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Saúde
Saúde dentro dos hospitais: A infecção hospitalar no Brasil Alguns conceitos são importantes para entender melhor e evitar confusão quando se fala em infecção, colonização e contaminação por bactérias.
Por Fausto Queiroz* De Belo Horizonte-MG Para Via Fanzine 08/05/2016
Muitos pacientes ficam colonizados com essas bactérias resistentes e não necessariamente vão desenvolver infecção, isso vai depender muito da doença de base deste indivíduo e do sistema imunológico. Leia também: Últimos destaques de Via Fanzine
A infecção hospitalar, chamada hoje de IRAS (Infecção Relacionada à Assistência a Saúde), não é mais restrita somente ao ambiente hospitalar tornou-se um conceito amplo, pois engloba vários estabelecimentos que prestam assistência à saúde. As IRAS são condições sistêmicas ou localizadas resultantes de reações adversas geralmente adquiridas após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar como, por exemplo, uma cirurgia.
Alguns conceitos são importantes para entender melhor e evitar confusão quando se fala em infecção, colonização e contaminação.
Contaminação - é a presença de micro-organismo na superfície corporal, em objetos ou mãos dos profissionais de saúde, principalmente.
Colonização - pode ser definida como a persistência de bactérias num local do corpo, sem evidências de uma resposta do hospedeiro, como por exemplo, não manifesta sinais de infecção, mas comumente uma febre. Quando nascemos durante a passagem pelo canal de parto há colonização com as bactérias da mãe que vão fazer parte da flora bacteriana do filho por toda a vida, sem necessariamente causar danos.
Infecção - é a invasão e multiplicação destes micro-organismos causadores de doenças no corpo humano.
Muitos pacientes ficam colonizados com essas bactérias resistentes e não necessariamente vão desenvolver infecção, isso vai depender muito da doença de base deste indivíduo e do sistema imunológico. O problema é que o doente geralmente está enfraquecido, fato que vai favorecer o desenvolvimento de infecções mais graves aumentando a morbimortalidade dos doentes internados nos hospitais e o aumento de consumo de antibióticos de largo espectro e consequentemente selecionando bactérias mais resistentes.
A disseminação destas bactérias ocorre por contato indireto através de: bancadas, bombas de infusão, monitores, camas, soluções endovenosas, estetoscópio dos médicos, termômetro, aparelhos de pressão. A orientação aos profissionais é para realizar a desinfecção com álcool 70% do estetoscópio, termômetro, etc. Contato Direto: Paciente/Paciente, acompanhante e visitantes/pacientes e o mais importante pelas mãos dos profissionais de saúde que tocam nos pacientes.
As mãos constituem a principal via de transmissão de micro-organismos resistentes durante a assistência prestada aos pacientes. Importante salientar que o uso de luvas não substitui a lavagem das mãos. As mãos devem ser higienizadas antes e depois de contato com os doentes internados e principalmente após o contato com as áreas próximas ao paciente.
O povo mineiro é muito prestativo e gosta sempre de ajudar o seu próximo, porém se você estiver visitando ou acompanhando algum doente internado nos hospitais não toque em outros pacientes que são vizinhos do seu parente internado. Você pode estar levando alguma bactéria do doente que visita ou acompanha ou até mesmo colonizando suas mãos com alguma bactéria do paciente vizinho e transmitindo para o doente que você está visitando ou acompanhando, prefira chamar a equipe de enfermagem para ajudar, eles estão capacitados para evitar este tipo de transmissão cruzada muito comum nos hospitais.
Enterobacteriaceae é uma família de bactérias gram negativas que são frequentemente encontradas no trato gastrointestinal das pessoas e que podem causar infecções tanto em ambiente comunitário como em ambiente hospitalar.
Tem ocorrido um aumento dos casos de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em vários centros brasileiros. Estas bactérias produzem uma enzima (carbapenemase) que inativa todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo os carbapenêmicos.
A carbapenemase foi identificada inicialmente em Klebsiella pneumoniae carbapenemase pela primeira vez em 2001, nos Estados Unidos, daí o nome KPC, mas pode ser produzida por outras enterobactérias como, por exemplo, Enterobacter aerogenes, Serratia marcescens, Escherichia coli, entre outras podem ser do tipo KPC.
Em todos os hospitais existem bactérias multidrogaresistentes, principalmente em unidades de alta complexidade como, por exemplo, na unidade de terapia intensiva onde os pacientes mais graves necessitam usar mais antibióticos, eles são invadidos com cateteres, sondas e respiradores mecânicos, o que facilita muito a entrada da bactéria no organismo causando as infecções da corrente sanguínea (sepse), infecção urinária e pneumonia.
No último dia 05/05 foi comemorado o dia Mundial de Higienização das Mãos. Esta data foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que todos os serviços de saúde possam desenvolver, localmente, ações que reforcem a higiene das mãos como medida primordial para a prevenção e controle das IRAS.
A data poderá ser comemorada no dia 5 ou em qualquer outro dia de maio, mês no qual também é celebrado o dia Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar.
Portanto, todos nós podemos fazer o controle da infecção hospitalar higienizando nossas mãos ao visitar pessoas internadas nos hospitais e cobrando dos profissionais que eles também lavem suas mãos antes de prestar assistência aos doentes.
* Fausto Queiroz é enfermeiro especialista em saúde do trabalho, saúde da Família e trabalha com controle de infecção hospitalar.
- Imagem: Divulgação. |
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