UFOVIA - ANO 5 

   Via Fanzine   

 

 

 matérias

 

 

 

Em 19/08/1962, o menino de 12 anos, Raimundo, encontrava-se com seu pai, Rivalino da Silva no casebre de sua moradia em Duas Pontes, distrito de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. À noite, divisaram sombra de espécie de pessoa que caminhava com os pés e mãos no chão, e que deslizava, sorrateira e silenciosamente, pela cozinha em direção ao quarto onde já dormiam dois outros irmãos mais novos da criança. Medrosamente, Rivalino foi ver o que era, mas nada encontrou. Posteriormente, passaram quase toda a noite em claro, pois ouviram vozes humanas “grossas e enroladas” que diziam pretender matar Rivalino quando este saísse. Escutaram ainda um ruído semelhante a um despertador.

 

Na manhã seguinte, às seis horas, Raimundo abriu a porta, vendo dois pequenos e estranhos objetos de 50 cm, a poucos metros de distância e suspensos no ar. Um era negro fosco e o outro rajado de branco e preto. Possuíam uma espécie de apêndices tubulares que apontavam para a porta do casebre.

 

O menino chamou o pai. Rivalino apareceu e disse-lhe: “Não sei. O que será aquilo?”. Dirigiu-se vagarosamente para os objetos desconhecidos. À aproximação de Rivalino, os dois objetos uniram-se e, com um som surdo, começaram a girar em conjunto, levantando um redemoinho de poeira amarela que o envolveu completamente, mas não ao menino. Levantou-se vento em espiral ascendente impedindo que Raimundo divisasse qualquer coisa. Quando isto cessou, Rivalino havia desaparecido.

 

O menino correu a procurar um amigo de seu pai, João de Miranda, funcionário de uma fábrica distante. Quando este chegou a Duas Pontes viu que o local do desaparecimento, em área de 5 metros de raio encontrava-se como se tivesse sido cuidadosamente varrido.

 

Iniciaram-se as buscas policiais inclusive com cães amestrados, vindos de Belo Horizonte. O cônego José Garcia, embora cético sobre as declarações do menino, informou que, na semana anterior à ocorrência vira “duas bolas de fogo voando em círculos a grande e baixa altura, exatamente sobre o local do casebre de Rivalino”.

 

'Alegava que seu pai, Rivalino tinha desaparecido ante seus olhos,

cercado pelo redemoinho levantado pelo objeto'

 

Os exames médicos, psiquiátricos e psicológicos nada apuraram contra o relato do menino e revelaram tratar-se de criança normal, embora analfabeta. Ele e seus irmãos foram internados em instituto de proteção e educação de desvalidos, pois já eram órfãos de mãe.

 

As declarações do menino foram prestadas ante, sacerdotes, juiz de direito, delegados, medidos, psiquiatras, psicólogos e investigadores, sem que fossem surpreendidas mistificações, inseguranças, etc.

 

Escreve o destacado investigador brasileiro, Húlvio Brant Aleixo, em correspondência do autor: “Alegava que seu pai, Rivalino tinha desaparecido ante seus olhos, cercado pelo redemoinho levantado pelo objeto... Chorava mansamente, convencido que seu pai jamais retornaria... Após seis meses de investigação infrutífera, surgiu a notícia de que o esqueleto de Rivalino fora encontrado”. Eram ossos completamente descarnados, sem vestígio de outra matéria que não a óssea de impossível identificação.

 

Prossegue Húlvio Brant Aleixo: “Se a ossada pertencesse a Rivalino, como não fora encontrado seu cadáver, durante as investigações policiais? Como explicar a ossada totalmente limpa? Como explicar ainda que, um menino absolutamente analfabeto, sem contato com os meios habituais de informações (vizinhança, escolas, rádio, cinema, televisão, etc.) fosse capaz de imaginar a existência de pequenos discos (voadores) parecendo telecomandados e conhecidos principalmente pelos investigadores especializados na matéria? Se tudo visasse esconder crime de terceiros, por que criar tal aparato sensacionalista, tornando as investigações policiais mais severas?”.

 

Rivalino era pessoa muito pobre, sem inimigos conhecidos, sem habilitações para preparar tão estranhas ocorrências para justificar uma fuga do casebre e o abandono dos filhos que mantinha, na coincidência de haverem aparecido as duas bolas de fogo em torno de sua residência. Há seis anos (em 1968) passados, nenhum vestígio dele foi encontrado”.

 

* Texto extraído na íntegra do livro “Discos Voadores - Imprevisíveis e Conturbadores”, de Felipe Machado Carrión.

    Edição do autor, Porto Alegre/RS, 1968 – p. 132-133.

 

 

COMENTÁRIO:

 

Quarenta e quatro anos depois

 

Alberto Francisco do Carmo*

De Brasília-DF,

Para UFOVIA

Húlvio Aleixo, ainda jovem, entrevista um ruralista

que testemunhou aparecimento de UFO. Os arquivos do CICOANI

guardam capítulos insólitos da ufologia mineira nas últimas décadas.

 

Quando este caso ocorreu o grupo CICOANI era relativamente novo, fundado que fora em 1954, mas ainda sem experiência em casos mais expressivos. Encontros e visão de tripulantes, discos, sondas e chupacabras eram coisas que ainda não tínhamos experiência e/ou idéia. Húlvio ainda não havia se formado em Psicologia e eu estava concluindo o Curso Científico. Tinha 20 anos e trabalhava também, não participei da investigação do caso. Apenas ouvi relatos de Húlvio, assim como li o noticiário da época. Estava muito ocupado e cansado.

 

Ler o caso, quarenta e quatro anos depois leva-nos a constatações e reflexões inesperadas. Por exemplo, essa espécie de prelúdio ao seqüestro e desaparição: o vulto avistado DENTRO DE CASA, mas que depois não foi mais visto ao ser procurado por Rivalino, as vozes estranhas falando em matar o mesmo, tudo nos parece - à vista do que sabemos hoje sobre atitudes de despiste dos OVNIs e seus operadores - que tudo pode indicar que quem planejou o seqüestro (e que pelo jeito não era deste mundo) adicionou alguns dados ao contexto de modo a confundir tanto as testemunhas quanto os investigadores, deixando alguns indícios até tentadores que mais tarde se encaixariam na hipótese de um crime comum.

 

Mas, relevante é que, de forma alguma uma ossada, ainda que de Rivalino (se existissem, os testes de DNA poderiam confirmar a identidade) NÃO PODERIA ESTAR DESCARNADA. A não ser que tivesse sido descarnada ARTIFICIALMENTE. Aqui nos lembramos de um caso, cremos que de 1968, ocorrido no Colorado, quando um cavalo chamado “Snoopy” foi encontrado morto, com as entranhas retiradas, carne impregnada por algo de cheiro estranho. Formigas que tentaram comer a carne do cadáver jaziam mortas também em torno da carcaça. Mas, e aí coincidência, do pescoço para cima, toda a caveira do cavalo estava também TOTALMENTE DESCARNADA.

 

'A visão do vulto a movimentar-se algo como um quadrúmano (símio) dentro de casa pode

ter relação com uma aparição ainda discreta de seres da categoria dos chupacabras'

 

Quimicamente, dentro de nossos conhecimentos, isto é possível, tratando qualquer cadáver com soda cáustica, ou quem sabe, com potassa cáustica. Portanto, tanto no caso da ossada de Diamantina, quanto no caso de Snoopy, faltou análise para descobrir se as ossadas haviam sido tratadas por soda cáustica ou outro corrosivo alcalino.

 

Outra substância corrosiva não poderia ser usada se atacasse o cálcio dos ossos. Portanto não poderia ser algum ácido, que destruiria a carne e os ossos também. Vide o caso do famoso “vampiro de Londres”, um serial killer que matava mulheres e sumia com seus cadáveres dissolvendo-os em ácido sulfúrico. Só foi descoberto quando a Scotland Yard descobriu fragmentos de ossos humanos em seu esgoto. Portanto, ácidos, não.

 

A visão do vulto a movimentar-se algo como um quadrúmano (símio) dentro de casa pode ter relação com uma aparição ainda discreta de seres da categoria dos chupacabras. Mas aqui ficaria uma dica: até hoje são seres mais conhecidos pelo seu comportamento animalesco e sanguinário. Aqui haveria um indício de que são seres também capazes de atitudes mais “inteligentes”, como imitar vozes humanas e até produzir um ruído como despertador. E seu pouco respeito a seres vivos aqui também se verificaria...

          

Por acaso, um dos últimos casos investigados por Húlvio Brant Aleixo foi de um “chupacabras” que assaltava galinheiros na periferia de Belo Horizonte. O estranho ser vestia algo como um cinturão-suspensório amarelo, mas com aparência semelhante ao de um orangotango. Portanto era simiesco, mas usava artefatos. E o lugar cheirava a alho, o que poderia indicar a presença de ozônio, produzido, por exemplo, pela passagem de oxigênio entre placas carregadas eletrostaticamente. Então, mais um indício de que chupacabras têm algo de “homo habilis” também...

 

As investigações deste caso poderiam ser retomadas, pois o menino de ontem, deve ser hoje um senhor com cinqüenta e seis, pois tinha doze anos em 1962. Também uma pesquisa poderia ser feita nos arquivos microfilmados dos Diários Associados, que estão em Belo Horizonte. Temos a impressão que vimos estas notícias (porque foram várias as matérias) no Diário da Tarde, mas também podem ter aparecido no Estado de Minas. O acesso aos microfilmes é relativamente fácil, estão na sede do jornal no Bairro de Santa Efigênia em Belo Horizonte. Mas a busca poderia se estender a outros jornais como O Diário (Diário Católico) e Diário de Minas. Porém, teríamos de recorrer ao Arquivo Mineiro, pois não sabemos do destino desses outros jornais, hoje extintos.

 

Restariam também pesquisas nos arquivos da Polícia Civil de Minas Gerais, no ano de 1962, a partir de agosto/setembro de 1962. O encontro da ossada já deve ter ocorrido em meados de 1963. Restaria também, saber o destino dos quatro irmãos de Raimundo, filhos de Rivalino, portanto. Algum educandário nas vizinhanças de Diamantina? No antigo Instituto “João Pinheiro”, em Belo Horizonte? São possibilidades.

 

É possível que o caso esteja bem documentado nos arquivos de Húlvio Brant Aleixo.

 

Apêndice:

 

Em suma, este caso é bastante trágico, porque Rivalino já era viúvo, criando pobremente seus filhos. De repente, dois OVNIs aparecem, desaparecem com ele e quatro filhos menores ficam abandonados. Seria interessante procurar mais fios da meada. Por exemplo, se estão vivos (devem estar) os filhos menores do Rivalino, se o internamento num orfanato melhorou ao menos um pouco o padrão deles - pelo menos alfabetizando-os.

 

Enfim, temos toda uma tessitura psico-social de fundo que os pesquisadores (inclusive o Húlvio) não acompanharam com maior cuidado. Sim, porque fica-se no oh, ah, incrível, fantástico, extraordinário, mas... E o sofrimento que este pequeno grupo familiar carente e destroçado passou? Será que os alienígenas, tão "superiores", capazes de espionar a vida das pessoas, etc. etc, não viram o mal que estavam fazendo?

 

São coisas que deveriam ser mais discutidas em lugar de simples deslumbramento. Os pesquisadores estrangeiros, por exemplo, nem imaginaram isto, tão "superiores" também.

 

O PANO DE FUNDO - O interior de Minas, naquela época era sertão bravo mesmo. Para se ter uma idéia, só em casa de rico tinha-se rádio de ondas curtas. Ouvia-se muito a Rádio Nacional. As emissoras de Minas não tinham potência suficiente. A luz, provida às custas de geradores a óleo diesel, acabava em torno das dez horas da noite. Às vezes, os motores começavam a ratear e a luz tremia, apagava, as lâmpadas ficavam alaranjadas. No Oeste de Minas, em minhas férias, vi isto com freqüência. Só muito depois, é que começaram as transmissões de TV (péssimas) e de programação sem nenhum charme.

 

Normalmente no interior de Minas, chegava a imagem da extinta TV Itacolomi. Eram programas domésticos. Muitos deles, improvisados, sempre ao vivo, sem videotape. Filmes de ficção científica, por exemplo, nem pensar. Em l969, Jaboticatubas, que é próxima a Belo Horizonte, recebia 14 exemplares de jornais por dia. E as estradas, acabavam com os carros das equipes do CICOANI. Em 1962, aliás, ter carro era um luxo absoluto. Nenhum de nós sonhava em ter carro.

 

Em suma: o interior de Minas era muito pobre e mesmo quem tinha dinheiro era muito limitado, muito, muito provinciano. O impacto das metas de energia e transportes de JK ainda não era muito visível.

 

Então, num casebre nos arredores de Diamantina, a situação deveria ser muito pior. Exemplificando mais: quando José Antônio da Silva, soldado da PMMG, foi seqüestrado por um OVNI [N.E. veja nota sobre este caso, abaixo] ao investigarmos casos na região, um dos meus choques foi ver como as pessoas eram isoladas, terrivelmente isoladas. E pobres, paupérrimas. E isto em 1969, começo dos anos setenta. Então, reforço: como imaginar que um menino caipira inventaria isto sobre o pai, nas condições de 1962?

 

N.E.: O militar José Antônio da Silva teria sido abduzido em Minas e reapareceu dias depois (em frangalhos) no Estado do Espírito Santo, sem saber como foi parar lá. Este é mais um intricando caso de abdução ocorrido em Minas Gerais e também foi pesquisado pelo CICOANI.

 

* Alberto Francisco do Carmo é funcionário público, pesquisador em Ufologia e ex-integrante do CICOANI (Belo Horizonte-MG).

 

- Fotomontagem: UFO em Diamantina - por Pepe Chaves

- Fotos: Arquivo do autor. 

- Colaborou: Sonya Regina Di Santi.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2007, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Mecânica:

O Fusca e os UFOs

É difícil imaginar que o conhecido Volkswagen Fusca carrega em sua essência segredos

de um passado que vai de Adolf Hitler até os grandes discos voadores do Terceiro Reich.

 

Por Fábio Bettinassi*

de Araxá-MG

Para UFOVIA

 

Hitler observa protótipo do 1º Fusca (DKF 38)._

A obsessão de Hitler por máquinas diferenciadas legou ao mundo o popular Fusca.

 

SE MEU FUSCA VOASSE - Para muitas pessoas em todo o mundo, a primeira experiência automobilística foi a bordo do feio e desajeitado Fusca, nomenclatura em português, considerada uma incógnita até mesmo para os maiores estudiosos do assunto. Conhecido mundialmente como Beetle (Besouro), mal podemos imaginar que por trás do carro ingênuo e até engraçado, existe  a colaboração de grandes cientistas e engenheiros envolvidos com criações que vão desde à bomba atômica até a construção de aeronaves discóides que mais lembravam discos voadores.

 

É incrível pensar que o bom e velho Fusca pode ser considerado como o primo pobre do que seriam os discos voadores do Terceiro Reich, idealizados por Adolf Hitler, para serem usados em fins diversos, desde aeronave de reconhecimento, bombardeiro, transporte de tropas, até em supostas viagens para o continente Antártico. Sugiro ao leitor deste artigo, ler também a matéria Os discos voadores do Terceiro Reich do jornalista e pesquisador Pepe Chaves e a continuação da mesma, intitulada Aeronaves secretas imitam a ficção científica desse autor, onde ambos abordam a utilização de máquinas não convencionais - sobretudo, aeronaves -  pelos alemães durante manobras da Segunda Guerra.

 

Festa de lançamento do primeiro Fusca.

ENERGIA ALTERNATIVA - Já em guerra e de acordo com as profecias seguidas por Hitler, o império germânico deveria durar mil anos e para tal, o mundo deveria livrar-se das formas tradicionais de produção de energia, baseadas em combustíveis fósseis, tais como óleos, gases e a queima de gás de carvão conhecido como Gasogênio, cujos efeitos colaterais são nocivos ao planeta.

 

Uma das atribuições do “novo império” de Hitler seria criar um combustível revolucionário, capaz de retirar energia do 'quantum da matéria', colocando em prática a famosa equação de Einstein, E=mc2, onde a energia presente em determinado corpo é igual ao peso de sua massa vezes a velocidade da luz ao quadrado.

 

Com esse pensamento, Einstein mostrou que em uma única partícula de hidrogênio existe energia o suficiente para uma grande explosão.

 

Consideremos o fato que a bomba atômica de Hiroshima disparou apenas 0,6 gramas de energia pura.

 

Assim, Hitler e seus grandes físicos, que por ironia do destino eram judeus, iniciaram as pesquisas que levariam - anos depois - a tão procurada energia eletromagnética. Os desígnios filosóficos do Terceiro Reich eram idealizados pela cúpula do Reich, a SS (Schutenzstaffell, Grupo de Inteligência) ou Scharze Sone (o Sol Negro), termo usado à socapa entre os seguidores fiéis.

 

 

Misturando ciência, arqueologia e ritualística, os integrantes da SS desejavam recriar a Ordem Teutônica dos Cavaleiros Templários, reencenando rituais e impondo uma nova ordem mundial.

 

Tal obsessão chegou ao ponto de que Adolf Hitler e Heinrich Himler, o todo poderoso da SS, fossem amparados por diversos médiuns espíritas que os guiavam em direção a construção do sólido império que aos olhos de Hitler, seria o renascimento da era dos Césares romanos. Com a ciência colocada como ferramenta para o auxílio do oculto, no quesito energia, Hitler definiu que o processo tradicional da explosão de combustíveis fósseis era a expressão do mal enquanto a implosão da molécula eram as forças do Cosmo em seu movimento primitivo.

 

Desta forma, os princípios da implosão foram canalizados e postos em prática através da energia eletromagnética, constituindo a base dos projetos Haunebu I e II, além do Flugkreisel. Estas aeronaves possuíam formatos discóides e foram encontradas na Alemanha ao término da Segunda Guerra. Na opinião de especialistas modernos, tais aeronaves “foram verdadeiros prodígios da engenharia, configurando-os como fantásticos objetos voadores, até então, desconhecidos”.

 

'Utilizando-se de seu conhecimento e dos cientistas que estavam

envolvidos na construção dos grandes discos voadores idealizados em princípios

do Século XX, Hitler projetou um novo conceito de transporte automotor'

 

ALEMANHA MECÂNICA - A sociedade germânica, dotada de um talento nato para feitos da engenharia mecânica, talento também presente no íntimo dos lideres da SS, cujo qual, fez despertar uma febre  por intrincados mecanismos que se materializaram em forma de tanques, aviões e outros aparatos bélicos que fizeram da Alemanha, a maior ameaça mundial da guerra.  Hitler em particular adorava carros e sua marca preferida era Mercedes Benz. Ele sempre usando o banco dianteiro do passageiro, pois uma de suas superstições era ser atingido por um tiro enquanto ocupava o assento traseiro. Até hoje não se sabe se a Mercedes contribuiu para essa “preferência”; a marca nega.

Hitler e Porsche._

 

Hitler acreditava que tão logo seu império indestrutível estivesse em pleno funcionamento, a questão do transporte comercial de cargas e passageiros seria solucionada através da energia eletromagnética, empregada em seus discos voadores, até então, mantidos sob sigilo. Tudo deveria ser aéreo, rápido, ignorando estradas, ferrovias e combustível poluente. Mas enquanto a “nova Alemanha” tecia sua malha de domínio mundial, era necessário que a população se locomovesse de forma econômica e barata.

 

Utilizando-se de seu conhecimento e dos cientistas que estavam envolvidos na construção dos grandes discos voadores idealizados em princípios do Século XX, Hitler projetou um novo conceito de transporte automotor. Convocou Ferdinand Porsche, mecânico e projetista que também era piloto de velocidade. O estadista então expôs ao projetista o seu desejo: a construção de um carro pequeno, que possuísse mecânica fácil, transportasse 5 pessoas, fizesse até 100km/h, que rodasse 100km com apenas 7 litros de gasolina e custasse, no máximo, mil marcos alemães ao consumidor final.

 

Assim como a lista de exigências impostas, o desafio era grande para o projetista, pois, afinal, naquela época, tanto os carros europeus quanto os norte-americanos eram imensas máquinas de aço com grandes motores inspirados na aviação, possuindo oito, dez, doze e até dezesseis cilindros. Destarte, muitos chegavam a consumir a espantosa marca de 80 litros de gasolina para 100km rodados.

 

'Como o projeto do Fusca carregava impressões herméticas e até ocultistas,

baseadas em uma ciência alternativa, o carro deveria ser criado

com diversos pontos inovadores, desconhecidos da mentalidade da época'

 

OBRA DE HITLER & PORSCHE NASCE DE UM GUARDANAPO - Porsche que detinha vasto conhecimento na construção de carros e motores aeronáuticos aceitou a tarefa, montando uma equipe composta por diversos cientistas e mecânicos vindos de companhias como Mercedes Benz, BMW, Audi, Horsch e DKW.

 

Muitos destes profissionais tiveram seus passados ligados a projetos de armas secretas nas fábricas de Peenemund e Dortmund, alguns intimamente ligados aos projetos dos funcionais "discos voadores" de Hitler.  

 

No início da década de 1930, o primeiro esboço do tal carro, foi idealizado por Hitler em um guardanapo e possuía diversas particularidades que lembravam os conversíveis da Mercedes, muito usados em seus comícios e carreatas.

Histórico esboço de Hitler feito em guardanapo.

Ao mostrá-lo à Porsche, este pegou uma caneta e modificando o desenho, redefiniu os paralamas, rebaixou  a traseira e inverteu as portas, que na época eram do tipo “portas suicidas”, que se abriam de modo contrário.

 

Hitler ficou muito entusiasmado com a idéia, convocou Goebels, líder da propaganda nazista e mandou que diversas campanhas publicitárias fossem elaboradas para que o lançamento do futuro carro fosse um sucesso explosivo. Naquela época a Alemanha preparava os projetos de construções de largas estradas pavimentadas denominadas Autobahn, capazes de interligar todo o império germânico de maneira rápida e segura, o que foi uma grande inovação, porque toda Europa era cruzada por estradas pequenas, centenárias, a maioria, criada nos tempos em que a população ainda se utilizava de cavalos e carroças. Podemos dizer que o conceito de auto-estrada também foi uma inovação dos alemães e suas utopias imperialistas.

 

Como o projeto do Fusca carregava impressões herméticas e até ocultistas, baseadas em uma ciência alternativa, o carro deveria ser criado com diversos pontos inovadores, desconhecidos da mentalidade da época. Desta forma, o carro de Hitler ganhou um motor traseiro (diferenciando-se dos demais, dianteiros), a transmissão dispensava as caras e complexas juntas homocinéticas, pois era refrigerado a ar e os freios não possuíam servo-assistência, tornando o sistema de freios independente do funcionamento do motor, somando-se à ótima estabilidade e facilidade de dirigir.

 

O motor, único para época, seguiu o padrão do motor de aviação modelo 90, desenhado por Porsche, anos atrás. Equipado com 4 cilindros lateralmente posicionados de dois em dois, era refrigerado a ar e com poucas partes móveis. O motor passou a se chamar Boxer em alusão a um boxeador golpeando continuamente o adversário e foi motivo de graça para as primeiras testemunhas.

 

'Em se tratando de termodinâmica do motor, o Fusca parece desafiar um dilema:

quanto mais ele faz força, mais fica refrigerado'

CARRO DO POVO - Com o novo carro em vista, Hitler ordenou que uma fábrica fosse construída e que a mesma fosse chamada de “O Carro do Povo” ou mais conhecidamente como Volkswagen. A recém criada Volkswagen utilizou eixos e partes de suspensão do jipe militar alemão Kubelwagen que, além das quatro rodas, era equipado com um par de hélices na traseira, permitindo seu uso em rios ou lagos, além disso, o Kubelwagen era mais leve e mais fácil manutenção do que seu concorrente americano, o Jeep. Mas isso não é tudo, a concepção do motor Boxer do Fusca segue verdadeiros conceitos de alquimia.

 Kubelwagen: ancestral do Fusca._

Para o motor funcionar de forma econômica utilizava-se o princípio da ignição sob choque térmico, ou seja, o combustível misturado com o oxigênio é resfriado depois de passar pela base do caburador e injetado na câmara de explosão do pistão em baixa temperatura, essa mistura gelada em milésimos de segundo, produz um contra-golpe no exato momento que encontra o calor intenso do interior do motor e recebe a centelha plasma produzida pela vela de ignição, provocando não só a comburência da mistura a nível de hidrocarbonetos, mas gerando uma reação eletroquímica na mistura e assim, liberando maior energia cinética.

 

Em questão de arrefecimento do motor, o Boxer utiliza dois sistemas operando em conjunto: o rotor de ventilação, girando atrás do gerador e a própria mistura fria recém carburada, que entra na câmara de explosão. O rotor de ventilação refrigera o óleo de lubrificação dos pistões, enquanto os pistões operam em regime semi-aberto sob o motor, permitindo que o ar os envolva e disperse o calor. O curioso de tal sistema é que segue o método de se produzir gelo e ar frio criado pelos egípcios, empregado nos palácios da realeza e dos nobres. Tal método fora descoberto através das expedições arqueológicas patrocinadas pela SS em busca de tecnologia antiga no Egito.

 

O ‘CALOR FRIO’ - Apesar do intenso calor egípcio, podia-se produzir “friagem” em compartimentos fechados através da técnica do “calor que produz frio”. Consistia-se de dois recipientes de cerâmica ou rocha, onde, um deles era uma fornalha fechada, alimentada a carvão (semelhante a um forno de pizza), de onde saia da lateral um tubo recurvado (tipo serpentina) que entrava no segundo recipiente, cheio de água. O tubo era envolvido externamente pela água depositada na grande vasilha e dentro dele conduzia-se o ar que alimentava o fogo no interior do forno. O fogo era atiçado por um grupo de foles e ventoinhas operadas por escravos, quanto mais o fogo estava vivo, mais rápido o ar entrava pelo tubo cerâmico, esfriando-o e por conseqüência reduzindo a temperatura da água ao seu redor até que esta congelasse.

 

Milênios depois, este sistema foi empregado nas exóticas geladeiras a querosene, difundidas entre as classes altas do Brasil durante a escassez de energia, quando da Segunda Guerra.

 

Em se tratando de termodinâmica do motor, o Fusca parece desafiar um dilema: quanto mais ele faz força, mais fica refrigerado. Ocorre o contrário dos outros veículos, que usam radiador de água - quanto mais se esforçam, mais produzem calor e chegam próximos ao super aquecimento. Em poucas palavras, o Fusca em termos de carro, deveria ter qualidade parecida com a dos discos voadores do Terceiro Reich. 

 

HERANÇA DE GUERRA - Após a queda do Terceiro Reich, a fábrica Volkswagen encontrava-se destruída pelo bombardeio aéreo dos aliados e foi renomeada como Wolfsburg em homenagem a um castelo local. Passou a ser comandada pelo governo britânico, após uma desdenhosa recusa por parte dos franceses. Para compensar os sofrimentos dos soldados norte-americanos com a eliminação da tirania nazista, cada soldado sobrevivente, ganhou um Fusca novinho. A grande surpresa foi quando os navios da Marinha dos EUA ao retornarem para casa, trouxeram milhares de “besouros alemães”, lentamente descarregados dos porões dos navios, sob risos dos incrédulos expectadores, acostumados com os imponentes automóveis norte-americanos.

Versão para uso militar em 1941._

 

Para uma platéia acostumada com Buick, Chrysler, Ford e Chevrolet, ver pela primeira vez um Fusca, era algo como um piloto de aeronave se deparar com um UFO pousado na frente de sua casa.

 

Em 1949 (4 anos após o fim da guerra) o governo inglês devolveu a fábrica ao controle alemão, que retornou ao antigo nome Volkswagen, dando continuidade a produção de veículos e com o passar do tempo ganhou novos integrantes, como a perua Kombi chamada de Volkswagen Van e em 1955 o esportivo e arrojado Kharman-Guia, todos, sucesso de vendas em todo o mundo. Ambos os veículos foram baseados na mesma plataforma do bom e velho Fusca.

 

Os Fuscas em solo norte-americano causaram grande impacto e foram rapidamente chamados de Beetle (Besouro), adquirindo uma certa conotação negativa, devido ao desejo geral de se esquecer a guerra e a ameaça nazista. Inúmeras propagandas contrárias foram lançadas na grande mídia de forma que, ter um Beetle tornar-se-ia uma piada de mal gosto. A maioria dos proprietários do besouro alemão eram militares vindos da guerra e mecânicos de pequenas oficinas. Com isso, as agências de propaganda criaram slogans engraçados como “Think Small” (Pense pequeno), e os sarcásticos, “The Lemmon” (O Limão) e o “The Ugly” (O Feio).

 

'Cerca de 40 milhões de Fuscas já foram construídos e seu desenvolvimento

ainda continua na Alemanha, onde versões futurísticas incluem todos os requintes' 

 

RESSURGINDO DAS CINZAS - Por outro lado, no final dos anos 60 a crise do petróleo aposentou os grandes motores V8, V10 e V12, o Beetle ressurgiu das cinzas como a solução para aqueles dias turbulentos onde a guerra do Vietnã era impressa em letras maiúsculas nas primeiras páginas dos jornais.

Com a onda do pacifismo defendida pelos intelectuais, artistas e democratas em geral, o Fusca veio como uma marca do anti-establishment, uma forma de protestar contra a estupidez de um sistema belicoso e dominador.

Versão conversível para a nova geração_

idealizada na Alemanha em 1994._

 

Na época, muitos Fuscas foram pintados com temas psicodélicos e pacifistas. Em praticamente 70 anos de produção do incansável Fusca, diversas variações foram criadas. Cerca de 40 milhões de Fuscas já foram construídos e seu desenvolvimento ainda continua na Alemanha, onde versões futurísticas incluem todos os requintes com desempenho de um carro de luxo, mantendo vivo um dos mais curiosos e exóticos projetos da indústria automotiva mundial.

 

Analisando atentamente a história de sua criação, iniciada por Hitler e seus colegas e comparando-a aos projetos secretos dos aviões-UFOs do Terceiro Reich, fica claro que o Fusca veio para se colocar ao lado de grandes inventos revolucionários da indústria alemã, além de se impor no resto do mundo como uma solução almejada. Quiçá, sua função, seus significados e segredos ainda não foram totalmente desvelados, cabendo somente ao tempo e aos futuros engenheiros mecânicos, a revelação de novas facetas.

 

Contudo, deixo um convite para refletirmos antes de dormir: se os discos voadores de Adolf Hitler foram criados para levar a população germânica do pós-guerra aos quatro cantos do mundo, é bem provável que dentro deles, houvessem muitos “besouros”. Todos os detalhes fazem do Fusca, verdadeiramente, uma coisa de outro mundo.

 

* Fábio Bettinassi é publicitário, pesquisador e co-editor de UFOVIA.

- Ilustração: Fábio Vieira, para UFOVIA.

- Fotos: Arquivo do autor.

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Reflexão:

O 'Princípio Antrópico' e o Universo vivo

As probabilidades universais e suas possíveis variantes.

Por Rafael Sampaio*

De Teresópolis-RJ

Para UFOVIA

 

Brandon Carter, que idealizou o Princípio Antrópico.

 

O leitor já se perguntou qual a probabilidade de ele estar vivo e lendo estas linhas precisamente neste momento? Para se obter uma resposta assim, seria necessário ter acesso a todas as constantes e variáveis que participaram desta jornada, pelo menos, desde a possível origem do universo.

 

Mas para termos uma vaga idéia, se um simples valor de uma constante, como a gravitacional (g) ou a de Planck (h), sofresse certa alteração, já mudaria toda a conformação do cosmo. Se o universo fosse mais novo ou mais velho, dificilmente haveria vida, pela escassez de carbono e de estrelas, respectivamente. Se o nosso planeta estivesse situado num ponto diferente do atual com relação ao sol, possivelmente a vida, ou pelo menos a vida complexa, não teria se desenvolvido.

 

Se as extinções em massa, como a dos dinossauros, não houvessem ocorrido, ou se qualquer antepassado nosso não tivesse conhecido seu parceiro ou mesmo, se em qualquer membro de qualquer geração anterior a célula reprodutiva não fosse precisamente aquela que atingiu seu objetivo e ainda se não existissem algumas das relações de entropia e anti-entropia em nossa biologia, provavelmente não estaríamos aqui. Em meio a tantos “se” qual seria então a tal probabilidade? Algo absurdamente próximo de zero. No entanto, apesar de praticamente “não existirmos”, segundo os cálculos probabilísticos (ainda que insuficientes), estamos aqui.

 

Em 1973, num simpósio comemorativo pelos quinhentos anos de Copérnico, o astrofísico Brandon Carter utilizou pela primeira vez o termo “Princípio Antrópico”. Através dele, busca-se entender a existência da vida inteligente mediante a combinação das constantes que regem o Universo, dentro de um intervalo de idade específico.

 

Este princípio apresenta três variações:

 

1)     O Princípio Antrópico Fraco (cujas idéias já haviam sido anteriormente propostas), no qual o Universo proporcionou condições favoráveis ao surgimento do homem.

 

2)     O Princípio Antrópico Forte, no qual o Universo teria obrigatoriamente que fornecer tais condições para que o homem surgisse em algum momento. A criação do Universo poderia ser explicada de três formas segundo esta variação: pela atuação de um criador que projeta um Universo capaz de gerar observadores; pela necessidade de observadores para que haja o Universo; ou seja, o observador é quem cria o Universo (também chamado de Princípio Antrópico Participativo, de John A. Wheeler); ou pela existência de Multiversos (em vez de Universo), dentre os quais, o nosso seria o que propicia a vida como a conhecemos.

 

3)     Há ainda o Princípio Antrópico Final, de Barrow e Tipler, que afirma que no Universo, a inteligência teria que surgir em um determinado instante e a partir daí, não desapareceria mais.

 

O Princípio Antrópico Fraco pressupõe sermos oriundos de mero acaso. A primeira variação do Princípio Antrópico Forte, pode ser reforçada por argumentos metafísicos como as Cinco Vias formuladas por São Tomás de Aquino. A segunda variação parece encontrar respaldo na Interpretação de Copenhagen, proposta por Bohr para explicar os diferentes comportamentos de uma mesma partícula quântica.

 

Ufologia X Princípio Antrópico

 

Ao tentarmos estabelecer relações entre o Princípio Antrópico e a Ufologia, não teremos como ir muito além da mera formulação de questões e conjecturas.

 

Tomemos inicialmente a seguinte reflexão: a existência do Universo teria sentido sem observadores com a capacidade de explorá-lo e o potencial de desenvolvimento dos meios de exploração? É bem provável que a resposta seja negativa. Sabendo que a raça humana assume este perfil; seria sensato então, admitir a existência de outras raças de seres com inteligência semelhante ou superior à nossa? Se, tais seres possuíssem uma compreensão muito mais adiantada do Universo do que o concebemos, então, faria sentido a existência humana?

 

Alguns relatos de ditos contatados afirmam que os supostos seres denominados “grays” não possuem emoções. Se aceitássemos a existência destes, os humanos poderiam servir então como uma nova via pela qual eles estariam desbravando o Universo? Para tentar justificar tal presença, poderia se especular sobre a existência de outros tipos de inteligência e, consequentemente, outras formas de se apreender. Porém se há tal possibilidade é algo que tem gerado muitas discussões, ainda que alguns trabalhos recentes venham sugerindo que não tenhamos um só tipo de inteligência (consultar os estudos do psicólogo Howard Gardner). Além disso, há os inúmeros relatos de experiências transpessoais, que já começam a ser estudados seriamente e que apontam o acesso aos campos que parecem transcender tudo o que permeia nosso cotidiano (consultar o trabalho do pensador Ken Wilber).

 

Estas breves colocações, já deverão proporcionar muitas ponderações sobre a possibilidade de a nossa existência excluir as chances de haver qualquer outro tipo de vida tão ou mais inteligente do que o ser humano, sob o ponto de vista do princípio em questão.

 

Mas haveria algum meio de conciliar a existência humana e a de qualquer outro ser portador de inteligência, como por exemplo, diante da possibilidade dos mesmos de estabelecerem algum tipo de colaboração, a partir de um determinado momento em tal processo de exploração? Seja qual for a resposta, uma outra questão poderá ser ainda mais perturbadora dentro da visão do Princípio Antrópico: quando todo o Universo for desbravado, se é que isto venha a se fazer possível, o que se sucederá?

 

* Rafael Sampaio é biólogo, pesquisador em ufologia e espiritualidade e consultor de UFOVIA.

 

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