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Sustentável

 

 

Discussão:

O uso de etanol é viável na Antártida?

As condições extremas, clima seco e ventos fortes na Antártida seriam pontos negativos

para se utilizar o combustível fabricado pela Petrobras e os geradores desenvolvidos pela Vale.

 

Da Redação*

Via Fanzine

BH-28/02/2012

 

Um gerador movido a etanol e utilizado na base antártica brasileira.

 

Informações oficiosas sobre a causa do acidente ocorrido na estação brasileira Comandante Ferraz na Antártida circulam no meio científico do país, dando conta que o incêndio teria se iniciado num gerador de etanol recém instalado naquela base.

 

Através de um de seus consultores, o diário digital Via Fanzine teve acesso à informação de um engenheiro especializado em combustíveis alternativos para motores que não deseja se identificar. Ele critica o fato de a Marinha de Guerra do Brasil, segundo ele, ter adquirido através de um “intermediário”, motogeradores de energia elétrica movidos a etanol, para uso na  base antártica Comandante Ferraz.

 

De acordo com a fonte, estes motogeradores “são acionados por motores movidos a etanol, combustível muito mais instável e perigoso do que o óleo diesel (usado por outros paises baseados na Antártida). Também não são feitos os devidos testes para cumprir os protocolos para homologação e liberação de seu uso naquelas condições de operações extremas”, afirmou.

 

O motogerador a etanol da Estação Antártica Comandante Ferraz começou a operar na terça-feira (10/01), com combustível fornecido pela Petrobras (PETR3; PETR4). Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país mundial a utilizar biocombustível no continente, em alinhamento com a meta da ONU (Organização das Nações Unidas), que declarou 2012 como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos.

 

O motogerador foi desenvolvido pela Vale Soluções em Energia, uma subsidiária da Vale (VALE3; VALE5) juntamente com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social). O projeto foi beneficiado pela Lei da Inovação, do Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e deverá ser um dos eventos marcantes no Proantar (Programa Antártico Brasileiro).

 

Imagem mostra o gerador chegando à Estação Comandante Ferraz.

 

Etanol ‘sustentável’

 

O governo brasileiro e a Petrobras, consideram esses motogeradores movidos a etanol como sendo de “tecnologia sustentável” e apostam no futuro e no marketing dessas máquinas.

 

Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), declarou que vê no uso do equipamento fabricado pela Vale Soluções em Energia (VSE) uma oportunidade comercial para o Brasil, que consumirá menos energia fóssil.

 

Para o executivo da UNICA, “A utilização é pioneira deste tipo de equipamento em uma região estratégica no mundo do ponto de vista ambiental amplia as perspectivas do biocombustível brasileiro no mercado internacional. Por ter um ponto de congelamento extremamente baixo, o etanol é mais apropriado que a gasolina ou o óleo diesel para operar nas baixas temperaturas observadas na Antártica”, afirmou.

 

Segundo informações da UNICA, na comparação com turbinas elétricas convencionais movidas a combustíveis fósseis, o derivado da cana proporciona uma redução de 68% nas emissões de GEEs, além de lançar menos partículas e óxidos de nitrogênio na atmosfera.

 

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) também informa que o Brasil é líder no uso de etanol em motores a combustão, como os de automóveis flex ou os que equipam os geradores na Antártica. E que os geradores a etanol da VSE foram uma das atrações para o público que visitou o estande do Projeto AGORA, durante a realização do Salão Internacional do Automóvel em São Paulo, em 2010.

 

Conforme a UNICA, naquela ocasião, dois modelos de 400 quilowatts de potência, alimentados por um tanque especial com capacidade para 3.000 litros de etanol, iluminaram o estande.

 

Ainda de acordo com a UNICA, "a exposição comercial dessa tecnologia ganhará ainda mais força em 2012, ano que a Organização das nações Unidas (ONU) definiu como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos. O objetivo é incentivar a conscientização sobre o uso sustentável de recursos naturais, esforço que culminará com a realização, em junho, da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20", afirma a instituição.

 

Na opinião de Celso Amorim, ministro da Defesa, tudo isso coloca o País em destaque no cenário tecnológico e colabora para que se inicie o programa científico da estação brasileira. A Petrobras deverá fornecer 350 mil litros de etanol, idêntico ao utilizado nos veículos nacionais, e deverá acompanhar a utilização do biocombustível em condições climáticas severas.

 

Governo quer deslanchar a produção do combustível verde pelo mundo.

 

Apelo estratégico

 

A instalação de um gerador a etanol na Antártica em janeiro foi prestigiada pelo ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, que acionou o equipamento durante visita ao continente. Em complemento aos geradores convencionais movidos a diesel, já utilizados no local, a novidade deveria garantir toda a energia elétrica necessária para o funcionamento do centro de pesquisa científica estabelecido na Antártida pelo governo brasileiro em 1984.

 

Diariamente, serão produzidos 250 (KW) para consumo na estação, o que exigiria, ao longo de um ano, a utilização de 350 mil litros de etanol. Também é previsto que a Petrobrás, fornecedora do biocombustível, "acompanhe de perto o desempenho do etanol sob baixas temperaturas".

 

Ao todo, o projeto, que também tem apoio logístico da Marinha do Brasil, consumirá R$ 2,5 milhões, recursos viabilizados pela Lei da Inovação, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

 

Reconstrução da estação antártica

 

Enquanto se montam discussões sobre a viabilidade ou não do uso de motogeradores a etanol e sobre as causas do acidente na base brasileira antártica Comandante Ferraz, o governo federal informa que a reconstrução da estação deverá ser efetivada dentro de dois anos.

 

De acordo com as informações divulgadas na imprensa, um novo projeto será criado exclusivamente por arquitetos, devendo ser bem mais moderno e seguro que o anterior.

 

As atuais instalações da base brasileira foram consumidas em cerca de 70% de sua totalidade por um incêndio que matou duas pessoas e feriu uma, cujas causas ainda não foram devidamente esclarecidas.

 

Das 59 pessoas que se encontravam no local no momento do acidente, duas morreram, 50 retornaram ao Brasil e apenas sete permanecerão hospedadas num navio situado próximo à acidentada estação Comandante Ferraz, responsáveis por iniciar o seu reerguimento.

 

* Com informações de UNICA / Naval.br / Info Money / Fonte preservada.

 

- Imagens: Proantar.

 

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- Produção: Pepe Chaves

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