Belo Horizonte:
Marcelo cai e Luxemburgo assume o comando azul
Cruzeiro age rápido e acerta contratação do técnico Vanderlei
Luxemburgo.*
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Luxemburgo desembarca em
Belo Horizonte na manhã
desta quarta para assinar
contrato por 18 meses.
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A diretoria do Cruzeiro agiu rápido e anunciou no início da noite desta
terça-feira o substituto de Marcelo Oliveira no comando técnico do
clube. O eleito é um velho conhecido do torcedor celeste: Vanderlei
Luxemburgo, campeão da tríplice coroa em 2003.
Luxemburgo desembarca em Belo Horizonte na manhã desta quarta para
assinar contrato por 18 meses e conceder entrevista coletiva. A
expectativa é que ele comande o time já na partida contra o Flamengo –
justamente seu ex-clube –, também nesta quarta, às 22h, no Mineirão.
O técnico comandará o Cruzeiro pela segunda vez na carreira. Na
primeira, ele obteve grande rendimento entre os anos de 2002 e 2004. Ao
todo, registrou 68 vitórias, 22 empates e 17 derrotas, com
aproveitamento de 70%. O treinador brilhou principalmente em 2003,
quando faturou a tríplice coroa, com os títulos da Copa do Brasil, do
Campeonatos Mineiro e do Campeonato Brasileiro.
O anúncio do retorno de Luxemburgo aconteceu poucas horas após a
demissão de Marcelo Oliveira. O técnico, que levou a Raposa ao
bicampeonato brasileiro, foi dispensado em razão da irregularidade
demonstrada pela equipe nesta temporada. O time foi eliminado na
semifinal do Mineiro, caiu nas quartas de final da Copa Libertadores e
ainda não venceu no Brasileirão, após quatro rodadas disputadas.
A pressão aumentou no início desta semana, com críticas de torcedores
por conta da derrota para o Figueirense, domingo, em Florianópolis.
Nesta terça, os muros da sede administrativa do clube amanheceram
pichados com ofensas a Marcelo Oliveira e ao presidente Gilvan de Pinho
Tavares.
Marcelo Oliveira deixa o comando técnico do Cruzeiro
Campeão brasileiro nas últimas duas temporadas, Marcelo Oliveira levou o
Cruzeiro até as quartas de final da Libertadores, mas não resistiu à
eliminação em casa diante do River Plate. Nesta terça-feira, a diretoria
anunciou a demissão do treinador, que deixa a Toca da Raposa com 68,44%
de aproveitamento - "um dos maiores da história do clube", como ressalta
o comunicado em que o time celeste anunciou a demissão.
A dispensa do treinador acontece horas depois de os muros da sede do
clube amanhecerem pichados. "Fora Gilvan e Marcelo. A paz acabou.
Parasitas", diziam as pichações, em referência não apenas ao treinador,
mas também ao presidente Gilvan de Pinho Tavares.
O ato deflagrou a crise do clube e mostrou que parte dos torcedores já
se esqueceram dos títulos dos últimos dois Brasileiros. De acordo com o
próprio Cruzeiro, o treinador tem "números espetaculares", com 105
vitórias em 169 jogos.
A realidade cruzeirense de 2015, porém, é bem diferente. Depois de
perder peças fundamentais, como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas
Silva e Marcelo Moreno, o clube investiu em algumas contratações, mas
poucas renderam o esperado.
Em um primeiro semestre bastante irregular, o time perdeu a decisão do
Mineiro para o rival Atlético e caiu nas quartas da Libertadores para o
River, com direito a 3 a 0 para os argentinos no Mineirão. No
Brasileiro, somou apenas um ponto em quatro partidas e está na penúltima
colocação.
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"Esperava cumprir meu contrato. Tive pelo menos três oportunidades,
melhores financeiramente,
mas não deixei o clube. Compreendo como decisão profissional da
diretoria", diz Marcelo.
Marcelo dá adeus
Em um breve pronunciamento, onde não respondeu perguntas, o técnico
Marcelo Oliveira se despediu do clube, da imprensa, e exaltou o trabalho
realizado ao longo dos quase dois anos e meio em que comandou o
Cruzeiro.
“Diferentemente de outras oportunidades que aqui estivemos em dois anos
e cinco meses, hoje vim para me despedir e para agradecer a todos vocês
pela convivência saudável e profissional. Sempre procurei ajudá-los no
trabalho e responder a todas as questões sobre o trabalho. essa
recíproca foi verdadeira e respeitosa. Queria agradecer ao Cruzeiro pela
oportunidade de trabalho. Trabalho de dois anos e cinco meses não é
pouca coisa. Foi oportunidade de aumentar essa média com tempo maior.
Esperava cumprir meu contrato. Tive pelo menos três oportunidades,
melhores financeiramente, mas não deixei o clube. Compreendo como
decisão profissional da diretoria. É assim que funciona. Os resultados
não vêm. Tenho consciência de que tentei sempre fazer o melhor, me
dediquei muito. Não tenho como caráter e princípio sair atirando dos
clubes, por mais que tenha opinião formada sobre algumas situações.
Desmanchamos o time e ninguém tem culpa sobre isso. Foi experiência
saudável. Conversei com jogadores. Acho que agregamos algo importante.
Quando chegamos, Cruzeiro vinha de duas temporadas ruins. Jogadores se
valorizaram. Como Mayke, Lucas Silva. Outros também cresceram aqui.
Convivemos com coisas boas aqui. Tivemos muito mais alegrias do que
chateações. Tive dois atritos com atletas, que são normais. É muito
pouco. Estou saindo absolutamente tranquilo, consciente de que fiz o
melhor. Agradeço muito ao torcedor do Cruzeiro. Em qualquer lugar que
vá, tenho palavra de apoio. A homenagem em relação à minha mãe foi algo
estupendo. Espero que seja até logo. Vamos torcer para vir profissional
com novo discurso. Vamos buscar seguir trabalhando da mesma forma, com
mesma seriedade e lealdade. Muito obrigado a todos pela paciência e
carinho”, disse Marcelo, visivelmente emocionado.
* Informações da Rádio Itatiaia (BH).
02/06/2015
- Foto:
Getty.
* * *
Belo Horizonte:
Cruzeiro diz não às
torcidas organizadas
Gilvan proíbe jogadores do Cruzeiro de
usarem objetos de torcidas organizadas.*
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O trabalho de combate
às organizadas começou quando membros das torcidas
Máfia Azul e Pavilhão
Independente começaram a brigar em jogos da equipe.
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futebol em Via Fanzine
A diretoria do Cruzeiro segue jogando pesado com as
torcidas organizadas do clube. Após anunciar o rompimento com todas as
facções, o presidente Gilvan de Pinho Tavares avisou, nesta sexta-feira,
que irá proibir os jogadores de usarem camisas, bonés ou qualquer outro
tipo de objeto das agremiações.
O fato mais recente ocorreu com a chegada do atacante
Marcelo Moreno. Ao desembarcar no Aeroporto de Confins, o jogador foi
carregado por torcedores e recebeu um boné de uma das organizadas do
Cruzeiro.
“Agora, todos os jogadores que o Cruzeiro trouxer,
pediremos a eles para não fazerem mais aquilo. Haverá proibição judicial
para não usarem mais a marca do Cruzeiro. Alguns ficarão chateados com a
atitude, mas não podem ser comandados por quem tem atitudes de
bandidos”, disparou o mandatário.
O trabalho de combate às organizadas começou quando membros
das torcidas Máfia Azul e Pavilhão Independente começaram a brigar em
jogos da equipe, o que provocou a perda de vários mandos de campo do
Cruzeiro durante as temporadas 2012 e 2013.
Segundo Gilvan, esses torcedores ficaram mal-acostumados
após a decisão de acabar com a distribuição gratuita de ingressos para
as organizadas. “O pessoal de torcida organizada recebia ingressos,
despesas de viagens pagas pelo clube, inclusive para o exterior.
Diretorias anteriores estavam acostumadas a custear isso para eles. Eles
recebiam ingressos e vendiam para associados deles. Eles tinham uma
receita enorme”, contou.
“Quando começamos nosso trabalho aqui de batalhar pelos
sócios do futebol, dissemos que não é clube que tem de batalhar pela
torcida. Falamos para eles entrarem no programa de sócios do futebol.
Temos categorias com valores baixos. Conseguimos que muitos entrassem no
programa de sócio, mas outros ficaram com raiva e começaram a me ameaçar
de morte, tive de trocar de celular e telefone fixo”, completou.
Após observar o comportamento dos membros das organizadas
durante os confrontos Gilvan atentou para um detalhe de que os
integrantes não brigavam entre si, mas tinham por objetivo causar medo
nos torcedores comuns e causar prejuízo ao Cruzeiro.
“Comecei a observar que eles não se machucam entre eles,
eles encenam as brigas, porém machucando outros torcedores. No evento da
festa pelo título, eles estavam com porretes, teriam se machucado se
tivessem usado esses porretes. Eles quiseram amedrontar os outros, tenho
certeza que eles não se machucam, querem hostilizar o Cruzeiro e causar
prejuízo para o clube. Não voltarei atrás, já há decisão do Conselho
Deliberativo. Agora, é obrigação do presidente”, avisou.
*
Informações e imagem de Rádio Itatiaia (BH).
17/01/2014
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