Placar do Mensalão:
Supremo condena 25 e absolve 12 no julgamento*
Plenário decidiu absolver réus em cujo
julgamento houve empate em 5 a 5.
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O Tribunal deve começar a discutir tamanho das penas dos
condenados. Veja ao final deste texto a lista de todos os condenados e
absolvidos e os crimes pelos quais responderam.
Com a decisão de absolver os réus em cujo julgamento houve
empate nesta terça-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 25
réus e absolveu 12 das acusações de integrar esquema de desvio de recursos
públicos e obtenção de empréstimos fraudulentos para o pagamento de propina
a parlamentares da base aliada. O objetivo, entendeu o Supremo, foi
beneficiar o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em votações
no Congresso.
Entre os condenados estão o ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido
Delúbio Soares e Marcos Valério, apontado como operador do esquema do
mensalão.
O Supremo condenou os réus pelos crimes de corrupção ativa,
corrupção passiva, evasão de divisas, formação de quadrilha, gestão
fraudulenta, lavagem de dinheiro e peculato.
Foram analisados sete itens: desvio de dinheiro na Câmara e
no Banco do Brasil, gestão fraudulenta no Banco Rural, lavagem de dinheiro,
corrupção por parte de partidos da base aliada e corrupção ativa, lavagem de
dinheiro por parte do PT e formação de quadrilha.
Entre os absolvidos pela corte nos diversos itens estão o
ex-ministro do governo Lula Luiz Gushiken e o empresário Duda Mendonça. Os
ministros entenderam que não havia provas da participação deles e de mais
sete acusados no esquema.
Dosimetria
A partir desta terça, a corte deve começar a definir o
tamanho das penas dos 25 condenados. Já existe consenso de que aqueles
ministros que votaram pela absolvição de determinado réu (e foram vencidos
pela maioria, pró-condenação) não participem do cálculo da pena deste
acusado, afinal condenado.
Para agilizar esta etapa, os ministros estabeleceram
informalmente um critério, de modo a assegurar que o julgamento termine até
a próxima quinta (25).
Pelo acordo firmado fora do plenário entre os ministros, o
voto do relator será o referencial para a fixação das penas. Se um ministro
tiver voto parecido com o de Barbosa, ele acompanha o relator, o primeiro a
votar. Se houver uma divergência expressiva, esse ministro se manifestará
separadamente. Os ministros seguintes poderão, então, seguir o voto do
relator ou os votos divergentes eventualmente apresentados.
Dessa maneira, avaliam os ministros, diminuirá o risco de
haver dez votos distintos para cada réu, o que ampliaria a discussão sobre
os critérios e prolongaria o julgamento.
Após todos os votos, será feita uma média em relação às
propostas. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, considera que com
muitos votos diferentes o cálculo pode ser complexo e demorado.
Depois das penas, o Supremo também deve decidir se vai
determinar a perda do cargo dos três deputados federais condenados:
Valdemar, João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Veja abaixo a relação de todos os condenados, absolvidos e
os casos de empate (há réus que foram absolvidos de um crime e condenados
por outro):
RÉUS CONDENADOS
- Bispo Rodrigues (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Breno Fishberg (lavagem de dinheiro)
- Cristiano Paz (corrupção ativa, peculato, lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha)
- Delúbio Soares (corrupção ativa e formação de quadrilha)
- Emerson Palmieri (lavagem de dinheiro e corrupção
passiva)
- Enivaldo Quadrado (formação de quadrilha e lavagem de
dinheiro)
- Henrique Pizzolatto (corrupção passiva, peculato e
lavagem de dinheiro)
- Jacinto Lamas (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- João Cláudio Genu (formação de quadrilha, lavagem de
dinheiro e corrupção passiva)
- João Paulo Cunha (corrupção passiva, peculato e lavagem
de dinheiro)
- José Borba (corrupção passiva)
- José Dirceu (corrupção ativa e formação de quadrilha)
- José Genoino (corrupção ativa e formação de quadrilha)
- José Roberto Salgado (gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Kátia Rabello (gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro,
evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Marcos Valério (Corrupção ativa, peculato, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Pedro Corrêa (formação de quadrilha, lavagem de dinheiro
e corrupção passiva)
- Pedro Henry (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Ramon Hollerbach (corrupção ativa, peculato, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Roberto Jefferson (lavagem de dinheiro e corrupção
passiva)
- Rogério Tolentino (lavagem de dinheiro, corrupção ativa,
formação de quadrilha)
- Romeu Queiroz (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Simone Vasconcelos (lavagem de dinheiro, corrupção ativa,
evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Valdemar Costa Neto (lavagem de dinheiro e corrupção
passiva)
- Vinícius Samarane (gestão fraudulenta e lavagem de
dinheiro)
RÉUS PARCIALMENTE
ABSOLVIDOS
(absolvidos de um crime, mas condenados em outro)
- Breno Fischberg (formação de quadrilha)
- Cristiano Paz (evasão de divisas)
- Jacinto Lamas (formação de quadrilha)
- João Paulo Cunha (peculato)
- José Borba (lavagem de dinheiro)
- Pedro Henry (formação de quadrilha)
- Valdemar Costa Neto (formação de quadrilha)
- Vinícius Samarane (formação de quadrilha e evasão de
divisas)
RÉUS TOTALMENTE
ABSOLVIDOS
- Anderson Adauto (corrupção ativa e lavagem de dinheiro)
- Anita Leocádia (lavagem de dinheiro)
- Antônio Lamas (lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha)
- Ayanna Tenório (gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Duda Mendonça (lavagem de dinheiro e evasão de divisas)
- Geiza Dias (lavagem de dinheiro, evasão de divisas e
formação de quadrilha)
- João Magno (lavagem de dinheiro)
- José Luiz Alves (lavagem de dinheiro)
- Luiz Gushiken (peculato)
- Paulo Rocha (lavagem de dinheiro)
- Professor Luizinho (lavagem de dinheiro)
- Zilmar Fernandes (lavagem de dinheiro e evasão de
divisas)
*
Informações de Fabiano Costa, Mariana Oliveira e Nathalia Passarinho/G1.
23/10/2012
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