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Entrevista exclusiva
São Paulo: Entrevista com Rubens Junqueira Villela Meteorologista/pesquisador em Ufologia
Por Pepe Chaves* Para VF/UFOVIA 26/03/2018
Rubens Junqueira Villela, meteorologista e pesquisador em Ufologia. Leia também: Outros destaques em Via Fanzine
Rubens Junqueira Villela, 87 anos, é meteorologista e professor universitário aposentado, natural e residente em São Paulo-SP, possui graduação em B.S in Meteorology pela Florida State University (1957) e mestrado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1985), atuando principalmente nos seguintes temas: meteorologia aeronáutica, climatologia, meteorologia aplicada, projeto de aeroportos. Foi docente na Universidade de São Paulo (USP), onde se aposentou como professor. Como cientista, participou em nove expedições do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e esteve presente na inauguração da Base Brasileira "Comandante Ferraz", em 1984, no continente Antártico. No total, participou de 12 viagens à Antártida (de navio, avião e veleiro). É piloto de avião planador. À parte sua bem sucedida carreira profissional, ele se dedica desde jovem aos estudos dos fenômenos aeroespaciais, em especial à ufologia e a vida extraterrestre. O professor Villela testemunhou OVNIs em diversas ocasiões, no ar, no solo, no gelo e, segundo ele, até mesmo, manteve contatos por comunicação telepática. Alguns de seus relatórios de avistamentos foram publicados pela NICAP (EUA), GEPA (França), e revistas UFO, “Disco Voador” (RGS) e “Caos” no Brasil. Participou da conhecida APEX (Associação Paulista de Pesquisas Exológicas), como pesquisador e membro da diretoria. Apresentou relatório de avistamentos no Congresso Mundial de Ufologia, o maior evento temático já realizado no país, em Brasília, no ano de 1979. Em outra ocasião faz quase oito anos, o professor já havia nos concedido uma outra entrevista, contando detalhes de sua profissão, viagens marítimas e também de forma mais superficial, sobre alguns aspectos da ufologia, inclusive, do tema que iremos tratar na presente abordagem. Agora ele nos fala basicamente sobre o estarrecedor “Caso Eromar”, acerca do contatado mineiro de mesmo nome, caso esse, pesquisado por ele e seus colegas da APEX na década de 1970, fazendo com que todos eles tivessem um forte e amplo envolvimento pessoal com o objeto de pesquisa e seus fantásticos desfechos.
UFOVIA – Quando se iniciou e como se deu o seu interesse pela ufologia? Rubens Junqueira Villela – Foi em 1952, quando cursava engenharia na Universidade de Maryland, perto de Washington, capital dos EUA, que foi sobrevoada na época por esquadrilhas de OVNIs, e quando comecei a ler os livros do Major Donald Keyhoe sobre os discos voadores.
UFOVIA - O senhor foi integrante da APEX (Associação de Pesquisas Exológicas), ao lado de conhecidos pesquisadores pioneiros no Brasil, como Flávio Pereira, Max Berezovski, Guilherme Wirz, entre outros. O que o senhor pode nos falar sobre a APEX e do trabalho desenvolvido por todos do grupo? Rubens Junqueira Villela – Como já falei na minha entrevista anterior a APEX foi uma das mais importantes organizações pioneiras, no Brasil, dedicada à investigação, não só da ufologia como de outros fenômenos, como os paranormais, fora do âmbito da ciência ortodoxa. Foi criada e dirigida pelo médico pneumologista Dr. Max Berezovsky. Pela seriedade e qualidade de seus trabalhos, atraiu pessoas altamente qualificadas e de mente aberta, como os nomes citados; mas era também uma sociedade muito democrática, acolhendo igualmente pessoas de nível mais simples, o que é muito desejável em ufologia, pois as testemunhas não prevalecem entre as elites.
UFOVIA – Antes de pesquisar e se envolver com o caso do contatado Eromar, o senhor chegou a fazer algum outro trabalho de pesquisa? Rubens Junqueira Villela – Sim, acompanhei outras pesquisas na APEX, e eu próprio fui testemunha de observação de OVNIs: primeiro na Antártida em 16 de março de 1961 (na ilha Rei George onde futuramente seria instalada a base brasileira Comandante Ferraz); em 11/10/70, no sítio Bonanza em Ibiuna, SP; e em 5/11/73, na Fazenda Belo Horizonte, município de Cristais Paulista, SP.
UFOVIA – O senhor poderia, de maneira sintética, nos pontuar cada um desses avistamentos pessoais? Rubens Junqueira Villela – No primeiro avistamento, eu estava embarcado no navio quebra-gelo “Glacier”, da Marinha dos EUA, que partira de Wellington na Nova Zelândia, para explorar uma parte desconhecida da costa do continente antártico, no mar de Bellingshausen. Participei como observador do Conselho Nacional de Pesquisas e jornalista. Desta região, a Costa de Eights, que foi pela primeira vez avistada pelo homem e teve seu mapa levantado, partimos para a região da Península Antártica, onde uma tempestade nos obrigou a buscar abrigo na ilha do Rei George, e logo depois de fundearmos, dentro da Baía do Almirantado, fomos surpreendidos pelo sobrevoo, lento e a baixa altura (300 metros ou menos), de um objeto luminoso, de forma oval, multicolorido, com longa cauda cilíndrica. Não causava ruído e desapareceu subitamente, como se extinguindo. O segundo avistamento, em Ibiúna, foi um objeto pequeno quadrangular, aparentando um farol rotativo com cores que se alternavam, passando lento a pouca altura do solo, também apagando-se subitamente. No dia seguinte, o local foi visitado pelo Major Zani, da Aeronáutica que deu a seguinte explicação ao capataz do sítio: “vocês viram a sonda, que explora o terreno em baixo enquanto o disco fica mais acima”. No terceiro avistamento, na Fazenda Belo Horizonte, pertencente ao meu falecido irmão José Alexandre Villela, não fui testemunha direta mas estava muito próximo dos acontecimentos. Enquanto minha esposa e eu dormíamos com nosso filho Fernando, de sete meses, na sede da fazenda, a nossa babá Cirlene e sua amiga Bety voltavam de uma festa em Cristais Paulista, e na entrada da colônia foram abordadas por um “carro” do qual saiu um vulto portanto uma lanterna muito forte. Este ser veio flutuando, aproximando-se de Bety, que teve o seu braço queimado, ao mesmo tempo que se sentia fortemente atraída pela luz, a custo sendo segurada pela amiga e outras pessoas da colônia que acudiram. Ou seja, tratou-se de uma tentativa de sequestro (abdução), por ação física e mental do tripulante de um OVNI. E o quarto avistamento, de 18/11/1978, programado, culminou numa sequência de eventos iniciada na APEX e é o motivo principal desta entrevista (“caso Eromar”): nave-patrulha e sondas do sistema Borus, e naves atacantes do sistema “iníquo” ou hostil, na Rodovia dos Bandeirantes e em Limeira.
UFOVIA – Poderiam estes seus avistamentos estarem associados ou o senhor acredita que seria cada um deles, caso isolado? Rubens Junqueira Villela – Sim, eu mesmo pensei nisto, tanto é que intitulei meu trabalho apresentado no I Congresso Internacional de Ufologia em Brasília, em 1979, “Envolvimento crescente em quatro observações de OVNI”, publicado na revista da Dra. Neythe, “Disco Voador”, nr. 3. Pareceu-me que eu ia progressivamente me aproximando mais do fenômeno, ou o fenômeno de mim...
UFOVIA – Como o caso de Eromar Gomes, mineiro de Governador Valadares, chegou até o senhor e porque aceitou participar deste trabalho de pesquisa? Rubens Junqueira Villela – Eromar Gomes compareceu pela primeira vez na APEX em outubro de 1978, pedindo ajuda, porque se achava perseguido por pessoas “estranhas” (“trigêmeos”) e amigos seus diziam que era coisa de “disco voador” e não traficantes de droga como Eromar pensou a princípio. Max submeteu-o à hipnose e quando Eromar ou “alguém”, através dele, começou a falar em estratosfera, ionosfera, etc., Max disse que eram coisas da minha área e me chamou para participar nas sessões de hipnose. Imediatamente percebi pelo conteúdo das informações que a coisa era séria. Visivelmente a entidade falando pelo Eromar lia a minha mente e por vezes respondia minhas indagações antes de eu terminar de verbalizá-las... Primeiro quisemos saber quem era, ou eram, quem falavam conosco pelo Eromar. Responderam que Eromar “não estava sob hipnose terrestre mas num estado cataléptico induzido por nós”. Nós quem, perguntamos. “Extraterrestres, como denominam vocês”. Pedimos provas, “vocês as terão”, e de fato, fomos tendo as provas, sucessivamente, e bem concretas. Lendo minha mente, viram que estava envolvido em pesquisa espacial (fui estagiário da NASA, no Goddard Space Flight Center e base Wallops de lançamento de foguetes em 1962-63) e me passaram informações, entre elas a de que Allan Shepard, comandante da Apolo 14, tivera contato direto (“de mão”) com um ser deles, no pouso na lua.
UFOVIA – Além disso, Eromar contou coisas incríveis sobre criaturas extraterrestres e sua denodada sabedoria em relação à vida na Terra. Como o senhor o analisaria a partir do seu ponto de vista cultural e de sua personalidade, em detrimento a tudo o que ele lhes contou? Rubens Junqueira Villela – O mais notável sobre as criaturas era que tinham uma “mente coletiva”: “somos milhões de corpos e uma só mente”. “Se uma mente discorda, todas as mentes do sistema se concentram naquela para ver quem tem a razão” (não é a maioria que decide). O computador deles “não é fabricado em série como os nossos, mas o conjunto das mentes” concentrado na solução do problema. Na geração, a mente do sistema se concentra no novo ser, e quando nasce “é festa no nosso sistema inteiro”. Nem tudo o que Eromar contou parecia coerente e aceitamos; a maior dificuldade era justamente a transferência de conceitos científicos. Por exemplo, como calculavam a área de um círculo? Esperávamos uma resposta simples, citando o número pi, mas responderam assim: “Medimos esta circunferência partindo do conhecimento do centro. Em três raios. Saberemos, pois, que dividida em três raios, a superfície quanto mede, desde a localidade do centro, podendo calcularmos até mesmo o peso através de medidas”. Talvez alguém com mais imaginação e criatividade possa entender isso e nos explicar. Um dos nossos pesquisadores acha que é cálculo integral...
UFOVIA – Havia um grupo de pesquisa que recebia informações de Eromar, algumas das quais, que teriam sido passadas por essas inteligências extraterrestres. Por quem era formado este grupo e qual era o seu objetivo? Rubens Junqueira Villela – Originalmente o grupo era formado por membros (sócios) da APEX, sob coordenação do dr. Max Berezovsky. Mas posteriormente acabou envolvendo outras pessoas fora dos quadros da APEX, por exemplo, em São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, e mesmo no Rio de Janeiro, o grupo da Irene Granchi com uma participação do General Uchoa. O objetivo da APEX era a pesquisa ufológica e o Dr. Max tinha por princípio ético que o pesquisador científico não devia se envolver com o pesquisado. Mas o desenrolar dos fatos mostrou que em ufologia este princípio pode não ser realista e impossibilita resultados práticos. Na fase de “contato” (físico) o próprio Max acabou sendo excluído de experiência de encontro no campo. Ironicamente, ele mesmo contava que teve o seu “encontro”: enquanto nós fomos para Limeira com o Eromar, Max teve o palpite de dirigir-se a Bragança. Lá parou num lugar qualquer da cidade, acendeu um cigarro e ligou o rádio do carro e neste preciso instante um locutor falava: “Enquanto você fuma seu cigarrinho e espera o seu disco voador, ouça fulano de tal cantando...”. Ele olhou para fora e viu um disco voador, mas era uma caixa d’água! Nada mal para quem pesquisa paranormalidade!
UFOVIA – Quantos encontros este grupo teve com Eromar e o que senhor pode nos dizer do que era dito nestes encontros, tanto pelo contatado quanto pelos pesquisadores? Rubens Junqueira Villela – Eu mesmo participei nuns 20 encontros do grupo da APEX com o Eromar, gravando tudo em fita, depois transcrevendo por escrito, material que ocupa mais de 100 páginas. Fiz também um resumo das principais características dos seres do Eromar: 1) Contato e comunicação; 2) Procedência, tecnologia de transporte, características do planeta; 3) Anatomia, personalidade; 4) Sistema social; 5) Intenções e objetivos; 6) Conceitos físicos e mentais; 7) Presença e ações na Terra; 8) Conhecimentos e conceitos sobre nós; 9) Contradições e incongruências; 10) Efeitos sobre pessoas e meio ambiente.
UFOVIA – Durante a pesquisa de campo, o senhor viria a viver uma das experiências mais insólitas que já passou. Poderia nos falar alguns detalhes a respeito da viagem que fizeram a partir de São Paulo? Rubens Junqueira Villela – Como parte da promessa de que teríamos a seu devido tempo as provas da existência destes seres que contataram o Eromar, foi combinada, nas sessões de hipnose, uma experiência de campo, em que o Eromar deveria se juntar com um outro contatado em Limeira, no interior paulista, e que chamaremos de Hugo. (Foi muito complicado identificar quem era este segundo contatado e em que lugar ele estava, envolveu até fenômenos paranormais). Partimos de São Paulo, um grupo de seis pessoas (sem o Max, mas incluindo uma moça que mal conhecíamos e cuja descrição e local nos foi dada por um componente do grupo, que é cego!) em dois carros, na noite de 18/11/1978. Coisas insólitas foram acontecendo no percurso. Um carro tenta se intrometer entre os nossos dois; no primeiro pedágio o motorista dele desce e vem conversar conosco, se apresentando como a pessoa que tinha hospedado o Eromar no seu sítio em São Roque: mas não sabia o que estava fazendo ali, pois sua intenção era de sair direto de São Roque para Limeira, via Itu. Disse que reconhecera Eromar no meu carro sob as luzes do pedágio. Seguimos pela rodovia dos Bandeirantes. A certa altura somos sobrevoados por um avião com luzes piscantes, voando rasante, mas sem ruído. Mais adiante, quase sou jogado fora da estrada para desviar de um “caminhão” que entra subitamente pela lateral (não existe este tipo de cruzamento na Bandeirantes; mais tarde os ETs do Eromar nos explicariam estes dois incidentes...). Adiante, Eromar começa a ficar agitado, olha o céu com binóculo dizendo que eram “eles” (os seres que o procuraram e o haviam levado ao seu mundo), eu lhe digo que eram só estrelas, mas ele insiste e me pede para parar. Desço no acostamento, altura do km 82, já estranhando a tal estrela, amarelo forte, e que se aproxima. Eromar ergue o braço apontando sobre um morro na direção de que viéramos (sul) e com olhos fechados (o típico transe “hipnótico”) nos diz: “À esquerda, a nave patrulha, à direita a sonda”. Aí me arrepio todo, pois não havia visto nada à direita. Bato o binóculo e vejo um belíssimo objeto prismático com todas as cores, girando em torno do próprio eixo. Olhamos boquiabertos; a nave patrulha de cor escura com perfil quase “clássico” de disco voador, cúpula maior em cima, menor em baixo, baixa altura, distância de 200 metros. Esquecemos até de fotografar! Vem o contato via Eromar: “Não fiquem aí parados, temos uma programação a cumprir”. (Posteriormente fomos cobrados pelo ET, através do Eromar: “Vocês não acreditam no que buscam? Então porque não usaram seu equipamento fotográfico para documentar a nossa existência? Só não chegamos mais perto para não causarmos um congestionamento de tráfego”). Continuamos a viagem, agora escoltados pela nave patrulha e a sonda, que se colocaram a maior altura.
UFOVIA – E o que se passou quando chegaram em Limeira? Rubens Junqueira Villela – Chegando em Limeira, paramos os carros na frente da casa de Hugo, que não estava. Enquanto esperávamos, víamos no céu a nave patrulha e a sonda, como que imitando estrelas. ”Vemos vocês dois no céu”, informamos os ETs via Eromar. A resposta foi: “O pior cego é o que não quer ver; não somos dois, mas três”. “Ué, perguntamos, onde está o terceiro?” “Olhem acima da antena de TV da casa em frente”. De fato, vimos mais uma segunda sonda, como a primeira, mimetizando as estrelas! O tempo passava, o Hugo não chegava e começávamos a ficar impacientes quando veio a comunicação: “Nossa alta rotação está causando efeitos atmosféricos; como não queremos chamar atenção, vamos nos afastar por alguns instantes, mas vocês devem continuar aí esperando”. Dito e feito, os três objetos luminosos sumiram do céu. E de fato, eu havia notado que tinha entrado uma estranha e rasa camada de nuvens estratos, vinda “do nada” e movida por pequenas rajadas de uma brisa, também vinda “do nada”! Não observei e nem identifiquei qualquer fenômeno meteorológico que explicasse aquela súbita formação de nuvens, que desapareceu com a saída dos três objetos citados.
UFOVIA – E como foi o encontro com Hugo? Rubens Junqueira Villela – Hugo só chegou bem mais tarde, passando da meia-noite. Veio no seu Chevette ouro, de que diziam, nunca ser abastecido... Era uma pessoa estranha, de chapéu de palha, óculos escuros, pele muito branca. Tinha fama de fazer curas espíritas na cidade, vendia plantas na feira, e tinha uma fábrica de correntes. Entramos todos na sua casa e conversamos, numa sala iluminada por uma única lâmpada azul. “Ah, vocês pesquisam disco voador, que coincidência, eu também”. Dissemos ter vindo para uma experiência conjunta de contato, mas ele se recusava a levar-nos ao ponto de encontro porque “estava fechado até as 5 horas da manhã por um campo de força”, e segundo ele, as naves de uma origem não podiam entrar no lugar de pouso de outras origens... Uma série de coisas insólitas aconteceram neste encontro na casa de Hugo. Ele fez testes com Eromar (falou até “egípcio antigo” com a entidade de Eromar, parecia ter na cabeça um mapa de localização exata de todos locais frequentados por Eromar em Vitória, Governador Valadares, Rio de Janeiro), deu passes na moça que levamos (mandou-a “para Júpiter” e disse que ela era “bom material para transporte”). Enfim, pareceu-me ser um verdadeiro “bruxo”, também irônico e gozador. Concluiu que Eromar não era contato de disco voador, tinha era problemas mentais e que se deixássemos Eromar com ele, poderia curá-lo, tirando os maus espíritos da cabeça dele... Depois de muito insistirmos, Hugo concordou em levar-nos ao ponto de encontro.
UFOVIA – O que mais o senhor pode acrescentar sobre esta moça que esteve junto a vocês? Como foram suas reações? O senhor esteve com ela posteriormente? Após dar o passe nela, Hugo a teria mandado “para Júpiter” e teria dito que ela seria “bom material para transporte”. O que significa isso? Rubens Junqueira Villela – Esta moça (chamava-se Norma) pareceu achar normal ser, numa lanchonete em que trabalhava, convidada por desconhecidos, para fins de experiência com disco voador e quando Moacir (o cego) a descreveu, para confirmar perguntamos se ela usava óculos, ao que ele respondeu que não, mas aí diz ter sentido forte pressão na cabeça e percebeu que ela usava aro metálico! Sentiu-se Moacir envergonhado de ter que falar com pessoa que não conhecia e além disso falou-lhe coisas da sua vida íntima que os ETs lhe passaram, para convencê-la do interesse em vir conosco. Dias depois da viagem a Limeira (06/12/1978), Norma contou-nos que quando na companhia da sua irmã Bete, cerca das 22h30, atravessavam a avenida 23 de maio pela passarela do aeroporto de Congonhas, viram um disco voador, forma oval como um chapéu, cor cinza azulada, que se aproximou e ficou bem em cima de suas cabeças. Norma teve muito medo e ela e a irmã ficaram desorientadas, perdendo-se na rua.
UFOVIA – Pode nos contar o que se passou no local do encontro? Rubens Junqueira Villela – Formando agora uma comitiva de quatro carros, partimos todos para o local de encontro, que ficava num canavial não muito distante. Estacionamos num carreador; no céu, a nossa escolta (nave patrulha e sonda). Nisto vemos a luz de um carro se aproximando, parecendo o farol de um fusca. Chego a sugerir que mudássemos nossos carros mais para os lados, para deixar o tal carro passar, mas Hugo diz que não era preciso, e caminha para frente, acompanhado do Eromar. De fato, o “fusca” faz uma curva de 90 graus para a esquerda, onde não tinha estrada, e percebemos que não era carro – mas uma nave! Subitamente vemos dois finos raios de luz partir dessa nave e acertarem o Eromar, que cai de bruços no solo. Enquanto corremos para ajudar o Eromar, Hugo se aproxima e nos diz, “Este rapaz não está acostumado a andar no mato e tropeçou numas pedrinhas, mas vou dar um passe nele e recarregá-lo por uns 10 anos”, diz, pondo as mãos na testa do Eromar. Eu coloco o Eromar no assento dianteiro do meu Fiat, ele fecha os olhos e estabelece o contato da forma que já estávamos acostumados, dizendo pausadamente: “O contato sofreu uma descarga de energia e vai por sangue pela boca durante 24 horas, mas vai ficar bom. E vocês devem sair daí o mais depressa possível”. Assim que Eromar abriu os olhos, saindo do transe, contei-lhe o que havia ouvido. Eromar disse, “Eu sei, mal tive tempo de fechar os braços sobre o peito para defender-me do segundo golpe”, ele passa a mão na boca e olha horrorizado a mancha de sangue. Não me esqueço da expressão de terror deste rapaz, ficou branco como lençol! Apesar do Hugo querer que deixássemos o Eromar com ele para uma “cura”, nós alegamos que não tínhamos trazido roupa para ele e que voltaríamos noutro dia. Partimos direto de volta para São Paulo, e ainda incrivelmente, sob a escolta da nave patrulha e sonda, durante todo o percurso, até a chegada em torno das 7 horas. Claro que nos sentíamos um tanto aturdidos com os resultados da “demonstração” de campo que vivêramos, e a primeira “lição” que nos foi transmitida era que este tipo de pesquisa trazia riscos, “tanto para vocês como para nós extraterrestres”. E que, se não fosse pela proteção dos ETs do Eromar, teríamos sido todos “dizimados”. (Igualmente, o ataque do “caminhão” que sofri na rodovia dos Bandeirantes, teria sido uma ação dos ETs em conflito com os do Eromar, e por eles neutralizada). Mais explicações sobre estes inquietantes fatos nos foram dadas posteriormente, na chamada “despedida do Eromar”.
UFOVIA – Houve algum tipo de constatação que, realmente dava conta de que os senhores estavam em meio a um embate entre dois tipos diferentes de inteligências extraterrestres? Rubens Junqueira Villela – Não ficaram claras as razões do embate, mas a rivalidade, ou mesmo hostilidade, entre as duas origens era evidente. Eromar era disputado em São Paulo por outras duas origens que tentavam arrebatá-lo. Rivalidade, e mesmo guerras, entre visitantes extraterrestres existiram desde o tempo dos vimanas descritos na Índia. O autor inglês Timothy Good, que considero uma das melhores fontes de informações ufológicas globais, trata destas disputas entre diferentes ETs na Terra sob o título de “conflito de interesses”, inclusive citando informações minhas do caso Eromar.
UFOVIA – Naquele dia, ou mesmo posteriormente, vocês chegaram a saber mais sobre estes “ETs inimigos” dos “amigos” de Eromar? Quais seriam suas origens, intenções e por que estavam em atrito, por exemplo? Rubens Junqueira Villela – Como disse, depois da experiência em Limeira, nos afastamos do contatado deles, o “Hugo” e não tivemos mais informações deles. Os nossos diziam que eles eram “saltimbancos” ou bandidos espaciais... Pelos nossos, o Hugo era “um falso profeta”, enquanto o Eromar para o Hugo “não era um contato verdadeiro”. Quanto à agressividade de alguns ETs para com os terrestres, segundo os seres de Borus, poderia ser apenas aparente, devida a uma defasagem de evolução entre as espécies. Mas os ataques seriam controlados para assegurar a sobrevivência de todas as raças, e os transgressores seriam julgados na “federação dos planetas” no “tribunal dos mundos”.
UFOVIA – Os ETs de Eromar chegaram a revelar de que planeta seriam tais criaturas com quem mantinha os contatos? Bem como, chegou a citar sobre seus objetivos, intenções e justificativas para adentrarem nosso mundo e, além disso, estabelecer tal contato com um terrestre? Rubens Junqueira Villela – Eles disseram que eram do planeta Borus, situado a 473 milhões de anos-luz da Terra (portanto bem longe da nossa galáxia), “até o posto de troca de naves”. O principal interlocutor do Eromar, se chamaria Kandrix. O planeta deles estava “em extinção” e buscavam um novo habitat. Procuraram a Terra por terem origem genética ligada à nossa. Buscavam aqui uma “aliança pacífica”, poderiam habitar regiões geladas ou desérticas, nos ofereciam proteção contra catástrofes cósmicas como choques com meteoritos, e ensinamentos para nosso progresso e evolução.
UFOVIA – Através das revelações feitas pela contatado, soube-se mais detalhes físicos e característicos sobre o planeta de origem das criaturas que mantiveram contato com Eromar? Rubens Junqueira Villela – O planeta Borus está sendo bombardeado por fragmentos cósmicos e os habitantes forçados a abandonar a superfície e viver sob a crosta. A maior beleza daquele mundo seria seus jogos de luzes, como um contínuo espetáculo, que Eromar presenciou numa de suas viagens.
UFOVIA – O que mais Eromar deixou transparecer sobre suas viagens e as coisas que pôde ver no planeta Borus? Foram muitas viagens? Rubens Junqueira Villela - Acho que foram umas três ou quatro viagens, relatadas pelo Eromar. Primeiro atravessavam uma área escura, depois um espaço cheio de cristais que pareciam gelo. Na chegada havia um show de discos voadores. A iluminação do planeta era sua grande beleza, de cores cambiáveis. Tinha dia e noite, e um dia nosso equivale a 100 deles, atmosfera mais leve que na Terra. A cidade era grande, os edifícios com forma globular e espaçados. Havia centenas de discos de todos tamanhos e formas, por todos os lados. Muitas crateras, “provindas da desintegração progressiva do planeta”.
UFOVIA – Eromar chegou a fazer alguma descrição física dos habitantes de Borus, ou mesmo, sobre suas vestimentas? Rubens Junqueira Villela – Na sua forma normal, depois de se transfigurarem sob uma luz, tinham 1,55 m de altura, grande reentrância no meio da cabeça, sem olhos, com calombos ou “tubérculos” na cabeça (segundo Eromar, não os vi pessoalmente, exceto “Kandrix incorporado no Eromar”). Nos consideram “feios” enquanto sabem que para nós são “monstros”. Mas atenção, na escala universal a aparência não significa muito: os seres do Eromar diziam que na sua visão, nós terrestres parecíamos “um monte de carnes e de água” (deve ser noutra gama do espectro, diferente dos comprimentos de onda da luz a que nossos olhos estão adaptados; se víssemos em raios-x, quão diferente seria o mundo para nós?).
UFOVIA – Contatados e canalizadores de Ashtar Sheran relatam sobre uma possível “Confederação” formada por variados povos siderais unidos por objetivos comuns. Um desses objetivos seria proteger o planeta Terra (e planetas similares) de povos não confederados. Desta forma, a série de perseguições sofridas pelos senhores na rodovia e que mais tarde foi relatada como ações de seres "contrários" a Kandrix, poderia ter ocorrido por se tratarem estes de "povos não confederados" e mal intencionados em relação à Terra? Rubens Junqueira Villela – Sim, já fiz referência à “Federação”, pelos outros nomes em que ela é conhecida. Grosseiramente, os seres ETs podem ser classificados em “bonzinhos” e “ruinzinhos”, pela nossa estreita e provinciana maneira de ver. Os seres do Eromar os classificavam em “sistema construtivo” e “iníquo”. Quanto a nomes de extraterrestres, como Ashtar Sheran e Karran, aqueles seres nos recomendaram cautela, por que podem não ser reais e que revelá-los quebra certos requisitos de segurança.
UFOVIA – Em toda a pesquisa e abordagem desse caso, qual foi a coisa que mais lhe impressionou acerca dos alegados – como também constatados pelos senhores – contatos de Eromar? Rubens Junqueira Villela – Foi comprovar a sua realidade, a realidade da existência dos extraterrestres e de suas naves. Quando vi a nave pela primeira vez, no km 82 da Rodovia dos Bandeirantes, sinceramente tive vontade de pular de alegria e gritar, “Então vocês existem mesmo, e estão aqui na nossa frente, conversando com a gente!” Nada como uma experiência direta e concreta; embora não tenha estado frente a frente com os seres na sua forma original, como aconteceu com outros companheiros do grupo. Não têm olhos e veem pela mente, daí sua empatia com o não-vidente do nosso grupo, de quem disseram: “É quem mais acredita na sua vontade, porque também vê pela mente”. Este não-vidente é excelente técnico de eletrônica e computação, e acabou sendo de inestimável importância para meu trabalho profissional nas expedições antárticas brasileiras, instalando equipamentos de rádio e teleimpressão, no navio Prof. W. Besnard, para coleta de dados meteorológicos. Merece ter seu nome mencionado e homenageado, que seja pela sua contribuição às expedições antárticas brasileiras: Assis Moacir Duch, radio-operador da Polícia Civil.
UFOVIA – Na última reunião que o grupo de pesquisa manteve com Eromar, ele falou em tom de despedida aos trabalhos de pesquisa do seu caso. Afirmou ele, que já se teria dito tudo o que poderia (ou deveria) a respeito de seus contatos e caberia então, aos pesquisadores envolvidos, buscar as respostas necessárias ao colocado. Com relação às pesquisas e ao entendimento do cerne do contato, o que se passou e se sucedeu após este último encontro? Rubens Junqueira Villela – Exato, Eromar e seus seres nos deram as chaves do enigma; como disseram, cabe-nos agora montar o quebra-cabeça, como o paleontólogo monta o seu dinossauro com os ossos que encontrou. A ufologia agora ficou menos confusa e obscura e faz mais sentido para mim, é lamentável que não haja mais cientistas pesquisando seriamente este campo. Talvez, o resultado mais importante, a meu ver, é melhor conhecer o fenômeno universal chamado vida, não só no aspecto físico mas também espiritual. Como ouvi Fred Hoyle dizer numa conferência na Royal Society em Londres em 1968, não existem sistemas isolados no universo, como supõe a física para simplificar os cálculos, mas o que acontece num ponto está ligado a todo o resto do universo, e assim penso a vida: não estamos sós, estamos ligados, como por uma rede, à vida que permeia todo o universo!
UFOVIA – Qual foi o último contato com Eromar? O senhor tem notícias do que se passa com ele atualmente? Rubens Junqueira Villela – Foi em 1980, visivelmente o fenômeno do contato chegara a um fim natural, como dizia o próprio Eromar, que deu por encerrada a sua missão e partiu para criar novos grupos. (Em vez de contato ostensivo e oficial, este grupo de ETs parece preferir uma espécie de infiltração gradual na nossa sociedade, de baixo para cima, do individual para o coletivo, e com o objetivo de mostrar a realidade da existência deles). Tivemos notícias do Eromar em 1982, através da jornalista Yeda Souza Santos, que o encontrou trabalhando em serigrafia num subúrbio de São Paulo e escreveu sobre ele uma boa reportagem, com grande manchete em primeira página, no jornal “Diário Popular” de 7-3-1982: “A INCRÍVEL E FANTÁSTICA HISTÓRIA DE EROMAR E SEUS CONTATOS COM EXTRATERRENOS. (Veja, muitos cientistas estão acreditando)”. Já a contraparte de Eromar em Limeira, que aqui chamamos de Hugo, está atualmente morando em Campinas, segundo um jornalista de Limeira que por acaso vim a conhecer e que dele ficou amigo e admirador, dizendo tratar-se de pessoa de grande sabedoria e bom coração.
UFOVIA – Como dá a entender, o senhor acredita que esta espécie que manteve contatos com o Eromar esteja sendo introduzida aos poucos na Terra, através da dita “infiltração gradual”? Desta maneira, também acredita que o mesmo possa estar sendo feito por outras espécies extraterrestres que porventura se interessem pelo nosso planeta sob algum aspecto? Rubens Junqueira Villela – Os seres de Eromar (de Borus) têm uma agenda específica e declarada, relacionada à sobrevivência da espécie deles; os outros não sei. Podem todos ter uma agenda comum, que seria preparar a Terra para ingressar na dita “Confederação dos Planetas”, ou seja, ingressar no “mundo civilizado”...
UFOVIA – Certamente, muitas pessoas que nos leram até aqui podem estar impressionadas com suas narrativas. Mas, sendo o senhor um cientista brasileiro de renome internacional, não teme que possa ser mal interpretado de alguma maneira ao nos descrever dessa maneira natural e gentil tais experiências pessoais tão medonhas? Rubens Junqueira Villela – Medonhas não, para quem não está só sonhando e quer enfrentar a realidade! Por mais cuidado que a gente tenha em escrever, sempre pode ser mal interpretado, e também estar errado, mas estou disposto a ouvir críticas e aprender, sabendo que tem gente com maiores conhecimentos de ufologia (e outros) do que eu. Tive o privilégio de conhecer de perto, pessoas fantásticas nestes 87 de vida: de marinheiros a almirantes, lavadeiras a professoras, açougueiros a aviadores, astronautas a geólogas, capinador de roça a cafeicultor... A lista seria longa, e teria que incluir meus pais e irmão, muitos companheiros de expedições antárticas, um piloto que me rebocava o planador e que era também açougueiro... Já a reação mais comum dos meus colegas cientistas, realmente tem sido a indiferença, reveladora de um profundo preconceito para com o assunto (infelizmente).
UFOVIA – Agradecemos pela entrevista e pedimos para nos deixar suas considerações finais. Rubens Junqueira Villela – Obrigado mais uma vez Pepe, pela oportunidade. Tenho notado nas minhas atividades ufológicas que ainda impera um grande deslumbramento para com os aspectos físicos do fenômeno: a tecnologia, a performance de voo, a aparência dos seres, etc. Mente mais avançada possuía o comandante Gerson Britto quando procurou entrar em contato mental com o disco que acompanhou seu voo em fevereiro de 1982, o célebre voo VASP 169! Esse o significado mais profundo do fenômeno, o que nos ensina sobre a vida, a existência. Devemos ao pesquisador Courtney Brown, especialista na técnica exploratória “remote viewing” (visão a distância) primeiramente desenvolvida para fins militares, a explicação da verdadeira natureza espiritual dos seres cósmicos, inclusive nós, terrestres! Seus livros, “Cosmic Voyage”, e “Cosmic Explorers”, estão disponíveis na internet (www.farsight.org) e são fundamentais para o avanço da ufologia. Por exemplo, para esclarecer fatos como a origem dos greys, um dos tipos de ET que nos visitam, e que acho muito semelhantes aos seres do Eromar. Eles seriam de fundamental importância para a futura evolução da espécie terrestre, e com ela evolutivamente relacionada! Segundo Courtney Brown, nos faltaria desenvolver um tipo de consciência semelhante à dos greys, e que não depende do corpo, para podermos contatar formas avançadas de vida no universo, e possibilitar nosso ingresso na “Federação Galáctica”. Somos seres primariamente espirituais e não físicos, e não sabemos, eis a nossa desgraça, dizem os greys de nós! Afirma Courtney Brown, com base numa visão remota do início do universo segundo protocolos científicos, que cada um de nós (todos os seres inteligentes) é um “fragmento de Deus” criado na explosão inicial, e “entender a consciência é entender Deus”. Não é de hoje que ciência, magia e religião têm muito em comum!
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da ZINESFERA.
- Foto: Arquivo particular R.J. Vilella/Arquivo VF.
+ MAIS: Leia a entrevista anterior de Rubens Junqueira Vilella a UFOVIA.
- Produção: Pepe Chaves © Copyright 2004-2018, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.
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