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 Defesa

Brasília:

Brasil cancela Pantsir S1 e mira o S-300*

Em uma mudança de parâmetros o governo brasileiro comunicou a Moscou que cancela

as negociações sobre o sistema de Defesa Antiaéreo Pantsir, mira agora o S-300.

 

A mudança proposta partiu das diretorias de Controle do Tráfego Aéreo (DCTA) e de Controle do

Espaço Aéreo (DCEA). Segundo estes órgãos, os requerimentos estabelecidos há mais de cinco anos

garantiriam apenas a defesa de ponto e não corresponderiam às necessidades atuais de proteção de área.

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A decisão do governo brasileiro de terminar as conversações com a Rússia para a aquisição de três baterias de mísseis PANTSIR S1 partiu do Comando da Aeronáutica e foi tomada em agosto do ano passado. Segundo a recomendação, as especificações do PANTSIR S1 não responderiam às verdadeiras necessidades da Defesa Aérea Brasileira.

 

Para a Força Aérea Brasileira, seriam necessários parâmetros mais ambiciosos para garantir a interdição do espaço da capital nacional e de outros pontos estratégicos do território nacional, como o Grande ABC paulista, onde se concentra 70% da indústria bélica do país. O ideal seria a aquisição de mísseis com desempenho igual ou superior ao do Sistema S-300, mesmo que sem transferência de tecnologia.

 

Trata-se de um salto qualitativo importante. O S-300, citado como parâmetro, oferece proteção, contra mísseis de cruzeiro e  balísticos, em um perímetro de até 300 km dos lançadores. O sistema foi adquirido pela Venezuela.

 

A mudança proposta partiu das diretorias de Controle do Tráfego Aéreo (DCTA) e de Controle do Espaço Aéreo (DCEA). Segundo estes órgãos, os requerimentos estabelecidos há mais de cinco anos garantiriam apenas a defesa de ponto e não corresponderiam às necessidades atuais de proteção de área. As armas modernas podem ultrapassar o perímetro de até 30 km oferecidos pelos sistemas que participaram da concorrência.

 

Além do PANTSIR S1, foram examinados o BAMSE SRSAM, fabricado pela SAAB (Suécia) e com forte apoio do COMDEFESA, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; o SPYDER-SR, oferecido pela empresa israelense Rafael; e os sistemas europeus IRIS-T SL, fabricado pela empresa alemã DIEHL, e SeaCeptor (CAMM-M), da MBDA britânica. A Rússia foi a única a oferecer total transferência de tecnologia ao Brasil, o que explica o alto preço do pacote, de cerca de US$ 750 milhões, bem abaixo do US$ 1 bilhão divulgado pela imprensa (este valor incluiria uma fábrica instalada no Brasil, que também produziria mísseis portáteis IGLA-S).

 

Pacotes limitados

 

Na apresentação feita, em julho de 2016, pela DIEHL nos comandos do Exército e da Aeronáutica, a empresa ofereceu apenas o pacote de integração e a montagem do míssil no Brasil. A AVIBRAS, por sua vez, favorecia o sistema CAMM-L (versão terrestre do SeaCeptor, desenvolvido  para suprir as fragatas Type 23, da Marinha Real). A transferência de tecnologia, neste caso, estava limitada ao pacote de manutenção dos equipamentos e à transferência dos sistemas de disparo vertical (VLS).

 

Tirando o BAMSE e o PANTSIR S1, concebidos desde o início como armas antiaéreas, os sistemas oferecidos ao Brasil foram desenvolvidos a partir de mísseis criados para combate aéreo, que sofrem limitações quando usados como armas terrestres. Os sistemas russo e sueco também compartilham de uma característica comum: empregam comando de guiagem por laser localizado na cauda do míssil (ACLOS), o que os tornam imunes à interferência eletrônica.

 

O PANTSIR S1 é o único a poder ser empregado em movimento. Também está equipado com canhões para última defesa, capazes de engajar bombas e mísseis de cruzeiro. Todos os outros modelos disparam de posições fixas e dependem da instalação de radares de detecção e centrais de controle remoto, um processo que demora entre 15 e 40 minutos.

 

Para melhorar a mobilidade do BAMSE, um dos pontos fracos do sistema sueco que participou da concorrência brasileira, a SAAB desenvolveu uma versão instalada sobre um chassi de oito rodas, apresentada, em setembro do ano passado, na Mostra da Base Industrial de Defesa em Brasília (BID_Brasil 2016).

 

Cobertor Curto

 

A decisão parte de uma constatação: falta verba e os equipamentos em uso já suprem as necessidades de defesa de ponto. O IGLA-S, russo, foi padronizado para as unidades expedicionárias das Forças Armadas brasileiras. Para as divisões de infantaria, a proteção estará a cargo do RBS-70, da SAAB. As unidades Gepard 1A2 se encarregarão das divisões blindadas.

 

Por causa do orçamento apertado, o desenvolvimento da artilharia autopropulsada expedicionária, que seria atendido por canhões de 155 mm instalados sobre caminhões, foi cancelado e poderá ser substituído por um programa de compras diretas de equipamentos norte-americanos. Prevista a aquisição  BAE Systems M777.

 

Os requerimentos estabelecidos pelo Exército Brasileiro em 2012 sofreram forte influência da Força Aérea. Ficou estabelecido que os modelos deveriam ser compatíveis com os radares usados no país e caber nos aviões C-130H e KC-390, o que era pouco realístico.

 

É preciso ressaltar que armas antiaéreas de tubo ou de míssil são de grande porte e de difícil movimentação. Mesmo os sistemas mais leves, como o SPYDER SR israelense, que tem apenas 15 km de alcance, exigiriam quatro aviões com capacidade de carga na classe de 26 toneladas para movimentar os equipamentos de detecção, tiro e munição.

 

Ou seja, entre 30% e 15% da frota prevista de KC-390 estaria comprometida com o deslocamento de equipamentos que não teriam qualquer uso imediato nas hipóteses mais prováveis de conflito no subcontinente sul-americano. Se a versão do modelo israelense adotada fosse a MR, com 30 km de alcance, que emprega um lançador de quatro eixos, o total de aviões subiria para seis.

 

Críticas infundadas

 

O PANTSIR S1 surgiu como uma compra de oportunidade. Havia um grande superávit na balança comercial com a Rússia e os equipamentos poderiam ser pagos com exportação de carne. O modelo em estudo previa o pagamento em real aos produtores brasileiros e em rublos às fábricas russas e foi proposto pelo presidente Vladimir Putin à ex-presidente Dilma Rousseff. Michel Temer, como presidente do Grupo de Trabalho Brasil-Rússia, apoiou a ideia.

 

A MECTRON, subsidiária da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), se interessou em participar do programa, mas a Rosoboronexport nunca fechou a parceria com a empresa, que hoje está em processo de dissolução.

 

Também se divulgou de que haveria dificuldade de compatibilizá-los aos radares nacionais. Hoje, nenhum equipamento antiaéreo em uso pelas Forças Armadas está integrado ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), incluindo os Gepard 1A2, que nem sequer dispõem de equipamentos de identificação amigo-inimigo (IFF) Qualquer que fosse a escolha, seria necessária sua adaptação às necessidades nacionais.

 

Os Emirados Árabes Unidos, que utilizam sistemas ocidentais de identificação e controle, empregam os PANTSIR S1 para proteger o deslocamento de seus mísseis Raytheon PAC2 Patriot, de fabricação norte-americana. A Força Aérea Brasileira desenvolve um sistema de datalink proprietário, o Link Br2, diferenciado do padrão OTAN e russo.

 

Mais que demérito do equipamento russo, a decisão do governo brasileiro mostra a disposição das Forças Armadas em pensar grande. Resta saber se ela sobreviverá às eternas agruras orçamentárias que afligem o país.

 

Características do S-300

 

Há várias versões do Sistema S-300. Inclusive versões mais recentes como o S-400 Triumf e S-500 Favorit.

 

As Forças Armadas da Rússia empregam em sua maioria o S-300, que continuará a ser fornecido às tropas até 2020.

 

Alcance Máximo de Detecção 300Km.

 

 * Informações de Pedro Riopardense/DefesaNet.

    03/02/2017

  

- Imagem: DefesaNet/reprodução.

 

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