Teatro de bonecos:
Banda Armatrux se apresenta em BH
Grande sucesso do Armatrux, que tem
apurado cada vez mais as técnicas,
a sua banda de bonecos tem se destacado
como uma das atrações mais autênticas do gênero.
Da
Redação*
Via Fanzine
BH-11/09/2013
Banda Armatrux
O conhecido grupo de bonecos Armatrux, de Belo Horizonte já
tem marcadas dus grandes apresentações para este mês de setembro.
Na sexta-feira, 13/09, às 20h, o grupo se apresenta no
Projeto Cena Música, no Centro Cultural São Geraldo (Av. Silva
Alvarenga, 548, São Geraldo), em Belo Horizonte.
No sábado, 14/09, às 19h, o espetáculo "Armatrux, a banda"
será apresentado na Virada Cultural de Belo Horizonte. A apresentação
será no Centro Cultural Vila Marçola (Rua Mangabeira da Serra, nº 320,
Serra - próximo ao portão do Parque das Mangabeiras).
Grande sucesso do Armatrux, que tem apurado cada vez mais
as técnicas, a sua banda de bonecos tem se destacado como uma das
atrações mais autênticas do gênero.
As apresentações contam com apoio da Fundação de Cultura e
Prefeitura de Belo Horizonte.
* Com informações e imagens de
Assessoria Armatrux.
* * *
Diversão e arte:
Incentivo não muito incentivador
O sonho de ter um incentivo para realizar
seu projeto e viver dignamente de seu trabalho estava virando um
pesadelo.
Descobriu-se que aprovar um projeto na
lei era fácil, o difícil era conseguir a captação de recurso junto às
empresas.
Por
Samir Antunes*
De
Ouro Preto-MG
Para
Via Fanzine
Nos tempos de hoje, viver - ou até mesmo sobreviver - da
arte se tornou o sonho de todo artista. Todos que trabalham com arte,
seja ela qual for, sabem o quão pouco é valorizado o trabalho artístico
em nosso país. "Ir ao teatro pra quê?" questionam pais de família;
"Aprender artes não vai ajudar em nada na minha vida.", afirma a aluna;
"Balé que nada! Você vai é trabalhar!" impõe a mãe; "Arte é coisa de
vagabundo, de maconheiro..." decreta a sociedade. Por essas e outras,
que conseguir um incentivo para desenvolver um trabalho artístico ficou
tão difícil.
Com o surgimento da Lei Estadual de Incentivo à Cultura
(digo a do estado de Minas Gerais, pois não tenho conhecimento das
outras) a vida do artista parecia estar mudando de rumo. Uma dignidade
maior estava a caminho. O governo liberaria parte do ICMS das empresas
para que elas incentivassem a cultura (qualquer tipo de cultura, não só
a artística) no estado e dessa forma ainda, se beneficiarem com a
divulgação de sua marca. Para ser beneficiado pela lei, o proponente
(pessoa que deseja realizar uma atividade cultural) deve formular um
projeto e enviar a Secretaria de Cultura do estado e a partir daí,
torcer para que seu projeto seja aprovado. Após a aprovação, cada
proponente deve entrar em contato com empresas com potencial de
incentivo para que elas liberem a verba e aí é só fazer aquilo que sabe:
trabalhar.
Com o tempo, os artistas foram vendo que a coisa não era
bem assim. O sonho de ter um incentivo para realizar seu projeto e viver
dignamente de seu trabalho estava virando um pesadelo. Descobriu-se que
aprovar um projeto na lei era fácil, o difícil era conseguir a captação
de recurso junto às empresas. Não basta ter um projeto aprovado, você
deve convencer a empresa de que incentivar seu trabalho é bom para ela
(como se já não fosse bom o fato dela ter seu nome vinculado a um
projeto o qual ela, de certa forma, nem retiraria dinheiro de seus
cofres).
As empresas então começaram a escolher projetos que a
beneficiam diretamente, que falem daquilo que ela deseja. Por exemplo,
se você tem a intenção de montar um espetáculo que questione o
desmatamento e o uso de substâncias poluentes por algumas indústrias,
você dificilmente conseguirá incentivo para seu trabalho. Para ter
certeza de que irá conseguir a tal captação, o artista precisa se
"prostituir", buscando fazer projetos que exaltem a colaboração de
empresas para o meio ambiente e seus projetos de sustentabilidade que ,
no caso de algumas, sabemos que é apenas uma fachada para ludibriar a
população e o governo. Projetos já estáveis e artistas renomados, que
conseguem se manter bem sem estes incentivos, passaram também a ser o
alvo destas empresas para liberarem o incentivo. Não que estes artistas
não mereçam receber também este apoio. Eles são reconhecidos justamente
por terem trabalhado muito e merecem desfrutar disso agora. O que
acontece é que nenhuma empresa parece querer vincular seu nome a um
artista desconhecido e também não fazem a menor questão de conhecer o
seu trabalho, para desta forma julgar se ele é digno ou não de tal
apoio.
Não é difícil (pelo contrário, é muito fácil) encontrar
proponentes com os olhos brilhando ao verem seu nome na lista de
aprovados da lei de incentivo - eu mesmo já fui um mais de uma vez - e
abaixo aquela cifra considerável para a realização de seu sonho, porém
os sorrisos de alegria do artista pela aprovação de seu projeto na lei
acaba sendo ofuscado pela decepção ao fim do ano ao não conseguir o tão
desejado apoio. Mesmo recorrendo à empresas que trabalham exclusivamente
com essa parte de captação (e recebem uma parte do projeto aprovado), o
fim da maioria é perda do projeto.
Que este desabafo sirva de alerta para a classe artística,
e porque não dizer cultural, que se sente prejudicada ou desmotivada a
realizar seu trabalho tão fundamental, como qualquer outro, à sociedade.
Todos precisam se unir para que este quadro se reverta. O artista tem de
ter sua própria voz, criar a sua arte questionadora e não ser alvo de
censura através de um dinheiro atravessado pelas empresas. Da mesma
forma, as empresas devem começar a enxergar nos artistas parceiros e um
"trampolim" para relacionar a sua empresa como incentivadora da arte e
cultura no país. E, por fim, o governo precisa rever seus conceitos e
reformular suas leis, para benefício da população, que é para quem ele
trabalha.
Vamos manter a arte a cultura de nosso país. Ela faz parte
de nossa educação e é também a nossa memória.
*
Samir Antunes é ator e diretor teatral.
-
Seu blog é
http://samirantunes.blogspot.com
|