo e repressão das liberdades da imprensa, do sistema judicial, da sociedade civil da economia e das forças de segurança.
Os países que praticam este tipo de autoritarismo enfraquecem os opositores políticos mantendo uma "imagem exterior de ordem, legitimidade e prosperidade."
A Europa central é acusada de xenofobia. Políticas anti-imigração de países como o Reino Unido, Franca, Holanda e Áustria merecem nota negativa, bem como o crescimento de movimentos extremistas como a Aurora Dourada, na Grécia, políticas antissemitas e intolerância face à comunidade LGBT.
* Informações de Carolina Rico/Expresso (Portugal). 24/01/2014
- Imagem: Expresso/Reprodução.
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Reflexões: Verdades Fechadas Há um ditado que diz: ‘Os pardais, quando não são observados, conversam em chinês’. Esta é uma verdade fechada. Alguém seria capaz (ou poderia) contradizer? Por Márcio R. Mendes* De Dois Córregos/SP Para Via Fanzine
Em fins de 2003, conclui um curso de extensão universitária em História da Ciência e entre as disciplinas cursadas, uma delas envolvia debates de conteúdos do gênero ficção-científica no ensino de Física.
O quadro de estudantes compunha-se essencialmente de professores de Física e Matemática, reunidos durante dois anos, toda segunda-feira, no centro da cidade de São Paulo.
O conceito de “verdade fechada” surgiu em uma dessas aulas, onde o orientador fez a proposta, cada um por sua vez, de apresentar sua preferência no gênero ficção-científica, com finalidades pré-determinadas e que dariam curso para o tema discutido naquele dia. Muitos clássicos e “cults” foram lembrados por parte dos orientados, ao passo que o orientador optou por um trabalho bem mais recente, que causou surpresa e admiração por parte da maioria.
O filme escolhido pelo nosso orientador, na verdade uma sátira, de fatos bastante questionáveis, no mundo da Ufologia: MIB – Men in black ou “Homens de preto”. Argumenta-se que em diversos casos envolvendo OVNIs e ou áreas de atuação dos mesmos, surgem figuras estranhas, para não dizer sinistras, de pessoas, geralmente vestidas de preto e em veículos sem identificação, atuando de forma suspeita. Daí a qualificação Homens de Preto.
'Esta é uma verdade fechada: atua-se em uma realidade; vive-se outra realidade e, ambas são mantidas totalmente separadas. Uma é o mundo virtual da outra'
Era simplesmente espantoso que alguém pudesse trocar, por exemplo, o clássico 2001 Uma Odisséia no Espaço por alguma coisa tão despretensiosa como MIB. “Ah! Este filme me deu sono!”, dizia nosso orientador, referindo-se ao 2001 Uma Odisséia no Espaço, que foi apontado por grande parte dos participantes como sendo o filme com melhor conteúdo a ser discutido. O que tinha “MIB”, de tão especial, em nome do entretenimento, além de sarcasmos, exageros, absurdos e uma boa dose de humor negro?
Bem, tinha a tal “verdade fechada”! Em MIB somos levados a conhecer uma realidade fantástica: nosso Mundo é na verdade uma hospedaria e um campo de batalhas de diversas raças que disputam seus interesses, não se importando, muitas vezes, com as conseqüências danosas ao nosso planeta. Neste contexto, algumas sociedades secretas e ou agência de segurança - tendo como meros “apêndices”, outras instituições congêneres, como FBI e CIA - mantêm contatos, em sigilo absoluto, com algumas raças xenófobas. Há sugestão de que possuem tecnologia para tal e que seria algo “mágico”.
Ao final de seu turno de trabalho, um agente dessa ultra-secreta organização recebe um flash de luz que apaga-lhe toda e qualquer lembrança da realidade vivida, voltando ao mundo real como um cidadão comum.
Esta é uma verdade fechada: atua-se em uma realidade; vive-se outra realidade e, ambas são mantidas totalmente separadas. Uma é o mundo virtual da outra. Não há como contestar uma dessas realidades estando vivendo em outra, simplesmente porque uma não pode ser observada a partir da outra... Tal qual os pardais, que conversam em chinês quando não são observados.
A literatura Ufológica, chega a ser bizarra, tendo, porém, casos clássicos, que se tornaram ícones nesta área. O caso Roswell, por exemplo, onde um artefato extraterrestre supostamente acidentou-se naquelas paragens em 1947, vitimando seus ocupantes que foram denunciados a partir do resgate de estranhos e pequenos corpos, assim como os destroços de seu veículo. Coube à Força Aérea Norte-americana (USAF), trabalhando em conjunto com Agências de Segurança, abafar o caso. Esta é a corrente de pensamento mais comum na Ufologia, moldada em evidências que ora ou outra, vem à tona.
Muito já se escreveu sobre o assunto; o cinema também já produziu sua versão dos fatos que, em contraste com o que se considera “evidência”, é veementemente negado por órgãos do governo norte-americano.
'O conhecimento público degenerou-se para se transformar numa espécie de entretenimento'
Faz alguns anos, o escritor Whitley Strieber escreveu Projeto Magestic – A Nave Perdida (Ed. Mercuryo, 1991 ), descrevendo os fatos pretensamente ocorridos em Roswell, de forma romanceada. A perícia com que descreve a cena da queda do UFO, assistido por um fazendeiro e sua esposa, é marcante: um cenário bucólico, com a promessa de uma tempestade que se forma no horizonte e o inusitado composto de luzes e sons estranhos a este mundo, gera uma atmosfera curiosa. Muito das ações dos órgãos competentes do governo, que atuaram a partir de então, assim como os entraves vividos pelos personagens que tentam entender seu momento, bem como expor ao mundo sua experiência singular, também são muito bem explorados pelo autor. A leitura dessa obra é rápida, pela ansiedade que se produz em relação aos fatos; contudo, o que me chamou a atenção foi a possibilidade, novamente, de uma verdade fechada!
Em linhas gerais: o personagem que narra a estória é um jornalista que tem atritos com um concidadão. Ambos preparam “armadilhas” em que pretendem desferir o golpe final um ao outro, mal sabendo ambos que suas diferenças os conduzirão à revelações fantásticas. O oponente deste jornalista é uma figura taciturna; alguém já no final de sua carreira, cansado dos segredos que carrega. Trata-se nada mais nada menos do que o diretor, por mais de 40 anos, de um dos projetos governamentais mais bem guardado: o Projeto Majestic que visava a compreensão do fenômeno UFO.
Numa rápida transcrição de pensamentos desse personagem: “O conhecimento público degenerou-se para se transformar numa espécie de entretenimento. Eu sei disso, o controle da opinião pública tem sido minha profissão e minha deplorável fascinação a vida toda. Os segredos oficiais são a armadilha da vida moderna. Se a gente não conhece, nada pode fazer. E se conhece, está preso na armadilha”.
Mesmo com segundas intenções esses dois personagens tramam. O jornalista toma conhecimento de documentos estarrecedores da atuação do governo, por parte de seu “amigo”, ex-Majestic; por outro lado é aconselhado pela não divulgação e publicação dos mesmos, pois acarretaria sérias sanções que lhes custaria à liberdade ou até mesmo sua própria vida. No entanto, parece ser consenso entre ambos - cada um com seus motivos - que estes fatos embasados pelos documentos, venham ao conhecimento público. E como isto poderia ser feito, sem causar problemas aos delatores?
Strieber propõe logo no início uma artimanha genial: o personagem-jornalista colocaria todos os fatos (e documentos comprobatórios) na forma de uma “ficção” – exatamente o livro que o leitor tem em mãos! Caso o Governo, através de seus meios, agisse coibindo o trabalho jornalístico, estaria “atestando” a veracidade dos fatos!
O epílogo da obra não atesta, nem desmente a idéia. O autor simplesmente apresenta a obra como ficção, dizendo ter se baseado em fatos comprovados.
Estaríamos lendo uma ficção ou outra verdade fechada?
* Márcio Rodrigues Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para Via Fanzine e UFOVIA.
- Foto: Arquivo Via Fanzine.
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