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Robótica
Marte: 'Temos água', diz Nasa Hoje pode-se dizer que a busca de água em Marte foi concluída. Por J. Ildefonso P. de Souza * De Taubaté-SP Para Via Fanzine
O Tega foi o instrumento que constatou a presença de água em Marte.
De acordo com o cientista William Boynton, da Universidade de Arizona, responsável pelo TEGA, um dos instrumentos da sonda marciana Phoenix (Nasa), o braço robótico da sonda depositou uma amostra do solo de Marte em instrumentos que identificaram vapores de água.
Boynton argumentou que já tinham sido detectados indícios de água congelada em observações feitas pela nave "Mars Odyssey" e em outros que se diluíram ao serem observados pela "Phoenix" em junho. "Mas esta é a primeira vez que a água de Marte é testada", acrescentou.
Início da busca
Alguém com um telescópio. Foi assim que começou essa descoberta: com alguém que, em um momento de paz, olhou para o céu e sonhou.
Outro homem, Giovanni Virginio Schiaparelli, também com um telescópio, observou e desenhou um mapa de Marte. Em sua época (1877), o planeta vermelho aparecia nos telescópios de baixa resolução com um sombreado azul-esverdeado, que era interpretado como água e vegetação. Schiaparelli "enxergou" uma complicada rede de linhas retas que cruzavam a superfície do planeta vizinho.
Anotações de Schiaparelli sobre suas observações dos canali.
O italiano chamou a essas linhas de "canalis" (canais), que significa "leitos de rio", mas Schiaparelli não teria como saber a inutilidade desse ato. Telescópio de nada adiantava para ver o que ele procurava. Certamente, teria ficado chocado ao saber que os homens que finalmente o conseguiram, usavam de instrumentos muito mais poderosos que os telescópios.
TEGA
O Analisador de Gás Térmico e Expandido, em inglês Thermal and Evolved Gas Analyzer (TEGA), foi desenvolvido, numa parceria da Universidade do Arizona e a Universidade do Texa com a NASA, para a missão Mars Polar Lander, e o projeto acabou sendo reaproveitado para a missão Phoenix.
O instrumento possui oito fornos de experimentação e oito fornos de controle. Estes últimos servem de referência: uma vez que os fornos de análise são preenchidos com amostras do solo marciano, são aquecidos a temperaturas superiores a 950°C. Igualmente, os fornos de referência - vazios - são aquecidos à mesma temperatura. Medindo-se a diferença de energia necessária para aquecer os dois fornos, é possível inferir sobre a presença de água em forma de gelo e minerais que contêm água ou dióxido de carbono.
Amostra do solo marciano no instrumento Tega.
Os técnicos da missão Phoenix encontraram problemas para colocar as amostras do solo marciano dentro do Tega. Ao ser raspado, o material ficava "grudado" à pá do braço robótico. Por isso, a equipe decidiu coletar material da superfície de Marte, que continham um pouco de gelo, para fazer as amostras.
Essa dificuldade inicial não tinha sido prevista pela equipe científica, gerando um pouco de desânimo. "Essa descoberta dá ânimo para que possamos continuar pesquisando", afirmou o chefe da missão na Nasa, o cientista brasileiro Ramon De Paula. Quando, finalmente, o material foi colocado no Tega e aquecido a uma certa temperatura, o gelo sublimou e o instrumento detectou a presença de moléculas de água.
Uma grande dívida
É preciso ressaltar que essa revisão do pensamento científico e popular sobre o planeta Marte, havida recentemente, foi um produto iniciado a partir dos vôos das sondas espaciais Mariner 8 e 9.
Do aborto desastroso da Mariner 8, sucesso da Mariner 9, cujas as imagens revelaram muitas surpresas, grande parte destas, relacionada entre o albedo (a forma como o planeta reflete a luz solar que nele incide) e a topografia do planeta Marte.
Classicamente, assumira-se que as zonas mais altas seriam as mais claras e as mais baixas as mais escuras. Mas as imagens da Mariner 9 mostraram que muitas destas relações eram invertidas. A mais inesperada foi a revelação que a "grande cratera" chamada Nyx Olympica (Noite Olímpica) era, afinal, um vulcão (que sabemos agora), o maior de todo o Sistema Solar, com mais de 20 km de altitude, isto em um planeta com metade do diâmetro da Terra.
Face aos resultados, a Nasa anunciou que a missão da Phoenix, que deveria terminar em finais de agosto, vai ser prolongada até 30 de Setembro, mais cinco semanas do que o inicialmente previsto (90 dias).
“A Phoenix está em ótimas condições e as previsões em termos de energia solar parecem boas, portanto vamos aproveitar ao máximo as suas capacidades”, afirmou Michael Meyer, responsável pelo programa de exploração em Marte.
* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.
- Imagens: Nasa.
- Leia mais sobre Marte e os trabalhos da Phoenix: http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/ufovia/marte.htm
- Leia outras matérias do autor:
- Produção: Pepe Chaves. © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.
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